O dia 20 de Julho de 1969 entrou para a História como o dia em que pela primeira vez o Homem pisou o solo lunar. Foi de fato um grande feito da ciência e da tecnologia. Apesar disso, parece que muitos sites e vídeos no Youtube contestam este fato e afirmam que tal nunca aconteceu, falando da “farsa da ida do Homem à Lua”. Os defensores desta “teoria da conspiração” alegam ter provas que as supostas fotos e os vídeos obtidos na Lua são fraude. Então como ficamos? O homem foi mesmo à Lua? Verdade ou mentira? A viagem do Homem à Lua aconteceu mesmo? Vamos analisar esta questão com o objetivo de tentar chegar a uma conclusão.
Em 1969 estávamos em plena guerra fria. Os Estados Unidos da América competiam com a União Soviética em várias frentes, sendo uma delas a chamada “corrida espacial“. A corrida espacial foi uma disputa entre estas duas superpotências tendo como objetivo a supremacia na tecnologia e na exploração espacial. Essa corrida espacial teve efetivamente início em 1957 com o lançamento por parte da União Soviética do primeiro satélite artificial a orbitar a Terra, o Sputnik 1. Os soviéticos começaram a liderar a corrida espacial, sendo que em 1961 enviaram o primeiro homem para o espaço, Yuri Gagarin. Entretanto, os norte-americanos iam tentando recuperar a desvantagem que tinham em relação aos soviéticos. Durante alguns anos foram-se sucedendo lançamentos de satélites artificiais e missões espaciais tripuladas ao redor da Terra por parte destas duas superpotências.
Nesta corrida espacial, a Lua passou a ser um alvo bastante importante. Para isso, os Estados Unidos da América criaram o Programa Apollo, que tinha como objetivo levar o primeiro homem à Lua. Esse objetivo foi concretizado no dia 20 de Julho de 1969 através da missão Apollo 11. Entretanto o Programa Apollo continuou até 1972, tendo levado ao todo 12 homens a pisar o solo lunar em 6 missões bem sucedidas. Os norte-americanos ganhavam assim a corrida espacial aos soviéticos, que nunca levaram nenhum dos seus homens até à superfície da Lua.
Atualmente existe um número significativo de pessoas que colocam em dúvida a ida do Homem à Lua, defendendo que tal não passou de uma farsa, uma mentira inventada pela NASA, talvez mesmo a maior fraude do século XX. Para isso apontam para supostas provas que podem ser obtidas nos vídeos e nas fotos que a NASA disponibilizou relativamente às missões espaciais tripuladas na Lua. Uma análise séria e honestas às objeções dos conspiracionistas, revela que não temos muitos motivos para duvidar que de fato o homem pisou o solo lunar.
Vamos de seguida ver algumas supostas “provas” apresentadas pelos conspiracionistas e demonstrar onde elas falham. A lista não é exaustiva mas representa várias das principais objeções que supostamente demonstram que o homem não foi à Lua.
– “A bandeira dos Estados Unidos move-se devido ao vento, mas na Lua não existe vento.” – Este é uma das objeções mais conhecidas. Os conspiracionistas dizem então que esta filmagem foi realizada na Terra (onde existe vento). O problema neste raciocínio, é que de fato a bandeira não se está a mover devido ao vento. A bandeira move-se apenas na sequência dos astronautas estarem a mexer nela, e não devido ao vento. O movimento da bandeira continua ainda durante algum tempo depois dos astronautas a terem movimentado, porque não existe a resistência do ar que a faria parar esse movimento logo de seguida. Mas pouco tempo depois dos astronautas manusearem a bandeira, esta acaba mesmo por ficar imóvel. O fenómeno do movimento da bandeira na Lua é claramente explicado pela lei da inércia. A bandeira possui uma haste vertical e um suporte horizontal que a mantêm aberta. A bandeira depois de parar o seu movimento mantém-se enrugada, e assim permanece devido à falta da existência de ar na Lua.
– “Na Lua a única fonte de luz é o Sol, como tal nas fotos e nos vídeos não deveríamos de ver regiões de penumbra. Para além disso, dado que existe apenas uma fonte de luz, as sombras na Lua deveriam de ser paralelas.” – Este é mais um famoso equívoco apresentado pelos conspiracionistas. Na Lua, o Sol é realmente a principal fonte de luz, porém não é a única. A luz do Sol reflete também no solo da Lua, no Módulo Lunar que levou os astronautas, e nos próprios astronautas, fazendo com que existam várias fontes de luz. Isso explica a existência de regiões de penumbra nas fotos e também aí reside em parte a explicação das sombras não paralelas. Para além disso, o fato das sombras não serem paralelas também se deve ao fato da superfície lunar ser irregular, e ainda ao fato das imagens serem representações bidimensionais de um cenário tridimensional, sendo portanto também um caso de perspectiva.
– “O Módulo Lunar deveria de ter criado uma cratera no solo da Lua, mas as fotos comprovam que não existe nenhuma cratera debaixo do Módulo Lunar.” – Aqui a questão crucial é: Será que deveria mesmo de existir uma cratera? Não, não deveria! Na Lua não existe atmosfera, isso faz com que os gases que saíram do Módulo Lunar rapidamente se dissiparam no vácuo não exercendo pressão suficiente na superfície da Lua para criar uma cratera.
