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sexta-feira, 26 de novembro de 2021

De onde vem o ouro do universo? Buracos negros podem ter a resposta

 

Observações indicam que buracos negros orbitados por um disco de acreção de matéria densa e quente poderiam estar ligados à origem de elementos químicos pesados como ouro e urânio

Material rico em nêutrons é ejetado do disco de acreção, permitindo o rápido processo de captura de nêutrons (processo r). A região em azul claro é uma ejeção particularmente rápida de matéria, chamada de jato, que normalmente se origina paralelamente ao eixo de rotação do disco. Crédito: NRAO, EUA

Como os elementos químicos são produzidos em nosso universo? De onde vêm os elementos pesados ​​como ouro e urânio? Usando simulações de computador, uma equipe de pesquisa do Centro Helmholtz de Pesquisas sobre Íons Pesados (GSI) em Darmstadt, na Alemanha, junto com colegas da Bélgica e do Japão, mostra que a síntese de elementos pesados ​​é típica para certos buracos negros com acumulações de matéria orbitando, os chamados discos de acreção. Os resultados foram publicados na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. 

A abundância prevista dos elementos formados fornece uma visão sobre quais elementos pesados ​​precisam ser estudados em novos laboratórios – como o Facility for Antiproton and Ion Research (Fair), que está atualmente em construção – para desvendar a origem dos elementos pesados. 

Todos os elementos pesados ​​da Terra hoje foram formados sob condições extremas em ambientes astrofísicos: dentro das estrelas, em explosões estelares e durante colisões de estrelas de nêutrons. Os pesquisadores estão intrigados com a questão de em quais desses eventos astrofísicos existem as condições apropriadas para a formação dos elementos mais pesados, como ouro ou urânio. 

Questão em aberto

A primeira observação espetacular de ondas gravitacionais e radiação eletromagnética originada de uma fusão de estrelas de nêutrons em 2017 sugeriu que muitos elementos pesados ​​podem ser produzidos e liberados nessas colisões cósmicas. No entanto, a questão permanece em aberto sobre quando e por que o material é ejetado e se pode haver outros cenários em que elementos pesados ​​podem ser produzidos. 

Candidatos promissores para a produção de elementos pesados ​​são os buracos negros orbitados por um disco de acreção de matéria densa e quente. Tal sistema é formado após a fusão de duas estrelas de nêutrons massivas e durante o chamado collapsar, o colapso e a explosão subsequente de uma estrela em rotação. 

A composição interna de tais discos de acreção não foi bem compreendida até agora, particularmente no que diz respeito às condições sob as quais um excesso de nêutrons se forma. Um alto número de nêutrons é um requisito básico para a síntese de elementos pesados, pois permite o processo de captura rápida de nêutrons ou processo r. Neutrinos quase sem massa desempenham um papel fundamental nesse processo, pois permitem a conversão entre prótons e nêutrons. 

Riqueza de nêutrons

“Em nosso estudo, investigamos sistematicamente pela primeira vez as taxas de conversão de nêutrons e prótons para um grande número de configurações de disco por meio de elaboradas simulações de computador, e descobrimos que os discos são muito ricos em nêutrons, desde que certas condições sejam satisfeitas”, explicou o dr. Oliver Just, do grupo de Astrofísica Relativística da Teoria da Divisão de Pesquisa do GSI. “O fator decisivo é a massa total do disco. Quanto mais massivo o disco, mais frequentemente nêutrons são formados a partir de prótons por meio da captura de elétrons sob emissão de neutrinos, e estão disponíveis para a síntese de elementos pesados ​​por meio do processo r.” 

Just prosseguiu: “No entanto, se a massa do disco for muito alta, a reação inversa desempenha um papel maior, de modo que mais neutrinos são recapturados pelos nêutrons antes de saírem do disco. Esses nêutrons são então convertidos de volta em prótons, o que dificulta o processo r.” 

Como mostra o estudo, a massa de disco ótima para a produção prolífica de elementos pesados ​​é de cerca de 0,01 a 0,1 da massa solar. O resultado fornece fortes evidências de que fusões de estrelas de nêutrons produzindo discos de acreção com essas massas exatas podem ser o ponto de origem para uma grande fração dos elementos pesados. No entanto, se e com que frequência tais discos de acreção ocorrem em sistemas de collapsars ainda não está claro. 

Dados ainda insuficientes

Além dos possíveis processos de ejeção de massa, o grupo de pesquisa liderado pelo dr. Andreas Bauswein também investiga os sinais de luz gerados pela matéria ejetada. Eles serão usados ​​para inferir a massa e a composição da matéria ejetada em futuras observações de colisões de estrelas de nêutrons. 

Um bloco de construção importante para a leitura correta desses sinais de luz é o conhecimento preciso das massas e de outras propriedades dos elementos recém-formados. “Esses dados são insuficientes atualmente. Mas com a próxima geração de aceleradores, como o Fair, será possível medi-los com uma precisão sem precedentes no futuro”, prevê Bauswein. “A interação bem coordenada de modelos teóricos, experimentos e observações astronômicas permitirá a nós, pesquisadores, testar nos próximos anos fusões de estrelas de nêutrons como a origem dos elementos do processo r.”

Fonte: Revista Planeta

Hubble apresenta uma majestosa galáxia espiral (e duas intrusas)

 

 A magnífica galáxia UGC 11537, na constelação da Águia, aparece aqui na companhia de duas estrelas brilhantes que estão mais próximas de nós

Galáxia UGC 11537: exemplo impecável de galáxia espiral. Crédito: ESA/Hubble e Nasa, A. Seth

Esta imagem do telescópio espacial Hubble, da Nasa/ESA, mostra uma visão de ponta da majestosa galáxia espiral UGC 11537. A Wide Field Camera 3 do Hubble capturou os braços espirais enrolados ao redor do coração da UGC 11537 em comprimentos de onda infravermelho e visível, mostrando tanto as faixas brilhantes de estrelas quanto as nuvens escuras de poeira que se espalham pela galáxia. 

A UGC 11537 está a 230 milhões de anos-luz de distância, na constelação da Águia, e fica perto do plano da Via Láctea. Estar tão perto da faixa estrelada da Via Láctea significa que estrelas em primeiro plano de nossa própria galáxia entraram na imagem. É o caso das duas estrelas proeminentes na frente da UGC 11537, intrusas de dentro da Via Láctea. Essas estrelas brilhantes em primeiro plano são cercadas por picos de difração – detalhes de imagem causados ​​pela interação da luz das estrelas com a estrutura interna do Hubble. 

Esta imagem veio de um conjunto de observações destinadas a ajudar os astrônomos a pesar buracos negros supermassivos em galáxias distantes. A combinação das observações do Hubble com dados de telescópios terrestres permitiu aos astrônomos fazer modelos detalhados da massa das estrelas nessas galáxias. Isso, por sua vez, ajuda a restringir a massa dos buracos negros supermassivos.

Fonte: ESA

NGC 6995: A nebulosa do morcego.

 

 Crédito e direitos autorais: Howard Trottier

Você vê o morcego? Ele assombra este close-up cósmico da nebulosa do Véu oriental . A própria nebulosa do Véu é um grande remanescente de supernova, a nuvem de detritos em expansão da explosão mortal de uma estrela massiva . Enquanto o Véu tem forma aproximadamente circular e cobre quase 3 graus no céu em direção à constelação do Cisne ( Cygnus ), NGC 6995, conhecido informalmente como Nebulosa do Morcego, mede apenas 1/2 grau, aproximadamente o tamanho aparente da Lua . Isso se traduz em 12 anos-luz na distância estimada do Véu, a tranquilizantes 1.400 anos-luz do planeta Terra. Na composição de dados de imagem registrados por meio de filtros de banda estreita , a emissão de átomos de hidrogênio no remanescente é mostrada em vermelho com forte emissão de átomos de oxigênio em tons de azul. Claro, na parte oeste do Véu está outra aparição sazonal: a Nebulosa da Vassoura de Bruxa .

