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sábado, 26 de abril de 2014

Um planeta sem sol



Um cientista americano acaba de descobrir um planeta órfão, que não tem sol. Ele está flutuando pelo espaço, não muito distante do Sistema Solar. O achado vem se somar a outros para consolidar cada vez mais a noção de que é difícil estabelecer uma separação clara entre planetas e estrelas.

O novo objeto, que atende pela feiosa designação WISE J085510.83–071442.5, tem entre 3 e 10 vezes a massa de Júpiter — é um gigante gasoso, portanto — e, como seria de se esperar de um astro que não gira em torno de uma estrela, é frio. Sua temperatura estimada gira entre -48 e -13 graus Celsius. Aliás, só não é mais frio que isso porque provavelmente ainda retém algum calor proveniente de seu processo de formação. E ainda bem, porque é o fato de não ser completamente congelado que permitiu sua detecção, por meio de um suave brilho em luz infravermelha detectado pelo satélite Wise, da Nasa.

O achado tem chamado a atenção dos astrônomos por duas razões: primeiro porque é o astro mais frio desse tipo já detectado. Segundo porque ninguém sabe direito como chamá-lo. O autor da descoberta, Kevin Luhman, da Universidade Estadual da Pensilvânia, preferiu defini-lo como uma “anã marrom”. Essa classe de objetos é composta por estrelas “abortadas”, que não conseguiram reunir massa suficiente para iniciar a fusão de hidrogênio em seu núcleo e, por isso mesmo, não “acenderam”. Só que parte da comunidade astronômica traça a linha entre planetas e anãs marrons num limite de 13 vezes a massa de Júpiter. Seguindo esse critério, o achado seria um planeta órfão, e não uma anã marrom.

A sugestão vem do fato de que, com mais massa que isso, o objeto consegue ao menos fundir deutério (versão mais pesada do átomo de hidrogênio, com um próton e um nêutron no núcleo), gerando uma módica quantidade de energia térmica. Agora, se ele tem menos de 13 massas de Júpiter, nem isso ele consegue. É uma bola morta de gás, que vai se resfriando conforme o calor interno da formação se esvai, ao longo de bilhões de anos. Bem a cara de um planeta gigante gasoso, só que sem uma estrela para chamar de mãe.

Luhman está pintando e bordando em tempos recentes com os dados do satélite Wise. Num estudo recente, ele praticamente descartou a presença de um planeta X nas profundezas do Sistema Solar (para a tristeza dos nibirutas), e noutro ele conseguiu analisar o padrão de nuvens de uma anã marrom pertencente a um par binário que ele mesmo descobriu. A descoberta do WISE J085510.83–071442.5 (para os íntimos, WISE 0855–0714) é o terceiro trabalho bombástico em sequência. O astrônomo americano está rapidamente se tornando o rei das anãs marrons. Esse último artigo foi publicado na última segunda-feira no “Astrophysical Journal Letters”.

PLANETAS SOLITÁRIOS (E PRÓXIMOS)
O achado, na prática, demonstra que pelo menos um certo tipo de planeta — gigantes gasosos maiores que Júpiter, mas menores que as anãs marrons — pode se formar sozinho no espaço, pelo mesmo processo que leva ao surgimento de estrelas.

Também é muito interessante observar a proximidade que esse astro recém-descoberto guarda do Sistema Solar. O objeto está a 7,1 anos-luz da Terra, uma distância que faz dele o quarto sistema mais próximo (perdendo apenas do trio em Alfa Centauri, da anã vermelha conhecida como Estrela de Barnard e do par binário de anãs marrons descoberto anteriormente pelo próprio Luhman). Não chega a ser uma distância para encorajar nibirutices, mas me faz pensar em algo que o físico britânico Freeman Dyson disse, ao refletir sobre viagens interestelares.

Costumamos pensar que uma viagem até a estrela mais próxima (Proxima Centauri, a 4,2 anos-luz) significa que a humanidade terá de atravessar essa imensa distância (cerca de 40 trilhões de quilômetros) numa pernada só. Isso, por sua vez, faz muitos pensarem que voo interestelar é impraticável. Dyson, contudo, destaca que há muita coisa nesse suposto vazio entre uma estrela e outra. Ele sugere que viagens interestelares podem ser feitas mais ou menos do mesmo jeito que os antigos polinésios atravessaram o oceano Pacífico — pulando de ilha em ilha.

Já sabemos que há muitos objetos de porte razoável além de Netuno (planetas anões como Plutão e Éris), que poderiam nos receber e abrigar colônias humanas instaladas em ambientes controlados, a despeito do frio intenso. De lá, podemos saltar para objetos que ora se aproximam daquela região, ora se afastam, como o Quaoar. Numa terceira parada, teríamos os possíveis planetas anões presentes na nuvem de Oort, que se estende até um ano-luz de distância do Sol. De lá, quem disse que não encontraremos planetas órfãos — pequenas ilhas no vazio cósmico — que nos ajudem a atravessar os três anos-luz restantes?

