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quarta-feira, 27 de setembro de 2017

A Via Láctea é um "OUTLIER"? estudando as suas "IRMÃS" em busca de pistas



A galáxia mais estudada do Universo - a Via Láctea - pode não ser tão "típica" quanto se pensava anteriormente, de acordo com um novo estudo. A Via Láctea, que é o lar da Terra e do seu Sistema Solar, hospeda várias dúzias de galáxias satélite mais pequenas. Estas galáxias mais pequenas orbitam a Via Láctea e são úteis na compreensão da nossa própria Galáxia.

Os primeiros resultados do levantamento SAGA (Satellites Around Galactic Analogs) indicam que as galáxias satélite da Via Láctea são muito mais tranquilas do que outros sistemas comparáveis em termos de luminosidade e ambiente. Muitos satélites dessas galáxias "irmãs" estão a produzir ativamente novas estrelas, mas as da Via Láctea são principalmente inertes. Segundo os investigadores, isto é significativo, porque muitos modelos para o que sabemos sobre o Universo dependem de galáxias que se comportam de forma semelhante à Via Láctea.

"Nós usamos a Via Láctea e os seus arredores para estudar absolutamente tudo," afirma a astrofísica Marla Geha de Yale, autora principal do artigo publicado na revista The Astrophysical Journal. "Surgem centenas de estudos por ano sobre matéria escura, cosmologia, formação estelar e formação galáctica, usando a Via Láctea como guia. Mas é possível que a Via Láctea seja um 'outlier'."
O levantamento SAGA começou há cinco anos atrás com o objetivo de estudar as galáxias satélite em redor de 100 irmãs da Via Láctea. Até ao momento, estudou oito outros sistemas idênticos ao da Via Láctea, que os cientistas dizem ser uma amostra demasiado pequena para chegar a conclusões definitivas. O SAGA espera ter estudado 25 irmãs da Via Láctea nos próximos dois anos.

No entanto, o levantamento já dá que falar. Numa recente conferência onde Geha apresentou alguns dos resultados iniciais do SAGA, outro investigador disse-lhe: "Você acabou de lançar uma chave inglesa no que sabemos sobre a forma como as galáxias pequenas se formam."
"O nosso trabalho coloca a Via Láctea num contexto mais amplo," comenta a investigadora do SAGA Risa Wechsler, astrofísica do Instituto Kavli da Universidade de Stanford. "O Levantamento SAGA vai fornecer uma compreensão crítica da formação das galáxias e da natureza da matéria escura."
Wechsler, Geha e sua equipa dizem que vão continuar a melhorar a eficiência de encontrar satélites em torno de irmãs da Via Láctea. "Eu quero realmente saber a resposta à pergunta 'A Via Láctea é única, ou totalmente normal?'," comenta Geha.

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