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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

E se visitassem a Terra ?

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Em filmes de ficção científica que mostram invasões alienígenas na Terra, os extraterrestres costumam ser seres monstruosos que anseiam acabar com os humanos e dominar nosso planeta. E a nossa missão é acabar com eles o mais rápido possível.
Vamos supor que a ficção se torne realidade e que um dia recebamos visitas de extraterrestres aqui. E digamos que eles se mostrem pacíficos e não pareçam assassinos loucos, como mostram os filmes. Como é que deveríamos agir? Como deveria ser nosso contato com eles?
Acredite, tem muita gente que estuda como esse encontro entre terrestres e extraterrestres deve funcionar.
Pesquisadores pelo mundo esperam que, se um dia os ETs vierem para cá, a nossa recepção não seja como a de Will Smith no filme Independence Day.
Mas também não desejamos nada desse tipo, certo? Paz entre os mundos, por favor.
io9 entrevistou vários antropólogos e questionou qual é a melhor maneira de nos comunicarmos com os seres de outro planeta. Essa questão é o tema da conferência anual CONTACT por 25 anos consecutivos. O antropólogo Jim Funaro, que fundou a conferência, disse que os antropólogos são os pesquisadores ideais para desenvolver ideias para uma comunicação extraterrestre eficiente, dado as suas experiências com diferentes povos e culturas no nosso planeta.
Funaro diz que a regra principal é não fazer suposições sobre os extraterrestres. Precisamos manter nossa mente aberta e não criar ideias falsas sobre a cultura e métodos utilizados por novas formas de vida.
Comunicação
Para Debbora Battaglia, professora de antropologia na faculdade Mount Holyoke College (EUA), devemos mostrar hospitalidade com os aliens. Ela explica que a comunicação pode ser difícil e diz que devemos estar preparados para isso.
Possivelmente seria preciso enviar um antropólogo linguístico para aprender a se comunicar com os seres extraterrestres, entendendo seus códigos. Essa tarefa pode ser muito complexa. Os aliens podem não falar ou escrever, e usar sistemas de sinalização desconhecidos para nós.
A comunicação com os alienígenas pode demorar muito tempo – anos, talvez. Sabemos que os golfinhos têm algum tipo de linguagem, por exemplo, mas depois de 50 anos de estudo, ainda não fomos capazes de desvendá-la. E eles são do mesmo planeta que nós.
Decisões e interesses
A antropóloga Kathryn Denning, da Universidade Iorque (Canadá), é cética quanto a comunicação pacífica entre extraterrestres e pesquisadores. “Se naves espaciais realmente aparecessem na Terra, acho que não haverá um ‘o que devemos fazer’, porque os governos e corporações com estações espaciais, satélites e armamentos irão agir de acordo com seus próprios interesses”, opina.
É difícil acreditar que os governos serão pacíficos com os visitantes. Se eles chegarem até nós, possivelmente terão uma tecnologia muito superior. Para chegar a Terra, eles violariam o que sabemos sobre a velocidade da luz, ou teriam que fazer uma viagem tão longa que seria difícil de acreditar.
Mesmo que eles não se mostrassem hostis, é fácil imaginar a paranoia geral entre os habitantes do nosso planeta. Afinal, é muito fácil ter medo do desconhecido.
Por mais que antropólogos, linguistas e pesquisadores ufólogos sejam mais preparados para entrar em contato com os aliens, é possível que governos acabem com os extraterrestres antes disso.
Representantes

Vamos supor que os extraterrestres já estivessem nos observando e possam nos compreender. Quem é que poderia falar em nome dos habitantes terrestres?
Supostamente um grupo internacional, como a ONU, uma superpotência ou a união delas. Os seres humanos “normais” não teriam chances de transmitir suas mensagens, e a real diversidade da Terra poderia ficar escondida.

Por enquanto, é preferível pensar que, se recebermos visitantes de outro planeta, os trataremos com hospitalidade. É a forma como deveríamos tratar a todos – mas, como sabemos, os seres humanos raramente se comportam assim. Não é a toa que muitos dos filmes com extraterrestres mostrem guerras e destruição. Por isso, é bom que consigamos imaginar outras alternativas

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