Além de planetas que não conseguiram virar anãs marrons, podemos encontrar astros de todo tipo que nasceram em torno de estrelas, mas depois foram ejetados de seus sistemas planetários de origem e agora seguem órbitas em torno do centro da Via Láctea. Eles são praticamente invisíveis para nós daqui, visto que são pequenos, distantes e gelados, mas talvez possam ser detectados pela humanidade do futuro, que já tiver estabelecido uma estação de pesquisa em Quaoar.

Além de turvar a distinção que fazemos de planetas e estrelas, esses astros órfãos realçam a incrível variedade do cosmos. E nos fazem lembrar que não podemos restringir nossa imaginação aos próximos dez anos, ou mesmo ao próximo século. O Homo sapiens já tem 200 mil anos. Se continuar existindo por outros 200 mil, o que não poderá estar fazendo no longínquo ano de 202.014? Gosto do Dyson sobretudo porque ele não tem medo de pensar grande. Quando você se vê diante do tempo em escala astronômica, nada parece impossível.

Sistema solar “gêmeo” do nosso é descoberto

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Astrônomos de todo o mundo conseguiram identificar um sistema solar “gêmeo” do nosso, com sete planetas. A descoberta se se trata do sistema planetário que orbita a estrela KIC 11442793, residente há  2.500 anos luz do nosso Sol, na constelação de Cisne.

O que impressionou astrônomos do mundo inteiro foi o encontro do sétimo planeta dentro deste sistema, o que trouxe outra dimensão a sua relevância no âmbito da astronomia.

Apesar de contar com um planeta a menos, o sistema gêmeo apresenta traços muito semelhantes ao nosso sistema planetário entre os quais destacam-se dois planetas parecidos com a Terra, três super-Terras e dois corpos gasosos imensos. Além disto, tal como ocorre em nosso sistema, quanto menor o planeta, mais próximo orbita de sua estrela. O planeta recentemente descoberto tem quase três vezes o diâmetro da Terra e ocupa o quinto lugar de sua formação, da estrela para fora (espaço). Por sua dimensão, este planeta leva apenas 125 dias para completar uma volta em torno de sua estrela.

Uma das coisas mais interessantes desta descoberta foi a participação fundamental de um grupo de astrônomos amadores que colaborou através do site Planet Hunters, processando inúmeros dados obtidos pelo telescópio Kepler, durante sua investigação espacial.

Cientistas criam o “raio-em-um-chip”



A computação quântica tem prometido revolucionar a nossa vida da mesma forma que o surgimento da computação que agora é chamada de “clássica” revolucionou, trazendo a capacidade de realizar uma quantidade enorme de cálculos antes inimaginável.
Um dos tipos de computadores quânticos que pode aparecer em breve é o computador quântico de íons capturados.

Uma das partes importantes deste tipo de computador é, como se pode imaginar, uma armadilha de íons, ou “ion trapp”, que captura íons e os confina em um campo magnético. Qubits podem então ser armazenados nos estados estáveis dos íons, e a informação quântica pode ser processada e transferida através da movimentação quantizada dos íons dentro da armadilha. Em resumo, a armadilha de íons é uma parte importante do cérebro dos computadores quânticos.

Como surgiu a teoria quântica?

Em um artigo recente no periódico Nature Communications, a equipe do Dr. Winfried Hensinger, da Universidade de Sussex (Reino Unido), apresentou um protótipo para um chip que é capaz de capturar os íons usando uma estrutura que se assemelha a um favo de mel.
Neste microchip, os íons são armazenados individualmente, permitindo que átomos individuais fiquem presos por tempo o suficiente para que alguns experimentos práticos sejam conduzidos. O que impressiona é a tensão que ele é capaz de suportar, de mais de 1.000 V.

Milhões são investidos em esquisitices quânticas

O Dr. Hensinger diz que não foi fácil chegar a este chip. Vários protótipos explodiram, e muitas faíscas foram criadas para medir a tensão que pode ser aplicada no dispositivo. “Os resultados são muito excitantes. Agora temos uma estrutura estável para construir dispositivos de armazenamento por longo tempo de átomos individuais”.
E os benefícios do chip não param na tecnologia do computador quântico. “Enquanto este novo microchip significa um passo importante no desenvolvimento da tecnologia quântica, também tem aplicação na manipulação e seleção de amostras biológicas e químicas, e outras tecnologias de sensores que dependem do armazenamento de partículas carregadas individuais por longos períodos”.


Dúvida : Nascimento de uma Lua ?



Façam suas apostas !

Matéria sobre a Estação Espacial Internacional.



Lançado em 20 de novembro de 1998, impulsionado pelo foguete russo Proton , a Estação Espacial Internacional é uma agência espacial com trabalho conjunto de países como os EUA , Rússia, Japão , Canadá, Itália e Brasil. 
Após dois anos, em 2 de novembro de 2000, o primeiro grupo chegou à ISS.

Em 2001, o primeiro laboratório para experimentos científicos na ISS foi instalado.

Sete anos depois, em fevereiro de 2008 , a Agência Espacial Europeia atribui seu próprio laboratório na Estação Espacial Internacional.

Os japoneses fazer o mesmo em março de 2008, com a criação de seu laboratório .

Em 2003, ocorre a primeira tragédia relacionada a ISS. O ônibus espacial Columbia, que era para atracar com a Estação Espacial Internacional, explodiu na decolagem, matando todos a bordo. 

