O espaço pode parecer girar em uma harmonia pacífica e silenciosa lá em cima, repleto de belas imagens telescópicas de galáxias e nebulosas com formações e cores fantásticas. Na realidade, porém, não é bem assim. A imensidão escura lá fora é tão estranha e violenta que continua a surpreender – e até mesmo assustar – os cientistas mais experientes. Alguns eventos violentos, na verdade, estão previstos para acontecer bastante perto de nós, chegando a atingir o sistema solar e a Terra – e podem até mesmo ocorrer enquanto a humanidade ainda estiver por aqui.
Veja o aterrorizante calendário:
10. Anel em Marte
Uma nova pesquisa determinou que Marte um dia poderá matar sua lua mais próxima, Phobos. Com apenas 22 km de largura, Phobos é uma das duas luas que orbitam o planeta. A cada século que passa, a órbita de Phobos encolhe e a traz 2 metros para mais perto de Marte. No fim, esta lua vai se quebrar pelas tensões de maré provocadas pelo planeta vermelho, embora o processo possa levar até 40 milhões de anos. No final, Marte terá apenas uma lua, mas terá um anel, assim como Saturno, para tomar o lugar do satélite perdido. Ao longo dos próximos milhões de anos, pedaços da lua condenada vão chover sobre a região equatorial de Marte. Isso poderia representar um problema para qualquer uma das nossas bases na área – supondo que a raça humana ainda esteja viva até então. Mesmo podendo ocorrer somente alguns milhões de anos no futuro, o evento mantém firmemente o interesse dos cientistas nos dias atuais. Phobos é uma lua única no nosso sistema solar. Ela pertence a um grupo de luas que tendem à autodestruição, uma vez que elas migram para muito perto dos planetas que orbitam. Phobos é a última dessas luas a ainda existir. Seu destino fatal pode dar aos pesquisadores informações valiosas sobre os momentos precoces do sistema solar e as mortes das outras luas suicidas.
9. A desintegração da lua
No futuro distante, a nossa lua também tem a previsão de se tornar um anel em torno da Terra. Felizmente para os amantes e lobisomens de todo o mundo, isso não vai acontecer antes de terem se passado cinco bilhões de anos. Ao contrário da situação com a Phobos, o culpado responsável pela destruição da nossa lua não é o planeta que ela orbita, mas a bola de fogo no centro do nosso sistema solar. Embora o sol seja uma estrela estável, ele um dia vai entrar na sua fase gigante vermelha, um evento solar que provavelmente vai rasgar a nossa pobre lua ao meio. A lua está atualmente se afastando da Terra em uma taxa de 4 centímetros por ano. Mas quando o sol inchar durante a sua fase de gigante vermelha, sua atmosfera vai empurrar a lua para tão perto da Terra que as forças de maré vão rasgar nosso satélite. Um anel de detritos lunares com aproximadamente 37.000 km de diâmetro vai cercar a Terra como um anel de Saturno. Semelhante a Phobos, o anel acabará por desaparecer à medida que os detritos lunares choverem na Terra.
8. Milkômeda
A Via Láctea está destinada a colidir com uma galáxia vizinha chamada Andrômeda. As consequências para ambas as galáxias serão fatais, o que significa que a Via Láctea como a conhecemos tem apenas cerca de quatro bilhões de anos restantes de vida. A gravidade está atraindo a Via Láctea e Andrômeda uma para a outra em um ritmo vertiginoso de 402.000 quilômetros por hora. Quando as duas galáxias espirais colidirem, elas vão dar origem a uma nova galáxia. A colisão será um evento cósmico espetacular que vai durar um incrível período de um bilhão de anos. Durante essa fase, as galáxias vão atravessar os movimentos de aproximação, afastando-se, e mais uma vez se abraçarão em um movimento iô-iô até que a união esteja completa. Apesar de todas as estrelas que existem nas duas galáxias, os investigadores acreditam que qualquer colisão de estrelas seja altamente improvável. Nesse sentido, o nascimento da nova galáxia – apelidada de “Milkômeda” pelos astrônomos – não vai matar a Terra ou mesmo o nosso sistema solar. No entanto, o sol estará tão quente quando isso acontecer que os nossos oceanos terão se evaporado até lá e nós ou já teremos migrado para algum outro lugar menos hostil ou já teremos virado poeira – não dá para ganhar todas. Milkômeda será uma galáxia elíptica avermelhada. A Terra irá residir na periferia dela, juntamente com o resto do nosso sistema solar.
