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sábado, 20 de setembro de 2014

Primeira evidência de nuvens de gelo de água encontrada sistema solar exterior


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Uma equipe de cientistas liderada por Jacqueline Faherty do Carnegie descobriu a primeira evidência de nuvens de gelo de água em um objeto localizado fora do Sistema Solar. Nuvens de gelo de água existem em nossos planetas gasosos gigantes, como Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, mas não tinham sido ainda identificadas em outros objetos localizados fora do nosso Sistema Solar. No Observatório de Las Campanas, no Chile, Faherty, juntamente com uma equipe que incluía Andrew Monson do Carnegie, usou a câmera de infravermelho próximo FourStar, para detectar a anã marrom mais fria já caracterizada. A descoberta da equipe resultou num conjunto de 151 imagens feitas em três noites de observação.

O objeto, denominado WISE J085510.83-071442.5 (W0855), foi observado pela primeira vez pela missão Wide-Field Infrared Explorer da NASA e publicado no começo de 2014, mas não se sabia se ele poderia ser identificado por instalações baseadas na Terra. Foi uma batalha no telescópio para ter essa detecção”, disse Faherty. Esse é um grande resultado”, disse Chris Tinney do Australian Center for Astrobiology. “Esse objeto é muito apagado, e é muito animador sermos as primeiras pessoas a termos detectado ele com um telescópio no solo da Terra”. Anãs marrons não são estrelas pequenas, mas também não são planetas gigantes.

São objetos muito pequenos para que possam sustentar o processo de fusão do hidrogênio que alimenta as estrelas. A temperatura nas anãs marrons variam de um valor alto como o de uma estrela para um valor baixo como o de um planeta, e a sua massa também tem um intervalo entre uma estrela e um planeta gigante. Esses são objetos de muito interesse para os astrônomos pois eles oferecem pistas sobre o processo de formação estelar. Eles também se sobrepõem com a temperatura de planetas, mas são muito mais fáceis de serem estudados, já que normalmente eles são encontrados de forma isolada.

O objeto W0855 é o quarto Sistema descoberto, mais próximo do Sol, praticamente um vizinho, se considerarmos as distâncias astronômicas. Uma comparação das imagens obtidas em infravermelho próximo pela equipe do W0855 com modelos de predição do conteúdo atmosférico das anãs marrons, mostra que existem evidências de nuvens congeladas de enxofre e água. Nuvens de gelo são previstas para serem muito importantes nas atmosferas dos planetas além do nosso Sistema Solar, mas elas nunca haviam sido observadas nesses objetos até agora”, conclui Faherty.

A morte de um buraco negro é uma coisa bem estranha

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Os buracos negros são, basicamente, o fim da linha para qualquer coisa que fica muito próxima deles. Mas isso não significa que eles mesmos sejam invencíveis. Mas, então, como é a morte de um buraco negro? Na verdade, eles estão sempre em um processo de autodestruição. Realisticamente falando, você está morto logo que chega perto de um buraco negro. Você vai ser esticado como um elástico por causa da diferença na atração gravitacional nas suas metades superior e inferior, ou vai ser frito pela radiação. Ninguém, no futuro próximo vai chegar perto de um buraco negro. Passar o “horizonte de eventos”, a fronteira imaginária do buraco negro (também conhecida como ponto de não retorno), então, não é nem sequer considerado em um futuro longínquo. Quando a matéria vai além desse horizonte, é puxada para dentro do buraco negro com tanta força que não pode escapar. Nem mesmo a luz sai. Já não “conta” mais como parte do universo. O horizonte de eventos é a parte mais assustadora do buraco negro. E é também a razão pela qual cada buraco negro morre. No mundo da mecânica quântica, o universo tem um ás na manga: a Radiação Hawking.

Partículas e antipartículas que surgem do nada

Para algo que contém tanto vazio, o universo é surpreendentemente completo. Os buracos negros não são realmente buracos. São pacotes gigantes de matéria extremamente densa. Até mesmo trechos de espaço vazio não são completamente feitos de nada como parecem. Partículas aparecem e desaparecem dentro deles o tempo todo. Mas por quê?

A explicação começa com algo chamado tunelamento quântico. Partículas já apareceram de repente do outro lado de barreiras que elas não deveriam ser capazes de violar, graças ao princípio da incerteza de Heisenberg. Quanto mais perto de definir a posição de uma partícula, mais descontroladamente a sua quantidade de movimento pode variar. Se sabemos a quantidade de movimento, a sua posição pode variar. Coloque uma partícula perto de uma barreira e, de repente, pode se obter a explosão de quantidade de movimento necessária para atravessar um túnel. Esta explosão do momento é também uma explosão de energia.

E a energia e a matéria são a mesma coisa, de acordo com Einstein. Se a energia pode aparecer de repente, matéria também pode. E quanto mais perto olhamos para o espaço (mais restrita a área que olhamos), mais devemos ver matéria surgindo. Nós não vemos grandes pedaços de matéria aparecendo espontaneamente porque, quando uma partícula é criada, sua antipartícula é criada ao mesmo tempo. Coloque as duas juntas e elas se aniquilam. Claro, às vezes elas se afastam uma da outra e sobrevivem por um tempo, mas isso não acontece muitas vezes. O seu estado temporário extremo levou os cientistas a chamá-las, por vezes, de partículas virtuais.

Radiação de Hawking e a dissolução de buracos negros

A menos que essa criação de duas partículas virtuais aconteça bem no horizonte de eventos de um buraco negro. Se uma partícula e sua antipartícula surgem ali, uma dela é sugada e a outra foge. Agora uma delas é real, e não virtual. A sua presença e energia fazem parte do universo. Radiações reais vazando de um buraco negro significam que ele está encolhendo lentamente. Esta radiação, sugerida por Stephen Hawking e chamada de Radiação Hawking, pode permitir que um buraco negro definhe com o tempo. Quanta diferença partículas individuais podem fazer? O próprio Stephen Hawking acredita que elas fazem tanta diferença que a definição de “buraco negro” precisa mudar. Os buracos negros não têm um horizonte de eventos. Eles têm um “horizonte aparente”.

A borda do buraco negro faz com que os efeitos quânticos sejam selvagens, as partículas virtuais que surgem fazem com que o horizonte aparente flutue, e toda a coisa é uma cintilante bagunça que aumenta e diminui. Quando essa flutuação do horizonte cessa, o buraco negro pode acabar. Mesmo com toda a Radiação Hawking e o horizonte aparente cintilando, seria necessário um longo, longo tempo para um buraco negro desaparecesse. Um buraco negro do tamanho do nosso sol leva muitos milhares de milhões de vezes a idade atual do universo para desaparecer completamente. É coisa pouca, mas ainda assim é uma brecha na armadura. Os buracos negros não são eternos.

Medida pela primeira vez a boca de um buraco negro gigante

Um buraco negro é uma região do espaço que concentra muita matéria, ao ponto da gravidade da região não deixar escapar nem mesmo a luz. O local em que a luz não consegue mais sair do buraco negro é chamado de “horizonte de eventos” e é, na prática, uma porta de saída do nosso universo: você passa por ali, e nunca mais vai retornar.

Apesar do horizonte de eventos ser uma superfície imaginária, que é impossível de se observar, astrônomos conseguiram obter imagens da região em torno de um gigantesco buraco negro, no centro de uma galáxia distante, e mediram, pela primeira vez, a órbita estável mais próxima do buraco negro, na qual a matéria pode circular.

O buraco negro supermassivo fotografado é o que está no centro da galáxia M87, a cerca de 50 milhões de anos-luz de distância. Ele é o buraco negro mais massivo conhecido (cerca de 6,8 bilhões de massas solares).O radiotelescópio usado para fazer as imagens foi o Telescópio Horizonte de Eventos, que une 50 discos refletores no Havaí, Arizona e Califórnia. A medida encontrada para a menor órbita possível para a matéria é de aproximadamente 5,5 vezes o tamanho do horizonte de eventos do buraco negro. Isto dá aproximadamente 5 vezes o tamanho do sistema solar, ou 112,2 bilhões de quilômetros (750 vezes a distância da Terra ao Sol).