O 'tsunami' de ondas gravitacionais que pode mudar o que sabemos do Universo

 

Um fenômeno que Einstein previu há mais de 100 anos e que foi observado pela primeira vez em 2015 agora bate um novo recorde. 

© Getty As ondas gravitacionais surgem após a colisão violenta entre dois objetos massivos, como buracos negros

Trata-se das ondas gravitacionais, ondulações na estrutura do espaço-tempo que ocorrem quando dois objetos hipermassivos, como buracos negros, colidem violentamente. Uma pesquisa recente feita por centenas de cientistas dos observatórios Ligo, nos Estados Unidos, Virgo, na Itália, e Kagra, no Japão, afirma ter detectado o maior número de ondas gravitacionais até hoje. 

Essa descoberta pode ajudar a resolver alguns dos quebra-cabeças mais complexos do universo, incluindo os componentes fundamentais da matéria e o funcionamento do espaço e do tempo. Esta é realmente uma nova era para a detecção de ondas gravitacionais", disse em comunicado Susan Scott, pesquisadora do Centro de Astrofísica Gravitacional da Universidade Nacional da Austrália e uma das autoras do estudo.

"É um grande avanço em nossa busca para descobrir os segredos da evolução do universo", disse a especialista. 

A publicação com os resultados das observações ainda está sob revisão, mas, com este anúncio, o "futuro da colaboração Ligo-Virgo-Kagra é muito promissor", disse à BBC News Mundo Eduard Larrañaga, físico teórico e professor do Observatório Nacional, na Colômbia, que não participou do estudo. 

Um tsunami de ondas gravitacionais

O trabalho colaborativo Ligo-Virgo-Kagra detectou 35 novas ondas gravitacionais entre novembro de 2019 e março de 2020. Essa quantidade é mais de 10 vezes o número de ondas gravitacionais que o Ligo-Virgo detectou em sua primeira rodada de observações, que ocorreu ao longo de quatro meses, entre 2015 e 2016. 

É "um tsunami", diz Scott. 

Das 35 ondas detectadas, 32 são o resultado de colisões entre buracos negros em fusão e três correspondem a colisões entre estrelas de nêutrons e buracos negros. Essas colisões monumentais ocorreram, em sua maioria, a bilhões de anos-luz de distância, gerando ondulações através do espaço-tempo. 

Com essa descoberta, já existem 90 ondas gravitacionais detectadas entre 2015 e 2020. 

O que são ondas gravitacionais?

Quando os objetos cósmicos se movem ou colidem, eles criam uma ondulação na estrutura do espaço-tempo, que se espalha como uma onda na água do lago. Este fenômeno é denominado onda gravitacional. As ondas gravitacionais estendem o espaço-tempo em uma direção e o comprimem em outra. 

Albert Einstein teoricamente previu a existência de ondas gravitacionais, como parte de sua teoria da relatividade geral, em 1916. Einstein calculou que, ao chegar à Terra, essas ondas seriam tão fracas que nunca poderiam ser detectadas. 

Em 2015, porém, foi realizada a primeira detecção de uma onda gravitacional. 

As ondas gravitacionais nos permitem ter uma visão mais ampla do universo, pois não limitam as observações a objetos que emitem luz ou partículas, mas nos permitem detectar objetos a partir das perturbações que geram no espaço-tempo. 

Diversidade

Este novo catálogo de ondas gravitacionais é a chave para entender a natureza dos buracos negros e a evolução das estrelas. Apenas agora estamos começando a apreciar a maravilhosa diversidade de buracos negros e estrelas de nêutrons", disse, em comunicado, Christopher Berry, astrônomo do Instituto de Pesquisa Gravitacional da Universidade de Glasgow. 

As observações, por exemplo, mostraram que as ondas gravitacionais eram o resultado da fusão de raios negros que juntos alcançavam uma massa mais de cem vezes maior que a do Sol, enquanto outros não chegavam a ser 20 vezes maior. 

Scott, por sua vez, argumenta que observar a massa e o giro dos buracos negros que se fundem nos permite ver como esses sistemas binários surgem. 

Sensibilidade

O registro da Ligo-Virgo-Kagra foi possibilitado pelo avanço da ciência e da tecnologia na detecção de ondas gravitacionais. Os detectores de ondas gravitacionais funcionam com lasers de alta potência que medem com alta precisão o tempo que a luz leva para viajar entre dois braços em forma de L. 

Quando uma onda gravitacional atinge a Terra, ela comprime o espaço-tempo em uma direção e o estica na outra, interrompendo o caminho dos lasers. Detectores como o Ligo (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory, ou Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser, em tradução livre) são capazes de detectar esses distúrbios que ocorrem em escalas subatômicas. 

Desde 2015, esses instrumentos se tornaram mais sensíveis, permitindo que mais ondas sejam detectadas. Segundo Scott, o aumento da sensibilidade dos detectores ao longo do tempo permitirá a identificação de novas fontes de ondas gravitacionais, algumas das quais inesperadas. 

Uma dessas fontes poderia ser, por exemplo, a radiação gravitacional gerada pelo próprio Big Bang.

Pesquisa calcula quantos buracos negros existem no espaço

 

 Astrônomos fizeram levantamento galáctico para estimar quantos buracos negros existem no cosmos. Imagem: Redpixel.pl – Shutterstock

Buracos negros são as regiões do universo mais díficeis de serem detectadas, tendo em vista que são tão escuros quanto o espaço que os cercam. Eles só são localizados em circunstâncias especiais, como quando se fundem, liberando ondas gravitacionais que ajudam os cientistas a entender a astrofísica desses elementos cósmicos. Um estudo recente afirma que existem potencialmente milhões de pequenos buracos negros ainda a serem detectados em nossa vizinhança. Sendo assim, daria para saber quantos buracos negros existem no espaço? 

Do que são feitos os buracos negros

Para um buraco negro existir, é necessário que tenham existido estrelas, porque os buracos negros vêm da morte de estrelas. Portanto, para descobrir quantos buracos negros existem no universo, os pesquisadores por trás do estudo, que foi publicado no jornal pré-impresso arXiv e aceito para publicação no The Astrophysical Journal, tiveram que dar alguns passos para trás. 

Segundo o site Space, o primeiro passo dos cientistas foi modelar a evolução galáctica ao longo de bilhões de anos de história cósmica. Afinal, as galáxias são os lares das estrelas, e sua evolução geral afeta todos os tipos de estrelas que aparecem dentro delas.

Por exemplo, algumas galáxias podem formar continuamente novas estrelas ano após ano cósmico. Outras podem sofrer eventos de fusão que desencadeiam uma rodada de formação de estrelas incrivelmente alta, apenas com o objetivo de simplesmente se extinguirem e nunca mais produzirem nada digno de nota. 

Os astrônomos fizeram observações conhecidas das estatísticas de galáxias ao longo do tempo cósmico, observando a tendência geral das taxas de fusão galáctica e dados demográficos.  

Outro fator chave é a chamada “metalicidade” de uma galáxia, que é uma medida da quantidade de outros elementos além de hidrogênio e hélio dentro dela – os metais. Galáxias maiores terão mais gás, o que lhes permite formar mais estrelas. Por sua vez, uma maior quantidade de metais pode aumentar o resfriamento do gás, o que ajuda as galáxias a produzirem novas estrelas com eficiência. 