7. Nuvem assassina
Quando os pesquisadores estavam fazendo simulações de computador, descobriram que o nosso sistema solar pode, eventualmente, se encontrar com uma névoa espacial mortal. As minúsculas partículas dessa nuvem de gás podem ser letais para toda a vida na Terra. Quando esta nuvem assassina de poeira e gás chegar, não haverá muito alarde. Ela não vai bloquear o sol ou se encaminhar em direção ao sistema solar com uma trovada negra e sinistra, causando pânico em quem ainda estiver aqui. O perigo reside na sua densidade. Pelo menos 1.000 vezes mais pesada do que qualquer coisa que a Terra passa em sua órbita agora, esta nuvem pode agir como uma força física, empurrando para trás a heliosfera protetora do sol, que nos protege de males espaciais como raios cósmicos. Quando a nuvem encontrar a Terra, a poeira e o gás podem corroer o oxigênio em nossa atmosfera. Os raios cósmicos atingirão o mundo, pondo em perigo todos os seres vivos com uma radiação mortal. Este desastre é um dos mais próximos de nós do ponto de vista do tempo espacial. Segundo os cientistas, a distância da nuvem do mal é inferior a quatro anos-luz. Em termos cósmicos, isso é um mero tique-taque do relógio. Para nossa sorte, em anos humanos, esta nuvem corrosiva está ainda alguns milênios de distância.
6. A repetição de Carrington
Em 1º de setembro de 1859, um astrônomo amador chamado Richard Carrington detectou a pior tempestade solar da história. Chamada de “Evento Carrington”, ela lançou uma ejeção de massa coronal (EMC) na Terra que provou ser um verdadeiro golpe diretamente na cara do nosso planeta. Naquela época, o único prejuízo foi a queda dos sistemas de telégrafo. Mas, na sociedade moderna, uma repetição do Evento Carrington iria introduzir a humanidade a uma catástrofe sem precedentes. A rede de energia provavelmente fritaria, e milhões de casas e empresas ficariam sem luz. Sistemas e transformadores elétricos danificados poderiam levar meses para ser reparados ou substituídos. A recuperação financeira poderia levar anos. O armazenamento de alimentos e medicamentos se tornaria extremamente difícil. Todos os serviços de eletricidade, incluindo a comunicação, seriam afetados ou até mesmo desligados completamente.
Assustadoramente, têm havido alguns quase-incidentes desta proporção nos últimos anos. Em 2012, a Terra perdeu uma catástrofe por cerca de uma semana quando uma EMC que superava o poder do Evento Carrington passou raspando nosso planeta. Se a tempestade solar tivesse ocorrido mais cedo, os cientistas acreditam que os danos ainda estariam prejudicando a sociedade de hoje. A sociedade moderna está numa posição especialmente vulnerável por causa de sua dependência extremamente grande da eletricidade. EMCs não podem ser desviadas ou mesmo notadas até cerca de uma hora antes de chegarem em nós, o que impede qualquer reação antecipada. E este não é um evento muito raro: cientistas solares contaram 15.000 EMCs entre 1996 e 2010. Eles acreditam que é apenas uma questão de tempo, possivelmente na próxima década, antes que uma tão grande quanto o Evento Carrington atinja a Terra.