As observações feitas com o novo telescópio permitiram aos pesquisadores confirmar que a massa espiralando em torno do buraco negro é a fonte do poderoso jato luminoso visto irradiando da galáxia. Até recentemente, não haviam telescópios com poder de resolução suficiente para verificar esta hipótese. Além disso, as medidas obtidas também servem como confirmação da teoria da gravitação de Einstein. De acordo com a teoria de Einstein, a massa e rotação de um buraco negro determinam o quão perto a matéria pode orbitar o mesmo antes de se tornar instável e cair em direção ao horizonte de eventos.
Fonte: HypeScience.com
Um buraco negro é uma região do espaço que concentra muita matéria, ao ponto da gravidade da região não deixar escapar nem mesmo a luz. O local em que a luz não consegue mais sair do buraco negro é chamado de “horizonte de eventos” e é, na prática, uma porta de saída do nosso universo: você passa por ali, e nunca mais vai retornar.

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Apesar do horizonte de eventos ser uma superfície imaginária, que é impossível de se observar, astrônomos conseguiram obter imagens da região em torno de um gigantesco buraco negro, no centro de uma galáxia distante, e mediram, pela primeira vez, a órbita estável mais próxima do buraco negro, na qual a matéria pode circular.

O buraco negro supermassivo fotografado é o que está no centro da galáxia M87, a cerca de 50 milhões de anos-luz de distância. Ele é o buraco negro mais massivo conhecido (cerca de 6,8 bilhões de massas solares).O radiotelescópio usado para fazer as imagens foi o Telescópio Horizonte de Eventos, que une 50 discos refletores no Havaí, Arizona e Califórnia. A medida encontrada para a menor órbita possível para a matéria é de aproximadamente 5,5 vezes o tamanho do horizonte de eventos do buraco negro. Isto dá aproximadamente 5 vezes o tamanho do sistema solar, ou 112,2 bilhões de quilômetros (750 vezes a distância da Terra ao Sol).

As observações feitas com o novo telescópio permitiram aos pesquisadores confirmar que a massa espiralando em torno do buraco negro é a fonte do poderoso jato luminoso visto irradiando da galáxia. Até recentemente, não haviam telescópios com poder de resolução suficiente para verificar esta hipótese. Além disso, as medidas obtidas também servem como confirmação da teoria da gravitação de Einstein. De acordo com a teoria de Einstein, a massa e rotação de um buraco negro determinam o quão perto a matéria pode orbitar o mesmo antes de se tornar instável e cair em direção ao horizonte de eventos.


O Campo estrelado da Nebulosa do Casulo


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Nesse campo de visão repleto de estrelas e cobrindo mais de 2 graus dentro da constelação de Cygnus, a vista logo é atraída para a Nebulosa do Casulo. Uma compacta região de formação de estrelas, o casulo cósmico pontua um longo rastro de nuvens de poeira interestelares obscurecidas. Catalogada como IC 5146, a nebulosa tem cerca de 15 anos-luz de largura e localiza-se a cerca de 4000 anos-luz de distância da Terra. Como outras regiões de formação de estrelas, ela se destaca em vermelho, representando o brilho do gás hidrogênio excitado pelas estrelas jovens, quentes e azuis, a luz das estrelas refletidas pela poeira aparecem na borda de uma outrora invisível nuvem molecular. De fato, a brilhante estrela perto do centro dessa nebulosa tem provavelmente poucas centenas de milhares de anos de vida, alimentando o brilho nebular à medida que ela limpa uma cavidade na poeira e no gás da formação de estrelas da nuvem molecular. Mas os longos filamentos empoeirados que aparecem escuros nessa imagem feita na luz visível estão escondendo estrelas no processo de formação que podem ser vistas, por exemplo, quando a região é imageada nos comprimentos de onda do infravermelho, como mostra a imagem abaixo.

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Duas regiões de formação de estrelas na Via Láctea

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Formação de estrelas

Esta imagem, obtida no Observatório de La Silla do ESO, no Chile, mostra duas regiões de formação estelar na Via Láctea austral. A primeira destas regiões, à esquerda, é dominada pelo enxame estelar NGC 3603 e situa-se a 20.000 anos-luz de distância, no braço em espiral Carina-Sagitário da nossa Via Láctea. A segunda, à direita, é uma coleção de nuvens de gás brilhantes conhecidas pelo nome de NGC 3576, situando-se a apenas metade da distância da primeira região.

Enxame estelar

O NGC 3603 é um enxame estelar muito brilhante, famoso por ter a mais alta concentração de estrelas massivas descobertas na nossa Galáxia até agora. No seu centro situa-se um sistema estelar múltiplo Wolf-Rayet, conhecido por HD 97950. As estrelas Wolf-Rayet encontram-se num estado avançado de evolução e apresentam massas a partir de 20 vezes a massa solar. No entanto, apesar da sua elevada massa, estas estrelas liberam uma quantidade considerável de matéria, devido a intensos ventos estelares, que enviam o material da superfície estelar para o espaço a velocidades de vários milhões de quilômetros por hora, no que pode ser considerado uma dieta drástica de proporções cósmicas.

O NGC 3603 situa-se numa região de formação estelar muito ativa. As estrelas nascem em regiões do espaço escuras e poeirentas, escondidas da vista. À medida que as estrelas muito jovens começam a brilhar e limpam os casulos de material que as rodeiam, tornam-se visíveis e dão origem a brilhantes nuvens de material circundante, conhecidas por regiões HII. As regiões HII brilham devido à interação entre a radiação ultravioleta emitida pelas estrelas jovens quentes brilhantes e as nuvens de gás de hidrogênio. As regiões HII podem ter um diâmetro de várias centenas de anos-luz e a região HII que rodeia a NGC 3603 tem a particularidade de ser a mais massiva da nossa Galáxia.

Nebulosa

A nebulosa NGC 3576, situada no lado direito da imagem, encontra-se igualmente no braço em espiral de Carina-Sagitário da Via Láctea, no entanto está apenas a 9.000 anos-luz de distância da Terra - muito mais perto que o NGC 3603, mas aparece próximo deste no céu. A NGC 3576 apresenta dois enormes objetos curvos que parecem os chifres de um bode. Estes estranhos filamentos são o resultado de ventos estelares emitidos por estrelas quentes e jovens que se situam nas regiões centrais da nebulosa e que lançam gás e poeira para o exterior a centenas de anos-luz de distância. Duas regiões escuras, conhecidas por glóbulos de Bok, são também visíveis neste vasto complexo de nebulosas. As nuvens pretas próximo do topo da nebulosa são igualmente potenciais locais de futura formação estelar

O que é pior: a Terra ser atingida por um cometa ou por um asteroide?


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Pois é, a verdade é que nós — apenas reles mortais — somos meros reféns de várias ameaças que estão por aí, orbitando o Planeta Azul. Podem ser asteroides, cometas, explosões solares, buracos negros, colisões com outros planetas, não importa: muita gente fica com medo só de pensar na hipótese de que um desses perigos pode acontecer a qualquer momento. As megaproduções de Hollywood (Armagedom, Impacto Profundo, O Dia Depois de Amanhã, 2012, entre outras) sempre nos fizeram acreditar que um asteroide gigante é a maior ameaça para destruir a Terra, aniquilando todos os habitantes de nosso planeta, não é verdade? Mas eles nos enganaram!Os especialistas de plantão afirmam: o impacto de um cometa poderia ser muito mais devastador do que uma colisão com um asteroide.

Por quê?

