Já sabemos que existe água na superfície de Marte, mas há quanto tempo? O Curiosity tem procurado evidências para a presença de água a longo prazo em Marte e, agora, uma equipe de pesquisadores acredita tê-la encontrado.
Novas simulações estão ajudando a informar a campanha de amostragem em andamento do rover Curiosity. Crédito:NASA/JPL-Caltech/MSSS
O rover tem explorado a cratera Gale e descobriu que ela contém altas concentrações de manganês. O mineral não se forma facilmente em Marte, então a equipe acredita que ele pode ter se formado como depósitos em um lago antigo. É interessante também que a vida na Terra ajude na formação do manganês, por isso sua presença em Marte é um mistério.
O rover Mars Curiosity foi lançado em novembro de 2011. Ele chegou em 6 de agosto de 2012 na região da cratera Gale, em Marte. Seu objetivo era explorar a geologia da área, as condições climáticas e o potencial de habitabilidade para futuros exploradores. Vimos imagens impressionantes da superfície de Marte graças ao Curiosity e nossa compreensão de Marte tanto do passado quanto do presente foi melhorada como resultado de seu trabalho.
Um artigo publicado no Journal of Geophysical Research: Planets relatou descobertas usando o instrumento ChemCam a bordo do Curiosity. O principal autor do artigo, Patrick Gasda, do grupo de Ciência e Aplicação Espacial do Laboratório Nacional de Los Alamos, anunciou as descobertas de altos níveis de manganês em rochas da base da cratera. Acredita-se que a cratera Gale é um lago antigo, então isso levanta questões interessantes quanto à sua origem.
Na Terra, processos biológicos são fundamentais para a formação de materiais como o óxido de manganês com fotossíntese produzindo oxigênio atmosférico. Existem também micróbios que atuam como catalisadores para a oxidação do manganês.
O problema é que não há esse sinal de vida em Marte, então o processo que levou à formação de oxigênio na antiga atmosfera marciana não está claro. Se não conseguimos entender a formação do oxigênio, então lutamos para entender como o óxido de manganês pode se formar. Talvez algo relacionado a grandes massas de água superficial possa ser responsável.
O instrumento ChemCam no Curiosity usa um laser para gerar pequenas quantidades de plasma na superfície das rochas marcianas. A luz é então coletada para permitir que a composição da rocha seja identificada. A equipe estudou areia, lodos e lamas, sendo a primeira mais porosa que a segunda.
Acredita-se que a maioria do manganês encontrado nas areias tenha sido resultado da percolação de água subterrânea. Na Terra, o manganês é oxidado pelo oxigênio atmosférico em um processo que é acelerado por micróbios.
Ainda não temos todas as respostas, mas o estudo revelou, mais uma vez, um ambiente que já foi adequado para a vida. Esse ambiente parece semelhante a muitos lugares na Terra que também exibem ricos depósitos de manganês.
Fonte: universetoday.com
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