sábado, 26 de maio de 2012
terça-feira, 22 de maio de 2012
Mistério: o que causou o Dia Escuro?
O fenômeno aconteceu em 19 de maio de 1780 na Nova Inglaterra (EUA) e Canadá, e foi conhecido como o Dark Day ou Dia Escuro. Pelo nome, você já entendeu: foi um dia escuro.
Nos últimos 232 anos, historiadores e cientistas têm discutido a origem do evento: seria um vulcão, uma nuvem de fumaça, um asteroide, ou algo mais sinistro?
Com o pouco conhecimento da época, as pessoas estavam com medo, e alguns advogados de Connecticut (EUA) achavam que estava ocorrendo o Julgamento Final, principalmente por que nos dias anteriores, tanto o sol quanto a lua tiveram uma luz avermelhada.
Mas, o que poderia ter acontecido naquele dia de 1780?
O Departamento de Meteorologia apontou que uma nuvem espessa poderia baixar o suficiente para fazer as luzes das ruas acenderem e os carros terem que ligar os faróis. Mas é improvável que uma nuvem fosse capaz de causar todos os eventos do Dia Escuro.
Um eclipse também foi descartado, por que estes eventos são previsíveis, e não há registro de um naquele dia. Além do mais, eclipses duram poucos minutos.
Outra possibilidade seria a erupção de um vulcão – a erupção do Eyjafjallajokull espalhou cinzas na atmosfera o suficiente para obrigar aeroportos a cancelarem pousos e decolagens por toda a Europa Setentrional. Além disso, as cinzas vulcânicas podem causar “dias amarelos”.
Só que não há registro de atividade vulcânica naquele ano de 1780, o que faz com que uma nuvem vulcânica seja improvável. E a queda de um asteroide também é improvável, embora não possa ser desartada.
A resposta para este enigma pode estar nas árvores, acreditam alguns cientistas. Acadêmicos do Departamento de Silvicultura da Universidade do Missouri, EUA, analisaram troncos de árvores da Nova Inglaterra, em uma região em que prevalecem os ventos vindos do oeste. Eles encontraram anéis com marcas de incêndio datando daquela época.
O professor associado de geografia William Blake, da Universidade de Plymouth, EUA, aponta que houve uma seca na região em 1780, fazendo com que um incêndio seja provável.
Mas um incêndio florestal poderia causar um escurecimento como o relatado? O professor Blake conta que testemunhou incêndios na Austrália e que, quanto maior o incêndio, mais ele escurece o céu. E a combinação de fuligem e neblina pode fazer cair uma escuridão.
O relato de testemunhas oculares dá força à hipótese do incêndio florestal, já que alguns relatam que sentiram um cheiro estranho que parecia com o de uma casa de malte ou um forno à carvão.
O curioso é que dias escuros não são novidade. William Corliss, físico e cronista de eventos inexplicáveis, conseguiu reunir o relato de 46 dias escuros entre 1091 e 1971. Um deles assustou a população da mesma região em 1950, causado por um incêndio em Alberta (EUA). Algumas pessoas acharam que se tratava de um ataque nuclear ou um eclipse solar, pois a escuridão era tanta que parecia meia-noite para quem acordasse ao meio-dia.
E você, tem alguma outra explicação para o misterioso Dia Escuro?
Assistir a um eclipse sem proteção nos olhos pode causar cegueira?
Todo o mundo já ouviu falar que assistir a um eclipse pode cegá-lo. Será que isso é verdade? Bom, certamente não é motivo para você perder tal evento tão bonito. O primeiro dos quatro eclipses solares parciais programados para ocorrer em 2011 foi dia 4 de janeiro. Se você mora ou estava na Europa, Ásia ou África, deveria ter assistido o evento; só não se esqueça de atender aos conselhos dos especialistas: não olhe diretamente para o eclipse.
Segundo os oftalmologistas, não é o eclipse em si que é uma a ameaça; quando você olha para o sol diretamente, por mais de alguns segundos, isso pode causar danos permanentes nos olhos.
O que acontece é que o fascínio de um eclipse dá às pessoas uma razão para olhar diretamente para a estrela de fogo. Olhar para o sol durante um eclipse pode levar a uma condição conhecida como “cegueira por eclipse”.
Quando os olhos desprotegidos olham para o sol por um período prolongado de tempo, a intensa luz visível pode danificar ou mesmo destruir células bastonetes e cone, sensíveis à luz, dentro da retina.
Os oftalmologistas afirmam que olhar diretamente para o sol vai “acabar” com a alta resolução das imagens, e um pouco da visão das cores. Cerca de 10 minutos olhando para o sol pode causar algum grau de cegueira permanente. Da mesma forma que as células do cérebro, cones e bastonetes não regeneram; o tanto com que uma pessoa nasce é o tanto que ela tem para o resto de sua vida.
Você ainda poderia se perguntar: quem passaria 10 minutos olhando para o sol? Alguém sob efeito do LSD, por exemplo. De acordo com um estudo de 1973, o LSD produz um grau elevado de consciência de imagens visuais. Como resultado, os usuários de LSD tendem a se atrair para objetos brilhantes e coloridos. O LSD também dilata a pupila, e isso pode resultar em uma maior concentração de luz absorvida.
A pesquisa chegou a essa conclusão a partir do estudo de dois casos, sendo que em um deles, uma menina de 15 anos que tinha ouvido uma palestra sobre os perigos do uso de drogas alucinógenas e olhar para o sol pensou que “seria uma coisa boa queimar as retinas”, tomou LSD e ficou olhando para o sol por um período indeterminado de tempo. Embora ela não seja capaz de ler claramente depois disso, conseguiu recuperar sua visão plena após dois meses.