Os asteroides próximos à Terra — conhecidos como Near-Earth Asteroids ou NEA em inglês — têm órbitas bem parecidas com a do Planeta Azul, e suas colisões tendem a golpear a Terra por trás ou de lado, pela lateral. Já os cometas são mais “hippies”: viajam ao redor do Sol em caminhos mais livres — sem uma rota definida —, e por isso a chance de um deles se chocar de frente com o nosso planeta são muito mais catastróficas, fazendo com que a vida humana se tornasse coisa rara por aqui —apenas alguns vermes iriam sobreviver. Além disso, existe outro fator muito importante: a velocidade. No momento do impacto, os cometas podem viajar até três vezes mais rápidos do que os asteroides. Só para você ter ideia, isso significa que um cometa poderia gerar um poder de destruição nove vezes maior do que um asteroide da mesma massa.

Existe algum método de prevenção?

Se fosse uma rocha gigante, até que uma explosão com bombas — como no filme Armagedom — poderia resolver boa parte do impacto, não causando a nossa extinção por completo. Contudo, é muito mais complicado detectar um cometa se aproximando do nosso planeta do que detectar um asteroide próximo. Com a palavra, Bill Ailor (principal engenheiro do Centro de Estudos de Reentrada de Fragmentos Orbitais da Aerospace Corporation): “Eles vêm muito rápido. Em alguns casos, as pessoas acreditam que podemos ter um aviso por volta de dois anos antes de um impacto, e isso na melhor das hipóteses”. Pode até passar pela sua cachola que dois anos podem parecer muito, mas não é: os cientistas e engenheiros precisam de mais tempo para tentar colocar a Terra fora de uma rota de colisão desse tipo. E, só para deixar a brincadeira mais divertida, as órbitas dos cometas são imprevisíveis — não tem como saber exatamente por onde ele vai passar.

Então, por que tanto medo de asteroides?

É simples: os números. Apesar de os cometas serem muito mais devastadores no caso de uma colisão, os asteroides ainda são vistos como a principal ameaça de um impacto apocalíptico com a Terra. De acordo com Mark Boslough — especialista de impactos no laboratório Sandia National, EUA —, a probabilidade de um asteroide se chocar com o Planeta Azul é 100 vezes maior do que de um cometa: “Estou mais preocupado com asteroides do que com cometas, porque há muitos mais asteroides perto da Terra”. Até agora, a NASA já identificou mais de 11 mil asteroides (alguns com quilômetros de diâmetro) e monitora todos eles diariamente.

Estrela de nêutrons revela forma de matéria bizarra


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Segundo um novo estudo, o núcleo ultradenso de uma estrela que explodiu contém uma forma bizarra de matéria supercondutora chamada superfluido. Superfluidos são feitos de partículas carregadas, supercondutoras, que permitem o fluxo de corrente elétrica sem resistência. A estrela estudada chama-se Cassiopéia A (Cas A). Ela é uma estrela de nêutrons, que é o que sobra da supernova, a explosão de uma estrela massiva no fim de sua vida. Ou seja, Cas A é o remanescente de uma estrela gigante que explodiu a cerca de 330 anos atrás. Ela está a cerca de 11.000 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Cassiopéia. Os cientistas detectaram um mergulho rápido na temperatura de Cas A. A queda de temperatura é uma sólida evidência para a presença de um estranho estado da matéria no núcleo de Cas A, o superfluido. Segundo os pesquisadores, a estrela tem esfriado cerca de 4% durante um período de 10 anos. Esse esfriamento, embora pareça pequeno, é muito dramático e surpreendente, o que significa que algo incomum está acontecendo dentro desta estrela de nêutrons.

Estrelas de nêutrons são uns dos objetos mais densos conhecidos. Uma colher de chá do material das estrelas de nêutron tem uma massa de 6 bilhões de toneladas. A pressão no núcleo da estrela é tão imensa que a maioria dos elétrons se funde com prótons, produzindo nêutrons. Os físicos desenvolveram modelos detalhados para prever como a matéria deveria se comportar em tais altas densidades, incluindo a possibilidade de superfluidos se formarem. A superfluidez é um estado sem fricção da matéria. Os superfluidos criados em laboratórios na Terra apresentaram propriedades notáveis. Ele pode escalar, por exemplo, e escapar de recipientes hermeticamente fechados. Em seus estudos, dois grupos de cientistas encontraram evidências de que o arrefecimento rápido em Cas A é devido à formação de um superfluido de nêutrons no núcleo da estrela de nêutrons, e que isso aconteceu nos últimos 100 anos, mais ou menos.

A pesquisa fornece a primeira evidência direta de nêutrons superfluidos e prótons no núcleo de uma estrela de nêutrons. As temperaturas de Cas A são consistentes com a teoria, que prevê que uma estrela de nêutrons deve ser submetida a um resfriamento distinto durante a transição para o estado superfluido. Segundo os pesquisadores, o resfriamento deve continuar por mais algumas décadas antes de parar. Na Terra, o surgimento de superfluidez em materiais ocorre em temperaturas extremamente baixas, próximas ao zero absoluto, cerca de menos 273 graus Celsius. Mas em estrelas de nêutrons, pode ocorrer a temperaturas exorbitantes de altas, pois as interações das partículas ocorrem através da força nuclear (que une os quarks para formar prótons e nêutrons, e prótons e nêutrons para formar núcleos atômicos).

Até agora, havia uma grande incerteza nas estimativas da temperatura crítica. Mas as novas pesquisas estimam entre 500 milhões a 1 bilhão de graus Celsius. As descobertas sugerem que Cas A pode servir como um bom teste para estudar como se comportam matérias ultradensas a nível atômico. Os resultados também são importantes para a compreensão da diversidade entre as estrelas de nêutrons, incluindo as pulsações, as explosões de magnetares e a evolução de campos magnéticos poderosos. Os novos estudos poderiam também ajudar os cientistas a entender melhor as pequenas e bruscas mudanças em estrelas de nêutrons rotantes altamente magnetizadas, conhecidas como pulsares

O ALMA observa origem violenta de galáxias de disco

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Durante décadas os cientistas acreditaram que da fusão de galáxias resultavam geralmente galáxias elípticas. Agora, e pela primeira vez, os pesquisadores, com o auxílio do ALMA e um conjunto de outros rádio telescópios, descobriram evidências diretas de que as galáxias em fusão podem também dar origem a galáxias de disco e que este fenômeno é até bastante comum. Este resultado surpreendente pode explicar porque é que existem tantas galáxias espirais como a Via Láctea no Universo. Uma equipe de pesquisa internacional liderada por Junko Ueda, pós-doutorando da Sociedade Japonesa  para a Divulgação da Ciência, fez observações surpreendentes que mostram que a maioria das colisões galácticas no Universo próximo – entre 40 e 600 milhões de anos-luz de distância da Terra – dão origem às chamadas galáxias de disco.

As galáxias de disco – que incluem as galáxias espirais como a Via Láctea e as galáxias lenticulares – definem-se como possuindo regiões de gás e poeira em forma de panqueca e são bastante diferentes da categoria das galáxias elípticas. É largamente aceito, há algum tempo, que as galáxias de disco em fusão dão eventualmente origem a uma galáxia de forma elíptica. Durante estas interações violentas as galáxias não ganham apenas massa quando fusionam ou se canibalizam uma à outra, mas também modificam a sua forma ao longo do tempo cósmico e por isso mudam de tipo.

Simulações de computador dos anos 1970 prediziam que a fusão entre duas galáxias de disco comparáveis entre si resultaria numa galáxia elíptica. As simulações apontam assim para que atualmente a maioria das galáxias sejam elípticas, o que contradiz as observações que mostram que mais de 70 % das galáxias são de fato galáxias de disco. No entanto, algumas simulações mais recentes sugeriram que as colisões poderiam também dar origem a galáxias de disco. De modo a identificar de maneira observacional as formas finais das galáxias depois da fusão, o grupo de cientistas estudou a distribuição de gás em 37 galáxias que se encontram nos estádios finais de fusão. Foi utilizado o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) e vários outros rádio telescópios para observar a emissão do monóxido de carbono (CO), um indicador de gás molecular.