5. Estrelas da Morte
Um enorme aglomerado de cometas chamado Nuvem de Oort forma uma “bolha” em torno do nosso sol. Se uma estrela precisar se mover através da Nuvem de Oort ou simplesmente chegar perto o suficiente para que sua força gravitacional afete os objetos na Nuvem de Oort, os objetos desalojados poderiam cair no interior do sistema solar e possivelmente causar estragos entre os planetas – inclusive na Terra. Os cientistas já identificaram várias dessas “estrelas da morte” que podem passar pela Nuvem de Oort. A mais perigosa, uma anã laranja chamada HIP-85605, tem uma chance de 90% de arrastar coisas através da nuvem. Felizmente, a sua chegada está mais de 240.000 anos no futuro. Gliese 710, uma outra estrela com as mesmas chances, estará nas redondezas em um milênio ou mais. Na verdade, mais 12 estrelas zumbirão pelo nosso sistema solar de uma forma similar nos próximos dois milhões de anos. As chances de uma colisão entre um objeto Oort e a Terra é pequena, mas não impossível. Há duas crateras de impacto na Terra que podem, provavelmente, estar ligadas à passagem da estrela HIP103738, que esteve perto do sol quase quatro milhões de anos atrás.
4. Anã parasita
Cerca de 3.260 anos-luz de distância do nosso sistema solar – portanto, algo próximo, em termos cósmicos – um sistema estelar binário chamado T Pyxidis contém uma estrela parecida com o nosso sol e uma anã branca que têm uma relação parasitária. A anã branca é uma parasita volátil que consome gás rico em hidrogênio vindo de sua companheira e entra em erupção com explosões termonucleares a cada 20 anos como resultado. Em termos de perigo para a Terra, estas explosões são como estourar plástico bolha. O problema real ocorrerá quando a anã branca virar uma supernova após acumular muita massa de sua vizinha. A explosão será de tais proporções épicas que vai matar a anã branca e pôr em perigo a Terra com a energia de 1.000 explosões solares. Ela pode até mesmo destruir a camada de ozônio da Terra depois que os raios gama fizerem óxidos nitrosos surgirem na nossa atmosfera. Os pesquisadores estimam que a morte violenta da estrela anã ocorrerá daqui cerca de 10 milhões de anos. No entanto, se a anã branca acumular massa em um ritmo mais rápido do que o atualmente calculado, a explosão poderia acontecer mais cedo.
3. Colisão de planetas
Órbitas planetárias não são estáveis, e tornam-se muito menos estáveis conforme o tempo passa. Quando os cientistas fizeram simulações de computador sobre as futuras órbitas planetárias, eles descobriram algo surpreendente e talvez um pouco perturbador. Em um par de bilhões de anos, há uma pequena possibilidade de que os planetas no nosso sistema solar colidam uns com os outros. O caminho em que Mercúrio orbita em torno do sol pode se ampliar o suficiente para atravessar a estrada que Vênus trilha. Tal encontro poderia arremessar Mercúrio diretamente para o sol, para fora do sistema solar ou até mesmo em rota de colisão com a Terra. No entanto, este cenário é bastante improvável: os pesquisadores fizeram 2.500 simulações de diferentes órbitas planetárias e apenas 25 indicaram uma desestabilização tão perigosa da órbita de Mercúrio. Além disso, se Mercúrio bater em Vênus ou no sol, os outros planetas não serão afetados. Em um evento menos provável ainda, Mercúrio pode ficar desestabilizado, passando muito perto das forças gravitacionais de Júpiter. Por sua vez, isso desestabilizaria Marte. O planeta vermelho se tornaria uma bala indireta que a Terra não seria capaz de se esquivar. Ao passar muito perto da Terra, Marte causaria uma colisão entre a Terra e Vênus por perturbar a órbita de Vênus.
2. A grande mudança
Os pesquisadores acreditam que existem várias maneiras que o universo pode permanentemente ir para o ralo. Enquanto a maioria delas pode acontecer muito tempo depois da humanidade deixar de existir por estas bandas, pode haver uma exceção chamada “a grande mudança”. Ela é similar a um experimento simples com água. Se a água e o vidro estão ambos excepcionalmente limpos, a água não vai congelar, mesmo que seja mantida um pouco abaixo do seu ponto de congelamento. A água seria super-resfriada, mas permaneceria no estado líquido porque ela precisa de um objeto para que a formação de gelo aconteça. Se for jogado um pedaço de gelo, a água vai congelar rapidamente. O universo está, possivelmente, em tal estado super-resfriado, mas em termos de vácuo.