Para assistir a um eclipse com segurança, aqui vai duas dicas: em primeiro lugar, absolutamente não use drogas alucinógenas. Depois, óculos de sol não são eficientes. É melhor comprar óculos que ofereçam proteção adequada em lojas de suprimentos de solda, alguns fabricados especialmente para a observação solar. Ou então, fabrique você mesmo uma câmera pinhole usando uma caixa de sapatos
Foto: eclipse anular solar
Há pouco tempo, no dia 6 de maio, vocês viram a superlua, que, por conta de sua órbita elíptica, estava no ponto mais próximo (perigeu, que em grego significa “lua gigante do homem lobo”) da Terra, e apareceu para nós 14% maior e 30% mais brilhante.
Nós também informamos que, em breve, em 20 de maio, ela chegaria a seu ponto mais distante (apogeu) da Terra, em uma lua nova, junto também do primeiro eclipse solar de 2012, que seria visível apenas para grande parte da Ásia, Pacífico e América do Norte.
Ao longo de um caminho de 240 a 300 quilômetros de largura, observadores em vários pontos da Terra viram o eclipse anular solar (que durou quatro minutos). Perto do apogeu, a “menor lua” do ano coube dentro do disco luminoso solar.
No trajeto de três horas e meia, o eclipse seguiu para o leste, começando no sul da China, atravessando o Pacífico Norte, e chegando na América do Norte, cruzando os EUA da costa oeste no sul do Oregon até o norte da Califórnia.
Os mais felizardos observadores do fenômeno foram os moradores de Tóquio, no centro desse trajeto. Porém, um eclipse parcial foi visível em uma área muito maior na América do Norte, Pacífico e Ásia oriental.
Geralmente, esse evento raro cria uma figura parecida com um “anel de fogo”, em que a lua bloqueia, mas não completamente, o sol. Lindo!
Só que você, brasileiro, não viu nada. Nós moramos no hemisfério sul e perdemos o show, mas não as fotos. Um viva para a tecnologia!
A foto acima foi tirada por Joseph Tame, no Japão. O eclipse parece um anel (mais de gelo do que de fogo) em suspensão, ou um halo. Lindo, não? Veja mais fotos do fenômeno nessa galeria.
Fazia tempo que não tínhamos um eclipse solar anular, mas o próximo não vai demorar tanto: será dia 10 de maio de 2013.
Como comentamos que o evento normalmente parece um anel de fogo, veja também essa imagem abaixo, filtrada em um telescópio, feita durante o eclipse anular de 15 de janeiro de 2010, na cidade de Kanyakumari, sul da Índia. Lindo também, não ?
sábado, 19 de maio de 2012
Porque Ganimedes merece nossa atenção
Astrobiologia. Já ouviu falar? É uma área bem recente, que surgiu no
início dos anos de 1960 e que se debruça sobre a compreensão das
condições em que a vida pode existir ou ser preservada no cosmos. Em
português simples: procura vida extraterrestre.
Dentro desse contexto, Ganimedes merece nossa atenção, pois detém
vários elementos para a vida existir, de acordo com a física Emma Bunce,
da Universidade de Leicester, no Reino Unido. Como, por exemplo, um
próprio oceano, auroras e oxigênio. Descoberta pelo astrônomo alemão
Simon Marius (1573-1624) e pelo físico italiano Galileu Galilei
(1564-1624), ela é a maior lua de Júpiter e do nosso sistema solar, com
um diâmetro aproximado de 5.262 quilômetros.
Mas seu diferencial reside na sua composição, composta por um núcleo
rochoso com um manto de água e gelo, e uma crosta de rocha e gelo.
Agora, a Agência Espacial Europeia confirmou oficialmente que irá até
lá. Os custos aproximados giram em torno de 1 bilhão de euros, cerca de
R$ 2,3 bilhões, uma quantidade curiosa para tempos de crise.
Missão espacial de Juice
Esse é o nome da espaçonave, cujo fim de jornada será a órbita da lua Ganimedes, a fim de responder a algumas questões.
Por exemplo, quão profundo é o oceano dessa lua? E ele existe por toda a lua ou está espalhado, mais como lagos?
Além disso, cientistas querem compreender melhor o campo magnético
dessa lua, a única com um campo magnético em todo o sistema solar.
Entender esse campo e como ele interage com o campo de Júpiter é um dos
pontos chave.
“Ganimedes é um ambiente bastante rico, por isso estamos todos
excitados”, afirma Bunce. Mas seu lançamento está planejado somente para
2022, com previsão de chegada em Ganimedes em 2032.
Ganimedes, o amante de Zeus
A maior lua de Júpiter recebe esse nome em homenagem ao belo e jovem
amante de Zeus (correspondente ao Júpiter romano), segundo a mitologia
grega.
Conta a lenda que Zeus se apaixonou pelo jovem enquanto Ganimedes
pastoreava seu rebanho no Monte Ida. Zeus então apareceu transfigurado
como uma águia e o levou para o Monte Olimpo, onde Ganimedes se tornou
empregado dos deuses, servindo-lhes bebidas em seus banquetes.
Isso provocou a ira de Hera e, por isso, Zeus colocou a imagem de
Ganimedes entre as estrelas, na forma da constelação de Aquário, o
carregador de água, para sempre lembrar de seu amado.
Pondo as lendas de lado, muitos afirmam que essa é uma alegoria para justificar a homossexualidade entre os gregos antigos
Superfície de Marte pode já ter sido úmida como a da Terra
Talvez seja possível prever como será nosso planeta daqui a alguns bilhões de anos olhando para como Marte está agora. É o que indica um estudo do Instituto de Tecnologia da Geórgia (EUA).
A partir da análise de um fragmento vulcânico, os cientistas acreditam que a atmosfera do Planeta Vermelho há 3,5 bilhões de anos era muito mais densa, o que possibilitaria a existência de vastos oceanos por lá naquela época.
O planeta Marte, atualmente, tem uma superfície seca. Recentes descobertas de vestígios de água fazem referência apenas ao passado: houve água um belo dia, hoje já não há mais. Existe um consenso entre os cientistas que uma das principais razões para isso é a baixa densidade da atmosfera.