O trabalho da equipe é o maior estudo do gás molecular em galáxias feito até hoje e proporciona uma perspectiva única de como a Via Láctea se pode ter formado. O estudo revelou que quase todas as fusões mostram regiões de gás molecular em forma de panqueca e são por isso galáxias de disco em formação. Ueda explica: “Pela primeira vez temos evidências observacionais de que a fusão de galáxias resulta em galáxias de disco e não em galáxias elípticas. Este é um grande e inesperado passo em frente na compreensão do mistério do nascimento de galáxias de disco.

Há, no entanto, ainda muito por descobrir. Daisuke Iono, do NAOJ e da Graduate University for Advanced Studies, co-autor do artigo científico que descreve este trabalho, acrescenta: “No seguimento deste trabalho temos agora que nos focar na formação de estrelas nestas galáxias de disco, necessitando também de olhar para o Universo mais distante. Sabemos que a maioria das galáxias no Universo mais longínquo possui discos. No entanto, não sabemos se as fusões de galáxias são também responsáveis por isso, ou se estes objetos se formaram de gás frio que vai gradualmente caindo na galáxia. Talvez tenhamos descoberto um mecanismo geral que se aplica ao longo de toda a história do Universo”.

Hubble ajuda a encontrar a menor galáxia conhecida com um buraco negro supermassivo

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Astrônomos usando o Telescópio Hubble da NASA e observatórios terrestres descobriram um objecto improvável num local improvável - um buraco negro monstruoso escondido dentro de uma das galáxias mais pequenas já descobertas. O buraco negro tem cinco vezes a massa do buraco negro no centro da nossa Via Láctea. Está situado dentro de uma das galáxias mais densas conhecidas - a galáxia anã M60-UCD1 que alberga 140 milhões de estrelas e com um diâmetro de aproximadamente 300 anos-luz, apenas 1/500 do diâmetro da nossa Galáxia. Se vivêssemos dentro desta galáxia anã, o céu nocturno era deslumbrante e seriam visíveis a olho nu, pelo menos, um milhão de estrelas.

O nosso céu nocturno, visto a partir da superfície da Terra [a olho nu], mostra cerca de 4000 estrelas. A descoberta implica que existem muitas outras galáxias compactas no Universo que contêm buracos negros supermassivos. A observação também sugere que as galáxias anãs podem ser na realidade os restos despojados de galáxias maiores que foram dilaceradas durante colisões com outras galáxias, em vez de pequenas ilhas de estrelas nascidas em isolamento. Nós não conhecemos qualquer outra forma que um buraco negro assim tão grande possa existir dentro de um objecto assim tão pequeno," afirma Anil Seth, da Universidade do Utah, EUA e autor principal do estudo internacional sobre a galáxia anã publicado na revista Nature.
Imagem de M60. A secção ampliada mostra a galáxia anã M60-UCD1 (também chamada NGC 4649). Crédito: NASA, ESA, Colaboração Hubble Heritage (STScI/AURA)-ESA/Hubble

A equipe científica de Seth usou o Telescópio Espacial Hubble, o telescópio de 8 metros Gemini Norte e o telescópio infravermelho em Mauna Kea, Hawaii para observar M60-UCD1 e medir a massa do buraco negro. As imagens nítidas do Hubble fornecem informações sobre o diâmetro da galáxia e densidade estelar. O Gemini mede os movimentos estelares à medida que são afectados pela força de atracção do buraco negro. Estes dados são usados para calcular a massa do buraco negro. Os buracos negros são objectos ultracompactos, gravitacionalmente colapsados, que têm uma força gravitacional tão forte que nem a luz lhes consegue escapar. Pensa-se que os buracos negros supermassivos - aqueles com a massa de pelo menos um milhão de estrelas como o nosso Sol - estejam no centro de muitas galáxias.

O buraco negro no centro da nossa Via Láctea tem a massa de quatro milhões de sóis. Mesmo com esta massa, corresponde a menos de 0,01% da massa total da Via Láctea. Em comparação, o buraco negro supermassivo no centro de M60-UCD1, que tem uma massa equivalente a 21 milhões de sóis, corresponde a uns incríveis 15% da massa total da pequena galáxia. "Isto é bastante surpreendente, tendo em conta que a Via Láctea é 500 vezes maior e mais de 1000 vezes mais massiva que a galáxia anã M60-UCD1," comenta Seth. Uma explicação é que M60-UCD1 já foi uma grande galáxia que continha 10 mil milhões de estrelas, mas que passou muito perto do centro de uma galáxia ainda maior, M60, e que no processo todas as estrelas e matéria escura na parte externa da galáxia foram arrancadas e tornaram-se parte de M60.

A equipe acredita que M60-UCD1 pode, eventualmente, vir a fundir-se totalmente com M60, que tem o seu próprio buraco negro supermassivo com uma massa colossal de 4,5 mil milhões de massas solares, ou mais de 1000 vezes mais massivo que o buraco negro da nossa Via Láctea. Quando isso acontecer, os buracos negros das duas galáxias irão provavelmente fundir-se. Ambas as galáxias estão a 50 milhões de anos-luz de distância.

MAVEN chega a Marte este fim de semana

Impressão de artista que descreve o processo de inserção orbital da sonda MAVEN da NASA. Crédito: NASA/GSFC

A sonda MAVEN (Mars Atmosphere and Volatile Evolution) da NASA tem chegada prevista a Marte para o dia 21 de Setembro, depois de completar uma viagem interplanetária de 711 milhões de quilómetros ao longo de 10 meses. "A sonda e os instrumentos a bordo estão, até agora, de boa saúde," afirma David Mitchell, gestor do projecto MAVEN no Centro de Voo Espacial Goddard da NASA em Greenbelt, no estado americano de Maryland. "A equipa, o sistema de voo e todos os recursos terrestres estão preparados para a inserção na órbita de Marte."

A manobra de inserção orbital começará com um breve disparo de seis pequenos propulsores para estabilizar sonda. Os motores vão estar activos durante 33 minutos para desacelerar a nave, permitindo com que seja puxada para uma órbita elíptica com um período de 35 horas. Após a entrada em órbita, a MAVEN começará uma fase de comissionamento de seis semanas que inclui manobrar a nave até à sua órbita final e testar os seus instrumentos e comandos de ciência de mapeamento. A partir daí, a MAVEN começará a sua missão principal de um ano terrestre para fazer medições da composição, estrutura e fuga de gases na atmosfera superior de Marte e a sua interacção com o Sol e o vento solar.

"A missão científica da MAVEN vai tentar descobrir para onde é que a água, que estava presente no passado de Marte, foi, e para onde é o dióxido de carbono foi," afirma Bruce Jakosky, investigador principal da MAVEN e do Laboratório para Física Atmosférica e Espacial da Universidade do Colorado, em Boulder, EUA. "Estas são perguntas importantes para a compreensão da história de Marte, do seu clima e do seu potencial para suportar pelo menos vida microbiana."


A MAVEN foi lançada no dia 18 de Novembro de 2013, a partir de Cabo Canaveral, no estado americano da Flórida, e transporta três conjuntos de instrumentos científicos. É a primeira sonda dedicada ao estudo da atmosfera superior de Marte. A combinação de medições detalhadas desta missão, em pontos específicos da atmosfera de Marte, com imagens globais fornece uma ferramenta poderosa para a compreensão das propriedades da atmosfera superior do Planeta Vermelho. Seguindo as pisadas da MAVEN, a primeira sonda interplanetária da Índia, a Mangalyaan ou MOM (Mars Orbiter Mission), chegará a Marte poucos dias depois.