– “Nas fotos que a NASA disponibilizou, não aparecem as estrelas.” – As máquinas fotográficas que os astronautas levaram para a Lua tinham um tempo de exposição muito curto, o que impossibilitava que luzes fracas como as das estrelas ficassem nas fotos. O objetivo da missão da ida do homem à Lua não era obter fotos das estrelas (que podem ser vistas a partir da Terra), pelo que os equipamentos não tinham sido preparados para isso. Tal situação também acontece connosco: quantas vezes já tiramos fotos durante a noite e verificamos que as estrelas não aparecem nas fotos? (dependendo da máquina fotográfica).
– “A radiação do Cinturão de Van Allen deveria de ter matado os astronautas que atravessaram essa região que rodeia o nosso planeta.” – O Cinturão de Van Allen de fato existe e é criado pelo campo magnético da Terra, protegendo o nosso planeta de partículas de alta energia. A NASA de fato levou isso em consideração nas missões espaciais tripuladas para a Lua, nomeadamente ao nível do Módulo de Comando, do Módulo Lunar e nos fatos espaciais utilizados pelos astronautas. A proteção para passar pelo Cinturão de Van Allen é relativamente simples de implementar, pelo que é um problema fácil de ser resolvido. Não é, de forma alguma, uma situação que pudesse impedir o ser humano de chegar à Lua.
De fato, os argumentos dos conspiracionistas são desmentidos por evidências lógicas e científicas. Os conspiracionistas também parecem ignorar as evidências que apontam a realidade da ida do Homem à Lua.
Colocando a ida do Homem à Lua no seu contexto histórico, podemos facilmente concluir que se tal tivesse sido uma farsa, a União Soviética teria todo o gosto de expôr os Estados Unidos ao ridículo, desmentido os norte-americanos. Mas tal desmentido por parte dos soviéticos nunca aconteceu. Os soviéticos de fato sabiam que a NASA não tinha criado uma fraude. No mesmo dia em que a Apollo 11 levou os primeiros astronautas à superfície da Lua, a sonda soviética Luna 15 também estava em missão na Lua (era uma missão não tripulada), tendo falhado a sua missão caindo na superfície lunar. A Luna 15 tinha como objetivo pousar na Lua, recolher amostras de rocha e regressar à Terra com essas amostras rochosas. Essa missão falhou no seu objetivo. A Apollo 11 e a Luna 15 foram duas missões à Lua realizadas em simultâneo pelos norte-americanos e pelos soviéticos, respetivamente. Os soviéticos nunca sugeriram que os norte-americanos tinham mentido em relação à missão da Apollo 11.
Os vídeos e as fotos obtidas nas viagens do Homem à Lua foram analisados por milhares de especialistas que os aceitaram como autênticos. Certamente que esses especialistas possuem conhecimentos mais aprofundados e válidos sobre o assunto do que os “teóricos da conspiração” que pensam que conseguem encontrar erros óbvios nesses mesmos vídeos e fotos.
Aqui é legítimo colocar uma questão aos defensores da teoria da conspiração: Será que a NASA, com todos os seus cientistas e especialistas nas mais diversas áreas (inclusivamente especialistas em imagem), depois de tanto trabalho minucioso para criar a “maior farsa do século XX”, deixaria passar erros óbvios à cerca dos quais qualquer pessoa poderia dar conta? Pois… essa hipótese parece no mínimo absurda.
Para além de tudo isso, existe um grande número de testemunhas que puderam comprovar que o Homem foi à Lua. Para além dos astronautas, muitos trabalhadores que participaram no desenvolvimento deste programa espacial puderam seguir de perto todo o processo que culminaria com a ida do Homem à Lua. Como se isso não bastasse, qualquer pessoa que na época possuísse o equipamento adequado, poderia inclusivamente receber os sinais de rádio que eram transmitidos da Lua para a Terra. Aliás, isso aconteceu com um grande número de astrónomos profissionais e amadores que receberam essas transmissões e puderam constatar que vinham da Lua.
Em jeito de conclusão: num lado temos muito milhares de testemunhas, cientistas e não cientistas, que de uma forma ou de outra têm o conhecimento necessário para afirmar que o Homem foi mesmo à Lua. Os próprios adversários dos norte-americanos (nomeadamente os russos), com todos os seus cientistas e especialistas nas mais diversas áreas não ousaram sugerir que a ida do Homem à Lua tinha sido uma farsa. Para além disso, todas as objeções dos conspiracionistas são facilmente explicadas pela ciência. Então, não temos base sólida para confiar nos conspiracionistas que criam sites e vídeos no Youtube sobre “a farsa da ida do Homem à Lua“, ou “a mentira da viagem do Homem à Lua“, ou “a grande fraude do século XX“, entre outros.
Então, a “história” do Homem na Lua é verdade ou mentira? Pelo exposto neste artigo, creio que podemos com segurança dizer que a resposta a essa pergunta é: Verdade!
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