Cerca de cem vezes menos densa que a nossa, uma atmosfera como aquela não permite, por condições de pressão, que haja fontes estáveis de água em estado líquido correndo sobre o solo. Mas será que Marte já não teve tais condições no passado?
Um simples fragmento pode ter muito a revelar
Os pesquisadores dos Estados Unidos desejavam um experimento que pudesse mostrar, de maneira concreta, que o solo em Marte realmente já foi úmido.
Em 2007, a oportunidade apareceu: a sonda Spirit, robô de quatro rodas que passeou pela superfície do Planeta Vermelho de 2004 a 2010, coletou certo fragmento de rocha que deu muito em que pensar.
Conforme apuraram os cientistas, este fragmento havia sido expelido por um vulcão marciano há cerca de 3,5 bilhões de anos. Passou um período na atmosfera, mas acabou caindo no chão.
Na queda, o fragmento causou no solo uma notável depressão (chamada de “sag bomb”, em inglês), que intrigou os cientistas: como é que um fragmento poderia fazer um estrago tão grande ao cair se a atmosfera fosse pouco espessa? De fato, não era. Há mais de três bilhões de anos, Marte tinha uma atmosfera vinte vezes mais densa.
Experimento matou dois coelhos com uma cajadada só
Esta situação, de “ascensão e queda” de uma rocha vulcânica em Marte, foi simulada em laboratório (você pode ter uma boa ideia de como foi o procedimento através deste vídeo).
O objetivo era recriar uma depressão (“sag bomb”) igual à que se produziu em Marte, e ficar de olho nas duas condições necessárias para que a cratera resultante fosse a mesma: a velocidade da queda e a umidade do solo em questão.
Foram feitos testes com vários tipos de materiais rochosos, que eram lançados de determinada altura em três diferentes superfícies: um solo de areia seca, outro de areia úmida e outro com areia saturada de umidade, como uma argila.
Descobriu-se que, independente do material que caía no solo, a cratera mais parecida com a de Marte se formava na “argila”. A velocidade de queda necessária para isso, superior a 140 km/h, indica que a superfície de Marte realmente já foi mais densa e, no mínimo, muito mais úmida que a atual
A partir da análise de um fragmento vulcânico, os cientistas acreditam que a atmosfera do Planeta Vermelho há 3,5 bilhões de anos era muito mais densa, o que possibilitaria a existência de vastos oceanos por lá naquela época.
O planeta Marte, atualmente, tem uma superfície seca. Recentes descobertas de vestígios de água fazem referência apenas ao passado: houve água um belo dia, hoje já não há mais. Existe um consenso entre os cientistas que uma das principais razões para isso é a baixa densidade da atmosfera.
Cerca de cem vezes menos densa que a nossa, uma atmosfera como aquela não permite, por condições de pressão, que haja fontes estáveis de água em estado líquido correndo sobre o solo. Mas será que Marte já não teve tais condições no passado?
Um simples fragmento pode ter muito a revelar
Os pesquisadores dos Estados Unidos desejavam um experimento que pudesse mostrar, de maneira concreta, que o solo em Marte realmente já foi úmido.
Em 2007, a oportunidade apareceu: a sonda Spirit, robô de quatro rodas que passeou pela superfície do Planeta Vermelho de 2004 a 2010, coletou certo fragmento de rocha que deu muito em que pensar.
Conforme apuraram os cientistas, este fragmento havia sido expelido por um vulcão marciano há cerca de 3,5 bilhões de anos. Passou um período na atmosfera, mas acabou caindo no chão.
Na queda, o fragmento causou no solo uma notável depressão (chamada de “sag bomb”, em inglês), que intrigou os cientistas: como é que um fragmento poderia fazer um estrago tão grande ao cair se a atmosfera fosse pouco espessa? De fato, não era. Há mais de três bilhões de anos, Marte tinha uma atmosfera vinte vezes mais densa.
Experimento matou dois coelhos com uma cajadada só
Esta situação, de “ascensão e queda” de uma rocha vulcânica em Marte, foi simulada em laboratório (você pode ter uma boa ideia de como foi o procedimento através deste vídeo).
O objetivo era recriar uma depressão (“sag bomb”) igual à que se produziu em Marte, e ficar de olho nas duas condições necessárias para que a cratera resultante fosse a mesma: a velocidade da queda e a umidade do solo em questão.
Foram feitos testes com vários tipos de materiais rochosos, que eram lançados de determinada altura em três diferentes superfícies: um solo de areia seca, outro de areia úmida e outro com areia saturada de umidade, como uma argila.
Descobriu-se que, independente do material que caía no solo, a cratera mais parecida com a de Marte se formava na “argila”. A velocidade de queda necessária para isso, superior a 140 km/h, indica que a superfície de Marte realmente já foi mais densa e, no mínimo, muito mais úmida que a atual
Reciclagem pode ser resposta para mistério galáctico
As galáxias não parecem ter tanta matéria para que continuem formando tantas estrelas como as que vemos. Agora, astrônomos pegaram uma no ato de reciclar material que havia jogado fora antes, o que pode explicar esse mistério.
Novas observações ofereceram a primeira evidência direta de gás fluindo para dentro de galáxias distantes, que estão criando estrelas. Isso oferece suporte para a teoria da “reciclagem galáctica”.
A própria Via Láctea, por exemplo, parece transformar o equivalente à massa solar em matéria, em novas estrelas, a cada ano. Isso acontece mesmo que a nossa não possua material cru suficiente, como gás e poeira, para ter continuado esse processo por mais do que um par de bilhões de anos. E observações de muitas ouras galáxias sugerem que o comportamento da Via Láctea é comum.
De acordo com a teoria da reciclagem, a Via Láctea e outras galáxias podem estar recolhendo massa que haviam anteriormente perdido pela formação de estrelas.
Os cientistas suspeitam que os processos galácticos – como as explosões supernova ou a radiação das estrelas brilhantes – expelem gás para o espaço. A questão era se a gravidade seria suficiente para puxar isso de volta, especialmente nos casos de galáxias distantes, que parecem expelir gás com muita força.