Somos Importantes



Tu és um indivíduo entre outros 7 bilhões de indivíduos que compõem uma única espécie, entre outras 3 milhões de espécies já classificadas, a qual vive em 1 planetinha, que gira em torno de 1 estrelinha entre outras 100 bilhões de estrelas, compondo uma única galáxia entre outras 200 bilhões de galáxias em um dos universos possíveis, e que vai desaparecer."

Aurora sobre Maine




Na imagem em destaque tomada na sexta-feira passada, raios e camadas de auroras multicoloridas foram capturadas sobre o Parque Nacional de Acadia, no Maine, EUA. Uma vez que outra nuvem de plasma de uma CME está se aproximando da Terra, esta noite oferece outra boa oportunidade para ver uma exposição impressionante de auroras.

Alinhamento planetário produz catástrofes?



O alinhamento planetário poderia criar um efeito maré com um campo gravitacional capaz de frear ou acelerar o movimento de rotação da Terra, ou, até mesmo alterar a posição de seu eixo de rotação, causando assim um deslocamento incomum das placas tectônicas, sob sua crosta, e, consequentemente, um aumento gradual e constante de atividade sísmica, como o que está acontecendo agora, pondo em risco a espécie humana; no grau de civilização e tecnologia alcançados até o momento, ou até sua própria existência? 

Luas Potencialmente Habitáveis




Para os astrobiólogos, estas podem ser as quatro luas mais atraentes do nosso Sistema Solar. Mostradas na mesma escala, as suas explorações por sondas interplanetárias lançaram a ideia de que luas, e não apenas os planetas, poderiam ter ambientes abrigando vida. A missão Galileo à Júpiter descobriu o oceano global subterrâneo de água líquida em Europa e indicações de mares abaixo da superfície de Ganimedes. Em Saturno, a sonda Cassini detectou fontes de água gelada jorrando de Encélado, indicando água morna no subsolo da mesma lua pequena, enquanto que encontrou lagos superficiais de hidrocarbonetos gélidos, porém líquidos, abaixo da densa atmosfera de grande lua Titã. Agora, olhando para além do Sistema Solar, uma nova pesquisa sugere que as exoluas de tamanho considerável poderiam realmente superar o número de exoplanetas em zonas habitáveis de suas estrelas. Isso faria das luas o tipo mais comum de mundo habitável no Universo.

A Importância das Nuvens




As nuvens ajudam a transportar a chuva para as mais distantes regiões do planeta, e também, a manter a temperatura da Terra dentro de uma faixa habitável.

As previsões do tempo que existem hoje, só são possíveis devido ao monitoramento das Nuvens.

Por mais de 200 anos os cientistas classificavam as nuvens de acordo com as observações feitas do solo. Hoje a maior parte das observações das nuvens são feitas por satélite.

Dados atuais revelam que as antigas definições sobre os sistemas climáticos baseados em observação do solo eram insuficientes.

Agradeça hoje por ter nuvens no céu. Elas fazem parte do frágil equilíbrio da vida na Terra.

Quando o Homem começou a estudar o Espaço ?



Não dá para cravar uma data específica, mas é possível afirmar que, há pelo menos 5 mil anos, o ser humano passou a olhar para o alto a fim de ligar os pontos luminosos do céu, criando as primeiras constelações. Como essas figuras se repetiam a cada noite, em posições sutilmente diferentes, era possível usá-las como referência para se locomover, plantar,construir e até marcar épocas e estações, definindo um calendário. Desde então, povos como chineses, babilônicos, maias, gregos, árabes e muitos outros estudaram o céu, observando a Lua, as estrelas e outros objetos luminosos, para tentar entender o funcionamento do mundo em que viviam. A partir daí, o conhecimento sobre o céu foi se acumulando até que descobriram um jeito de enxergar além do que o olho pode ver.

O que aconteceu antes do big-bang ?



Não existe uma teoria comprovada, e o mais provável é que ainda leve muito tempo para descobrirmos. Isso porque o próprio conceito do big- bang ("grande explosão") ainda é polêmico. Ele estipula que o Universo surgiu de um ponto (ou "singularidade") sem volume, mas com densidade e temperatura monstruosos, quase incalculáveis. Para completar, diz ainda que as leis da física conhecidas não se aplicariam no seu caso. Por causa disso, muitos cientistas duvidam da Teoria do Big-Bang e sugerem outros modelos para a formação do Universo. Entre os que acreditam que a grande explosão tenha existido, porém, a teoria M é uma das mais aceitas para explicar o que havia antes de tudo. 

Qual é o formato do Universo?


Como quase tudo na astronomia, não há resposta conclusiva. Mas os cientistas trabalham com três possibilidades de geometria: plana (como uma mesa), fechada (como a superfície de uma bola) e aberta (como uma sela de cavalo). Como não podemos enxergar o Universo "do lado de fora", todos os estudos científicos para identificar seu formato baseiam-se em estimativas e análises dos sinais que o Universo nos envia. As principais pistas chegam até nós por meio da radiação cósmica de fundo, ou seja, raios que passeiam pelo Universo desde o big-bang, trazendo-nos uma espécie de retrato do Cosmos da época em que ele nasceu. Algumas outras pistas sobre o formato vêm do estudo de supernovas distantes.

Para cada um dos formatos citados acima existem alguns comportamentos previstos. Se o Universo fosse plano (a hipótese mais difundida), por exemplo, sua expansão diminuiria com o tempo, mas sem parar. O problema é que hoje os cientistas já sabem que o Universo está em expansão acelerada. Outra questão bastante polêmica que diz muito sobre o formato do Cosmos é se ele é finito ou infinito. Se ele for finito, é possível que seja enrolado como um canudo, ou seja, seguindo sempre em frente retorna-se ao mesmo ponto em algum momento.

A Terra pode ser engolida por um buraco negro?


Até pode, mas a probabilidade é ínfima, menor do que ganhar 100 vezes seguidas na Mega-sena. É muito mais fácil, por exemplo, o planeta ser destruído antes por um asteróide gigantesco ou ficar chamuscado na explosão do Sol, daqui a 4,5 bilhões de anos. "O fato é que não existem muitos buracos negros por aí. Ainda que houvesse 100 milhões deles vagando por nossa galáxia, eles estariam distribuídos em mais de 900 quatrilhões de quilômetros", diz o astrofísico Félix Mirabel, do Instituto de Astronomia e Física do Espaço, na Argentina. Como esses corpos não emitem nem refletem luz, é quase impossível detectá-los.
E, mesmo se um astronauta pudesse ligar um holofote perto de um buraco negro, a luz seria engolida antes que pudesse iluminar qualquer coisa. Por isso, esses objetos escuros são um dos maiores mistérios da ciência. Só sabemos que eles existem porque quando um buraco negro captura algum astro no espaço, a matéria arrebenta e solta uma infinidade de raios X, denunciando a presença do objeto. Foi assim que os astrônomos acharam o primeiro buraco negro, em 1971. Ao observarem a estrela Cygnus X-1, eles perceberam que parte da matéria do astro era sugada por um vizinho invisível, liberando uma incrível quantidade de raios X. Tamanha força atrativa é possível porque os buracos negros são o que há de mais denso no Universo. Eles podem ter massa bilhões de vezes maior que a do Sol, só que tudo comprimido em um ponto com volume zero, sem tamanho, algo que os cientistas chamam de singularidade.
Para alguns pesquisadores, cada singularidade pode ser a semente de um novo universo - o nosso próprio teria nascido da explosão de um desses pontos minúsculos. Mas, por enquanto, a idéia é só especulação.

Por que o fogo pode ter várias cores diferentes?


