De acordo com um estudo publicado na revista 'Nature Geoscience', a lua Phobos irá se desintegrar e seus destroços vão criar um sistema de anéis ao redor do planeta daqui a cerca de 40 milhões de anos
Ilustração mostra Marte com o futuro sistema de anéis que resultará da destruição de sua maior lua, Phobos (Tushar Mittal/Divulgação)
Daqui a cerca de 40 milhões de anos, Marte será um planeta contornado por anéis, como Saturno. Isso deve acontecer quando Phobos, sua maior lua, for totalmente esfacelada e seus destroços irão criar um sistema de anéis ao redor de Marte. Eles permanecerão em órbita entre 1 milhão e 100 milhões de anos, de acordo com um estudo publicado nesta semana no periódico Nature Geoscience. De acordo com os pesquisadores da Universidade de Berkeley e do City College de Nova York, nos Estados Unidos, isso acontecerá porque Phobos está caindo lentamente em direção ao planeta vermelho. A cada cem anos, essa aproximação avança cerca de dois metros e, entre 20 milhões a 40 milhões de anos, a lua irá se chocar contra a superfície de Marte ou se esfacelar. O mais provável é que Phobos se rompa ao se aproximar da atmosfera marciana e os materiais que a formam, frágeis e de pouca densidade, criem sistemas de anéis ao redor do planeta.
Anéis marcianos – Segundo as previsões dos astrônomos, o aspecto dos futuros anéis e sua duração estão relacionados à distância que Phobos estará do planeta quanto se desintegrar. “Se a lua se desfizer a cerca de 680 quilômetros acima da superfície marciana (equivalente a 1,2 raio de Marte), ela formará um anel fino com uma densidade como a de um dos anéis mais maciços de Saturno. Com o tempo, este anel se espalhará e ficará mais largo atingindo o topo da atmosfera marciana em alguns poucos milhões e anos, quando então começará a perder material porque continuará caindo, continuamente, em Marte”, explica Tushar Mittal, um dos autores do estudo.
Mas, se Phobos se esfacelar a uma altitude ainda maior, os pesquisadores acreditam que os anéis possam durar até 100 milhões de anos, antes que “caia” completamente sobre Marte. De acordo com os cálculos dos cientistas, não é possível saber se os anéis serão visíveis da Terra, pois ao contrário dos cristais de gelo que compõem parte dos anéis de Saturno e refletem a luz solar, o material que irá compor os anéis de Marte não deverá ser muito brilhante. Porém, serão capazes de refletir a luz do Sol de maneira tal que tornarão o planeta ainda mais brilhante se visto da Terra.
“Daqui a dezenas de milhões de anos, será espetacular observar esses anéis da superfície de Marte”, disse Benjamin Black, outro autor do estudo. De acordo com os cientistas, o estudo de luas como Phobos é importante para compreender os movimentos cósmicos e as relações entre os planetas e suas luas. Como apenas os “gigantes gasosos” de nosso sistema solar têm anéis, este estudo sugere uma visão sobre o comportamento das luas migratórias que se autodestruíram no passado.
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