Em 2004, o governo dos EUA reduziu o investimento na Estação Espacial Internacional, em um plano de intenção de aposentar em 2010.

Em 2005, a tripulação russa sofre um problema técnico na unidade geradora de oxigênio, justamente por causa da falta de manutenção que causou a redução de recursos.

2006 é o ano que marca o retorno da Estação Espacial Internacional e glória à operação normal.

Em 2009, conclui-se a construção da ISS, acrescentando o último módulo, que permite que a capacidade atual seja de seis tripulantes.

O ano de 2010 não marca o fim da Estação Espacial Internacional, pois os fundos do plano se estendem até 2020.

Em 2013, o ISS teve seu primeiro marco relacionado a esportes como a nave espacial Soyuz, que atracou com a estação na primeira semana de novembro trouxeram com Jogos Olímpicos de Inverno da tocha a ser realizada no próximo ano na Rússia. Mesmo a tocha foi tomada durante uma caminhada espacial em 9 de novembro , embora em todos os momentos permaneceu apagada.

Nesse ano de 2014, a ISS terá uma nova equipe. É o robô russo Sar 401, que poderá tornar-se 90% das operações controlado remotamente a partir da estação ou diretamente a partir da Terra.

Atualmente, a Estação Espacial Internacional se aproximou de pessoas portadoras de transmissões ao vivo , com experiências e demonstrações da vida no espaço. 

Fatos sobre a Estação Espacial Internacional.
A Estação Espacial Internacional faz um círculo completo da Terra a cada 92 minutos e 56 segundos.

E ele se alimenta principalmente de energia solar, graças às seus grandes painéis.

Durante seus 15 anos, 204 astronautas visitaram o ISS.

A partir do ISS, houve 174 passeios espaciais.

Poderoso espectrógrafo 3D instalado de forma bem sucedida no VLT.




Um novo instrumento chamado MUSE (sigla em inglês para Multi Unit Spectroscopy Explorer) foi recentemente instalado no Very Large Telescope do ESO (VLT) no Observatório do Paranal, no norte do Chile. O MUSE observou galáxias distantes, estrelas brilhantes e outros alvos de teste durante o primeiro período de observações bem sucedidas.

Dando sequência aos testes e da aceitação preliminar na Europa a 12 de setembro de 2013, o MUSE foi enviado para o Observatório do Paranal do ESO, no Chile. Foi montado novamente no campo base antes de ser cuidadosamente transportado até à sua nova casa, o VLT, onde está agora instalado no Telescópio Principal número 4. O MUSE é o mais recente da segunda geração de instrumentos para o VLT (os dois primeiros foram o X-shooter e o KMOS e o próximo será o SPHERE, que será instalado brevemente).

Os objetivos científicos do MUSE incluem investigar as épocas primordiais do Universo, de modo a estudar os mecanismos da formação de galáxias e os movimentos do material e as propriedades químicas de galáxias próximas. Este instrumento terá muitas outras aplicações, desde o estudo de planetas e satélites do Sistema Solar, passando pelas propriedades de regiões de formação estelar na Via Láctea até ao Universo longínquo.

O tripleto da fada Sininho



Utilizando o Very Large Telescope do ESO, uma equipe internacional de astrônomos descobriu um caso raro de fusão tripla de galáxias. Este sistema, a que os astrônomos chamaram “O Pássaro” - embora na realidade se pareça com uma fada Sininho cósmica - é composto por duas galáxias em espiral de elevada massa e por uma terceira galáxia irregular.

O caso Roswell



Para muitos Céticos, Cientistas e Ufólogos, o caso Roswell é maior relato da Ufologia Mundial. O caso Roswell foi o mais impressionante e a mais absoluta prova do encobrimento do assunto Ovnis do mundo. Este ano completa 67 anos do acontecido, e ainda continua sendo referente no mundo todo. 
Quarta-feira, dois de julho, foi quando tudo começou! O casal Wilmot estava sentado em sua varanda, quando observa um grande objeto oval cruzar o céu. O objeto estava incandescente e voava em alta velocidade no sentido nordeste. Ao mesmo tempo, William Woody e seu pai veem no céu um objeto brilhante indo em direção norte. Durante uma tempestade, o rancheiro MacBrazel e seus vizinhos ouvem uma explosão nas proximidades de onde moram, há algumas milhas de Roswell.

Pela manhã do dia seguinte, Brazel sai a cavalo para verificar os danos causados pela tempestade. Surpreende-se ao ver um campo de destroços de aproximadamente 4 km quadrados, onde encontra lâminas de um metal muito maleável, mas que sempre retornava à forma original. Vê também bastões de matéria análoga ao basalto - objetos altamente resistentes, impossíveis de serem cortados ou queimados. Brazel percebe que há sinais impressos nos objetos: desenhos de cor lilás, parecendo com algum tipo de escrita oriental, talvez hieróglifos. No dia seis de julho, ele pega alguns desses objetivos e as levam para escritório do xerife George Wilcox.

