Não temos como descobrir muito mais do que isso sobre eles. Mas é a primeira vez que astrônomos identificam planetas fora da Via Láctea.
Suas definições de zoom foram atualizadas: pesquisadores da Universidade de Oklahoma, nos EUA, conseguiram identificar um conjunto de 2 mil planetas em outra galáxia, a 3,8 bilhões de anos-luz da Terra. Eles tem tamanhos variados – qualquer coisa entre a Lua e Júpiter. Mas antes que você peça fotos, fica o aviso: não é possível observá-los diretamente.
Mesmo exoplanetas muito próximos de nós – como Proxima B, localizado a “apenas” 4,2 anos-luz da Terra – são invisíveis para um telescópio convencional. A maneira mais fácil de encontrá-los e estudá-los é medir a sombra que eles fazem quando passam na frente das estrelas que os hospedam. Esse é, diga-se de passagem, o truque favorito do telescópio espacial Kepler, da Nasa.
Quando os planetas que precisam ser identificados estão ainda mais longe – outra galáxia é longe o suficiente – aí nem sombra resolve o problema. É preciso usar outro truque: lentes gravitacionais.
Lentes gravitacionais são um dos muitos presentes de Einstein para a astronomia. Todo corpo curva o tecido do espaço-tempo ao seu redor. Quando um raio de luz emitido por uma fonte distante, a caminho de nossos olhos, passa perto de um corpo particularmente grande no caminho, esse corpo distorce o raio. Com base na distorção, é possível calcular com alguma precisão a massa do obstáculo – e prever algumas de suas características.
Os pesquisadores de Oklahoma usaram justamente esse truque: analisaram a forma como a galáxia que estavam estudando altera a luz emitida por três quasares, ainda mais distantes. Com base nessas alterações, calcularam que havia cerca 2 mil planetas por ali. A essa distância, sempre há algum grau de especulação envolvido. Mas ninguém na física teórica duvida da existência de planetas em outras galáxias, então a observação, apesar de marcante, só confirma um fato natural.
“Nós ficamos muito animados com esta descoberta. Essa é a primeira vez que são descobertos planetas de fora da nossa galáxia”, afirmou em comunicado o chinês Xinyu Dai, um dos autores do estudo. “Pequenos planetas são os melhores candidatos para as assinaturas que encontramos no estudo usando as lentes gravitacionais.”
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