Os cientistas acreditam que, cerca de 50 milhões de anos atrás, a Terra vivia um dos capítulos mais quentes da história dos últimos 65 milhões de anos. Agora, novas evidências indicam que o clima não deve ter sido tão quente quanto se pensava anteriormente – mas ainda era quente.
Os cientistas analisaram assinaturas químicas em conchas fossilizadas de moluscos que viveram no que agora é o Alabama, EUA, que há 50 milhões de anos atrás era um vasto habitat marinho. Hoje, a temperatura média na área de estudo é de 24 graus Celsius.
Durante o Eoceno, nome formal para a época estudada, as temperaturas da água nas regiões subtropicais giravam em torno de 27 graus Celsius, ligeiramente mais fria do que estudos anteriores previram.
Segundo os pesquisadores, havia crocodilos acima do Círculo Ártico e palmeiras no Alasca. O que ainda permanece um mistério é quanto mais quente estava a temperatura em latitudes diferentes, e como isso pode ser usado para projetar temperaturas futuras com base no que sabemos sobre níveis de dióxido de carbono.
Isso porque, durante o Eoceno, o nível atmosférico de dióxido de carbono (CO2) na Terra era maior do que hoje. Estudar a correlação entre o CO2 e a temperatura no passado pode ajudar os cientistas a entender melhor como os níveis de CO2 afetam o aquecimento global.
Estudos anteriores sugeriram que, naquela época, as regiões polares da Terra eram muito quentes, em torno de 30 graus Celsius. No entanto, como os raios solares são mais fortes no equador do planeta, é improvável que as regiões subtropicais fossem consistentemente mais frias do que os polos.
Como o estudo mostrou uma temperatura de 27 graus Celsius em regiões subtropicais, isso sugere que as estimativas anteriores de temperatura durante o Eoceno precoce foram provavelmente superestimadas, especialmente em latitudes mais altas, próximas aos polos.
Os pesquisadores alertam que essa conclusão não significa que elevados níveis de CO2 atmosféricos não produziram um efeito estufa – a Terra era claramente mais quente durante o início do Eoceno. Os resultados apoiam sim as previsões de que o aumento dos níveis de CO2 atmosféricos resulta em um clima mais quente, com menos sazonalidade em todo o globo
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