No mesmo dia, George, o Major Jesse Marcel e seus subordinados vão a fazenda examinar o acidente. Depois de horas de muita procura, eles localizam os destroços e seus ocupantes! 
Na segunda feira, autoridades ordena o bloqueio de todas as entradas e vias de acesso a Roswell. Os auxiliares do xerife Wilcox cercam o rancho Foster, não deixando ninguém passar. 
Após alguns dias de encobrimento, eles resolvem divulgar um comunicado a impressa, dizendo: “Os muitos boatos acerca dos discos voadores ontem se tornaram realidade quando o assessor de imprensa divulgou que o 509 Grupo de Bombardeiros da Força Aérea teve a sorte de chegar a possuir um disco - tudo isso graças à cooperação de um rancheiro local e de um xerife".
Algumas horas depois, o mundo todo já estaria sabendo, até mesmo em Washington, capital dos EUA. De lá, mandão um comunicado dizendo: “Atenção. Aqui FBI. Finalizar relato. Repito: finalizar relato, assunto de segurança nacional. Aguardar". De lá, Vieram aviões da base militar Americana onde levaram os destroços e os corpos para a base aérea de Wright Patterson, em Ohio. 

No Rancho Foster, no lugar dos destroços são colocados pedaços de um balão meteorológico com um aparelho de orientação pelo radar no chão. É montada uma grande farsa, em que Marcel é obrigado a admitir que o acidente com um UFO não passasse de um engano. O que antes era um disco voador passou a ser visto como um simples balão. Já no dia seguinte, o jornal desmente toda a historia dizendo, “A notícia sobre os discos voadores perde o interesse, o disco do Novo México é apenas um balão meteorológico”.
Depois deste dia, o governo Americano fez de tudo para que ninguém mais descobrisse a verdade! Em seus documentos oficiais, consta que os destroços são de balões meteorológicos e que os corpos eram apenas bonecos de testes. 
Hoje em dia, muitos ainda buscam a verdade sobre Roswell. Muitos acreditam que realmente aconteceu o fato de ter Ovnis daquela região. E você, em que acredita?

Como são feitas as concepções artísticas da Via Láctea, se estamos nela ?



Como estamos dentro da Via Láctea, o que vemos é um perfil dela.
Mas observando esse "perfil" da nossa galáxia é possível deduzir o restante,com um trabalho lento e cuidadoso a partir de imagens tanto na faixa da luz visível, quanto do infravermelho, ultravioleta, raio-X e raio-gama obtém-se uma ideia geral do formato da Via Láctea. 
Esta ideia geral é passada para um artista, que cria então uma concepção artística de como deve se parecer a Via Láctea, a partir das informações científicas que temos. 

Informações da Via Láctea

A Via Láctea é uma galáxia espiral 
Massa aparente: ~1.250 bilhões M☉
Idade: 13,2 bilhões de anos
Estrelas: 300 bilhões


Teoria : Como seria Kepler-186F



A imagem detalha de como possivelmente é o por do sol do exoplaneta "habitável" Kepler-186F! Elaborada por cientistas do Laboratório de Habitabilidade Planetária (PHL) da Universidade de Porto Rico em Arecibo, utilizando dados reais do recém-identificado exoplaneta.

Foto : Momento Descontração

Foto : O que é Luz ?

Uma deslumbrante região do Universo

Fred, Ginger e CLASS B1608 656


Uma imagem de um aglomerado de galáxias feita pelo telescópio espacial Hubble nos presenteia com uma impressionante seção do Universo, mostrando objetos em diferentes distância e em diferentes estágios da história cósmica. A distância varia desde vizinhos cósmicos próximos até objetos que são observados nos anos iniciais do Universo. A exposição registrou objetos um bilhão de vezes mais apagados do que aqueles que podem ser observados a olho nu. Essa nova imagem do Hubble apresenta uma impressionante variedade de objetos em diferentes distâncias de nós, estendendo por mais da metade do que se conhece até hoje o limite do Universo observável.

As galáxias que aparecem nessa imagem localizam-se na sua maiores a cerca de cinco bilhões de anos-luz da Terra, mas o campo também contém outros objetos, tanto significantemente mais próximos como bem mais distantes. Estudos dessa região do céu têm mostrado que muitos dos objetos que parecem estar localizados próximos podem na verdade estarem separados por bilhões de anos-luz. Isso ocorre porque alguns agrupamentos de galáxias localizam-se na mesma linha de visão, criando um tipo de ilusão óptica. A seção do Hubble é completada por imagens distorcidas de galáxias distantes localizadas em segundo plano na imagem.

Esses objetos algumas vezes são distorcidos devido a um processo conhecido como lente gravitacional, uma técnica extremamente valiosa na astronomia para se estudar objetos muito distantes. Esse efeito de lente é causado pela distorção do contínuo espaço-tempo por galáxias massivas localizadas perto da nossa linha de visão com relação aos objetos distantes. Uma lente gravitacional pode amplificar a luz que vem de objetos distantes, permitindo telescópios como o Hubble ver os objetos que seriam demasiado fraco e longínquo. Este efeito será explorado durante a campanha de observação Frontier Fields, que visa combinar o poder do Hubble com a amplificação natural causado pela forte lente gravitacional de aglomerados de galáxias distantes, para estudar o passado do Universo.