No novo estudo, astrônomos liderados por Kate Rubin usaram o telescópio Keck I, no Havaí, EUA, para observar 100 galáxias entre cinco e oito bilhões de ano luz-longe da Terra. Em seis delas, os pesquisadores encontram evidência de gás voltando para as galáxias.
Mas os pesquisadores acreditam que a reciclagem ocorra com mais frequência do que os números indicados no estudo, porque esse fluxo do gás é complicado de ser observado e depende da orientação da galáxia. De fato, os astrônomos sugerem que o fenômeno ocorre em 40% dos casos.
“Essa é uma importante peça do quebra-cabeça, e uma importante evidência de que a reciclagem cósmica pode responder o mistério da matéria que falta”, afirma um dos astrônomos envolvidos no estudo
Foto: Colisões galácticas e matéria escura
Parece uma junção entre o clássico Star Trek e uma balada da época disco, mas na verdade estamos vendo uma imagem da matéria escura e de gás quente no coração do aglomerado de galáxias Abell 520.
A 2,4 bilhões de anos-luz da Terra, esse aglomerado se formou a partir do choque de uma série de aglomerados menores de galáxias. Nos escombros dessas colisões, os astrônomos encontram um núcleo enorme de galáxias brilhantes e uma fonte de estudo da matéria escura.
Essa imagem combina registros de três diferentes telescópios, o Hubble, o Chandra e o do Havaí.
A cor natural das galáxias foi camuflada com a luz estelar laranja, e as áreas verdes representam as nuvens de gás quente que restaram da colisão. É a parte central azul do mapa que mostra a localização da maior parte da massa do Abell 520, com muito gás, mas poucas galáxias. Esse núcleo denso de matéria escura revela que as galáxias não estão ancoradas à matéria escura, como se pensava antes.
Vídeo: voo virtual sobre o asteroide Vesta
Recentemente, você ficou sabendo que o asteroide Vesta foi considerado um protoplaneta, isso é, um planeta em formação que foi interrompido e não chegou a se tornar um companheiro da Terra.
Essa conclusão foi feita por pesquisadores que estudaram o asteroide graças a imagens e dados da missão Dawn, da NASA, que está atualmente orbitando esse objeto enorme, de 530 quilômetros de diâmetro, o segundo maior asteroide e único astro conhecido que sobreviveu a formação do nosso sistema solar.
Por essas e várias outras coisas, Vesta é tão interessante e valeu uma “voltinha” no espaço até lá. A missão Dawn tinha
vários objetivos: ver se o Vesta tinha uma lua, construir mapas globais e tirar imagens detalhadas da superfície do asteroide, revelar pontos de sua topografia, catalogar os minerais e elementos ali presentes, recolher informações sobre o campo gravitacional do asteroide, sobre a massa de Vesta e sua estrutura interior, incluindo seu núcleo e possíveis concentrações irregulares de massa, etc.
Tudo isso para que conheçamos melhor o ambiente de asteroides, pouco explorado, que nunca havia recebido uma sonda de tão pertinho e por um longo período.
Dawn já atingiu sua maior proximidade ao asteroide, fazendo imagens e vídeos incríveis, e alguns benefícios da missão já podem ser colhidos.
A melhor informação é a mais recente, de que Vesta tem um núcleo de ferro, uma superfície variada, camadas de rocha e, possivelmente, um campo magnético – todos sinais de um planeta em formação, e não de um asteroide. Esses dados dão a entender que Vesta estava a caminho de se tornar um planeta, mas nunca cresceu o suficiente.
Outras informações enviadas pela NASA mostram que a superfície de Vesta é bastante diversificada. Por exemplo, lá os cientistas descobriram uma montanha mais alta que a maior da Terra, o monte Everest (8,8 mil metros de altura), localizada no polo sul de Vesta. Ela era quase tão alta quanto a maior montanha e vulcão do sistema solar, o Monte Olimpo, em Marte, que se estende por 24 mil metros acima da superfície.
Os cientistas também descobriram que a superfície de Vesta parece ser muito mais dura do que a maioria dos asteroides.
Estimativas preliminares indicam que as crateras do hemisfério sul são muito mais jovens do que as do norte, com aproximadamente apenas um a dois bilhões de anos.
A missão Dawn está orbitando Vesta desde 17 de julho do ano passado. Eles já viram bastante, então está na hora da gente ver um pouco também, não?
Animadores do Centro Aeroespacial Alemão fizeram esse favor para nós, reles humanos que não são cientistas: transformaram imagens reais e dados da missão da NASA sobre o Vesta em um filme virtual.
O vídeo acima começa mostrando a Divalia Fossa, um par incomum de valas paralelas ao terreno cheio de crateras do asteroide.
Em seguida, você pode ver a cratera Marcia, de 60 quilômetros, em muitos detalhes. As últimas imagens foram digitalmente reformuladas com altura exagerada para melhor revelar a montanha Aricia Tholus, de 5 quilômetros de altura, do Vesta.
Em agosto, a missão Dawn deve deixar Vesta em direção a Ceres, o maior asteroide do sistema solar. Vesta e Ceres podem oferecer respostas interessantes sobre o início e formação do sistema solar. Quem sabe em breve alguns mistérios não sejam resolvidos.
Foto: sol x superlua
No dia 6 de maio, madrugada de sábado para domingo, às 00:34 horas, a lua atingiu seu perigeu, ou seja, o ponto mais próximo da Terra em sua órbita elíptica. A lua também estava em sua fase cheia, o que a transformou em uma “superlua”: cerca de 14% maior e 30% mais brilhante que outras luas cheias de 2012.
Esse fenômeno – o perigeu – ocorre uma vez por ano, mais ou menos. A última superlua ocorreu no dia 19 de março de 2011.
Nessa composição da NASA, você vê o sol e a superlua lado a lado: a superlua ganha, por pouco, quando seu tamanho aparente é comparado com o do sol. A imagem de ambos os astros foi feita com a mesma câmera e telescópio.
