A força de maré e a intensa radiação ultravioleta de estrelas pode estar fazendo com que pequenos planetas percam suas atmosferas
Alguns planetas perdem suas atmosferas através do processo de fuga hidrodinâmica;
Na nova pesquisa, foi proposta uma maneira de descobrir se esse processo está acontecendo foi apontada;
Determinar se um exoplaneta sofre de fuga hidrodinâmica poderá ajudar a determinar sua habitabilidade.
O estudo, liderado por Guo Jianheng, dos Observatórios de Yunnan da Academia Chinesa de Ciências, e publicado na revista Nature Astronomy, simulou a perda de atmosfera em planetas pequenos a partir de uma maneira chamada de “fuga hidrodinâmica”. Esse processo extremo faz com que os planetas percam massa e sofram alterações em seu clima, afetando sua habitabilidade.
Planeta Terra visto do espaço
O processo de perda de atmosfera pode ter acontecido na Terra no inicio do Sistema Solar, e se tivesse continuado,
Planetas menos desos são mais suscetíveis a perda de atmosfera
Até então, os modelos usados para entender a perda de atmosfera a partir da fuga hidrodinâmica eram complexos e apresentavam resultados vagos. No entanto, Jianheng sugeriu que as coisas são muito mais simples do que parecem, sendo necessário saber apenas algumas características da estrela e do planeta, como massa, raios e a distância entre eles.
A partir disso, é possível estabelecer uma relação entre a energia interna do planeta, desencadeada pela força de maré e o bombardeamento de radiação ultravioleta, e sua energia potencial gravitacional. Essa relação, chamada parâmetro de Jeans, pode determinar se um planeta está ou não sofrendo com a fuga hidrodinâmica. Quanto menor for o parâmetro, maiores são as chances do planeta estar perdendo sua atmosfera
Assim, a simulação revelou que planetas maiores, mas menos densos, podem perder suas atmosferas se as temperaturas internas forem suficientemente altas. Além disso, planetas não tão massivos que estão mais distantes de suas estrelas podem ter uma fuga hidrodinâmica mais lenta, isso porque eles possuem um elevado potencial gravitacional e sofrem menos com a radiação ultravioleta.
As descobertas serão úteis para os cientistas que estão buscando por vida extraterrestre em planetas fora do Sistema Solar, isso porque será possível determinar como as atmosferas de exoplanetas de baixa massa mudam ao longo do tempo e assim investigar melhor a habitabilidade desses mundos distantes.