O cinturão de asteróides é uma região entre Marte e Júpiter, onde fica a maioria dos asteróides do sistema solar e o planeta anão Ceres. Como seria viver lá?
Como seria viver no planeta anão Ceres?
Nos últimos anos, objetos do cinturão de asteróides ganharam muita atenção como potenciais locais de operações de mineração futuras com o objetivo de colher água para missões espaciais de longa distância (a água pode ser dividida em hidrogénio e oxigénio para produzir combustível). Um recurso potencial é Ceres - o maior objeto no cinturão de asteróides, que inclui até um terço da massa da cintura. Anteriormente visto como um asteróide, Ceres é agora classificado como um "planeta anão", estando um passo abaixo de ser um planeta de pleno direito. Ele pode conter mais água gelada na sua subsuperfície do que toda a água doce da Terra, e a sua alta gravidade, em comparação com outros objetos do cinturão, torna-a um dos locais mais adequados para uma base permanente no cinturão de asteróides.
Mas o ser humano provavelmente não iria começar a extrair inicialmente em Ceres, porque é muito longe. Do ponto de vista da mineração enquanto recurso, muitos outros objetos estão mais próximos da Terra. A sonda Dawn da NASA deverá ser a primeira nave espacial a visitar Ceres quando chegar à órbita do planeta anão em março deste ano. A sonda já enviou algumas imagens incríveis de Ceres. A superfície de Ceres é em grande parte um mistério - as imagens de telescópios terrestres e espaciais mostram que tem uma mistura de manchas claras e escuras, não sendo ainda claro o que representam essas manchas. O Observatório Espacial Herschel, da Agência Espacial Europeia, descobriu que vapor de água é ejetado para o espaço a partir de Ceres, possivelmente a partir de gêiseres vulcânicos de gelo ou pedaços de gelo sobre a superfície do planeta anão.
No entanto, estes jatos de vapor seriam demasiado fracos para representar qualquer perigo para alguém que estivesse perto deles. Eles são tão ténues que provavelmente até seriam de difícil visibilidade. Embora Ceres seja o maior objeto no cinturão de asteróides, a sua gravidade é ainda menos de 3 por cento da gravidade da Terra. No entanto, Ceres é um dos poucos asteróides onde você provavelmente poderia andar. E atravessar a sua superfície não levaria muito tempo. Ceres tem o diâmetro do Texas e a superfície da Índia. Não está claro, no entanto, que tipo de efeitos para a saúde iriam surgir de viver com essa gravidade por um período prolongado de tempo. A baixa gravidade da Ceres também significa que praticamente não tem atmosfera. Assim, os possíveis habitantes não veriam as cores do céu nem teriam estados meteorológicos.
Em vez disso, o céu seria preto claro, embora você provavelmente não fosse capaz de ver muitos outros asteróides no céu porque os objetos no cinturão estão geralmente a cerca de um milhão de quilómetros de distância uns dos outros. Enquanto vivesse em Ceres, você estaria sujeito a mudanças extremas de temperatura. A temperatura do dia é normalmente de cerca de menos 73 graus Celsius, e a temperatura da noite é de menos 143 graus Celsius. Relativamente às estações, ao longo do ano de Ceres (que dura 4,6 anos terrestres), você não veria muitas mudanças sazonais de temperatura por causa da baixa inclinação axial do objeto (que é de apenas 3 por cento).
Ceres fica quase três vezes mais longe do Sol, que a Terra é. No meio das 9 horas de duração do dia de Ceres, o sol seria apenas cerca de 15 por cento tão brilhante quanto na Terra e teria apenas um terço do tamanho. E o amanhecer não seria muito especial - leva apenas 45 segundos para Ceres ficar em pleno sol. Se enviasse uma mensagem para a Terra demoraria entre 15 e 30 minutos a chegar, dependendo de quão perto da Terra estiver Ceres.
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