Uma imagem dois olhares!

Cada foto é uma obra de arte, e cada fotógrafo, desenvolve uma linha de trabalho que o torna único.

Sejam fotos de DSOs, planetas ou mesmo a Lua, nunca veremos duas fotos exatamente iguais mesmo que o local seja exatamente o mesmo. Alguns fotógrafos tem um modo de operar e de processamento tão peculiar, que outros fotógrafos conseguem reconhecer seu trabalho mesmo sem os devidos créditos.

Dito o óbvio, surge outra questão; Aquele que vê a fotografia.

Nesse caso podemos dizer que existem duas visões bem distintas da mesma foto:

- Aquele que vê a foto pela sua beleza artística.
- Aquele que vê a foto mais profundamente, pelas características que ela expõe ou mesmo analisando detalhes que podem mostrar algo novo ou diferente.

A foto em anexo pode servir de exemplo marcante, é uma bela foto de um local bonito na Lua, tem algumas belas crateras e um dos mais lindos conjunto de Rilles arqueados da superfície lunar, isso demostra bem a primeira visão citada.

Mas quem olha profundamente, não pode deixar de notar que aqueles Rilles devem ter se originado de atividades vulcânicas intensas, nos primórdios da história lunar. Quem olhar com mais atenção vai perceber que algumas montanhas parecem ter sido colocadas sobre os Rilles (círculos amarelos).

Claro que isso é uma maneira ingênua de falar, pode existir várias explicações diferentes para o fato, eu vou citar apenas uma e deixar as outras para a imaginação do leitor.

"O local fotografado provavelmente tinha superfície bastante acidentada, não lisa como agora, isso sugere que um grande derrame de lava alisou o local deixando apenas os topos das montanhas mais altas que podem ser vistas até hoje. Essa lava que no início fluiu em grande quantidade aos poucos foi endurecendo, porem alguns rios subterrâneos de lava continuaram fluindo até que mais tarde secaram. Esses canais ocos, que passavam inclusive por baixo de algumas montanhas, com o tempo colapsaram e ruíram formando o que hoje nos conhecemos por Rima ou Rille. Algumas montanhas que estavam na borda desses canais também ruíram e escorreram para dentro do canal, isso pode ser visto com perfeição na montanha indicada pelo círculo central”.

Assim sendo podemos ver, como uma simples fotografia pode mostrar visões diferentes para diferentes observadores, para isso basta ser apenas um pouquinho mais curioso!

Texto: Avani Soares