A impressão de um artista de uma estrela anã branca compacta cercada por um disco de detritos puxado depois que ele esgotou seu combustível nuclear. Estudar esse material em sistemas próximos mostra a composição da Terra e seus planetas irmãos não é incomum. Imagem: NASA / JPL-Caltech
Uma análise feita de 18 sistema planetários num intervalo de 456 anos-luz de distância da Terra, mostrou que os elementos usados para montar esses sistemas são muito similares àqueles encontrados na vizinhança da Terra, indicando que a composição é bem similar à da Terra, disseram os pesquisadores.
“É muito difícil examinar esses objetos remotos diretamente”, disse Siyi Xu do Observatório Gemini no Havaí. “Devido à grande distância envolvida, suas estrelas tendem a drenar qualquer sinal eletromagnético, como luz ou ondas de rádio. Então é necessário usar outros métodos”.
A solução foi estudar estrelas do tipo anãs brancas, que representam o final da vida de estrelas parecidas com o Sol, corpos compactos que sopraram para longe suas atmosferas externas à medida que esgotavam o seu combustível. À medida que essas estrelas esfriam, elas puxam material de planetas, asteroides e cometas que permaneceram na sua órbita, formando um disco de poeira parecido com os anéis de Saturno.
“À medida que esse material se aproxima da estrela, ele muda como nós vemos a estrela”, disse o pesquisador. “Essa mudança é mensurável pois ela influencia o sinal espectroscópico da estrela, e isso nos permite identificar o tipo e até mesmo a quantidade de material ao redor da anã branca. Essas medidas posem ser extremamente sensíveis, permitindo que corpos pequenos como asteroides sejam detectados”.
Usando o Observatório Keck no Havaí, e o Telescópio Espacial Hubble, os pesquisadores foram capazes de detectar, cálcio, magnésio, e sílica na maior parte das estrelas. Eles também podem ter encontrado água.
“É bem provável que exista muita água em alguns desses mundos”, disse Siyi Xu. “Por exemplo, nós identificamos anteriormente um sistema estelar, localizado a 170 anos-luz de distância na constelação de Boötes, que era rico em carbono, nitrogênio e água, deixando-o com a composição parecida com a composição do Cometa Halley. De modo geral, sua composição se parece muito com a composição da Terra”.
Isso implica que os mesmos blocos fundamentais que transformaram a Terra num planeta habitável sejam de certa forma comuns e nós podemos provavelmente esperar encontrar planetas parecidos com a Terra em algum outro ponto da galáxia.
Sara Seager, uma professora do Planetary Science no MIT, não estava envolvida na pesquisa, mas ela disse que os resultados são animadores. É impressionante para mim que a melhora maneira de se estudar o interior de exoplanetas é através de planetas que foram arrebentados e absorvidos por suas estrelas anãs brancas”, disse ela.
“É muito bom ver o progresso nessa área de pesquisa, e se ter uma sólida evidência de que planetas com composições parecidas com a Terra sejam comuns, isso só nos dá mais combustível para pensar que um planeta parecido com a Terra ao redor de uma estrela próxima e normal, está ali, só esperando ser descoberto”.
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