Nessa órbita, naves e estações espaciais ficam sempre voltadas para a Terra. [Imagem: Advanced Space]
Órbita halo
Depois de uma série de adiamentos, a NASA finalmente conseguiu lançar ao espaço um microssatélite que deverá testar a viabilidade de uma nova órbita em torno da Lua. O pequeno Capstone, sigla em inglês para "Experimento de Navegação e Operações da Tecnologia do Sistema de Posicionamento Autônomo Cislunar", é um cubo de 25 kg - do tamanho de um forno de microondas - projetado para testar o que os astrofísicos chamam de "órbita halo quase retilínea" ao redor da Lua. Esta é a órbita que a NASA pretende usar para a missão Artemis e sua estação lunar Gateway.
A órbita é significativamente alongada e apresenta várias vantagens, a começar por permitir que nave fique sempre na linha de visada da Terra, garantindo comunicações ininterruptas. Nessa órbita, a sonda Capstone chegará a 1.600 km de distância de um pólo lunar, em sua passagem mais próxima, e até 43.500 km do outro pólo, em seu ponto mais distante. Uma órbita será completada a cada sete dias.
A localização em um ponto de equilíbrio preciso nas gravidades da Terra e da Lua também oferece estabilidade para missões de longo prazo, como uma estação espacial, e requer uma energia mínima para manter, reduzindo a quantidade de combustível que precisa ser levada pelas naves ou para abastecer a Gateway. A órbita que a Capstone testará estabelece ainda um local que é uma área de preparação ideal para missões além da Lua.
Viagem mais longa
O lançamento da Capstone inaugurou o uso de uma base comercial de lançamentos espaciais na Nova Zelândia. O microssatélite foi lançado por um foguete Electron, da empresa Rocket Labs, que também está estreando em voos além da órbita baixa da Terra.
Embora seja possível chegar a uma órbita padrão em torno da Lua em apenas três dias, a Capstone levará seis meses para atingir sua órbita halo. Usando foguetes maiores e mais potentes, contudo, naves tripuladas poderão levar astronautas para uma estação espacial nessa mesma órbita em no máximo 10 dias.
Após sua viagem de quatro meses, a Capstone orbitará essa região ao redor da Lua por pelo menos seis meses para entender as características da órbita. Especificamente, o satélite deverá validar os requisitos de potência e propulsão para manter sua órbita conforme previsto pelos modelos, reduzindo as incertezas logísticas.
Ele também demonstrará a confiabilidade das soluções desenvolvidas para a navegação entre espaçonaves e dos recursos de comunicação com a Terra.
Fonte: Inovação Tecnológica
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