De posse dessas informações, os astrônomos tinham um modelo da população estelar dentro das galáxias, que informava quantas estrelas pequenas, médias e grandes aparecem no universo. 

Levantamento de morte das estrelas

Então, eles precisaram rastrear a evolução – e o mais importante, as mortes – dessas estrelas. Para fazer isso, a equipe recorreu a simulações, que conectavam as propriedades de uma estrela em particular (sua massa e metalicidade) ao seu tempo de vida e eventual desaparecimento. 

Apenas uma fração das estrelas maiores produzem buracos negros, e essas simulações mostraram aos astrônomos a porcentagem das estrelas de uma galáxia que se apagam a cada ano. 

Em seguida, os cientistas precisaram rastrear a evolução dos sistemas binários, já que os buracos negros podem se alimentar de estrelas irmãs, sendo tragados em seu gás no processo. Assim, um buraco negro formado em um sistema binário acabará sendo maior do que um buraco negro nascido sozinho. 

À medida que os buracos negros envelhecem, eles continuam a se alimentar de qualquer gás circundante, de acordo com o que os astrônomos também estimaram. Por último, ocasionalmente os buracos negros se encontram na escuridão do espaço interestelar e se fundem. Portanto, para produzir um levantamento preciso, a equipe precisou estimar a taxa de fusão de buracos negros dentro de cada galáxia. 

Censo astronômico revela quantidade de buracos negros no espaço

Juntando todas as peças, os astrônomos foram capazes de rastrear a população de buracos negros ao longo de bilhões de anos. Eles produziram o que é chamado de “função de massa”, que é uma espécie de censo astronômico, relatando quantos buracos negros de cada tamanho existem em qualquer ponto do tempo. 

Na descoberta, eles identificaram, não surpreendentemente, que os maiores buracos negros – buracos negros supermassivos – são muito mais raros do que seus primos menores. Segundo o estudo, em cada megaparsec cúbico de espaço (onde um megaparsec é um milhão de parsecs, ou 3,26 milhões de anos-luz), nosso universo hospeda buracos negros equivalente a cerca de 50 milhões de massas solares. 

Se cada buraco negro tem algumas vezes a massa do Sol, isso se traduz em cerca de 10 milhões de buracos negros individuais no mesmo volume. 

Para colocar isso em perspectiva, a quantidade total de massa contida pelos buracos negros é cerca de 10% da massa das estrelas. Portanto, para todas as estrelas que você vê no céu noturno, há muitos buracos negros em suas adjacências. 

Como os buracos negros supermassivos são extremamente raros, cada galáxia geralmente hospeda apenas um desses gigantes, segundo a pesquisa.

Fonte: Olhar Digital

A nebulosa do olho de gato em imagens ópticas e de raios-X

 

 NASA , ESA , Hubble Legacy Archive ; Chandra X-ray Obs. 

Para alguns, parece um olho de gato. Para outros, talvez como uma concha cósmica gigante Na verdade, é uma das nebulosas planetárias mais brilhantes e detalhadas conhecidas, composta de gás expelido na breve mas gloriosa fase perto do fim da vida de uma estrela semelhante ao Sol. Esta nebulosa é morrendo estrela central pode ter produzido as circulares exteriores escudos concêntricas por encolhendo fora exteriores camadas em uma série de convulsões regulares. A formação das belas e complexas estruturas internas , porém simétricas , não é bem compreendida . 

A imagem em destaqueé uma composição de uma imagem digitalmente nítida do Telescópio Espacial Hubble com luz de raios-X capturada pelo Observatório Chandra em órbita . A estátua do espaço flutuante requintado se estende por mais de meio ano-luz de diâmetro. Claro, olhando neste olho de gato , a humanidade pode muito bem estar vendo o destino de nosso sol, destinado a entrar em sua própria fase de evolução da nebulosa planetária ... em cerca de 5 bilhões de anos.

Fonte: NASA

Lua cheia

 

 Crédito da imagem e direitos autorais : Zhengjie Wu e Jeff Dai ( TWAN ) 

Um fotógrafo em silhueta está sob o luar brilhante enquanto a Lua Cheia surge nesta imagem telefoto bem planejada. Claro, a Lua Cheia é normalmente a fase lunar mais brilhante. Mas em 18 de novembro de 19, a luz da Lua Cheia será esmaecida durante um eclipse lunar parcial profundo visto em grande parte do planeta Terra. No eclipse máximo, apenas uma pequena porcentagem do diâmetro do disco lunar deve permanecer fora da sombra umbral escura da Terra quando a Lua desliza perto da borda sul da sombra. Perto do apogeu, o ponto mais distante de sua órbita, o movimento da Lua será lento. Isso deve fazer deste segundo eclipse lunar de 2021 um eclipse lunar parcial excepcionalmente longo. Para a maior parte da América do Norte, as fases parciais do eclipse será visível antes do amanhecer. Uma vez que os eclipses tendem a ocorrer em pares, este eclipse lunar será seguido por um eclipse solar em duas semanas em 4 de dezembro.

Fonte: apod.nasa.gov

Teremos que enviar uma nave a Proxima b para descobrir se o planeta é habitável

 

Representação artística do planeta Proxima b e da estrela Proxima Centauri (Imagem: Reprodução/ESO/M. Kornmesser)

Nossa estrela vizinha, Proxima Centauri, localizada apenas a 4,2 anos-luz de distância, tem um planeta em sua zona habitável. No entanto, isso não significa necessariamente que este mundo é capaz de abrigar vida. Para saber se este é o caso, os cientistas precisam determinar as características da atmosfera do planeta, e um novo estudo agora sugere que será necessário enviar uma missão para conferir as propriedades atmosféricas de pertinho.  

Uma das principais maneiras de caracterizar um exoplaneta é através do trânsito planetário, que consiste em analisar o espectro da luz que atravessa a atmosfera do planeta quando este passa em frente à sua estrela. Outro método é o de velocidade radial, no qual se observa os espectros das estrelas em busca de sinais de “oscilação”, de modo que a estrela move cada vez mais para longe da Terra. Isso é causado pela influência gravitacional dos planetas que orbitam a estrela, por isso o método também permite calcular a massa dos planetas. 

No caso de Proxima b, os astrônomos usaram o segundo método, por a estrela ser de baixa massa e menos brilhante, do tipo M (anã vermelha). Com a velocidade radial, eles obtiveram uma estimativa de massa mínima de 1,24 e uma estimativa máxima de 2,06 massas terrestres. Mas será que este planeta pode sustentar formas de vida? Para responder à pergunta, vários estudos tentaram usar o trânsito planetário, porque ele permitiria estudar a composição atmosférica, mas nenhum trânsito foi confirmado. 

Agora, o novo estudo optou por usar dados já coletados pelo telescópio Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) e novo conjunto de algoritmos, abrangendo um período de observações entre 23 de abril a e de junho de 2019 e de 29 de abril a 26 de maio de 2021. Eles também incluíram um algoritmo que modelou a atividade estelar de Proxima Centauri, que emite flares de luz branca 2 a 3 vezes por dia ou mais. O objetivo é encontrar algum trânsito planetário detectado pelos instrumentos. 

A dificuldade na detecção é que erupções na estrela podem ser bem intensas, de modo que as observações de sua curva de luz ao longo do tempo podem ser pensadas principalmente como uma superposição de muitas chamas. “Esse nível de atividade pode complicar a busca por exoplanetas em trânsito por causa do ruído adicional nos dados”, disseram os autores da nova pesquisa. “Um método típico de lidar com chamas grandes é identificá-las e removê-las usando algoritmos”. 