A física quântica afirma que mesmo vácuos completos possuem uma partícula de energia. Mas o perigo espreita em vácuos que notavelmente têm ainda menos energia do que isso. Se dois vácuos com uma diferença de energia se encontram, o resultado será catastrófico. Como a água, o nosso universo – que é o vácuo com mais energia, no caso – está esperando por um gatilho do tamanho de um fio de cabelo para mudar sua forma como a conhecemos. Se um vácuo de menor energia de alguma forma aparecer no universo, o vácuo recém-nascido rapidamente criaria uma bolha que iria expandir na velocidade da luz. Ele iria destruir tudo o que estivesse a seu alcance – humanos, galáxias e o próprio universo.
1. A estrela Wolf-Rayet
A constelação de Sagitário contém uma ameaça potencial que poderia enviar a vida na Terra para o caminho que tomaram os dinossauros alguns milhões de anos atrás. Uma espiral de fogo chamada WR 104 possui duas estrelas em seu centro, orbitando uma a outra enquanto chegam ao fim de suas vidas. Ambas estão destinadas a autodestruição como supernovas. Na verdade, uma já está na última fase antes de sua explosão estelar massiva. Essa estrela é chamada de Wolf-Rayet e é considerada uma bomba-relógio no espaço. A Wolf-Rayet pode virar uma supernova nos próximos cem mil anos. Devido à sua posição, ela poderia disparar raios gama em direção à Terra. Explosões de raios gama – atualmente consideradas as explosões mais fortes do universo – concentram mais energia em um minuto do que o sol pode acumular durante o seu período de vida de 10 bilhões de anos.
Uma vez que os feixes se movem na velocidade da luz, nós não os veríamos chegando. O sistema espiral WR 104 pode estar cerca de 8.000 anos-luz de distância, mas ainda pode causar estragos na Terra. Se esses raios gama nos atingirem, poderia haver extinções em grande escala. Nós experimentaríamos um cenário de desastres agrícolas, chuva ácida e fome para os sobreviventes. Um clima mais frio e uma camada de ozônio diluída permitiriam que os raios ultravioletas mais prejudiciais penetrassem na nossa atmosfera. Qualquer um que vivesse no lado da Terra que enfrentasse o impacto iria experimentar radiação semelhante a uma detonação nuclear e sofrer doenças provocadas por ela. Em suma, estaríamos fritos.
Veja o aterrorizante calendário:
10. Anel em Marte
Uma nova pesquisa determinou que Marte um dia poderá matar sua lua mais próxima, Phobos. Com apenas 22 km de largura, Phobos é uma das duas luas que orbitam o planeta. A cada século que passa, a órbita de Phobos encolhe e a traz 2 metros para mais perto de Marte. No fim, esta lua vai se quebrar pelas tensões de maré provocadas pelo planeta vermelho, embora o processo possa levar até 40 milhões de anos. No final, Marte terá apenas uma lua, mas terá um anel, assim como Saturno, para tomar o lugar do satélite perdido. Ao longo dos próximos milhões de anos, pedaços da lua condenada vão chover sobre a região equatorial de Marte. Isso poderia representar um problema para qualquer uma das nossas bases na área – supondo que a raça humana ainda esteja viva até então. Mesmo podendo ocorrer somente alguns milhões de anos no futuro, o evento mantém firmemente o interesse dos cientistas nos dias atuais. Phobos é uma lua única no nosso sistema solar. Ela pertence a um grupo de luas que tendem à autodestruição, uma vez que elas migram para muito perto dos planetas que orbitam. Phobos é a última dessas luas a ainda existir. Seu destino fatal pode dar aos pesquisadores informações valiosas sobre os momentos precoces do sistema solar e as mortes das outras luas suicidas.
