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domingo, 19 de julho de 2015

Imagens revelam montanhas de gelo e traços de metano em Plutão

Plutao em Alta Resolucao


A incrível aproximação da sonda New Horizons não decepcionou os cientistas e as primeiras análises dos dados coletados mostram um mundo surpreendente, repleto de montanhas de gelo, traços de metano na atmosfera e atividade geológica recente. Os primeiros dados da sonda New Horizons chegaram na noite de terça-feira, inicialmente trazendo os números sobre o status da nave, seguido dos pacotes iniciais contendo imagens em alta resolução e resultados das análises feitas por um dos espectrógrafos a bordo da sonda. As primeiras análises das imagens em alta resolução revelaram um terreno relativamente novo, formatado por algum processo geológico recente ocorrido nos últimos 100 milhões de anos. 

"Não encontramos nenhuma cratera de impacto nestas imagens, o que pode significar que o terreno observado é uma superfície muito jovem", disse o cientista John Spencer durante a coletiva de imprensa realizada na tarde de terça-feira, 15 de julho, no campus da Universidade Johns Hopkins. De acordo com o pesquisador, essa atividade geológica precisa de alguma forma de calor para acontecer e que nas luas de gelo já estudadas só ocorre devido a um mecanismo conhecido como "aquecimento por maré", causado pela interação gravitacional entre uma lua de gelo e o gigantesco planeta que a hospeda.

No entanto, devido à pequena massa do sistema plutão-caronte é pouco provável que essa atividade seja causada pelo aquecimento por maré, o que leva os especialistas a sugerir que o calor tenha ou teve origem em algum tipo de atividade radioativa, exatamente como ocorre no núcleo da Terra.

Caronte em Alta Resolucao
Além das análises preliminares sobre a atividade geológica, a cena mostrada ao público revela cadeias de montanhas de gelo ao longo da conhecida região em forma de coração, com alguns picos atingindo 3300 metros de altura. Essa região foi formalmente batizada de "Tombaugh Regio", em homenagem ao astrônomo que descobriu Plutão em 1930. A imagem também revelou um abismo bastante profundo, com 6 a 10 km de profundidade, que de acordo com os pesquisadores pode confirmar uma reformatação recente da superfície.

Metano
Além das imagens em alta resolução, os dados espectrográficos feitos em infravermelho revelaram a presença de metano na superfície plutoniana.  Embora a quantidade de metano não seja tão grande, permite especular sobre a possibilidade de Plutão ter armazenado compostos desde o início da formação do Sistema Solar, o que faria do planeta anão uma espécie de fóssil contendo preciosos segredos de mais de 4.5 bilhões de anos.

Novas Imagens
Ainda ontem, a equipe da New Horizons solicitou à nave o envio de mais uma parcela de dados que estão armazenados na memória interna dos instrumentos. Essas requisições devem ser feitas aos poucos, pois a nave continua coletando dados científicos do sistema plutoniano e enquanto faz isso não pode enviar dados à Terra devido à posição da antena de alto ganho. Segundo a NASA, essa fase de coletas de dados em grande volume deve finalizar em duas semanas.

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