Os autores identificaram os flares usando um algoritmo personalizado, e os removeram dos dados para depois procurar sinais de trânsito. Eles também inseriram trânsitos “falsos” na curva de luz da estrela para testar se o algoritmo era sensível o suficiente para encontrar os verdadeiros. O resultado: eles não encontraram evidências de trânsito na estrela. O que isso significa? Será que o planeta, na verdade, não existe? Não é isso, o problema são as condições do ambiente. 

De acordo com os pesquisadores, qualquer exoplaneta na zona habitável de Proxima Centauri teria que medir menos de 0,4 a 0,5 raios terrestres (semelhante a Marte) para serem detectados. O planeta Proxima b mede entre 0,68 e 2,5 raios terrestres, ou seja, não pode ser detectado através do trânsito planetário. Mesmo que o outro método — velocidade radial — tenha sido útil para confirmar a existência do planeta e determinar sua massa, não é tão eficiente para estudar a atmosfera. 

Tudo isso significa que os cientistas terão que enviar uma missão até o planeta, se quiserem mesmo descobrir como é a atmosfera por lá e se ele é habitável ou não. Essa é uma notícia desanimadora, porque para chegar em Proxima Centauri na velocidade da sonda Voyager, por exemplo — a única sonda humana a atingir o espaço interestelar — uma espaçonave levaria 16.000 anos. 

Este não é um ponto final no assunto, entretanto. Os autores do estudo dizem que os instrumentos de próxima geração, como o James Webb e o Vera Rubin, poderão se beneficiar das técnicas de aprendizado de máquina, como o algoritmo que a equipe utilizou na pesquisa. Além disso, projetos como o Breakthrough Starshot poderiam enviar velas solares leves, mais rápidas que as sondas Voyager. 

Por fim, o algoritmo da equipe pode ser útil no futuro para remover os ruídos de estrelas na busca por novos exoplanetas perto de nós. O novo estudo será publicado na Frontiers in Astronomy and Space Sciences. 

Fonte: Canaltech

O que um evento astronômico em 1054 nos ensinou sobre a morte de estrelas

 

Na coluna "Mulheres das Estrelas", as astrônomas Ana Posses, Geisa Ponte e Duilia de Mello contam o que a humanidade desvendou nos últimos séculos sobre explosões estelares

Nebulosa do Caranguejo, registrada pelo telescópio Hubble em 2005 (Foto: NASA, ESA, J. Hester and A. Loll (Arizona State University))

A história de vida de uma estrela depende bastante da sua massa. Quanto mais massiva, mais rápido ela vai esgotar seu combustível e mais violenta será sua morte. Há cerca de 967 anos, a humanidade testemunhou um adeus estelar que pode ter sido o mais intenso na nossa vizinhança até hoje. No ano de 1054, chegou à Terra o brilho do último suspiro de uma estrela gigante. Ela brilhou tão violentamente durante a explosão em supernova que chamou a atenção de muita gente naquela época. O telescópio sequer havia sido inventado! 

Os relatos descrevem o surgimento súbito de uma estrela “nova” muito brilhante, mais do que todos os outros objetos celestes visíveis, com exceção da Lua. Esse brilho durou quase dois anos, podendo ser observado a olho nu de vários lugares do planeta. Hoje temos noção disso graças a antigos astrônomos chineses e árabes que tiveram o privilégio de testemunhar o fenômeno e registrar a evolução de seu brilho. 

Vários séculos depois, na década de 1920, já com telescópios, alguns astrônomos encontraram uma nebulosa planetária (o resto mortal de uma estrela) que recebeu o nome de Nebulosa do Caranguejo, já que sua aparência lembra o crustáceo. Ela é muito bonita e, naquela época, o astrônomo americano John Charles Duncan viu que ela se expandia ao analisar imagens tiradas durante oito anos. Calculando há quanto tempo essa expansão estava acontecendo, ele concluiu que a explosão que deu origem à nebulosa acontecera cerca de 900 anos antes, justamente nas coordenadas que eram descritas na antiga observação da supernova em 1054. 

Esse foi o primeiro reconhecimento de uma nebulosa planetária que tinha sido originada por uma supernova — testemunhada e registrada por astrônomos séculos antes. Na verdade, de nova a estrela de 1054 não tinha nada! Supernovas são eventos raríssimos, ainda mais na nossa vizinhança galáctica. A última supernova vista na Via Láctea foi a de Kepler, em 1604. 

Pulsar PSR B1919+21, descoberto em 1967 por Jocelyn Bell Burnell (Foto: NASA/Reprodução Facebook @Nobel Prize)

Nas redondezas da linda imagem astronômica da Nebulosa do Caranguejo, vemos nuvens de gás e poeira emitindo ondas eletromagnéticas em vários comprimentos de onda (ou cores) diferentes. Essa região é composta pelo material que fazia parte das camadas mais externas da estrela que morreu. Durante uma explosão de supernova, a estrela expele esse material e alguns átomos se combinam formando novos elementos químicos. Esse fenômeno acontece de forma única em cada estrela gigante que explode, dando aparência de “cores”, texturas e formatos particulares em cada nebulosa planetária que observamos. 

Já no centro da Nebulosa do Caranguejo vemos o que restou do núcleo da falecida estrela. Ali está uma estrela de nêutrons, um corpo de densidade tão alta que os prótons se combinaram com os elétrons formando os nêutrons. Estimamos que a massa da estrela de nêutrons seja por volta de 1,4 a massa do Sol, mas ela é bem pequenininha, não chegando a 30 km de diâmetro (sim, bem pequenininha, lembrando que o Sol tem 1,4 milhão de km). 

A estrela de nêutrons do Caranguejo é do tipo que chamamos de pulsar. Ela está em rotação e possui campo magnético intenso que produz corrente elétrica na superfície estelar. Essas partículas carregadas entram no campo magnético e giram com ele ao redor da estrela de nêutrons. Ao atingirem velocidades próximas à da luz, a estrela libera radiação eletromagnética. Como o polo magnético não coincide com o de rotação, feixes de luz escapam pelos polos durante a rotação. O efeito visto da Terra é semelhante ao de um farol, daí o nome pulsar. 

O pulsar da nebulosa do Caranguejo foi descoberto em 1968 pelo astrofísico estadunidense Richard Lovelace, no rádio-observatório de Arecibo, em Porto Rico. O primeiro pulsar, PSR B1919+21, tinha sido descoberto há apenas um ano pela estudante de doutorado Jocelyn Bell Burnell, em Cambridge, no Reino Unido. Já comentamos sobre o caso de Jocelyn, que não recebeu o prêmio Nobel de Física por sua descoberta — a láurea foi dada a seu orientador, Antony Hewish, em 1974. Apesar da injustiça, a astrônoma é sempre aclamada por seu feito e contribuição científica ao detectar sinais que se repetiam a cada 1,337301 segundo, hoje conhecidos como o pulsar PSR B1919+21. 

Na interpretação deste artista, os fundamentos de um pulsar são codificados por cores. Em branco está a estrela de nêutrons. Seu poderoso campo magnético é mostrado em azul. Os polos norte e sul desse campo magnético e as direções das quais os feixes do p (Foto: B. Saxton, NRAO/AUI/NSF)

O período de rotação dos pulsares pode chegar a apenas frações de segundos e até ultrapassar dezenas de segundos. Por exemplo, o da nebulosa do Caranguejo gira 33,5 vezes por milissegundo (0.001s); ao passo que um dos mais lentos de todos, o PSR J0250+5854, gira a cada 23,5 segundos. 