Um desses sistemas de lente visível aqui é chamado de CLASS B1608+656, que aparece como um pequeno loop no centro da imagem. Ele apresenta duas galáxias em primeiro plano distorcendo e amplificando a luz de um quasar distante conhecido como QSO-160913+653228. A luz desse brilhante disco de matéria, que está atualmente caindo em um buraco negro, demorou nove bilhões de anos para chegar até nós, ou seja, dois terços da idade do Universo. Além do CLASS B1608+656, os astrônomos identificaram duas outras lentes gravitacionais dentro dessa imagem. Duas galáxias, denominadas Fred e Ginger, em homenagem aos pesquisadores que as estudaram, que contém massa suficiente para visivelmente distorcer a luz de objetos localizados além dela.

Fred, também conhecida de maneira mais prosaica como [FMK2006] ACS J160919+6532, localiza-se perto das galáxias na lente em CLASS B1608+656, enquanto Ginger ([FMK2006] ACS J160910+6532) está muito mais perto de nós. Apesar da diferença em distância da Terra, ambas podem ser vistas perto do CLASS B1068+656 na região central dessa imagem do Hubble. Para captar objetos distantes e apagados como esses, o Hubble necessita de uma longa exposição. A imagem acima é feita com observações no visível e no infravermelho com um tempo total de exposição de 14 horas.

Foto : Nebulosa do Bumerangue

A Massiva Galáxia Espiral NGC 2841

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Ela é uma das galáxias mais massivas de que se tem conhecimento. Localizada a 46 milhões de anos-luz de distância da Terra, a galáxia espiral NGC 2841 pode ser encontrada na constelação do céu do norte de Ursa Major. Essa imagem nítida dessa maravilhosa ilha do universo mostra em destaque o núcleo amarelo e o disco galáctico. Linhas de poeira, pequenas e rosadas regiões de formação de estrelas, e jovens aglomerados de estrelas azuis estão mergulhados nos braços espirais apertados da galáxia. Em contraste, muitas outras galáxias espirais exibem, braços espirais mais amplos com grandes regiões de formação de estrelas. A NGC 2841 tem um diâmetro de mais de 150000 anos-luz, sendo maior que a Via Láctea. A imagem acima é uma composição de exposições feitas pelo Telescópio Espacial Hubble e pelo Telescópio Subaru de 8.2 metros de diâmetro. As imagens em raios-gamma feitas da galáxia sugerem que ventos e explosões estelares estão criando uma pluma de gás quente que se estende num halo ao redor da a NGC 2841.

O Massivo aglomerado de galáxias El Gordo

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O objeto mostrado na imagem acima é extremamente grande e massivo. Esse objeto é na verdade um aglomerado de galáxias conhecido oficialmente como ACT-CL J0102-4915, e é um dos maiores e mais massivos objetos conhecido pelo homem no universo visível. Carinhosamente conhecido como El Gordo, o aglomerado está localizado a 7 bilhões de anos-luz de distância, com um z=0.87, se espalha por cerca de 7 milhões de anos-luz e tem uma massa equivalente a um milhão de bilhão de sóis. A imagem acima do El Gordo é uma composição feita com dados na luz visível registrados pelo Telescópio Espacial Hubble, e dados de raios-X obtidos pelo Observatório Chandra, mostrando o gás quente em rosa, e um mapa gerado por compitador mostrando a distribuição mais provável da matéria escura, em azul, calculado a partir das distorções de lentes gravitacionais das galáxias que estão em segundo plano. Quase todos os pontos brilhantes observados na imagem acima são galáxias. A distribuição da matéria escura mostrada em azul escuro, indica que o aglomerado está no meio do estágio de uma colisão entre dois grandes aglomerados de galáxias. Uma inspeção cuidadosa da imagem revelará uma galáxia quase que na vertical que aparece de forma comprida, pouco comum. Essa galáxia está na verdade bem mais longe em segundo plano e tem sua imagem assim estirada devido a ação da lente gravitacional do aglomerado massivo.

Astrônomos descobrem primeiro binário "Auto-Lente"




Imagem do Sol, usada para simular o efeito de lente gravitacional de uma anã branca sobre uma estrela parecida à nossa. Crédito: NASA

O que parecia à primeira vista uma espécie de planeta de cabeça para baixo, em vez disso revelou um novo método para o estudo de sistemas estelares binários, descoberto por um estudante de astronomia da Universidade de Washington. Trabalhando com o astrónomo Eric Agol da mesma universidade, o doutorando Ethan Kruse confirmou o primeiro sistema binário de "auto-lente" - um sistema onde a massa da estrela mais próxima pode ser medida pela forma como poderosamente amplia a luz da sua estrela companheira mais distante. Embora o nosso Sol esteja sozinho, cerca de 40% das estrelas do seu tipo encontram-se em sistemas binários (duas estrelas) ou múltiplos, orbitando as suas companheiras numa dança gravitacional.

A descoberta de Kruse confirma a previsão de um astrónomo que em 1973, com base em modelos de evolução estelar da época, afirmou que tal sistema deveria ser possível. O artigo de Kruse e Agol foi publicado na edição de 18 de Abril da revista Science. Tal como tantas descobertas interessantes, esta aconteceu em grande parte por acidente. Os astrónomos detectam planetas demasiado longe para observação directa pelo escurecimento na luz quando um mundo passa em frente, ou transita, a sua estrela-mãe. Kruse procurava trânsitos que outros podiam ter perdido em dados do telescópio espacial Kepler, quando viu algo no sistema binário KOI-3278 que não fazia sentido.