E, não demora muito, a lua vai atingir seu apogeu. A razão de existirem superluas é que a órbita da lua não é perfeitamente circular. Então, por conta de sua órbita elíptica, ela atinge pontos mais próximos (perigeu) e também mais distantes (apogeu) da Terra.
Essa trajetória elíptica aproxima ou distancia a lua em cerca de 50 mil quilômetros de nós (nada que não possamos lidar, afinal, mesmo esse número grande, em termos de espaço universal, é pouco).
O apogeu desse ano deve acontecer dia 20 de maio, duas semanas depois do perigeu, em seu menor tamanho aparente. Também será uma lua nova nessa data.
Para alguns, vai ser bem fácil comparar a lua nova com o sol, já que 20 de maio também marca o primeiro eclipse solar de 2012, visível para grande parte da Ásia, Pacífico e América do Norte (mas não para nós).
Ao longo de um caminho de 240 a 300 quilômetros de largura, o eclipse será anular. Perto do apogeu, a “menor lua” vai caber dentro do disco luminoso solar
Revés na ciência: pesquisadores passaram três décadas estudando algo que não existe
Sem dúvida, o objeto mais proeminente em nosso sistema solar é o sol. Basta analisar os números: seriam necessárias 109 Terras para cobrir o disco do sol e em seu interior caberiam 1,3 milhões de Terras.
Há mais de três décadas, cientistas do mundo todo acreditavam que o astro-rei se movia rapidamente pela galáxia, a ponto de gerar ondas de choques. Mas essa teoria caiu por terra com observações recentes feitas pela NASA, que provam que o sol se movimenta 11.250 quilômetros por hora a menos do que o imaginado.
A notícia é boa, mas frustra trabalhos de décadas de vários cientistas, que estudaram um fenômeno – agora se sabe – não existente.
Como se imaginava
O sol e seus planetas são envoltos por uma bolha de partículas carregadas e de campos magnéticos, conhecida como heliosfera. A fronteira dessa região, que se colide com poeira e gás interestelar, é intitulada de heliopausa, que marca o limite externo do sistema solar.
E por décadas, cientistas pensaram que o sol se movia rapidamente a ponto de gerar ondas de choque conforme se movimentava pela matéria interestelar, tal como em um jato supersônico.
Mas o sol é bem mais lento que o suposto, movimentando-se a 83.700 km/h. Por isso, não cria essas ondas de choque. Essa descoberta também influenciará pesquisas sobre raios cósmicos, pois muda alguns fatos conhecidos pelos cientistas.
“A descoberta é surpreendente e chocante, pois muito trabalho precisa ser refeito”, conta o astrônomo responsável pela observação, Dave McComas, do Instituto de Pesquisa Southwest, em San Antonio, Texas, Estados Unidos. “A comunidade científica se debruçou por décadas sobre algo que não existe”.
O estudo foi publicado na revista especializada Science.
Superfície de Plutão talvez tenha moléculas orgânicas
O telescópio Hubble encontrou evidências de moléculas orgânicas complexas – os blocos de carbono que formam a vida como conhecemos – na superfície rígida de Plutão.
As observações revelaram que algumas substâncias na superfície de Plutão estão absorvendo mais luz ultravioleta do que o imaginado. De acordo com os pesquisadores, esses componentes podem ser complexos de hidrogênio e carbono ou moléculas com nitrogênio.
O planeta anão é conhecido por ter gelo de metano, monóxido de carbono e nitrogênio na superfície. Os químicos que absorvem a luz talvez sejam produzidos quando a luz solar ou partículas subatômicas muito rápidas (chamadas de raios cósmicos) interagem com esses compostos.
“É uma descoberta excitante porque os hidrocarbonetos complexos e outras moléculas de Plutão talvez sejam responsáveis pela cor avermelhada do planeta, entre outras coisas”, comenta o líder do estudo, Alan Stern.
Plutão circunda o sol em um anel distante de corpos gelados, conhecido como Cinturão de Kuiper. Vários objetos dessa região também são vermelhos, e astrônomos já haviam especulado que formas orgânicas fossem responsáveis por isso.
O grupo de pesquisadores também descobriu que o espectro ultravioleta do planeta mudou quando comparado com os dados dos anos 90.
Essa diferença talvez esteja relacionada com mudanças no terreno de Plutão. Para os pesquisadores, é possível que um leve acréscimo na pressão atmosférica tenha causado isso.
Mas, acima de tudo, as observações do Hubble são importantes para antecipar informações, já que daqui a alguns anos a primeira nave espacial vai visitar o distante corpo.
“A descoberta que fizemos com o Hubble me lembra de que temos muito mais coisas interessantes da composição e da evolução de Plutão para descobrir, antes da nave New Horizons, da NASA, chegar em 2015”, comenta Stern.
A nave foi lançada em janeiro de 2006, para uma jornada de 6,4 bilhões de quilômetros. A ideia é que ela atinja o máximo de proximidade com o planeta anão em 14 de julho de 2015
Assista ao nascimento de um iceberg
Tanto fala-se sobre as geleiras, os icebergs derretendo e o aquecimento global, mas você já viu o nascimento de um desses montes de gelo flutuante?
Cientistas da Agência Espacial Norte-Americana (NASA) tiveram a sorte de estar no lugar certo e no momento certo para capturar imagens impressionantes desse nascimento.
Eles sobrevoavam a Antártica, quando encontraram o que parecia ser uma rachadura no gelo, com 80 metros de largura, 60 metros de profundidade e 29 quilômetros de extensão. Agora, a NASA divulga animação 3D que mostra a rachadura mais de perto.
A fenda ocorreu em uma das maiores geleiras da Antártica, a Pine Island Glacier (PIG, na sigla em inglês). Os cientistas ianques acreditam que a rachadura vai se expandir e dar origem a um iceberg que pode ter até 900 quilômetros quadrados.
Assista ao vídeo!
