Ao longo do tempo, a ciência já aprendeu muito sobre terremotos, campo magnético e outros fenômenos que têm origem nas camadas mais baixas do planeta. Mas o centro da Terra, em muitos aspectos, ainda é um mistério para os pesquisadores. Em busca de novas descobertas, uma entidade europeia criou um potente equipamento para sondar o que há muito abaixo de nós.
Os métodos mais eficientes para estudar o centro da Terra, até hoje, são simulações feitas em laboratório. É dessa maneira que os cientistas tentam recriar o modo como os metais se comportam no núcleo do planeta. Mas a Instalação Europeia de Radiação Sincrotônica (ESRF, na sigla em inglês) resolveu ir mais a fundo nessa questão.
Na última semana, foi inaugurado o ID24. Trata-se de um poderoso aparato de raio-X que custou 245 milhões de dólares (cerca de 433 milhões de reais, na conversão atual) aos cofres da instituição. O objetivo do ID 24 é sondar, a partir de oscilações eletromagnéticas no núcleo da Terra, como os metais interagem sob as condições de temperatura e pressão encontradas lá.
A radiação permite que os cientistas cheguem a respostas mais precisas. Basta observar o modo com os raios-x são absorvidos por diferentes matérias para fazer um detalhado mapeamento do que há em determinada região. Cada átomo “capturado” pela radiação do ID24 permitirá uma simulação mais avançada do que as que acontecem em laboratórios na superfície.
A partir de 2.400 quilômetros abaixo da superfície terrestre (distância que o ID24 alcançará com facilidade), as condições de fusão de determinados metais já são desconhecidas pelos cientistas. Uma maior compreensão desses processos, conforme explicam os pesquisadores, aumentará nosso conhecimento sobre o magnetismo no planeta.
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