9. A desintegração da lua
No futuro distante, a nossa lua também tem a previsão de se tornar um anel em torno da Terra. Felizmente para os amantes e lobisomens de todo o mundo, isso não vai acontecer antes de terem se passado cinco bilhões de anos. Ao contrário da situação com a Phobos, o culpado responsável pela destruição da nossa lua não é o planeta que ela orbita, mas a bola de fogo no centro do nosso sistema solar. Embora o sol seja uma estrela estável, ele um dia vai entrar na sua fase gigante vermelha, um evento solar que provavelmente vai rasgar a nossa pobre lua ao meio. A lua está atualmente se afastando da Terra em uma taxa de 4 centímetros por ano. Mas quando o sol inchar durante a sua fase de gigante vermelha, sua atmosfera vai empurrar a lua para tão perto da Terra que as forças de maré vão rasgar nosso satélite. Um anel de detritos lunares com aproximadamente 37.000 km de diâmetro vai cercar a Terra como um anel de Saturno. Semelhante a Phobos, o anel acabará por desaparecer à medida que os detritos lunares choverem na Terra.
8. Milkômeda
A Via Láctea está destinada a colidir com uma galáxia vizinha chamada Andrômeda. As consequências para ambas as galáxias serão fatais, o que significa que a Via Láctea como a conhecemos tem apenas cerca de quatro bilhões de anos restantes de vida. A gravidade está atraindo a Via Láctea e Andrômeda uma para a outra em um ritmo vertiginoso de 402.000 quilômetros por hora. Quando as duas galáxias espirais colidirem, elas vão dar origem a uma nova galáxia. A colisão será um evento cósmico espetacular que vai durar um incrível período de um bilhão de anos. Durante essa fase, as galáxias vão atravessar os movimentos de aproximação, afastando-se, e mais uma vez se abraçarão em um movimento iô-iô até que a união esteja completa. Apesar de todas as estrelas que existem nas duas galáxias, os investigadores acreditam que qualquer colisão de estrelas seja altamente improvável. Nesse sentido, o nascimento da nova galáxia – apelidada de “Milkômeda” pelos astrônomos – não vai matar a Terra ou mesmo o nosso sistema solar. No entanto, o sol estará tão quente quando isso acontecer que os nossos oceanos terão se evaporado até lá e nós ou já teremos migrado para algum outro lugar menos hostil ou já teremos virado poeira – não dá para ganhar todas. Milkômeda será uma galáxia elíptica avermelhada. A Terra irá residir na periferia dela, juntamente com o resto do nosso sistema solar.
7. Nuvem assassina
Quando os pesquisadores estavam fazendo simulações de computador, descobriram que o nosso sistema solar pode, eventualmente, se encontrar com uma névoa espacial mortal. As minúsculas partículas dessa nuvem de gás podem ser letais para toda a vida na Terra. Quando esta nuvem assassina de poeira e gás chegar, não haverá muito alarde. Ela não vai bloquear o sol ou se encaminhar em direção ao sistema solar com uma trovada negra e sinistra, causando pânico em quem ainda estiver aqui. O perigo reside na sua densidade. Pelo menos 1.000 vezes mais pesada do que qualquer coisa que a Terra passa em sua órbita agora, esta nuvem pode agir como uma força física, empurrando para trás a heliosfera protetora do sol, que nos protege de males espaciais como raios cósmicos. Quando a nuvem encontrar a Terra, a poeira e o gás podem corroer o oxigênio em nossa atmosfera. Os raios cósmicos atingirão o mundo, pondo em perigo todos os seres vivos com uma radiação mortal. Este desastre é um dos mais próximos de nós do ponto de vista do tempo espacial. Segundo os cientistas, a distância da nuvem do mal é inferior a quatro anos-luz. Em termos cósmicos, isso é um mero tique-taque do relógio. Para nossa sorte, em anos humanos, esta nuvem corrosiva está ainda alguns milênios de distância.
6. A repetição de Carrington
Em 1º de setembro de 1859, um astrônomo amador chamado Richard Carrington detectou a pior tempestade solar da história. Chamada de “Evento Carrington”, ela lançou uma ejeção de massa coronal (EMC) na Terra que provou ser um verdadeiro golpe diretamente na cara do nosso planeta. Naquela época, o único prejuízo foi a queda dos sistemas de telégrafo. Mas, na sociedade moderna, uma repetição do Evento Carrington iria introduzir a humanidade a uma catástrofe sem precedentes. A rede de energia provavelmente fritaria, e milhões de casas e empresas ficariam sem luz. Sistemas e transformadores elétricos danificados poderiam levar meses para ser reparados ou substituídos. A recuperação financeira poderia levar anos. O armazenamento de alimentos e medicamentos se tornaria extremamente difícil. Todos os serviços de eletricidade, incluindo a comunicação, seriam afetados ou até mesmo desligados completamente.
