Todo mundo sabe que basta olhar para o céu em uma noite clara se você quiser encontrar uma estrela, uma verdadeira infinidade delas, mas apenas uma fracção microscópica é visível a olho nu. Na verdade, a estimativa é que existam 100 bilhões de estrelas em 10.000 bilhões de galáxias no universo visível, com as mais variadas cores e tamanhos, muitas fazendo nosso sol parecer um abajur. Mas qual é o verdadeiro gigante dos céus? Para responder essa pergunta, o professor de astronomia Daniel Brown, da Nottingham Trent University, no Reino Unido, escreveu um artigo para o site “The Conversation” e, segundo ele, precisamos, antes de mais nada, definir o que queremos dizer com gigante: aquela com o maior raio ou a maior massa?
Galácticas gigantes
De acordo com o artigo, a estrela com o maior raio conhecido atualmente é a UY Scuti, uma supergigante vermelha brilhante variável na constelação de Scutum. Situada a cerca de 9.500 anos-luz da Terra e composta de hidrogênio, hélio e outros elementos mais pesados semelhantes à composição química do sol, a estrela tem um raio 1.708 vezes maior que o nosso astro-rei, o que dá cerca de 1,2 mil milhões de km, com uma circunferência de 7,5 bilhões de km. Para colocar isso em perspectiva, um avião comercial levaria 950 anos para voar em torno dela e a luz levaria 6 horas e 55 minutos para fazer o mesmo percurso.
Se estivesse no lugar do nosso sol, sua superfície estaria em algum lugar entre as órbitas de Júpiter e Saturno – a Terra, obviamente, seria engolida. Dada a sua enorme dimensão e uma possível massa de 20 a 40 vezes maior do que o nosso sol (ou 2-8 × 10³¹kg), UY Scuti tem uma densidade provável de 7 × 10⁻⁶ kg / m³. Em outras palavras, é mais de um bilhão de vezes menos densa do que a água”, explica o professor. Ou seja, se pudéssemos colocar essa estrela na maior piscina do universo, ela teoricamente flutuaria. Mas, se isso ainda não é bom o suficiente, é possível ir além. UY Scuti pode ser grande, mas não é um peso pesado. A rainha dos pesos pesados é a estrela R136a1, localizada na Grande Nuvem de Magalhães, a cerca de 165 mil anos-luz de distância.
Ataque massivo
Esta estrela, uma esfera de hidrogênio, hélio e elementos mais pesados com cerca de metade da quantidade do sol, tem apenas 35 vezes o raio da nossa estrela, mas é 265 vezes mais massiva. Isso fica ainda mais impressionante se for levado em conta que ela já perdeu 55 massas solares durante o seu tempo de vida 1,5 milhão anos. Esta estrela do tipo Wolf-Rayet está longe de ser estável. Ela tem a aparência de uma esfera azul distorcida com nenhuma superfície distinta à medida que libera poderosos ventos estelares. Estes ventos viajam a 2,600 km/s – ou 65 vezes mais rápido que a sonda Juno, o objeto mais rápido já feito pelo homem. Como resultado, ela perde massa a uma taxa de 3,21 × 10¹⁸kg/s – o equivalente a uma.
No melhor estilo rockstar, ela brilha muito e morre rápido. A R136a1 irradia nove milhões de vezes mais energia do que o nosso sol, e pareceria 94 mil vezes mais brilhante aos nossos olhos se o substituísse – ela é a estrela mais luminosa já descoberta. Ela tem uma temperatura de superfície de mais de 53.000K e só vai viver por dois milhões de anos. A sua morte será uma espécie de mega supernova espetacular e não deixará para trás nem mesmo um buraco negro”, afirma o astrônomo. Contra esses gigantes, o nosso sol parece um pouco insignificante, mas ele também vai crescer em tamanho à medida que envelhece. Em torno de sete e meio bilhões de anos, ele irá atingir o seu tamanho máximo como uma gigante vermelha, expandindo tanto que a órbita atual da Terra estará no seu interior.
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