Porque a cor do fogo depende da temperatura em que ele queima e, geralmente, cada parte da chama tem uma temperatura diferente. A cor do fogo, na verdade, é resultado da cor da luz que ele emite. Essa luz é formada por fótons, partículas muito pequenas que se comportam como uma onda eletromagnética. Dependendo do comprimento dessa onda, ela terá uma coloração diferente. 

Qual é o peso da Luz ?



O assunto é controverso, afinal luz não é algo material que você possa pegar um punhado e botar na balança. Mas, em artigo recente, a astrofísica americana Laura Whitlock, da Nasa, disse que um fóton (uma partícula de luz) deve pesar algo em torno de 4 x 10-48 grama, ou seja, 0,000000000000000000000000000000000000000000000004 grama. Mas isso está longe de ser a palavra final sobre o tema. "Luz não tem peso", diz o físico Ernesto Kemp, do Instituto de Física da Unicamp. O artigo da astrofísica da Nasa não deixa muito claro como ela chegou ao número apresentado, mas certamente seguiu as mesmas idéias dos cientistas que defendem o tal peso da luz. "Eles pegam a clássica equação de Einstein que diz que a energia é igual a massa vezes a velocidade da luz ao quadrado (E = mc2) e misturam com outra que mede a quantidade de energia eletromagnética de um corpo", afirma Ernesto Kemp. Esse malabarismo envolvendo a famosa definição matemática de energia de Einstein pode ser exagerado, mas, de fato, o físico alemão tem tudo a ver com o assunto. Seus estudos sobre as características dos fótons - quando definiu que eles possuem, ao mesmo tempo, aspectos de onda eletromagnética e de partícula - lhe deram o Prêmio Nobel de Física em 1921.

13,7 bilhões de anos de formação galáctica em 46 Segundos


Galáxias são vastos sistemas de planetas, estrelas, gás, poeira e matéria escura unidos pela gravidade. Os cientistas estimam que existam cerca de 170 bilhões de galáxias no universo observável, que variam de tamanho em dezenas de milhões de estrelas a trilhões de estrelas. A forma e a composição de uma galáxia é influenciada por interações com galáxias vizinhas e colisões galácticas dramáticas que ocorrem frequentemente. A nossa própria galáxia, a Via Láctea, está definida para eventualmente se colidir com a nossa vizinha Andrômeda. Usando poderosos supercomputadores , os cientistas são capazes de transformar praticamente para trás o tempo e simular a formação e o crescimento de galáxias a partir do primeiro segundo, logo após o Big Bang. Os cientistas acreditam que as galáxias provavelmente iniciam a vida como nuvens de estrelas e poeira que viajam através do espaço. Como rodopiantes nuvens se cruzam, eles se tornam interligados tendo sua espiral em sistemas maiores. Colisões sucessivas podem enviar o material arremessado em direção a borda da galáxia em formação, produzindo estrela cheia com uma espiral. Graças a uma nova simulação pelo Goddard Space Flight Center da NASA , podemos assistir 13,7 bilhões de anos de evolução galáctica desdobrando-se em apenas 46 segundos.




A Margem Costeira do Universo



Tomada com uma câmera digital a partir das dunas de Hatteras Island, Carolina do Norte, a imagem monocromática é uma reminiscência da época em que o filme em preto e branco sensível foi uma opção popular para uma noite pouco iluminada e para astrofotografia. 

Olhando para o sul, as estrelas brilhantes de Sagitário e Escorpião estão perto do centro do quadro. Os vagantes Marte e Saturno e a estrela Zubenelgenubi (Alpha Librae) formam o triângulo compacto de faróis celestes brilhantes mais distante e para direita do bojo central da Galáxia. Naturalmente, a cena evocativa da praia em preto e branco também pode ser de um filme em vintage de 1950 que você, talvez, nunca viu: “It Came From Beyond the Dunes”.



Como foi descoberto o Bóson de Higgs?




O Bóson de Higgs, a chamada partícula de Deus, que seria a fonte da existência de vida na Terra, foi teoricamente descoberto e anunciado por cientistas no dia 4 de julho de 2012. Os pesquisadores anunciaram a descoberta de uma nova partícula subatômica, a qual acreditam ser o Bóson de Higgs, depois de uma experiência de colisão de prótons.

A nova partícula foi descoberta com a ajuda de um Grande Colisor de Hádron, localizado em Genebra. O suposto Bóson de Higgs é uma partícula fundamental da matéria.

A Via- Láctea sobre uma Lagoa






Galáxias, estrelas e um sereno espelho d’água se combinam para criar esta inesquecível paisagem de terra e céu. 

O panorama em destaque é um mosaico de 12 imagens tomadas no mês passado a partir do Salar do Atacama, uma salina no norte do Chile. A água calma é da Lagoa Cejar, uma lagoa salgada com um grande sumidouro central.

sábado, 6 de setembro de 2014

Cientistas podem ter encontrado exoplaneta mais próximo da Terra






Um planeta pode ter sido identificado a menos de uma dúzia de anos-luz da Terra. Embora sua existência ainda não tenha sido confirmada, se for verdade, o planeta pode ser o mais próximo de nós conhecido fora do sistema solar.  O Gliese 15, também conhecido como Groombridge 34, é um par de estrelas anãs vermelhas a apenas 11,7 anos-luz de distância de nós e é visível com binóculos. As estrelas são separadas por um distância de quase cinco vezes a que separa Netuno do Sol. O espaço é suficiente para que planetas orbitem qualquer uma das estrelas sem ser afetado pela outra.  A mais brilhante das duas estrelas, conhecidas como GI 15A, tem sido relatada pelo The Astrophysical Journal como sendo orbitada por um planeta que tem cinco vezes a massa da Terra, já sendo considerada uma "Superterra". O planeta é rochoso, assim como o nosso.

Entretanto, tudo indica que o planeta não seja habitável. Com um período orbital de 11 dias, mesmo em torno de uma estrela "fraca", acredita-se que a temperatura em sua superfície seja acima de 100 ºC. Além disso, a GI 15A é classificado como uma estrela "variável", ou seja, mesmo que sua temperatura média seja confortável, erupções frequentes porovavelmente podem esterilizar a superfície do planeta. Ainda assim, a descoberta empolga cientistas porque o planeta parece estar próximo o suficiente para ser analisado mais detalhadamente.

Supostos exoplanetas, também chamados de planetas extrassolares, já foram relatados em várias estrelas próximas do sistema solar. No entanto, ainda não há confirmação de sua existência. Por isso, é possível que o novo planeta seja considerado o mais próximo da Terra conhecido fora do sistema solar, mas é bem provável que ele não seja o mais próximo existente.  O GI 15AB foi identificado por uma equipe liderada por Andrew Howard, da Universidade do Havaí. Ele quer produzir um censo de planetas em torno de estrelas dentro de uma distância de 80 anos-luz, incluindo as que já foram negligenciadas em estudos anteriores. A equipe observa oscilações no movimento da estrela-mãe causada pela gravidade de seu planeta.

Anel de poeira é observado circulando a estrela Formalhaut

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O ALMA e o Telescópio Espacial Hubble observaram um anel de poeira ao redor da estrela de primeira magnitude Formalhaut na constelação de Piscis Austrinus. Os resultados observacionais do ALMA são mostrados em laranja (os dados mostrados somente na metade superior direita da imagem) e os resultados do Hubble são mostrados em azul. Uma detalhada análise dos resultados do ALMA revelaram que o anel de poeira é mantido na área extremamente estreita. Acredita-se que planetas ainda não descobertos existam dentro e fora do anel que a gravidade desses planetas está moldando a forma desse anel.