Assustadoramente, têm havido alguns quase-incidentes desta proporção nos últimos anos. Em 2012, a Terra perdeu uma catástrofe por cerca de uma semana quando uma EMC que superava o poder do Evento Carrington passou raspando nosso planeta. Se a tempestade solar tivesse ocorrido mais cedo, os cientistas acreditam que os danos ainda estariam prejudicando a sociedade de hoje. A sociedade moderna está numa posição especialmente vulnerável por causa de sua dependência extremamente grande da eletricidade. EMCs não podem ser desviadas ou mesmo notadas até cerca de uma hora antes de chegarem em nós, o que impede qualquer reação antecipada. E este não é um evento muito raro: cientistas solares contaram 15.000 EMCs entre 1996 e 2010. Eles acreditam que é apenas uma questão de tempo, possivelmente na próxima década, antes que uma tão grande quanto o Evento Carrington atinja a Terra.
5. Estrelas da Morte
Um enorme aglomerado de cometas chamado Nuvem de Oort forma uma “bolha” em torno do nosso sol. Se uma estrela precisar se mover através da Nuvem de Oort ou simplesmente chegar perto o suficiente para que sua força gravitacional afete os objetos na Nuvem de Oort, os objetos desalojados poderiam cair no interior do sistema solar e possivelmente causar estragos entre os planetas – inclusive na Terra. Os cientistas já identificaram várias dessas “estrelas da morte” que podem passar pela Nuvem de Oort. A mais perigosa, uma anã laranja chamada HIP-85605, tem uma chance de 90% de arrastar coisas através da nuvem. Felizmente, a sua chegada está mais de 240.000 anos no futuro. Gliese 710, uma outra estrela com as mesmas chances, estará nas redondezas em um milênio ou mais. Na verdade, mais 12 estrelas zumbirão pelo nosso sistema solar de uma forma similar nos próximos dois milhões de anos. As chances de uma colisão entre um objeto Oort e a Terra é pequena, mas não impossível. Há duas crateras de impacto na Terra que podem, provavelmente, estar ligadas à passagem da estrela HIP103738, que esteve perto do sol quase quatro milhões de anos atrás.
4. Anã parasita
Cerca de 3.260 anos-luz de distância do nosso sistema solar – portanto, algo próximo, em termos cósmicos – um sistema estelar binário chamado T Pyxidis contém uma estrela parecida com o nosso sol e uma anã branca que têm uma relação parasitária. A anã branca é uma parasita volátil que consome gás rico em hidrogênio vindo de sua companheira e entra em erupção com explosões termonucleares a cada 20 anos como resultado. Em termos de perigo para a Terra, estas explosões são como estourar plástico bolha. O problema real ocorrerá quando a anã branca virar uma supernova após acumular muita massa de sua vizinha. A explosão será de tais proporções épicas que vai matar a anã branca e pôr em perigo a Terra com a energia de 1.000 explosões solares. Ela pode até mesmo destruir a camada de ozônio da Terra depois que os raios gama fizerem óxidos nitrosos surgirem na nossa atmosfera. Os pesquisadores estimam que a morte violenta da estrela anã ocorrerá daqui cerca de 10 milhões de anos. No entanto, se a anã branca acumular massa em um ritmo mais rápido do que o atualmente calculado, a explosão poderia acontecer mais cedo.