"Encontrei o que essencialmente parecia ser um planeta virado de cabeça para baixo," comenta Kruse. "O que normalmente esperamos encontrar é uma diminuição de brilho, mas o que vemos neste sistema é basicamente o oposto - parece um anti-trânsito." As duas estrelas de KOI-3278, a cerca de 2600 anos-luz na direcção da constelação de Lira, revezam-se uma à outra como estrela mais próxima da Terra (no contexto do sistema) à medida que se orbitam a cada 88,18 dias. Estão separadas por aproximadamente 69 milhões de quilómetros, mais ou menos a distância do planeta Mercúrio ao Sol (no afélio). A anã branca, uma estrela que se pensa estar no final da sua vida, tem o tamanho da Terra mas é 200.000 vezes mais massiva.

Este aumento no brilho, em vez da diminuição que Kruse esperava ver, era a anã branca que curvava e ampliava a luz da sua vizinha mais distante através de lentes gravitacionais, como se fosse uma lupa. A ideia base é bastante simples," realça Agol. "A gravidade deforma o espaço e o tempo e à medida que a luz viaja para nós, ela curva-se, muda de direcção. Assim, qualquer objecto gravitacional - qualquer coisa com massa - actua como uma lupa," apesar de fraca. "Precisamos de grandes distâncias para que seja eficaz."

"O facto mais interessante, neste caso, é que o efeito de lente gravitacional é tão forte que somos capazes de medir a massa da anã branca mais próxima. E em vez de se obter uma diminuição de brilho, obtemos um aumento graças à ampliação gravitacional. Esta descoberta melhora pesquisas em 2013 pelo Instituto de Tecnologia da California, que detectaram um efeito de auto-lente semelhante, mas sem o aumento de brilho, porque as duas estrelas estudadas estavam muito mais próximas uma da outra. "O efeito neste sistema é muito mais forte," realça Agol. "Quanto maior a distância, maior o efeito."

As lentes gravitacionais são ferramentas comuns na astronomia. Já foram usadas para detectar planetas em torno de estrelas distantes na Via Láctea, e foram dos primeiros métodos usados para confirmar a teoria geral da relatividade de Albert Einstein. Lentes dentro da Via Láctea, como esta, são chamadas de microlentes. Mas, até agora, o processo tinha sido usado apenas em casos fugazes de uma estrela próxima e uma estrela distante, sem estarem associadas de outra forma, apenas alinhadas por sorte (a partir da perspectiva da Terra) antes de se separarem novamente.

"É muito improvável," acrescenta Agol. "À medida que essas duas estrelas viajam pela Galáxia, nunca voltarão a estar alinhadas, por isso vemos o efeito de microlente apenas uma vez e nunca mais se repete. Neste caso, porém, tendo em conta que as estrelas orbitam-se uma à outra, repete-se a cada 88 dias. As anãs brancas são importantes para a astronomia e são usadas como indicadores da idade da Galáxia. Basicamente "brasas" de estrelas queimadas, as anãs brancas arrefecem a um ritmo específico ao longo do tempo. Com esta lente, os astrónomos podem aprender com muito mais precisão qual a sua massa e temperatura, e observações de acompanhamento podem revelar o seu tamanho. Ao expandir o conhecimento das anãs brancas, os astrónomos ficam um passo mais perto de melhor refinar a idade da Via Láctea.

"Esta é uma conquista muito importante para um estudante de pós-graduação," realça Agol. Os dois pediram tempo de observação com o Hubble para estudar KOI-3278 em mais detalhe, e para ver se existem outros sistemas binários como este à espera de serem descobertos nos dados do Kepler. "Se ninguém viu este, podem também existir muitos outros que ninguém viu," conclui Kruse.

Sonda da NASA encerra missão caindo na Lua

Sonda espacial da NASA cai na superfície da Lua

Queda quase controlada

A NASA confirmou que a sonda espacial LADEE (Explorador da atmosfera e da poeira ambiente lunar, em tradução livre) caiu na superfície da Lua, conforme planejado, na última quinta-feira. A sonda LADEE não tinha combustível para manter uma órbita lunar a longo prazo ou continuar suas operações científicas, sendo então intencionalmente enviada em um mergulho final sobre a superfície lunar. A órbita da sonda já vinha decaindo naturalmente após a fase final de sua missão científica, feita em uma altitude extremamente baixa, um recorde entre 12 e 60 km, mas que chegou a meros dois quilômetros da superfície lunar nos últimos dias, antes que seus motores fossem acionados pela última vez para o mergulho final. Os engenheiros acreditam que, no impacto, a sonda, que tinha o tamanho de uma geladeira, tenha-se desintegrado totalmente. No momento do impacto, a LADEE estava viajando a uma velocidade de 3.600 quilômetros por hora," disse Rick Elphic, cientista do projeto. "Não há nada gentil em um impacto a essas velocidades - é apenas uma questão de se a LADEE fez um buraco em uma encosta ou deixou detritos espalhados por uma área plana.