Planeta de Guerra nas Estrelas: NASA descobre primeiro planeta com dois sóis
Cientistas descobriram um planeta igual ao Tatooine do filme Guerra nas Estrelas, mas é improvável que Luke Skywalker, ou qualquer outra pessoa esteja vivendo lá.
O planeta orbitando dois sóis, chamado Kepler-16b, é o primeiro mundo alienígena do tipo, encontrado recentemente pelo telescópio Kepler da NASA.
Os cientistas acreditam que ele seja um gigante gasoso frio e inabitável, como Saturno. O corpo recém-detectado está a cerca de 200 anos-luz da Terra.
Embora tenha havido sugestões de que planetas circulando estrelas duplas pudessem existir – os chamados “planetas circumbinários” -, esta é a primeira confirmação. Isso significa que, quando o dia termina em Kepler-16b, há um pôr do sol duplo.
Os dois sóis de Kepler-16b são menores do que o nosso, ou seja, 69% e 20% da massa do nosso sol, o que torna a temperatura da superfície do planeta estimada em -73 a -101 graus Celsius. Kepler-16b orbita seus dois sóis a cada 229 dias, a uma distância de 104 milhões de quilômetros, a mesma distância de Vênus.
O telescópio Kepler, lançado em 2009, é projetado para vasculhar a nossa secção da Via Láctea a procura de planetas como a Terra. Kepler encontra estrelas cuja luz é regularmente “escurecida” quando um planeta em órbita passa entre ela e o telescópio.
Neste caso, a equipe também foi capaz de observar escurecimento quando uma estrela passou em frente da outra (notando duas estrelas, dois sóis).
Os cientistas da NASA observaram queda adicional à luz em ambas as estrelas em alternância, mas horários regulares, confirmando a dupla órbita do planeta.
Os dados coletados pelo telescópio Kepler permitem medições muito precisas da massa, raio e trajetórias de todos os três corpos – as melhores estimativas de um planeta extrassolar
Luz de uma super-Terra alienígena é detectada pela primeira vez
Pela primeira vez, astrônomos conseguiram detectar a luz de uma super-Terra alienígena. O planeta se chama 55 Cancri e, descoberto em 2004 e um dos cinco planetas que circulam a estrela principal, na constelação de Câncer, apenas 41 anos-luz de nós.
Os planetas desse sistema foram detectados através do método Doppler, que procura por pequenas agitações no movimento de uma estrela causadas pela força gravitacional de planetas que a orbitam. Mas agora, os cientistas da NASA conseguiram detectar a luz infravermelho do Cancri e.
Apesar do nome “super-Terra”, o planeta não é habitável. Outras curiosidades: ele tem cerca de 60% a mais de diâmetro do que a Terra, é cerca de oito vezes mais massivo e a temperatura em sua superfície pode chegar a 1.726 graus Celsius! Além de tudo isso, festas de fim de ano lá seriam a cada 17 horas e 41 minutos, já que esse é o tempo que demora a sua órbita. Morar lá seria apenas champagne!
O planeta está tão próximo de sua estrela que, apesar de ser rochoso como a Terra, sua superfície está coberta por água em um estado de super-fluído, sem uma atmosfera fixa, já que ela está se esvaindo. Lá, o sol é 60 vezes maior e 3,6 mil vezes mais brilhante. Incrível, não?
sábado, 12 de maio de 2012
Energia para todos
A promessa da fotossíntese sintética encanta qualquer um. Por quê? Já que mais energia chega até a Terra em uma hora do que a humanidade consegue utilizar em um ano completo, ela permitiria obter grandes quantidades de energia elétrica, de forma bem mais eficiente, e armazená-las quando necessário, tal como as plantas fazem, nas palavras do químico Nate Lewis, do renomado Instituto de Tecnologia, em Pasadena, na Califórnia.
Os especialistas já sabem como transformar energia solar em energia elétrica. Graças ao efeito fotovoltaico, o sol se tornou uma fonte inesgotável de energia. Para isso, utilizamos as células fotovoltaicas convencionais (de silício cristalino) ou orgânicas (de polímeros).
Mas o sol não brilha onde e quando desejamos. Por meio da fotossíntese, as plantas têm as habilidades – invejáveis, a princípio – de converter a luz solar em ‘combustível’ e de armazenar.
Se os cientistas conseguissem fazer o mesmo, nossos problemas energéticos estariam resolvidos. Agora, muitos empresários e pesquisadores estão encarando esse desafio com seriedade, e prometem atingir o esperado.
Nosso futuro hidrogênio de cada dia
A fotossíntese utiliza a luz solar para quebrar moléculas de água em suas partes constituintes (hidrogênio e oxigênio) e rearranja tais partes em moléculas mais energéticas, quimicamente falando. No caso das plantas, carboidratos são o produto final, graças a uma ajuda do dióxido de carbono retirado da atmosfera.
Mas a planta só armazena alguns por centos da energia solar em carboidratos. Os catalisadores naturais, que ajudam no processo, degradam-se rapidamente e precisam ser constantemente renovados.
E carboidratos são, de longe, o pior tipo de combustíveis para nossos propósitos, na opinião dos cientistas envolvidos nesse tipo de pesquisa. Precisamos de algo mais puro e com uma densidade de energia maior. O hidrogênio é a escolha óbvia, então, pois armazena duas vezes e meia mais energia por quilograma que a gasolina convencional. Coloque isso em uma célula de combustível e você pode gerar eletricidade, recombinando-a com oxigênio, um subproduto da água.
Solução nos detalhes
Isso quer dizer que a fotossíntese artificial não se trata apenas de imitar a fotossíntese. Trata-se de fazê-la melhor ainda. “Parece simples: você está apenas quebrando a água”, diz o químico Daniel Gamelin, da Universidade de Washington, em Seattle, Estados Unidos. Segundo ele, o mais complicado para os cientistas está nos detalhes.
Primeiro, precisa-se construir uma antena parecida com uma célula fotovoltaica convencional, que absorva luz e utilize sua energia para liberar elétrons. Daí é que a química entra em ação: esses elétrons precisam ser guiados por uma enzima em uma complexa ‘dança’ para reagir com as moléculas certas, a fim de produzir o combustível que queremos.