3. Colisão de planetas
Órbitas planetárias não são estáveis, e tornam-se muito menos estáveis conforme o tempo passa. Quando os cientistas fizeram simulações de computador sobre as futuras órbitas planetárias, eles descobriram algo surpreendente e talvez um pouco perturbador. Em um par de bilhões de anos, há uma pequena possibilidade de que os planetas no nosso sistema solar colidam uns com os outros. O caminho em que Mercúrio orbita em torno do sol pode se ampliar o suficiente para atravessar a estrada que Vênus trilha. Tal encontro poderia arremessar Mercúrio diretamente para o sol, para fora do sistema solar ou até mesmo em rota de colisão com a Terra. No entanto, este cenário é bastante improvável: os pesquisadores fizeram 2.500 simulações de diferentes órbitas planetárias e apenas 25 indicaram uma desestabilização tão perigosa da órbita de Mercúrio. Além disso, se Mercúrio bater em Vênus ou no sol, os outros planetas não serão afetados. Em um evento menos provável ainda, Mercúrio pode ficar desestabilizado, passando muito perto das forças gravitacionais de Júpiter. Por sua vez, isso desestabilizaria Marte. O planeta vermelho se tornaria uma bala indireta que a Terra não seria capaz de se esquivar. Ao passar muito perto da Terra, Marte causaria uma colisão entre a Terra e Vênus por perturbar a órbita de Vênus.
2. A grande mudança
Os pesquisadores acreditam que existem várias maneiras que o universo pode permanentemente ir para o ralo. Enquanto a maioria delas pode acontecer muito tempo depois da humanidade deixar de existir por estas bandas, pode haver uma exceção chamada “a grande mudança”. Ela é similar a um experimento simples com água. Se a água e o vidro estão ambos excepcionalmente limpos, a água não vai congelar, mesmo que seja mantida um pouco abaixo do seu ponto de congelamento. A água seria super-resfriada, mas permaneceria no estado líquido porque ela precisa de um objeto para que a formação de gelo aconteça. Se for jogado um pedaço de gelo, a água vai congelar rapidamente. O universo está, possivelmente, em tal estado super-resfriado, mas em termos de vácuo.
A física quântica afirma que mesmo vácuos completos possuem uma partícula de energia. Mas o perigo espreita em vácuos que notavelmente têm ainda menos energia do que isso. Se dois vácuos com uma diferença de energia se encontram, o resultado será catastrófico. Como a água, o nosso universo – que é o vácuo com mais energia, no caso – está esperando por um gatilho do tamanho de um fio de cabelo para mudar sua forma como a conhecemos. Se um vácuo de menor energia de alguma forma aparecer no universo, o vácuo recém-nascido rapidamente criaria uma bolha que iria expandir na velocidade da luz. Ele iria destruir tudo o que estivesse a seu alcance – humanos, galáxias e o próprio universo.
1. A estrela Wolf-Rayet
A constelação de Sagitário contém uma ameaça potencial que poderia enviar a vida na Terra para o caminho que tomaram os dinossauros alguns milhões de anos atrás. Uma espiral de fogo chamada WR 104 possui duas estrelas em seu centro, orbitando uma a outra enquanto chegam ao fim de suas vidas. Ambas estão destinadas a autodestruição como supernovas. Na verdade, uma já está na última fase antes de sua explosão estelar massiva. Essa estrela é chamada de Wolf-Rayet e é considerada uma bomba-relógio no espaço. A Wolf-Rayet pode virar uma supernova nos próximos cem mil anos. Devido à sua posição, ela poderia disparar raios gama em direção à Terra. Explosões de raios gama – atualmente consideradas as explosões mais fortes do universo – concentram mais energia em um minuto do que o sol pode acumular durante o seu período de vida de 10 bilhões de anos.
Uma vez que os feixes se movem na velocidade da luz, nós não os veríamos chegando. O sistema espiral WR 104 pode estar cerca de 8.000 anos-luz de distância, mas ainda pode causar estragos na Terra. Se esses raios gama nos atingirem, poderia haver extinções em grande escala. Nós experimentaríamos um cenário de desastres agrícolas, chuva ácida e fome para os sobreviventes. Um clima mais frio e uma camada de ozônio diluída permitiriam que os raios ultravioletas mais prejudiciais penetrassem na nossa atmosfera. Qualquer um que vivesse no lado da Terra que enfrentasse o impacto iria experimentar radiação semelhante a uma detonação nuclear e sofrer doenças provocadas por ela. Em suma, estaríamos fritos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário