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quinta-feira, 9 de julho de 2015

Manchas escuras regulares em Plutão




A sonda New Horizons segue em desabalada carreira na direção de Plutão e acaba de fazer uma descoberta realmente esquisita — algumas manchas com espaçamento notoriamente regular na superfície do planeta anão.

A imagem acaba de ser divulgada pela Nasa, e os cientistas não fazem a mais vaga ideia do que pode ser. “É um verdadeiro quebra-cabeça — não sabemos o que as manchas são e mal podemos esperar para descobrir”, diz o entusiasmado cientista-chefe da New Horizons, Alan Stern.

Pelas imagens capturadas até agora, as manchas têm cerca de 500 km de diâmetro e, evidentemente, se tornarão mais fáceis de visualizar conforme a sonda for se aproximando de Plutão, até seu encontro apoteótico com o planeta anão, em 14 de julho.

Infelizmente, contudo, o hemisfério que estará voltado para a espaçonave no momento da aproximação máxima não será esse, das manchas, mas o outro, também revelado em baixa resolução nas novas imagens da Nasa.

Outra coisa que chama atenção é a diferença marcante de cores entre Plutão e Caronte, a maior de suas luas. Enquanto o planeta anão tem uma cor avermelhada, o satélite é acinzentado — e também possui uma misteriosa mancha escura num dos pólos.

Uma calota polar escura? Pode isso, Arnaldo?
As imagens combinam o resultado de dois instrumentos — a câmera Ralph, que tira fotos coloridas, e a câmera Lorri, que é basicamente um telescópio, e com isso tem mais resolução, mas só faz imagens em preto e branco. Com isso os pesquisadores conseguem o melhor dos dois mundos.

O espectrômetro da Ralph também fez a detecção de metano na superfície de Plutão — algo que já sabíamos que havia lá, com base em observações telescópicas, mas agora confirmamos com um instrumento próximo. E vem muito mais por aí!
No bom caminho.

A New Horizons já fez a sua última correção de curso e não encontrou até agora nada nas imagens que pudesse ameaçar a segurança da espaçonave na trajetória que a levará a cruzar o plano das luas de Plutão. Ainda bem. Viajando à velocidade de quase 1 milhão de km por dia, uma trombada com uma partícula do tamanho de um grão de arroz já poderia ser fatal, segundo os cientistas.

De toda forma, todo mundo prenderá a respiração durante o sobrevoo do dia 14. Serão longas horas de espera até a sonda enviar um sinal de volta à Terra e comunicar que — se — deu tudo certo.

Enquanto isso, podemos apostar em imagens cada vez mais intrigantes nos próximos dias — a exemplo da emoção que já vivemos nos meses anteriores com os pontos brilhantes em Ceres.

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