Em 1998, o físico John Turner, do Laboratório Nacional de Energia Renovável, do Departamento de Energia dos Estados Unidos, estava trabalhando com seu colega Oscar Khaselev. “Um dia, estava atravessando o hall de entrada do laboratório eu vi um pôster sobre fotossíntese sintética. Pensei: eu posso ajudar”, Turner relembra.
Depois de um ano intenso de pesquisas e experimentos, ele concebeu seu dispositivo: um chip semicondutor de alguns milímetros quadrados que fica em um tubo de ensaio com ácido de bateria e com enzimas de platina. Na luz do sol, para contentamento do pesquisador, o hidrogênio começava a borbulhar na superfície do chip, com uma eficiência aproximada de 12% da energia solar.
Mas houve alguns obstáculos. O hidrogênio borbulhava junto com o oxigênio, o que os torna uma mistura potencialmente explosiva. O dispositivo então quebrava depois de 20 horas, aproximadamente, devido à oxidação e à queima de alguns de seus componentes.
E isso não saiu barato. Cada centímetro quadrado custava cerca de um dólar (R$ 1,92). E Turner reconhece que isso era 10 vezes mais caro para produzir hidrogênio a um custo razoável.
Desde então, muitos problemas têm tirado o sono de cientistas. “Você têm um banquinho com três pernas: um sistema tem que ser eficiente, barato e forte”, explica Gamelin. E conseguir os três é o desafio da vez, segundo Lewis.
Sem momentos eureca, mas grandes avanços à vista
A primeira tarefa é descobrir qual o melhor material para a antena. O silício é relativamente barato e abundante, e absorve boas quantidades de fótons dos raios solares.
Mas libera elétrons com uma potência de 1,1 elétronvolts, e o mínimo necessário para quebrar a água são 1,23 elétronvolts. Além disso, na prática, é necessário mais para iniciar a reação. Uma alternativa possível na qual os cientistas trabalham é empilhar camadas de silício, pois isso aumentaria a voltagem dos elétrons.
Quando pesquisadores encontrarem soluções para as três questões principais mencionadas acima, os cientistas ainda terão de descobrir uma maneira de todos os dispositivos trabalharem juntos, e bem.
Embora a ciência não tenha tido um momento eureca até agora, grandes avanços foram feitos. E eles prometem dar bons frutos em um futuro não tão distante.
Lasers podem substituir cabos USB no futuro
Pesquisadores criaram uma rede usando lasers que funciona de maneira mais rápida do que cabos USB e Wi-Fi. No futuro, a rede poderá substituir essas tecnologias em locais em que é preciso maior velocidade de transferência. E tudo isso de forma barata: a instalação custa cerca de US$ 600 (1.200 reais).
Pesquisadores da Universidade Nacional de Taipei, em Taiwan, criaram a rede a partir de lasers portáteis comuns. Eles modificaram o ponteiro dos lasers para que eles fossem capazes de ser ligados e desligados 500 milhões de vezes por segundo.
Usando apenas dois desses lasers modificados, a rede foi capaz de enviar um bilhão de bits por segundo, com uma baixa taxa de erro. E o que tudo isso representa? Aproximadamente 120 megabytes por segundo, duas vezes mais rápido do que a maioria dos cabos USB e Wi-Fi.
Mas não espere que a rede de lasers substitua outras tecnologias de transferência na sua casa em breve – até porque Wi-Fi e cabos ainda são mais práticos. O uso é destinado a locais em que transmissões de rádio não são permitidas, como em laboratórios e hospitais
Bactéria que come ferro ajudará a construir HDs do futuro
Na construção de HDs, uma das coisas que se busca é a maior densidade possível de informação por centímetro quadrado, o que significa que é preciso construir magnetos cada vez menores na superfície dos mesmos. Este processo usa máquinas grandes e desajeitadas, e está chegando no seu limite – apesar de avanços recentes permitirem colocar mais bits em uma polegada quadrada do que o número de estrelas da Via Láctea.
Examinando a natureza, em busca de inspiração, os pesquisadores da Universidade de Leeds, na Inglaterra, liderados pela Dra. Sarah Saniland, encontraram uma bactéria, a Magnetospirilllum magneticum, que vive em pântanos pobres de oxigênio, e usa pequenos cristais de magnetita para se orientar na água, viajando conforme as linhas de campo magnético terrestres. Só que os cristais de magnetita crescem dentro da bactéria; ela ingere ferro e uma proteína dentro dela é responsável por criar os cristais do mais forte mineral magnético conhecido.
Depois de conhecer a forma que a bactéria coleta o ferro e forma os cristais no seu interior, os pesquisadores criaram um processo para fazer a mesma coisa fora da bactéria, fazendo “crescer” magnetos, que no futuro poderão ser usados para criar discos rígidos (se eles não forem totalmente substituídos por memórias de estado sólido, popularmente conhecidas como “memórias flash”). Este processo é diferente da ideia dos chineses, de usar a bactéria E. coli como dispositivo de armazenamento.
Só que computadores na nanoescala precisam não só de HDs minúsculos, mas também de nanofios. Masayoshi Tanaka, da Universidade de Tóquio de Agricultura e Tecnologia, e colaborador de longo tempo da Dra. Saniland, alterou um pouco a proteína e conseguiu construir fios de lipídios com pontos quânticos – partículas de sulfureto de cobre, índio e sulfeto de zinco que brilham e conduzem eletricidade -, com 40 nanômetros de diâmetro.
Segundo Tanaka, as propriedades elétricas destes fios podem ser controladas, e eles podem transferir informações entre diferentes conjuntos de células em um biocomputador, já que são biocompatíveis. A biocompatibilidade permite que eles também sejam usados em cirurgias, por exemplo.
