Uma equipe internacional de astrônomos usando o Telescópio Espacial Kepler da NASA, descobriu três exoplanetas, denominados de super-Terras orbitando uma estrela do tipo anã vermelha, chamada de EPIC 201367065.
A estrela EPIC 201367065, também catalogada como UCAC4 443-054906, é uma estrela anã-M que tem aproximadamente a metade do tamanho e da massa do Sol. Ela localiza-se a cerca de 147 anos-luz de distância da Terra.
Essa estrela está entre as 10 estrelas mais próximas da Terra que possuem exoplanetas. Essa proximidade significa que ela é brilhante o suficiente para os astrônomos poderem estudar a atmosfera dos planetas e determinarem se eles possuem uma atmosfera parecida com a Terra e que possivelmente pudesse abrigar a vida.
Os três exoplanetas descobertos são 2.1, 1.7 e 1.5 vezes maior que a Terra.
O menor e mais externo planeta, EPIC 201367065d, orbita na borda da chamada zona habitável da estrela, um lugar onde a temperatura pode ser boa para que a água exista no estado líquido no planeta, o que acredita-se seja necessário para suportar a vida. De acordo com os astrônomos, o planeta tem um índice de similaridade com a Terra de 0.80.
Indo do mais próximo para o mais distante da estrela, os exoplanetas recebem 10.5, 3.2 e 1.4 vezes a intensidade de luz que a Terra recebe do Sol
“A composição desses recém encontrados exoplanetas ainda é desconhecida. Existe uma possibilidade real de que o planeta externo seja rochoso como a Terra. Se isso for verdade, esse exoplaneta teria a temperatura correta para suportar oceanos de água líquida”, disse Erik Petigura, um estudante de graduação da Universidade da Califórnia, Berkeley.
“Uma fina atmosfera feita de nitrogênio e oxigênio permitiu o desenvolvimento da vida na Terra. Mas a natureza é cheia de surpresas. Muitos exoplanetas, descobertos pela missão Kepler, estão envelopados por uma espessa atmosfera rica em hidrogênio que é provavelmente incompatível com a vida como nós a conhecemos”, disse o Dr. Ian Crossfield, principal autor do estudo.
A descoberta é ainda mais impressionante pois o Kepler, lançado em 2009, está agora em outra missão devido a perda de dois giroscópios que eram responsáveis por manter a sonda fixa numa posição o espaço. Ele “renasceu”, em 2014 como K2, com uma estratégia mais inteligente de apontar o telescópio no plano da órbita da Terra para estabilizar a sonda.
Após os astrônomos terem descoberto os planetas ao redor da EPIC 201367065 nas curvas de luz do Kepler, eles rapidamente empregaram os telescópios no Chile, no Havaí e na Califórnia para caracterizar a massa, o raio, a temperatura e a idade da estrela.
A próxima etapa será realizar observações com outros telescópios, incluindo o Hubble, para detectar as assinaturas espectroscópicas das moléculas presentes nas atmosferas planetárias.
“Se esses planetas quentes, com tamanho parecido com a Terra, possuírem atmosferas ricas em hidrogênio, o Hubble conseguirá observar a sua assinatura”, disse Petigura.