Recentemente, com as variações de brilho da estrela supergigante Betelgeuse na constelação de Orion, surgiu a esperança de que talvez fôssemos testemunhas de outro evento raríssimo parecido com o que aconteceu em 1054. Com a diferença de que Betelgeuse está cerca de 10 vezes mais próxima do que estava a estrela moribunda que deu origem à Nebulosa do Caranguejo, a 6.500 anos-luz de distância. Imagine então o espetáculo que será quando Betelgeuse explodir. 

Sabemos que a explosão de 1054 foi tão fantástica que seus desenhos figuram em uma série de petróglifos no deserto dos Estados Unidos. Muitos chegam a confundir a supernova com desenhos do Sol, mas, ao examinar detalhadamente o mapa do céu deixado pelos indígenas americanos e ao analisar a datação desses sítios, tudo indica que o desenho é de um objeto superbrilhante no céu, possivelmente a supernova 1054. 

A estrela supergigante vermelha Betelgeuse durante o seu escurecimento no final de 2019 e início de 2020 (Foto: ESO/M. Montargès et al.)

Não sabemos exatamente o impacto que a explosão de Betelgeuse, que está tão próxima, terá na vida das pessoas no nosso planeta. Mas hoje, com toda a tecnologia disponível, com certeza faremos mais do que desenhar a estrela em paredes e será uma excelente oportunidade para falar de ciência com todo mundo. Será uma estrela revelando como estamos todos conectados com o passado e o futuro, e ficaremos aguardando com muita ansiedade pelo pulsar que nascerá no coração da futura nebulosa, girando incessantemente por milhares de anos.

Objeto astronómico encontrado por amador identificado como nova galáxia anã

 

 No plano de fundo, M33 e a nova galáxia detetada, Peixes VII (em detalhe na inserção). Crédito: Giuseppe Donatiello

Astrofísicos da Universidade de Surrey e do Instituto de Astrofísica da Andaluzia identificaram uma mancha no céu descoberta por um astrónomo amador como uma nova galáxia anã pioneira chamada Peixes VII/Tri III. 

O entusiasta Giuseppe Donatiello avistou a galáxia enquanto examinava dados publicamente disponíveis e a sua descoberta foi investigada por astrofísicos profissionais, liderados pelo Dr. David Martinez-Delgado do Instituto de Astrofísica da Andaluzia, que usou imagens mais profundas obtidas pelo TNG (Telescopio Nazionale Galileo). Ao processar os dados e realizar calibração fotométrica, confirmaram que a descoberta é uma nova galáxia anã, mas precisam de mais imagens de telescópios ainda mais poderosos para confirmar a sua localização precisa e importância. 

A sua análise identificou Peixes VII/Tri III como uma de duas coisas, qualquer uma das quais a tornaria uma importante descoberta astrofísica. Os cálculos da equipa mostram que é uma galáxia anã isolada ou um satélite da galáxia do Triângulo (M33). Se estiver isolada, pensa-se que seja a galáxia de campo mais ténue já detetada. Se for satélite de M33, pode tranquilizar os especialistas de que as suas teorias sobre como as galáxias são formadas estão corretas. 

Emily Charles, estudante de doutoramento na Universidade de Surrey que trabalhou no projeto, disse: 

"O conhecimento teórico sobre a formação galáctica significa que esperaríamos ver muito mais galáxias pequenas em órbita da galáxia do Triângulo, M33. No entanto, até agora só tem uma galáxia satélite conhecida. Se esta galáxia recentemente identificada pertencer a M33, pode significar que há muitas mais que não foram ainda descobertas, pois são demasiado fracas para aparecer em levantamentos anteriores do sistema. M33 atualmente desafia as suposições dos astrofísicos, mas esta nova descoberta começa a assegurar-nos que as nossas teorias estão corretas." 

Para confirmar se Peixes VII/Tri III é isolada ou satélite de M33, a equipa precisa de medir com precisão a distância até à galáxia e de ver como se move em comparação com M33. Ambos os passos requerem imagens adicionais usando outros telescópios. 

Noushin Karim, outro aluno de doutoramento na Universidade de Surrey que ajudou a identificar Peixes VII/Tri III, disse: 

"As imagens profundas pelo Hubble vão permitir-nos chegar a estrelas mais fracas que agem como estimadoras mais robustas de distâncias, pois têm um brilho padrão. Para confirmar o movimento da nova galáxia, precisamos de imagens de um telescópio com 8m ou 10m, como o Keck ou o Gemini." 

O artigo científico que explica o seu trabalho e como chegaram às suas conclusões foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. Em seguida, a equipa vai solicitar acesso a outros telescópios a fim de confirmar as suas análises.

Fonte: Astronomia OnLine

Apresentando o cometa Leonard

 

 Crédito de imagem e direitos autorais: Dan Bartlett

Lá vem o cometa Leonard. O cometa C / 2021 A1 (Leonard) foi descoberto como uma mancha tênue em janeiro de 2021 quando estava além de Marte - mas sua órbita levará a gigante bola de gelo para o interior do Sistema Solar, passando perto da Terra e de Vênus em dezembro antes de voar ao redor do Sol no início de janeiro de 2022. Embora os cometas sejam notoriamente difíceis de prever , algumas estimativas mostram o cometa Leonard brilhando para se tornar visível a olho nu em dezembro.

O cometa Leonard foi capturado há pouco mais de uma semana, já exibindo um coma esverdeadoe uma cauda de poeira estendida . A imagem apresentada foi composta de 62 imagens tiradas por um telescópio de tamanho moderado - um conjunto de exposições rastreando o cometa, enquanto outro conjunto rastreando as estrelas de fundo. As exposições foram tiradas de céus escuros acima das Sierras Orientais (Montanhas) , perto de June Lake na Califórnia , EUA . Logo depois de passar perto da Terra em meados de dezembro, o cometa mudará dos céus do norte para o sul.

Fonte: NASA

Eclipse lunar sobre um arranha-céu

 

 Crédito de imagem e direitos autorais: Yuri Beletsky ( Observatório Carnegie Las Campanas , TWAN )

Por que a Lua está no topo deste edifício? Planejando . Foi necessário um planejamento cuidadoso do astrofotógrafo - incluindo descobrir exatamente onde colocar a câmera e exatamente quando tirar a foto - para criar essa superposição impressionante . A única imagem apresentada foi tirada nas primeiras horas da manhã de 19 de novembro, perto do pico do eclipse lunar parcial que estava ocorrendo quando a Lua passou pela sombra da Terra .

Neste momento, quase toda a Lua - 99,1 por cento de sua área - estava na parte mais escura da sombra da Terra . O edifício é o edifício Gran Torre Santiago em Chile , o edifício mais alto na América do Sul . Embora todo o eclipse tenha durado impressionantes seis horas, esta imagem teve que ser tirada em apenas alguns segundos para obter o alinhamento correto - a rotação da Terra logo moveu o edifício fora do alinhamento. O próximo eclipse Terra-Lua será um eclipse total do Sol que ocorrerá em 4 de dezembro - mas só será visível do fundo do nosso mundo .