O objetivo dos dois grupos é examinar os processos biológicos para criar um kit de proteínas e produtos químicos que possa ser utilizado para fazer “crescer” componentes de computadores
5 mitos sobre a lua
Sábado passado, 5 de maio, aconteceu um fenômeno astronômico interessante, a “superlua”. Trata-se de uma coincidência entre o perigeu lunar (o ponto da órbita em que ela está mais perto da Terra) e a lua cheia, proporcionando uma lua que é visualmente 14% maior e 30% mais brilhante que uma lua cheia normal.
Em homenagem à tão belo espetáculo, aqui vão 5 concepções erradas sobre a lua, que fazem parte principalmente do folclore dos gringos e tratam de temas tão variados como a loucura e os lunáticos, a fantasia que o pouso lunar foi uma fraude, e como começou toda a história que a lua era feita de queijo.
LUNÁTICOS, LUNÁTICOS
A palavra “lunático” tem suas raízes na palavra “lunar”, e um bando de gente, de enfermeiras a bombeiros e policiais, garantem que quando é lua cheia, as coisas costumam “esquentar”.
Mas esta cópia barata do mito do lobisomem não se sustenta. Em 1985 foi feita uma pesquisa sobre os momentos das crises mentais e a fase da lua, e se descobriu que o folclore que liga a lua cheia a partos, comportamento criminoso e outros distúrbios, não tem base científica. Da mesma forma, a pesquisa não encontrou ligação entre o resultado de cirurgias e a fase da lua. Porém, seu bichinho de estimação pode precisar de uma visita ao veterinário na lua cheia, mas neste caso parece que a culpa é dos donos, que, por causa da noite iluminada, acabam ficando mais tempo fora de casa com seus bichinhos, aumentando as chances de lesão.
SUPERLUA DAS CATÁSTROFES
A razão de existirem superluas é por que a órbita da lua não é perfeitamente circular. Quando ela está mais perto da Terra por conta da órbita elíptica, ela dá um puxão gravitacional um pouco mais forte à Terra. Mas não é nada que a Terra não consiga dar conta.
As forças de maré sobre a Terra são 42% mais fortes quando a lua está mais perto, o que causa alterações na altura das marés, mas não há nenhum efeito notável sobre terremotos e tsunamis (uma força minúscula aumentada em 42% continua minúscula).
John Bellini, um geofísico que trabalha no U. S. Geological Survey, contou ao Life’s Little Mysteries que “muitos estudos deste tipo foram feitos por cientistas e não foi descoberta nenhuma ligação significativa”.
Curiosamente, o nome “superlua” não é da astronomia, mas da astrologia. Vai entender…
A FRAUDE DO POUSO LUNAR
Nós temos os vídeos. Nós temos as rochas. Nós temos uma dúzia de astronautas que retornaram orgulhosos para a Terra para contar como é caminhar sobre a lua. Mas as teorias conspiratórias dizendo que os pousos lunares foram uma fraude simplesmente não morrem.
Estas teorias conspiratórias são inumeráveis e variadas, indo de alegações que não havia poeira sobre o apoio da Apolo 11 e que por isto tudo deve ter acontecido dentro de um estúdio de som, a teorias sobre amostras de rochas serem falsificadas.
Não adianta observar que na lua não há atmosfera e a gravidade é menor e por isto os grãos de poeira se comportam diferente, ou então que as amostras tem sido examinadas por cientistas do mundo inteiro, que inclusive conseguem apontar microcrateras causadas pelo impacto de micrometeoritos, e que a proporção de isótopos não pode ser forjada.
Por mais infundadas que sejam, as teorias conspiratórias podem ser frustrantes para todos aqueles que arriscaram suas vidas para chegar à lua. Em 2002, Bart Sibrel levou um merecido soco do septuagenário Buzz Aldrin, depois de perseguir o astronauta chamando-o de “covarde” e “mentiroso”, exigindo que ele jurasse sobre a Bíblia que tinha pousado na lua.
QUEIJO VERDE?
Não é que a gente precise explicar que a lua não é feita de queijo, mas estamos aqui para explicar o mito que alguém algum dia acreditou: que a lua fosse feita de queijo verde. Este mito do queijo parece ter começado com um par de versos sardônicos do poeta inglês John Heywood (1497-1580) que escreveu “Ye set circumquaques to make me beleue/ Or thinke, that the moone is made of gréene chéese.” (“Vocês fizeram de tudo para me fazer crer/Ou pensar, que a lua é feita de queijo verde”).
Em outras palavras, a primeira menção que se tem da lua ser feita de queijo verde era na verdade fazendo piada da ideia de que alguém acreditaria que a lua fosse feita de queijo verde. Aparentemente, o poeta Heywood subestimou as crianças americanas do século 20. Um estudo publicado em 1920 no American Journal of Psychology entrevistou crianças pequenas sobre suas crenças acerca da lua e descobriu que a explicação mais comum para ela era de que era feita de queijo. Outras teorias incluiam trapos, Deus, papel amarelo, e “pessoas mortas que se unem em círculo de luz”.
A AMÉRICA DA GUERRA FRIA ERA LOUCA PELA LUA
Atualmente, as pessoas lembram os anos da corrida espacial de 1950 e 1960 como sendo uma época em que a NASA tinha extenso apoio público. Na verdade, o apoio para a exploração lunar na época era próximo do que é visto hoje.
Durante o programa Apollo, de 45% a 60% dos americanos acreditavam que o governo estava gastando dinheiro demais nos voos espaciais, de acordo com um estudo publicado em 2003 no periódico Space Policy. Pesquisas de opinião nos anos 1960 colocavam as missões espaciais no topo dos programas que os americanos gostariam que fossem cortados, conforme descobriu o pesquisador e historiador Roger Launius.
“O público nunca teve muito entusiasmo sobre a exploração lunar, especialmente em relação aos custos associados à mesma”, aponta Lanius. O pouco entusiasmo foi se apagando com o tempo, “até que ao final do programa Apolo, em dezembro de 1972, o programa passava a imagem de um maratonista claudicante, forçando todos os músculos para alcançar a linha de chegada antes de desmaiar
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