Selecionada pela Ana, essa nebulosa parece um grande olho, principalmente se vista no infravermelho (veja acima). Quando a observamos, ela parece nos espiar de volta, daí porque é popularmente conhecida como “Olho de Deus”.
Mas a verdade é que não há nenhum planeta ali: nebulosas planetárias são um daqueles nomes da astronomia que geram bastante confusão, e isso aconteceu porque quem as descobriu se confundiu também.
Em 1764, o famoso astrônomo francês Charles Messier documentou pela primeira vez a Nebulosa do Haltere em seu catálogo, muito utilizado até hoje pelos astrônomos. A resolução dos telescópios da época era bem limitada, o que tornava o formato arredondado da nebulosa muito similar ao de um planeta com bastante gás em volta. Não sabemos quem cunhou inicialmente o termo, mas ele aparece diversas vezes nas anotações do astrônomo inglês William Herschel, o descobridor de Urano, no final do século 18.
Hoje sabemos que uma nebulosa planetária é o estágio final de estrelas com massa similar à do Sol ou até oito vezes mais massivas. No fim da vida desses astros, eles expelem as camadas mais externas, e é esse show de cores que vemos na nebulosa da Hélice.
No centro dela há um pontinho remanescente da estrela. Esse é um núcleo muito compacto que chamamos de anã branca, que pode chegar a temperaturas 4 mil vezes superiores que a do Sol. É sua luz que ilumina essas camadas mais externas e as fazem emitir luz também.
A nebulosa da Hélice está a aproximadamente 700 anos-luz da Terra. Ela foi a primeira onde se descobriu pequenos nódulos semelhantes a cometas. No total, conseguimos contar aproximadamente 40 mil nódulos na nebulosa da Hélice, que são em geral do tamanho do nosso Sistema Solar.
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