Fonte: apod.nasa.gov

Criador de estrelas Crédito: ESO/M. Zamani Potentes raios lasers são lançados de um dos quatro Telescópios Principais do Very Large Telescope (VLT) do ESO, situado no Observatório do Paranal, no Chile. Os raios atingem uma camada da atmosfera, situada a 90 km de altitude, muito rica em átomos de sódio, fazendo-os brilhar e criando assim estrelas artificiais no céu. Mas porquê? A atmosfera da Terra distorce a radiação que nos chega dos objetos cósmicos, diminuindo a nitidez das imagens astronómicas. Esta é também a razão pela qual as estrelas que vemos no céu noturno parecem "cintilar". Para corrigir as observações deste efeito, os astrónomos desenvolveram uma tecnologia chamada óptica adaptativa, na qual um espelho flexível é deformado centenas de vezes por segundo para contrabalançar a turbulência atmosférica. Para calcular as correções necessárias, são precisas estrelas de referência que estejam próximas no céu do objeto que está a ser observado. No entanto, nem sempre temos tais estrelas posicionadas de forma ideal e é por isso que os astrónomos tiveram a ideia de usar lasers para criar estrelas artificiais situadas nos locais perfeitos do céu sempre que são necessárias. Facto curioso: estes átomos de sódio são deixados por meteoroides que terminaram a sua viagem pelo Sistema Solar quando entraram na atmosfera da Terra e se queimaram. Por isso, de certo modo, quando excitamos esses átomos de sódio com lasers estamos a usar matéria do espaço para nos ajudar a observar o espaço! Fonte: ESO Crédito: ESO/M. Zamani Potentes raios lasers são lançados de um dos quatro Telescópios Principais do Very Large Telescope (VLT) do ESO, situado no Observatório do Paranal, no Chile. Os raios atingem uma camada da atmosfera, situada a 90 km de altitude, muito rica em átomos de sódio, fazendo-os brilhar e criando assim estrelas artificiais no céu. Mas porquê? A atmosfera da Terra distorce a radiação que nos chega dos objetos cósmicos, diminuindo a nitidez das imagens astronómicas. Esta é também a razão pela qual as estrelas que vemos no céu noturno parecem "cintilar". Para corrigir as observações deste efeito, os astrónomos desenvolveram uma tecnologia chamada óptica adaptativa, na qual um espelho flexível é deformado centenas de vezes por segundo para contrabalançar a turbulência atmosférica. Para calcular as correções necessárias, são precisas estrelas de referência que estejam próximas no céu do objeto que está a ser observado. No entanto, nem sempre temos tais estrelas posicionadas de forma ideal e é por isso que os astrónomos tiveram a ideia de usar lasers para criar estrelas artificiais situadas nos locais perfeitos do céu sempre que são necessárias. Facto curioso: estes átomos de sódio são deixados por meteoroides que terminaram a sua viagem pelo Sistema Solar quando entraram na atmosfera da Terra e se queimaram. Por isso, de certo modo, quando excitamos esses átomos de sódio com lasers estamos a usar matéria do espaço para nos ajudar a observar o espaço!

 

 Crédito: ESO/M. Zamani

Potentes raios lasers são lançados de um dos quatro Telescópios Principais do Very Large Telescope (VLT) do ESO, situado no Observatório do Paranal, no Chile. Os raios atingem uma camada da atmosfera, situada a 90 km de altitude, muito rica em átomos de sódio, fazendo-os brilhar e criando assim estrelas artificiais no céu. Mas porquê? 

A atmosfera da Terra distorce a radiação que nos chega dos objetos cósmicos, diminuindo a nitidez das imagens astronómicas. Esta é também a razão pela qual as estrelas que vemos no céu noturno parecem "cintilar". 

Para corrigir as observações deste efeito, os astrónomos desenvolveram uma tecnologia chamada óptica adaptativa, na qual um espelho flexível é deformado centenas de vezes por segundo para contrabalançar a turbulência atmosférica. Para calcular as correções necessárias, são precisas estrelas de referência que estejam próximas no céu do objeto que está a ser observado. No entanto, nem sempre temos tais estrelas posicionadas de forma ideal e é por isso que os astrónomos tiveram a ideia de usar lasers para criar estrelas artificiais situadas nos locais perfeitos do céu sempre que são necessárias. 

Facto curioso: estes átomos de sódio são deixados por meteoroides que terminaram a sua viagem pelo Sistema Solar quando entraram na atmosfera da Terra e se queimaram. Por isso, de certo modo, quando excitamos esses átomos de sódio com lasers estamos a usar matéria do espaço para nos ajudar a observar o espaço!

Fonte: ESO

O que sabemos (e o que ainda não sabemos) sobre estrelas gigantes

 

 Existem vários tipos de estrelas no universo, muitas não muito diferente do nosso Sol. Mas algumas são muito — muito — grandes, mas nem todas são densas. As gigantes vermelhas são relativamente leves, difusas e muito brilhantes, mas as gigantes azuis são muito mais quentes e massivas. Além disso, elas explodem. Pode parecer um destino trágico, mas temos sorte que isso aconteça, pois é assim que elementos da tabela periódica são espalhados pelo universo. 

Os astrônomos sabem um bocado de coisas sobre as estrelas gigantes, mas ainda há muito para ser descoberto. Como sempre acontece na ciência, cada pergunta respondida traz novas questões e mistérios empolgantes, aguardando quem possa decifrá-los. Mas afinal, por que existem estrelas gigantes? Elas já “nascem” assim? E como “morrem”? 

Para falar sobre essas dúvidas, o Canaltech conversou com Elvis Cantelli, mestre em Astronomia e doutorando pelo IAG-USP. Ele nos contou algumas das coisas que já se sabe sobre essas grandalhonas e o que ainda é um desafio para a ciência. 

Muito maiores que o Sol

(Imagem: Reprodução/Paul G. Beck/KU. Leuven)

Como o próprio nome sugere, essas estrelas são de proporções realmente gigantescas. A classe de estrelas gigantes mais comum é a de gigantes vermelhas, e o motivo é bem simples: elas são a fase final da evolução de qualquer estrela de baixa massa e de massa intermediária. Elas variam bastante de tamanho e podem ter entre dezenas a centenas de vezes o raio do Sol. Alguns casos excepcionais têm números que podem assombrar qualquer um — a hipergigante VY Canis Majoris, por exemplo, tem 2.100 vezes o tamanho do Sol em diâmetro! 

Essas gigantes vermelhas já são velhas, estão em um estágio evolutivo mais avançado que as azuis. Elas ficam enormes nessa fase porque quando extinguem o combustível disponível no núcleo, começam a entrar no processo em que a queima de hidrogênio passa para uma casca externa. Com isso, o núcleo vai contraindo e as cascas externas se expandindo, como uma maneira de conservação do equilíbrio hidrostático. Como consequência, elas ficam mais frias e, por isso, ficam mais avermelhadas. 

Pois é, ao contrário do que poderíamos imaginar, o vermelho indica que a estrela é mais fria, e o azul aparece quando a estrela é muito mais quente. As gigantes azuis são objetos relativamente escassos, extremamente luminosos, pesados (com massa a partir de 8 vezes a do Sol), e com temperaturas que podem chegar a 20 mil K ou mais. Como são muito massivas, o tempo de vida delas é bem mais curto e geralmente encerram seu ciclo em uma explosão de supernova.

A principal diferença entre as duas é a fase evolutiva. Enquanto as vermelhas estão no final de suas vidas, as gigantes azuis ainda são jovens e estão na sequência principal, ou seja, queimando hidrogênio em seus núcleos. Mas toda a massa e calor dessas estrelas cria ambientes muito extremos, e elas encerram o ciclo bem mais rápido que as anãs. É justamente por essa rapidez com que encerram suas vidas que não vemos muitas delas por aí. Não que sejam raras, mas estão disponíveis em menor quantidade em relação às vermelhas.