 Será interessante ver que tipo de característica a LADEE criou." Nos próximos meses, os controladores da missão vão determinar a hora exata e o local do impacto da LADEE e usar outra sonda lunar, a LRO (Lunar Reconnaissance Orbiter) para tentar capturar uma imagem do local do impacto. Em 2009, a NASA realizou um experimento que consistiu no lançamento de um projétil na Lua. Mas, em lugar de algo de "impacto", o que se viu foi uma das maiores decepções do programa espacial. Após anúncios de que até telescópios terrestres poderiam permitir ver a nuvem de poeira lunar levantada pelo impacto - o objetivo era estudar essa poeira -, nada aconteceu.

Brilho misterioso

A sonda LADEE coletou informações detalhadas sobre a estrutura e a composição da fina atmosfera lunar. Contudo, os dados ainda não foram suficientes para explicar o famoso brilho visto pelos astronautas logo acima do horizonte antes do nascer do Sol. Acreditava-se que a poeira lunar ficasse eletricamente carregada e gerasse o brilho, mas a poeira suspensa na atmosfera tem uma densidade pequena demais para isso. Mas a sonda foi responsável por um feito histórico, em setembro de 2013, quando permitiu o primeiro experimento de comunicação espacial bidirecional usando raios laser, em vez de ondas de rádio, para transmitir uma imagem de uma Mona Lisa, que ficou conhecida como "Mona Laser".

Como o Hubble vai medir o universo

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Cientistas descobriram uma maneira de usar o Telescópio Espacial Hubble como uma fita métrica galáctica extremamente precisa, multiplicando nossas capacidades de medir o universo por 10. Esse aumento deve resultar em uma compreensão mais precisa do tamanho do universo observável, bem como da força misteriosa conhecida como energia escura.

A técnica
A nova técnica é chamada de varredura espacial e amplia nossa capacidade de medição da distância de estrelas em até 10.000 anos-luz, com uma precisão de cinco bilionésimos de um grau. A varredura espacial será aplicada a um antigo método de medir a distância de estrelas, chamado paralaxe astronômica. Este cálculo baseia-se em perspectiva. Conforme a Terra se move em torno do sol, a posição aparente das estrelas próximas mudam em relação ao fundo de galáxias distantes. Uma vez que sabemos qual é o raio da órbita da Terra em torno do sol, podemos calcular os ângulos e a distância até as estrelas através da medição das mudanças de posição aparentes, dentro de um período de seis meses.

Esse aumento da capacidade de medição não parece muito quando consideramos que a Via Láctea possui 100.000 anos-luz de diâmetro. Porém, de acordo com o vencedor do Prêmio Nobel e coinventor da exploração espacial Adam Riess, do Instituto de Ciência do Telescópio Espacial (STScI) em Baltimore (EUA), pode nos ajudar a observar a natureza da energia escura. Esse novo recurso deve produzir uma nova visão sobre a natureza da energia escura, um componente misterioso do espaço que está expandindo o universo a um ritmo cada vez mais rápido”, disse.

O aumento da precisão também deve afetar toda a nossa ideia de escala do universo. As novas medições vão ser usadas para fornecer uma base mais firme para a chamada “escada de distância” cósmica. O primeiro degrau desta escada é construído sobre as medições das cefeidas (estrelas gigantes ou supergigantes amarelas, 4 a 15 vezes mais massivas que o sol e 100 a 30.000 vezes mais brilhantes) que, por causa de seu brilho, têm sido utilizadas por mais de um século para medir o tamanho do universo observável. Elas são o primeiro passo para calibrar “pontos” extragalácticos muito distantes, como as supernovas Tipo Ia.

Par de buracos negros supermassivos é descoberto

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Um par de buracos negros supermassivos em órbita um do outro foi registrado pelo XMM-Newton. Essa é a primeira vez que um par tem sido observado numa galáxia ordinária. Eles foram descobertos pois estavam arrebentando uma estrela quando o observatório espacial estava olhando na sua direção. A maior parte das galáxias massivas no universo são pensadas em abrigar no mínimo um buraco negro supermassivo em seus centros. Dois buracos negros supermassivos são as evidências de que galáxias estão se fundindo. Assim, encontrar, buracos negros supermassivos binários podem dizer aos astrônomos sobre como as galáxias desenvolvem nas suas formas e tamanhos atuais. Até hoje, somente poucos candidatos a buracos negros supermassivos binários próximos foram encontrados. Todos eles, estão em galáxias ativas onde eles estão constantemente rompendo nuvens de gás, num prelúdio da colisão entre eles, que deve acontecer em algum momento.

No processo de destruição, o gás é aquecido a temperaturas tão altas que ele brilha em muitos comprimentos de onda, incluindo em raios-X. Isso dá a galáxia um centro brilhante incomum, e leva a elas serem chamadas de ativas. A nova descoberta, reportada por Fukun Liu, da Universidade de Peking, em Beijing, na China e seus colegas, é importante pois ela é a primeira a encontrar esse tipo de interação em galáxias que não sejam ativas. “Pode haver um população inteira de galáxias quiescentes que abrigam buracos negros binários em seus centros”, disse o co-autor Stefanie Komossa, do Max-Plank-Institut für Radioastronomie, em Bonn, na Alemanha. Mas encontrá-los é uma tarefa difícil em galáxias quiescentes, não existem nuvens de gás alimentando os buracos negros, e assim os núcleos dessas galáxias são verdadeiramente escuros.

