Depois que Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian anunciou a convocação de uma coletiva de imprensa para hoje, a vida de astrofísicos e curiosos do mundo inteiro passou a andar mais de vagar do que nunca. As horas pareceram se recusar a passar e os ponteiros dos relógios começaram a carregar uma tonelada cada, de tão lentos. E essa coletiva parecia que não ia chegar nunca.
Mas chegou e, para a felicidade geral, não decepcionou ninguém. O anúncio fez de hoje um dia histórico para a física! Tudo porque a expectativa da comunidade científica foi correspondida: John Kovac e sua equipe anunciaram que detectaram “ondas gravitacionais” do Big Bang pela primeira vez.
O que tem de tão fantástico nisso?
As ondas gravitacionais são a última parte da Teoria Geral da Relatividade de Einstein que foi prevista, mas até agora não havia sido comprovada. Com essa incrível descoberta, podemos ter uma visão muito mais clara sobre o início do universo!
Como as ondas gravitacionais foram detectadas?
Elas foram observadas pelo telescópio Background Imaging of Cosmic Extragalactic Polarization 2 (Bicep2), situado no Polo Sul, que detectou a radiação cósmica de fundo do Big Bang de 2003 a 2008. Mas levou muito tempo para os astrofísicos processarem e analisarem os dados, principalmente porque tudo o que tinham em mãos era um sinal fraco e distorcido por vários objetos como estrelas e buracos negros.
Mas por que os astrofísicos foram procurar por ondas gravitacionais bem lá na radiação cósmica de fundo do Big Bang é o que deixa toda essa descoberta ainda mais interessante! Bom, eles foram pesquisar lá porque acreditavam que em seus primeiros instantes de vida, o universo passou por um “período de inflação”, que amplificou as ondas gravitacionais a ponto de elas serem detectadas.
E eles estavam certos!
Segundo Kovac, o que estamos vendo é uma fotografia do universo há 380.000 anos após o Big Bang, quando a radiação foi transmitida pelo espaço pela primeira vez. Mas o sinal de ondas gravitacionais foi impresso na radiação de fundo cósmico uma fração de segundo depois do nascimento do universo.
Ou seja, se esses resultados prevalecerem, terão implicações significativas tanto na física, como em tudo o que sabemos sobre cosmologia.
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