Por outro lado, as gigantes vermelhas são muito mais comuns e bem compreendidas pelos astrônomos. Ainda bem, porque pode demorar bastante para que uma delas se forme. Por exemplo, o nosso Sol — que é uma anã amarela e um dia entrará na fase de gigante vermelha — já tem 4,5 bilhões de anos e ainda restam aproximadamente 5 bilhões de anos pela frente antes de se inchar e ficar grande o suficiente para engolir Mercúrio, Vênus, e talvez a Terra. 

Há outros tipos mais difíceis de se encontrar, como as gigantes brancas, que nada mais são do que um estágio evoluído das gigantes azuis. Ou seja, não são mais da sequência principal, pois a fusão do hidrogênio em seus núcleos cessou, e elas agora estão usando hélio como combustível. 

O que não sabemos sobre estrelas gigantes

Com os instrumentos de última geração, como o CHEOPS, Hipparcos e Gaia (todos da ESA, a Agencia Espacial Europeia), o entendimento sobre elas evoluiu bastante. Por exemplo, até cerca de três anos atrás, não se sabia se planetas podem se formar na órbita de estrelas massivas, mas graças ao CHEOPS, sabemos que sim: o WASP-189 b foi descoberto em 2020 ao redor de uma gigante azul e é um dos mundos mais quentes e extremos já encontrados. 

Ainda assim, há muitas complicações no estudo dessas estrelas, o que é um grande problema, porque, para compreender os mecanismos da evolução estelar, é preciso saber o máximo possível sobre as mais massivas. Isso é fundamental para entender como funciona o universo, afinal, as estrelas são os “caldeirões” cósmicos, onde se fabrica grande parte dos elementos naturais da tabela periódica. 

1. Distância das estrelas gigantes

Os astrônomos têm ótimos meios para calcular as distâncias de objetos no universo. O principal método para medir a distância entre a Terra e estrelas da Via Láctea é o paralaxe, que usa medidas trigonométricas. O conceito é simples: as estrelas próximas de nós parecem se mover mais em relação às estrelas de fundo mais distantes, que têm um movimento muito menor. 

Mas às vezes a tarefa pode não ser tão simples. Se as estrelas estiverem muito distantes, a paralaxe (o ângulo formado pelo movimento aparente) pode ser muito pequena para uma medição precisa. Cantelli nos explicou que “quando a gente vai para distâncias maiores, por exemplo cerca de milhares de anos-luz, a gente começa a encontrar só as gigantes. Quanto mais distante, menos estrelas anãs, e sobra as gigantes vermelhas e azuis. E quanto mais longe, menor a paralaxe, a estrela “dança” muito menos e o brilho fica mais fraco. Então temos mais dificuldade de dizer onde ela está exatamente”.

A menor paralaxe mensurável a partir do solo é cerca de 0,01 segundos de arco, então há um limite bem evidente de distância que podemos calcular com essa técnica. Por outro lado, as estrelas gigantes muito próximas, tem o problema o oposto. “É difícil até mesmo para o Gaia detectar porque elas formam um borrão luminoso no detector que atrapalha tudo”. 

Essas dificuldades se tornam um grande problema para os que estudam as estrelas, porque é através da distância que os cientistas podem medir a luminosidade total emitida, a massa dos objetos que a orbitam, o tamanhos físico, entre outras características. Foi para resolver esse problema, entre outros, que a ESA enviou as missões Hipparcos e Gaia, planejadas para mapear a Via Láctea a partir da órbita terrestre. 

A Hipparcos obteve muito sucesso em medir as distâncias para um total de 100 mil estrelas, incluindo algumas bem mais distante do que poderíamos medir a partir do método paralaxe em solo. A Gaia, por sua vez, está gerando mapas da Via Láctea. 

2. Temperatura das estrelas gigantes

Estrelas gigantes são um alvo comum dos astrônomos porque, dentro delas, literalmente, há detalhes importantes para serem revelados. Mas sempre houve dificuldade em estimar suas temperaturas, não só pelo problema da distância, mas também devido às suas atmosferas complexas e turbulentas. 

Sem medir temperatura com precisão, não há como dizer quando elas vão explodir em supernovas — e todos queremos saber quando finalmente poderemos testemunhar uma supernova. Recentemente, um estudo sugeriu que os astrônomos podem procurar linhas espectrais de ferro nas gigantes vermelhas como um bom indicador de temperatura delas. A certeza sobre a eficácia da técnica vai depender de futuros testes. 

3. Velocidade radial

Outra dificuldade é quando se tenta determinar a velocidade radial, ou seja, velocidade de afastamento. A velocidade radial de uma estrela (ou de outro objeto celeste luminoso) é praticamente a única detectável em grandes distâncias e pode ser medida através do exame espectroscópio, isto é, da análise dos comprimentos de onda observados em seu espectro. Quanto maior for a resolução do espectro, maior será a precisão na medida da velocidade radial.

Mas no caso das gigantes azuis, a técnica pode ser mais difícil, tanto que “as velocidades radiais de estrelas gigantes azuis determinadas pelo Gaia são muito poucas", disse Cantelli. “Quanto mais frias, mais linhas espectrais você enxerga, e quanto mais quentes, ou seja, mais massivas na sequência principal [que é o caso das azuis, como vimos antes], as linhas vão sumindo e as que sobram não são muito boas para determinar velocidade radial”. 

4. Supergigantes e hipergigantes vermelhas

Existem estrelas hipergigantes que ultrapassam o diâmetro que vemos nas gigantes “comuns”, e ainda não está muito claro o porquê. Cantelli nos contou que “elas geralmente estão em um estágio transitório. As gigantes azuis passam por muitos processos, alguns que a gente não entende direito, inclusive processo de perda de massa, e muitas delas ficam “ping-pongueando” entre o ramo das gigantes e o da sequência principal azul. Então, a gente não entende muito bem como essas estrelas supermassivas se comportam”. 

Entretanto, há algumas pistas. Cantelli disse que esse “ping-pong” transitório “tem muito a ver com a metalicidade delas. Quanto mais ricas em elementos, quanto maior a variedade química, mais elas ficam opacas e tendem a absorver mais luz. Então, o vento estelar tende a agir mais na matéria da estrela, então ela perde mais massa. A perda de massa também influencia muito no jeito que ela vai evoluir, então elas transitam muito entre o ramo da gigantes e o ramo superior da sequência principal”. “As hipergigantes vermelhas podem ser o estágio evoluído das por gigantes azuis”. 

Cantelli também nos lembrou que só pelo fato de serem gigantes ou hipergigantes vermelhas, já significa serem um estágio evoluído. No caso das hipergigantes, resta saber qual tipo de estrela evoluiu para se tornar o que elas são. 

5. Como as estrelas gigantes se formam?

Eis uma pergunta que à primeira vista parece simples de responder, mas na verdade é motivo de debate na comunidade científica. Claro, já está bem compreendido que as vermelhas se formam após o ciclo de fusão nuclear de uma estrela de baixa massa ou de massa intermediária, mas as azuis têm uma história mais complicada. “O exato processo de formação não é muito bem compreendido, ainda tem algum debate”, disse Cantelli. 

Estrelas se formam em grandes nuvens de poeira e gás, conhecidas como regiões de formação estelar. Essas nuvens, em alguns pontos mais concentrados, iniciam um processo em que acabam colapsando em suas próprias gravidades. Isso nos leva novamente ã questão da metalicidade, segundo Cantelli. “Com maior riqueza de elementos químicos [nas nuvens], eles [os elementos] conseguem resfriar as coisas mais rapidamente, dissipando o calor para fora em forma de radiação, impedindo que coisas grandes se formem”. 

