Tiangong-1, que está em órbita desde 2010 e pesa 8,5 toneladas, deve atingir o solo entre o fim de março e o começo de abril. Pode cair nos EUA – ou na própria China
É um pássaro? É um avião? Não. É a estação espacial chinesa Tiangong-1, com 8,5 mil quilos de metal. Para infelicidade geral, ela não está voando: está caindo, e vai atingir um ponto aleatório da superfície da Terra em alguma data entre 24 de março e 19 de abril.
Tiangong-1 foi lançada em 2010, e em 2012 foi palco de um momento histórico: uma visita da astronauta Liu Yang, a primeira mulher chinesa a participar de uma missão na órbita da Terra. Ela não é uma estação espacial no sentido da ISS. Está mais para um ônibus escolar. Tem 10 metros de comprimento e 3 de largura, e serviu de protótipo para um projeto maior, ainda em desenvolvimento. Em 2016, alguns anos após a data de validade prevista originalmente, saiu de operação. Logo depois a agência espacial chinesa deu as más notícias: eles haviam perdido contato com o módulo.
Foi aí que começou uma longa queda. Em outubro do ano passado, Tiangong-1 perdia 1,5 km de altitude por semana. Agora são 6 km, e o número só tende a aumentar – quanto mais tempo passa, mas rápido ela cai. Apesar disso, você não precisa se preocupar nem comprar um capacete: boa parte do objeto vai se desfazer antes de tocar o chão, graças ao atrito com a atmosfera. Mesmo que um pedaço razoavelmente grande sobreviva à reentrada – é impossível prever –, as chances de que ele atinja uma região habitada são minúsculas. Afinal, 70% da superfície da Terra é água, mas só algo entre 1% e 3% é ocupada por cidades.
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