Um novo estudo da Universidade de Oxford (Reino Unido), o maior de seu tipo, afirma que a radiação gama (ou raios gama) a qual somos expostos naturalmente no ambiente pode aumentar o risco de leucemia (câncer do sangue) em crianças.
Junto com pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer americano, da Universidade de Manchester (Reino Unido) e da Agência de Proteção de Saúde inglesa, os cientistas analisaram históricos de saúde completos de casos britânicos de câncer infantil, comparando exposições à radiação em quase 27.500 casos diagnosticados entre 1980 e 2006, sendo mais de 9.000 leucemias infantis, a um conjunto de quase 37.000 crianças do grupo de controle, ou seja, sem câncer.
A radiação gama é um tipo de radiação eletromagnética produzida geralmente por elementos radioativos. Devido à alta energia que os raios gama possuem, eles são capazes de penetrar profundamente na matéria. Em consequência dessa propriedade, o processo de irradiação de diferentes produtos com raios gama cresce significativamente no mundo.
Os raios gama ocorrem em grande medida naturalmente, a partir de isótopos radioativos de tório, urânio e potássio no meio ambiente. Isso significa que eles podem vir de fontes naturais, e esse tipo de exposição geralmente não pode ser evitada.
O mesmo tipo de radiação também é encontrado em doses baixas em exames médicos de raios-X e tomografia computadorizada, por exemplo.
O mesmo tipo de radiação também é encontrado em doses baixas em exames médicos de raios-X e tomografia computadorizada, por exemplo.
Durante o estudo no Reino Unido, os pesquisadores descobriram que as crianças lá são expostas a uma dose de radiação anual de cerca de 0,7 mSv (millisievert) na medula óssea, a partir de raios gama naturais.
É importante ressaltar que essa taxa pode mudar com o ambiente. Ou seja, podem ter áreas expostas a mais ou menos radiação no mundo todo, mas os pesquisadores deixam claro que essa radiação natural é sempre baixa e inevitável. Ou seja, há muito pouco que pode ser feito para prevenir qualquer risco de câncer associado a ela.
Por outro lado, a boa notícia é que a radiação causa apenas uma minoria das leucemias infantis. O estudo chegou à conclusão de que a exposição da medula óssea a radiação gama natural pode aumentar em 12% o risco de leucemia em crianças para cada dose de millisievert – por conta da incerteza, estatisticamente falando, o aumento do risco relativo se encontra dentro de um intervalo de 3% a 22% por millisievert.
Não houve associação estatisticamente significativa entre raios gama naturais e outros cânceres infantis.
Enquanto praticamente nada pode ser feito para evitar a exposição natural a radiação gama, os resultados ajudam a compreender os riscos da baixa exposição à radiação médica, como raios-X e tomografia computadorizada, além de planejamento para a eliminação de resíduos nucleares, e os riscos das exposições recebidas por pessoas que vivem perto de Chernobyl ou Fukushima.
A conclusão é de que “mesmo pequenas doses de radiação representam algum, embora pequeno, risco para a saúde”, disse o professor e coautor do estudo Richard Wakeford, da Universidade de Manchester.
Isso não significa o fim de exames médicos que usam baixa radiação. Eles continuarão sendo valiosos na medicina, principalmente quando condições de saúde graves são suspeitas. Os pesquisadores dizem que não há necessidade de mudar a prática atual, se o exame for clinicamente justificado. A solução é manter as doses de radiação tão baixas quanto possível, reforçar a proteção aos pacientes, e optar por procedimentos alternativos que não envolvam exposição à radiação se isso for possível.
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