Esta imagem mostra o jovem objeto estelar 244-440 na nebulosa de Órion observado com o Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO) — a imagem mais nítida alguma vez obtida para esse objeto. A estrutura sinuosa magenta trata-se de um jato de matéria lançado perto da estrela, mas por que ele teria essa forma?
As estrelas muito jovens encontram-se frequentemente rodeadas por discos de material, que cai em direção à estrela. Parte desse material pode ser expelido em poderosos jatos perpendiculares ao disco. O jato em forma de S de 244-440 sugere que o que se esconde no centro desse objeto não é uma, mas sim duas estrelas em órbita uma da outra.
Esse movimento orbital altera periodicamente a orientação do jato, de modo semelhante ao funcionamento de um aspersor de água. Outra explicação plausível está ligada à possibilidade de a forte radiação de outras estrelas na nuvem de Órion poder estar alterando a forma do jato.
Imagens mais nítidas
Essas observações, apresentadas num novo artigo científico liderado por Andrew Kirwan, da Universidade de Maynooth (Irlanda), na revista Astronomy & Astrophysics, foram obtidas com o instrumento MUSE (Multi Unit Spectroscopic Explorer) montado no VLT do ESO, no Chile. As cores vermelha, verde e azul mostram a distribuição de ferro, nitrogênio e oxigênio, respetivamente.
Mas isso é apenas uma pequena fração de todos os dados recolhidos pelo MUSE, que, na realidade, captura milhares de imagens em diferentes cores, ou comprimentos de onda, simultaneamente, permitindo assim aos astrônomos estudar não só a distribuição de muitos elementos químicos diferentes, mas também a forma como estes se deslocam.
Além disso, o MUSE está instalado no Telescópio Principal nº 4 do VLT, o qual se encontra equipado com uma infraestrutura de óptica adaptativa avançada que corrige a turbulência atmosférica, fornecendo imagens mais nítidas do que as obtidas pelo Telescópio Espacial Hubble. Essas novas observações permitirão aos astrônomos estudar com detalhes sem precedentes como é que as estrelas nascem em nuvens massivas como a de Órion.
Fonte: ESO
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