Imagem infravermelha do binário CS Cha com o recém-descoberto companheiro no círculo.Crédito: C. Ginski & SPHERE
Um grupo de astrónomos estava a examinar o disco de poeira em redor da jovem estrela dupla CS Cha, quando viram um pequeno ponto na borda das suas imagens. O ponto acabou sendo um pequeno planeta com apenas alguns milhões de anos, que se move juntamente com a estrela dupla. Ainda não está claro se é um super-Júpiter em formação ou uma anã castanha.
Uma equipa internacional de astrónomos liderada por investigadores holandeses da Universidade de Leiden encontrou, coincidentemente, um pequeno companheiro em torno da estrela dupla CS Cha. Os astrónomos estavam a examinar o disco de poeira do binário quando "tropeçaram" no objeto. Os investigadores suspeitam que é um planeta na sua infância que ainda está a crescer. Os astrónomos usaram o instrumento SPHERE no VLT (Very Large Telescope) do ESO no Chile. Em breve publicarão os seus achados num artigo aceite pela revista Astronomy & Astrophysics.
A estrela binária CS Cha e o seu companheiro especial estão localizados a cerca de seiscentos anos-luz de distância da Terra numa região de formação estelar na direção da constelação do hemisfério sul de Camaleão. A estrela dupla tem apenas dois ou três milhões de anos. Os investigadores queriam estudar a estrela para procurar um disco de poeira e planetas em formação.
Durante a sua análise da estrela binária, os astrónomos viram um pequeno ponto na borda das suas imagens. Os cientistas mergulharam nos arquivos do telescópio e descobriram o ponto, mas muito mais ténue, também em fotografias com 19 anos obtidas pelo Telescópio Espacial Hubble e em fotografias com 11 anos do VLT. Graças a estas imagens antigas, os astrónomos foram capazes de mostrar que o companheiro se move com o binário e que pertencem juntos.
Ainda não se sabe definitivamente o aspeto do companheiro e como foi formado. Os cientistas tentaram encaixar vários modelos nas observações, mas não dão uma certeza de 100%. O companheiro pode ser uma pequena estrela anã castanha, mas também pode ser um super-Júpiter.
O autor principal Christian Ginski explica: "A parte mais emocionante é que a luz do companheiro é altamente polarizada. Essa preferência na direção da polarização geralmente ocorre quando a luz é espalhada ao longo do caminho. Nós suspeitamos que o companheiro esteja rodeado pelo seu próprio disco de poeira. A parte complicada é que o disco bloqueia grande parte da luz e é por isso que dificilmente podemos determinar a massa do companheiro. De modo que pode ser uma anã castanha, mas também um super-Júpiter em formação. Os modelos clássicos de formação planetária não nos conseguem ajudar."
No futuro, os investigadores querem examinar o binário e o companheiro em mais detalhe. Pretendem usar o telescópio internacional ALMA situado no planalto Chajnantor dos Andes Chilenos.
Fonte: http://www.ccvalg.pt/astronomia/
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