Foi observada na Pequena Nuvem de Magalhães, uma galáxia anã que é satélite da Via Láctea, uma rara e extremamente luminosa explosão de raios X. As observações, feitas pelo Observatório Neil Gehrels Swift e outros telescópios, foram descritas por uma equipe internacional de astrónomos liderada por cientistas da Universidade do Estado da Pensilvânia, EUA, que fazem parte da equipe Swift. Os investigadores atribuíram o surto a uma das mais luminosas erupções de nova alguma vez produzidas por um sistema binário com uma anã branca.
Impressão de artista do Observatório Neil Gehrels Swift. Crédito: NASA
As observações foram descritas num artigo científico recentemente publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
"Esta é apenas a segunda vez que observamos uma erupção tão brilhante deste tipo de sistema binário", disse Thomas Gaudin, estudante da Penn State e o primeiro autor do artigo. "Esperamos que este evento nos dê mais informações sobre a forma como estas explosões são produzidas e nos ajude a compreender melhor esta misteriosa classe de binários".
O sistema que produziu esta explosão é designado por CXOU J005245.0-722844. Foi recentemente identificado por membros da equipe da Sonda Einstein e confirmado pela equipe Swift como o sétimo exemplo conhecido de um binário de raios-X Be/Anã Branca. Os binários Be/Anã Branca são sistemas binários em que uma estrela anã branca orbita uma estrela jovem e quente rodeada por um disco de material estelar. Os astrónomos esperam que estes binários sejam observados com frequência, disse Gaudin, e a falta de exemplos conhecidos é um mistério.
"As novas são explosões que ocorrem quando o material de uma estrela próxima é depositado à superfície de uma anã branca", disse Gaudin. "Depois de se ter acumulado material suficiente, a superfície sofre uma fusão termonuclear rápida que origina o surto. A maioria das novas são eventos que atingem luminosidades moderadas e decaem ao longo de várias semanas. Esta nova é estranha não só pelo seu comportamento extremamente luminoso, mas também pela sua curta duração".
A reação termonuclear durante a nova é semelhante à explosão de uma enorme bomba de hidrogénio - a explosão produz radiação eletromagnética que pode ser vista por telescópios na Terra e em órbita à volta da Terra. De acordo com os investigadores, a nova foi visível em comprimentos de onda óticos, ou luz visível, durante pouco menos de uma semana e em raios X durante pouco menos de duas semanas.
"Vamos precisar de observações de acompanhamento para compreender melhor a física que levou a esta explosão, mas este é um primeiro passo importante para compreender melhor estes sistemas e, potencialmente, porque é que não vimos tantos como esperávamos", disse Gaudin.
Fonte: Astronomia OnLine
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