Radiotelescópio resolvem controvérsia sobre distância ás Plêiades



Astrónomos usaram uma rede mundial de radiotelescópios para resolver uma controvérsia sobre a distância de um enxame estelar famoso - uma controvérsia que representou um desafio para a compreensão básica de como as estrelas se formam e evoluem. O novo trabalho mostra que a medição feita por um satélite de mapeamento cósmico estava errada. Os astrónomos estudaram as Plêiades, o famoso enxame das "Sete Irmãs" na constelação de Touro, facilmente visto no céu de Inverno. O enxame inclui centenas de estrelas jovens e quentes, formadas há cerca de 100 milhões de anos. Um exemplo vizinho de enxame aberto jovem, M45 tem servido como um "laboratório cósmico" chave para refinar a compreensão de como os enxames deste género se formam.

Além disso, os astrónomos usaram as características físicas das suas estrelas como ferramenta para estimar a distância até outros enxames mais distantes. Até à década de 1990, o consenso era que as Plêiades se encontravam a cerca de 430 anos-luz da Terra. No entanto, o satélite europeu Hiparco, lançado em 1989 para medir com precisão as posições e distâncias de milhares de estrelas, produziu uma distância de apenas cerca de 390 anos-luz. Pode não parecer uma grande diferença mas, a fim de se adequar às características físicas das estrelas das Plêiades, desafiou a nossa compreensão geral de como as estrelas se formam e evoluem," afirma Carl Melis, da Universidade da Califórnia em San Diego, EUA.

"Para encaixar a medição da distância obtida pelo Hiparco, alguns astrónomos chegaram a sugerir que um novo tipo de física desconhecida agia sobre estrelas tão jovens," acrescentou. A fim de resolver o problema, Melis e colegas usaram uma rede global de radiotelescópios para fazer a medição da distância com o mais alto nível de precisão possível. A rede incluiu o VLBA (Very Long Baseline Array), um sistema de 10 radiotelescópios que vão desde o Hawaii até às Ilhas Virgens; o Telescópio Robert C. Byrd de Green Bank, no estado da Virgínia Ocidental; o Telescópio William E. Gordo do Observatório de Arecibo em Porto Rico e o Radiotelescópio Effelsberg na Alemanha.




Com a técnica da paralaxe, os astrónomos observam um objecto em lados opostos da órbita da Terra em torno do Sol para medir com precisão a sua distância. Crédito: Alexandra Angelich, NRAO/AUI/NSF

"Usando estes telescópios ao mesmo tempo, tivemos o equivalente a um telescópio do tamanho da Terra," afirma Amy Miouduszewski, do NRAO (National Radio Astronomy Observatory). "Isso deu-nos a capacidade de fazer medições extremamente precisas da posição" - o equivalente a medir a espessura de uma moeda de 10 cêntimos em Moscovo, a partir de Lisboa. Os astrónomos usaram este sistema para observar várias estrelas das Plêiades durante cerca de ano e meio e para medir com precisão a aparente mudança de posição de cada estrela provocada pela órbita da Terra em torno do Sol. Em pontos opostos da órbita da Terra, uma estrela parece mover-se ligeiramente contra o pano de fundo de objectos cósmicos ainda mais distantes. Com o nome de paralaxe, este é o método mais preciso que os astrónomos possuem para medir distâncias, e baseia-se em trigonometria simples.

O resultado deste trabalho é uma distância às Plêiades de 443 anos-luz que, segundo os astrónomos, tem uma precisão até 1%. É a distância mais exacta e precisa já obtida para as Plêiades. "É um alívio," comenta Mellis, porque a distância recém-medida está suficientemente perto da distância pré-Hiparco para que os modelos científicos padrão de formação estelar representem com precisão as estrelas nas Plêiades. "A questão agora é, o que aconteceu com o Hiparco?" pergunta Melis. Durante os seus quatro anos de operação, o satélite mediu a distância de 118.000 estrelas. A origem do erro de medição na distância até M45 é desconhecida. Outra nave espacial, Gaia, lançada em Dezembro de 2013, usa tecnologias semelhantes para medir a distância de aproximadamente mil milhões de estrelas.

"Os sistemas de radiotelescópios como os que usámos para as Plêiades vão proporcionar uma importante verificação cruzada para garantir a precisão das medições do Gaia," afirma Mark Reid, do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica. Muitas culturas antigas usavam as Plêiades como teste de visão. Quantas mais estrelas de M45 viam - normalmente entre cinco e nove - melhor a visão do observador. Nós agora usámos um sistema que fornece a 'visão' mais nítida da astronomia moderna para resolver um debate científico de longa duração sobre as Plêiades propriamente ditas," realça Melis.
O trabalho foi publicado na edição de 29 de Agosto da revista Science.

Nuvem, Aglomerados e o Cometa SIDING SPRING

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Em 19 de outubro, um bom lugar para ver o cometa Siding Spring será de Marte. Nessa ocasião, este visitante de entrada (C/2013 A1) para o interior do Sistema Solar, descoberto em janeiro de 2013 por Robert McNaught no Observatório Siding Spring na Austrália, vai passar a menos de 132 mil quilômetros do Planeta Vermelho. Isso é um quase impacto, o equivalente a pouco mais de 1/3 da distância Terra-Lua.  Não obstante, excelentes vistas do cometa para os habitantes do hemisfério sul do planeta Terra são possíveis agora. Esta foto telescópica de 29 de agosto capturou a coma esbranquiçada do cometa e os arcos da cauda empoeirada varrendo os céus do sul. O fabuloso campo de visão inclui a Pequena Nuvem de Magalhães e os aglomerados estelares globulares 47 Tucanae (direita) e NGC 362 (superior esquerdo). Preocupado com todas aquelas naves espaciais na órbita marciana? Faixas com partículas de poeira do cometa podem representar um perigo e os controladores planejam posicionar as sondas marcianas no lado oposto do planeta durante a passagem do cometa.

Cientistas da USP investigam estrelas em busca planetas





Astrônomos da USP descobriram que a química das estrelas denuncia a presença de planetas ao seu redor. Isso foi constatado depois que eles analisaram a composição de um par de estrelas próximas, e a conclusão pode ajudar a resolver um velho mistério: como se formam planetas gigantes gasosos, similares a Júpiter. Conhecidas respectivamente como 16 Cygni A e B, as duas estrelas estão a apenas 69 anos-luz de distância da Terra, uma ninharia em termos astronômicos (um ano-luz é cerca de 9,5 trilhões de quilômetros).
Elas são muito similares ao Sol e fazem parte de um sistema trinário, ou seja, com três estrelas. Além de A e B girando em torno de um centro de massa comum, existe uma estrela bem menor que o Sol, 16 Cygni C, girando em torno de A. Sabe-se que 16 Cygni B possui um planeta gigante gasoso com pouco mais de 2,3 vezes a massa de Júpiter, numa órbita elíptica. Como as três estrelas pertencem ao mesmo sistema, devem ter se formado a partir da mesma nuvem de gás e poeira, o que em tese lhes conferiria composição química praticamente igual.

COMPOSIÇÃO
O astrônomo peruano Jorge Meléndez, da USP, defendia há anos a hipótese de que a presença (ou ausência) de certos elementos químicos na composição das estrelas tem relação com a formação de planetas ao seu redor. Em colaboração com seu estudante de doutorado, Marcelo Tucci Maia, e com Iván Ramirez, da Universidade do Texas em Austin, nos EUA, Meléndez usou o Telescópio Canadá-França-Havaí para colher e analisar luz emanada de 16 Cygni A e B. Essa luz permite determinar quais elementos químicos existem nas estrelas –e em quais quantidades. Então eles viram certos elementos metálicos eram menos presentes em 16 Cygni B, a estrela com planeta. Curiosamente, esse material que está "faltando" no astro é justamente o necessário para formar o núcleo de um planeta gigante gasoso como o que há em torno da estrela. A descoberta abre novas possibilidades de pesquisa de planetas em sistemas com mais de uma estrela. Mas ela tem relevância ainda maior para explicar um enigma da astronomia: como se formam planetas gigantes gasosos.