Então, teoricamente, basta remover a metalicidade das nuvens para formar estrelas gigantes azuis. Só que essa situação é difícil de se encontrar no universo de hoje, porque as supernovas que já explodiram ao longo dos últimos 13 bilhões de anos costumam espalhar metais fundidos dentro de outras estrelas grandonas. Esses metais estão presentes em toda a parte, incluindo as regiões de formação estelar — ainda bem, pois é por isso que temos os metais aqui, em nosso planeta. 

Por outro lado, no universo primordial, havia metalicidade muito baixa, “então era muito mais fácil formar estrelas gigantes, bem mais fácil”, explica Cantelli. “Você tinha matéria colapsando e não tinha uma pressão de radiação (que basicamente é temperatura expulsando para fora). Os elétrons dos átomos não iam interagir com aquela reação tão fortemente, só tinha basicamente hidrogênio e hélio. Então você tem muito menos estados possíveis de energia interagindo com essa radiação que vem das partes mais quentes e as coisas colapsam para dentro de uma maneira mais fácil”.

Hoje em dia com metalicidade mais alta, “é um pouquinho difícil a gente conseguir dizer como que vai se formar uma estrela massiva, de certa forma a gente assume que é um processo de ‘pura sorte’, porque a gente sabe exatamente quais são as perfeitas condições exatas”. Por sorte, Cantelli quer dizer que se trata de um acaso, uma condição muito específica, meio que acidental, talvez uma perturbação na nuvem, “para conseguir ativar algum processo que calhe de formar estrelas de alta massa”. 

Segundo Cantelli, “tem muitas simulações que mostram como isso acontece, mas não é exatamente compreendido como elas se formam. Não tem um processo totalmente estabelecido de como é que se forma gigantes [azuis] em comparação ao processo que formam as estrelas de baixa massa”. 

Hipóteses não faltam, contudo. Alguns cientistas suspeitam que estrelas massivas nascem quando objetos menores colidem. A maioria das estrelas grandes vive em aglomerados, e quanto mais estrelas um aglomerado tiver, mais massivas elas serão. Mas por quê? É pouco provável que as estrelas gigantes estejam colidindo entre si, mas muitas delas têm perto de si outras bem menores, de pouca massa. Pode ser que elas sirvam de alimento para as gigantes crescerem. 

Essa hipótese levanta outras questões, como o fato de nem todas as estrelas gigantes pertencerem a aglomerados. Cantelli nos disse, entretanto, que essas gigantes azuis errantes muito provavelmente se formaram em aglomerados e foram expulsas por um “chute” gravitacional. “Elas podem ser ejetadas pelas próprias perturbação dinâmicas. Se em sistemas de três corpos já é não dá para medir o que vai acontecer, imagina um sistema de 100 corpos, sistema de 1000 corpos, é impossível saber o que vai acontecer”. 

6. Quão massiva pode ser uma estrela gigante?

Essa é uma pergunta que começou a ser melhor respondida pela astronomia moderna. No início do século XX, alguns astrônomos disseram ter descoberto estrelas com 2.500 massas solares. No entanto, os astrônomos hoje sabem que as estrelas ultramassivas medidas naquela época são, na verdade, aglomerados com muitas estrelas menores bem pertinho umas das outras. Ou seja, os cientistas estavam medindo a massa total dos aglomerados porque não havia instrumentos sensíveis o suficiente.  

Ainda assim, determinar o peso das estrelas muito massivas é difícil. Calcula-se através de grandes aglomerados que, estatisticamente, não existe nenhuma estrela com uma massa maior que 150 a 200 massas solares. Os astrônomos conseguiram medir a massa de algumas delas através da observação direta das órbitas de estrelas binárias, o que é o método mais confiável por enquanto. 

Além da observação direta, os astrônomos também tentam encontrar algum limite físico teórico além do qual nenhuma estrela pode atingir antes de explodir em uma supernova. Essa questão permanece em aberto, mas se esse limite existir, a próxima pergunta será “por quê?” 

Estrelas maiores que o Sol

Agora que já vimos o quão as estrelas gigantes são misteriosas para a ciência, vamos conhecer algumas das maiores já descobertas. Em comparação com os planetas do nosso “bairro cósmico”, o Sistema Solar, o Sol é enorme e contém 99,8% da massa total do nosso sistema. Ele tem aproximadamente 1,4 milhão de km de diâmetro, equivalente a quase 110 vezes o tamanho do nosso planeta — caberia de um milhão de “Terras” dentro do Sol. Apesar disso, ele é uma estrela pequena, uma anã amarela.  

Claro, não subestimamos o nosso Sol. A cada segundo, ele funde aproximadamente 600 milhões de toneladas de hidrogênio para hélio, o que resulta em toneladas de matéria em energia. Mas em comparação com as gigantes e supergigantes, ele não está nem perto de ser uma das mais “parrudas” do universo. Ao menos não por enquanto — quando ele chegar ao fim de seu ciclo de fusão nuclear, se tornará uma gigante vermelha! 

Obviamente é impossível dizer quais são as maiores estrelas do universo, pois não podemos conhecer todas elas. Mas daquelas que podemos distinguir isoladamente, há algumas peso-pesado que parecem insuperáveis. Eis algumas delas.

1. VY Canis Majoris

Essa é uma hipergigante vermelha tão brilhante quanto 300 mil sóis, e com 2.100 vezes maior que o Sol em diâmetro. Ela é tão grande que caberia quase três bilhões de planetas iguais à Terra. Como vimos nesta matéria, a VY Cma está nos estágios mais evoluídos e não deve durar muito mais tempo. Aliás, sua massa é depositada em uma galáxia próxima a ela.  

Essa estrela já foi muito mais brilhante no céu noturno, há cerca de 200 anos, mas desde então é muito difícil observá-la. no início deste ano, pesquisadores usaram o Telescópio Espacial Hubble para ver como um objeto desses poderia sumir do mapa celeste, e descobriram enormes nuvens de poeira denunciando os estágios finais da estrela. Pode ser que ela exploda, ou que simplesmente colapse direto em um buraco negro. 

2. WOH G64

É outra hipergigante vermelha e possui um raio correspondente a mais de 1.500 vezes o do Sol. Anteriormente, a medição era de 2 mil vezes o raio do Sol, o que mostra como é difícil fazer essas medições com precisão. Além disso, ela não chega a ter 10 milhões de anos mas está curiosamente perto do fim de sua vida. 

3. V354 Cephei

Essa estrela está classificada na categoria de supergigante, também possui um aspecto avermelhado, e localiza-se na Via Láctea a cerca de 9.000 anos-luz de distância da Terra. Seu diâmetro é 1.520 vezes maior que o do Sol. 

4. NML Cygni

Outra hipergigante vermelha, uma das maiores conhecidas com cerca de 1.650 raios solares. É também uma das supergigantes mais luminosas e fica a cerca de 5.300 anos-luz da Terra. 

5. UY Scuti

Essa supergigante vermelha variável pulsante está a 5.100 anos-luz da Terra e já foi considerada a possível maior estrela conhecida, com raio entre 1.708 e 192 raios solares. Entretanto, estimativas mais recentes, baseadas em uma determinação direta da distância, dão um raio menor de 755 vezes o raio do Sol. 

6. R136a1

Essa estrela não é tão grande quanto as mencionadas acima — tem apenas 30 vezes o raio do Sol. Entretanto, esta gigante azul é a estrela mais densa já observada, com massa 265 vezes maior que a do Sol. Com essa relação tamanho e massa, conclui-se que ela tem volume 27 mil vezes maior que o do Sol.


Fonte: Canaltech