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terça-feira, 1 de agosto de 2023

Estrela de duas faces tem um lado de hidrogênio e outro lado de hélio

 

 Concepção artística da anã branca de duas faces, apelidada de Janus - o lado de hidrogênio parece mais brilhante. [Imagem: K. Miller-Caltech/IPAC]

Estrela Janus

Astrônomos encontraram uma estrela com "duas faces", onde cada lado tem uma composição química diferente. 

Um lado da anã branca é composto de hidrogênio, enquanto o outro é composto de hélio. Por isso ela está sendo chamada de "estrela Janus", em homenagem ao deus romano das transições e mudanças, que possuía duas faces.

"A superfície da anã branca muda completamente de um lado para o outro," contou Ilaria Caiazzo, do Instituto de Tecnologia da Califórnia. "Quando eu mostrei as observações para as pessoas, elas ficam maravilhadas."

Localizada a 1.300 anos-luz da Terra, a estranha estrela gira sobre seu próprio eixo a cada 15 minutos.

As anãs brancas são restos escaldantes de estrelas que já foram como o nosso Sol. À medida que as estrelas envelhecem, elas se transformam em gigantes vermelhas; eventualmente, o material fofo externo é ejetado para o espaço e seus núcleos se contraem, formando anãs brancas densas e quentes. Nosso Sol evoluirá para uma anã branca em cerca de 5 bilhões de anos.

Hélio e hidrogênio

Já se sabia que a superfície de algumas anãs brancas fazem uma transição de hélio para hidrogênio, e de volta para hélio novamente, mas nunca havia sido feita uma observação desse processo ocorrendo. Não existem ainda boas explicações para essa transição.

"Campos magnéticos em torno de corpos cósmicos tendem a ser assimétricos, ou mais fortes de um lado," sugere Caiazzo. "Campos magnéticos podem impedir a mistura de materiais. Portanto, se o campo magnético [desta estrela] for mais forte de um lado, esse lado terá menos mistura e, portanto, mais hidrogênio." Mas seria necessário explicar o porquê de tal assimetria magnética.

Outra hipótese para explicar as duas faces também depende de campos magnéticos. Neste cenário, acredita-se que os campos alterem a pressão e a densidade dos gases atmosféricos. Pressões mais baixas na atmosfera poderiam permitir a formação de um "oceano" de hidrogênio onde os campos magnéticos são mais fortes.

Para tentar resolver o mistério, a equipe espera encontrar mais anãs brancas semelhantes à Janus, bem como obter dados detalhados desse primeiro espécime do seu tipo, para tentar desvendar sua dinâmica interna.

Fonte: Inovação Tecnológica

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