Existem hoje dois modelos para a formação dos planetas gigantes gasosos. O mais tradicional é o da acreção, que sugere que o que nasce primeiro é o núcleo. Uma vez que o núcleo atinge um tamanho suficientemente grande, ele começa a atrair o gás para si e se transforma num planeta gasoso. Uma ideia alternativa sugere que esses mundos gigantes poderiam se formar por uma rota parecida com a que leva à formação de estrelas –pelo colapso gravitacional rápido de uma grande quantidade de gás e poeira. Os astrônomos acham que ambos os processos são válidos. Mas como distinguir entre um e outro em planetas já formados e refinar a compreensão do processo?

O achado de Meléndez e seus colegas, aceito para publicação pelo periódico "Astrophysical Research Letters", parece ser a resposta. Ao encontrar uma correspondência entre diferenças químicas na estrela e a presença de um gigante gasoso, o resultado reforça a ideia de que 16 Cygni Bb se formou por acreção, e não por colapso. Se tivesse sido colapso, a composição química média seria similar entre as estrelas A e B, pois o planeta seria formado com material da mesma nuvem que formou as estrelas", diz Meléndez.

Asteroide que cruzará com a Terra pode ter gravidade negativa

Asteroide que cruzará com a Terra pode ter gravidade negativa



Gravidade negativa

Cientistas da Universidade de Tennesse, nos Estados Unidos, descobriram que um asteroide chamado 1950 DA, com um quilômetro de diâmetro e mantido por forças ainda não registradas, pode atingir a Terra no ano de 2880. Os primeiros estudos indicam que, daqui a 800 anos, há chances de 0,3% de choque do asteroide com a Terra. O 1950 DA foi visto pela primeira vez ainda na década de 1950. Devido ao fato de girar numa velocidade impressionante, o corpo celeste deveria se partir em vários pedaços, mas isso não está ocorrendo. Desta forma, os astrofísicos estão sugerindo que ele pode se manter coeso pelas forças de van Der Waals - o que significa dizer que o asteroide teria uma gravidade negativa. A existência de forças de van Der Waals tem sido prevista atuando em pequenos asteroides, mas evidência diretas nunca foram encontradas. Para que a teoria esteja correta, o asteroide deve ser basicamente uma pilha de poeira aglomerada, e não exatamente um objeto sólido - os cientistas que fizeram a sugestão classificaram o 1950 DA como "uma pequena pilha de entulho". Mas os cientistas não forneceram indicações dos riscos de um eventual impacto associados com um objeto que tivesse uma "coesão" tão diferente.

Asteroides Potencialmente Perigosos

Os chamados "Asteroides Potencialmente Perigosos" (APAs), que são rochas com dimensões a partir dos 100 metros, são constantemente monitorados por órgão especializados. Segundo a agência espacial norte-americana, nenhum dos APAs conhecidos está em rota de colisão com a Terra. Neste mês, dois asteroides já cruzaram a trajetória do nosso planeta. Um com 2,2 quilômetros de diâmetro passou a 34,2 distâncias lunares (DL) - uma DL equivale a 384,4 mil km. O outro, com 1,1 quilômetro de diâmetro, passou a 16,1 DL. No mês de setembro outros seis APAs cruzarão a órbita terrestre, sendo o maior deles com 1,8 quilômetro de diâmetro, que passará a 47,9 DL de nós.

Recém identificado superenxame galático é o lar da VIA LÁCTEA




Uma "fatia" do Superenxame Laniakea no plano equatorial supergaláctico - um plano imaginário que contém muitos dos enxames mais massivos da estrutura. As cores representam a densidade dentro desta faixa, o vermelho densidades mais altas e o azul para vazios - áreas com relativamente pouca matéria. Os pontos brancos são galáxias individuais. Os fluxos de velocidade dentro da região gravitacionalmente dominada por Laniakea são vistos em branco. O contorno laranja engloba os limites exteriores destes fluxos, um diâmetro de aproximadamente 160 Mpc (megaparsecs). Esta região contém 100 mil biliões de vezes a massa do Sol.O círculo azul escuro, à esquerda da seta vermelha (centro), marca a posição da Via Láctea. Crédito: software de visualização interactiva SDivision, por DP no CEA/Saclay, França

Astrónomos usando o GBT (Green Bank Telescope) do NSF (National Science Foundation) - entre outros - determinaram que a nossa Via Láctea faz parte de um enorme e recém-identificado superenxame de galáxias, que apelidaram de "Laniakea", que significa "imenso céu" em Havaiano. Esta descoberta clarifica os limites da nossa vizinhança galáctica e estabelece ligações anteriormente não reconhecidas entre vários enxames de galáxias no Universo local. Estabelecemos finalmente os contornos que definem o superenxame de galáxias que chamamos de lar," afirma o investigador principal R. Bent Tully, astrónomo da Universidade do Hawaii em Manoa. "É como descobrir pela primeira vez que a nossa cidade na verdade faz parte de um país muito maior e que este faz fronteira com outros países."

O artigo que explica este trabalho é a reportagem de capa da edição de 4 de Setembro da revista Nature. Os superenxames estão entre as maiores estruturas do Universo conhecido. São constituídos por grupos, como o nosso Grupo Local, que contêm dúzias de galáxias, e aglomerados gigantescos que contêm centenas de galáxias, todas interligadas numa rede de filamentos. Embora estas estruturas estejam interligadas, têm limites muito pouco definidos. Para melhor refinar esta cartografia cósmica, os cientistas estão a propor uma nova maneira de avaliar estas estruturas galácticas a larga-escala para examinar o seu impacto nos movimentos das galáxias. Uma galáxia entre estruturas será apanhada numa batalha gravitacional onde o equilíbrio das forças da gravidade das estruturas a larga-escala em redor determina o movimento da galáxia.

Duas vistas do Superenxame Laniakea. A superfície exterior mostra a região dominada pela gravidade do Laniakea. As linhas de corrente, em preto, traçam os percursos dos fluxos galácticos à medida que são puxados para dentro do superenxame. As cores individuais das galáxias distinguem os componentes principais do Superenxame Laniakea: o Superenxame Local histórico em verde, a região do Grande Atractor em laranja, o filamento Pavo-Indus em púrpura, e estruturas que incluem a Muralha de Antlia (constelação de Máquina Pneumática) e a nuvem de Fornalha-Erídano em magenta.  Crédito: software de visualização interactiva SDivision, por DP no CEA/Saclay, França

Ao utilizar o GBT e outros radiotelescópios para mapear as velocidades de galáxias em todo o nosso Universo local, a equipa foi capaz de definir a região do espaço dominada por cada superenxame. "As observações do GBT desempenharam um papel importante na pesquisa que levou a esta nova compreensão dos limites e relações entre um número de superenxames," comenta Tully.A Via Láctea reside na periferia de um destes superenxames, cuja extensão foi pela primeira vez cuidadosamente mapeada usando estas novas técnicas. Este assim chamado Superenxame Laniakea mede 500 milhões de anos-luz em diâmetro e contém a massa de cem mil biliões de sóis espalhados por 100.000 galáxias.

Este estudo também clarifica o papel do Grande Atractor, um ponto focal gravitacional no espaço intergaláctico que influencia o movimento do nosso Grupo Local de galáxias e de outros enxames galácticos. Dentro dos limites do Superenxame Laniakea, os movimentos das galáxias são direccionados para dentro, do mesmo modo que o percurso de um rio desce uma montanha em direcção a um vale. A região do Grande Atractor é um grande vale gravitacional com uma esfera de atracção que se estende por todo o Superenxame Laniakea. O nome Laniake foi sugerido por Nawa‘a Napoleon, professor associado de Língua Havaiana e presidente do Departamento de Línguas, Linguística e Literatura da Kapiolani Community College, parte do sistema da Universidade do Hawaii. O nome homenageia os navegadores polinésios que usaram o conhecimento dos céus para viajar através da imensidão do Oceano Pacífico.