A única esperança que os astrônomos têm é olhar na direção certa no momento em que um buraco negro está trabalhando, e destruindo uma estrela em pedaços. Esse tipo de ocorrência é chamada de “evento de ruptura de maré”. À medida que a estrela é puxada pela gravidade do buraco negro, ela emite um brilho de raios-X. Numa galáxia ativa, o buraco negro é continuamente alimentado pelas nuvens de gás. Numa galáxia quiescente, o buraco negro é alimentado pelos eventos de ruptura de maré que ocorrem esporadicamente e são impossíveis de serem previstos. Assim, para aumentar a chance de se observar um evento desses, os pesquisadores usam o Observatório de Raios-X XMM-Newton da ESA de uma maneira nova.

Normalmente, o observatório coleta os dados de alvos designados, um por vez. Uma vez que ele completa a observação, ele passa para o próximo objeto da lista. O truque é que durante esse movimento, o XMM-Newton mantém os instrumentos focados e registrando. Efetivamente essa pesquisa do céu tem um padrão aleatório, produzindo dados que podem ser analisados em busca de fontes de raios-X desconhecidas e inesperadas. Em 10 de Junho de 2010, um evento de ruptura de maré foi registrado pelo XMM-Newton na galáxia SDSS J120136.02+300305.5. Komossa e seus colegas estavam escaneando os dados em busca desses eventos e programando observações subsequentes poucos dias depois com o XMM-Newton e com o satélite Swift da NASA.

A galáxia estava expelindo raios-X no espaço. Se parecia exatamente como um evento de ruptura de maré causado por um buraco negro supermassivo, mas enquanto eles rastreavam a vagarosa emissão que se apagava dia após dia, algo estranho aconteceu. Os raios-X caíram abaixo dos níveis detectáveis entre os dias 27 e 48 depois da descoberta. Então eles reapareceram e continuaram a seguir uma taxa de queda mais esperada, como se nada tivesse acontecido.

Agora, graças a Fukun Liu, o comportamento pode ser explicado. “Isso é exatamente o que se espera de um par de buracos negros supermassivos, orbitando um ao redor do outro”, disse Liu. Liu tem trabalhado em modelos de sistemas binários de buracos negros que previu uma repentina queda para a escuridão e então a recuperação do brilho pois a gravidade de um dos buracos negros corrompeu o fluxo de gás de outro, temporariamente privando-o do combustível necessário para gerar um brilho em raios-X. Ele encontrou que duas possíveis configurações eram possíveis para reproduzir as observações da J120136. Na primeira, o buraco negro primário continha 10 milhões de vezes a massa do Sol e estava orbitando um buraco negro de cerca de um milhão de vezes a massa do Sol em uma órbita elíptica. Na segunda solução, o buraco negro primário, tinha cerca de um milhão de vezes a massa do Sol e tinha uma órbita circular.

Em ambos os casos, a separação entre os buracos negros era relativamente pequena: cerca de 0.6 milliparsecs, ou algo em torno de 2 milionésimos de um ano-luz. Isso é aproximadamente a largura do Sistema Solar. Sendo tão próximos, o destino desse par de buracos negros recém descoberto está selado. Eles irão irradiar sua energia orbital, gradativamente epiralando de forma conjunta, até cerca de 2 milhões de anos eles se fundirão em um único buraco negro. Agora que os astrônomos encontraram seu primeiro candidato para um buraco negro binário, em uma galáxia quiescente, a pesquisa é mais do que inevitável. O XMM-Newton continuará sua vagarosa busca. Essa detecção também despertará o interesse numa rede de telescópios que pesquisem o céu como um todo em busca dos eventos de ruptura de maré.

“Uma vez que se detecte milhares de eventos de ruptura de maré, nós podemos começar a extrair estatísticas confiáveis sobre a taxa em que as galáxias se fundem”, disse Komossa. Existe uma outra esperança para o futuro. Quando buracos negros binários se fundem, é previsto que eles lancem uma explosão massiva de energia no universo, mas não na sua maioria em raios-X. “A fusão final espera-se ser a fonte mais intensa de ondas gravitacionais no universo”, disse Liu. As ondas gravitacionais são ondas no contínuo espaço-tempo. Os astrônomosao redor do mundo estão atualmente construindo um novo tipo de observatório para detectar essas ondulações. A ESA também está envolvida em abrir essa nova janela no universo. Em 2015, a ESA lançará a sonda LISA Pathfinder, que testará a tecnologia necessária para se construir um detector espacial de ondas gravitacionais.

 A pesquisa pelas elusivas ondas gravitacionais é também um tema para uma grande missão científica da ESA, a missão L3, no programa Cosmic Vision. Por enquanto, o XMM-Newton continuará procurando pelos eventos de rompimento de maré que indicam a presença de candidatos a buracos negros supermassivos binários. “O uso inovador das observações feitas com o XMM-Newton tornou possível a detecção dos sistemas binários de buracos negros supermassivos”, disse Norbert Schartel, Cientista de Projeto do XMM-Newton da ESA. “Isso demonstra a importância de se manter por longos períodos observatórios espaciais que podem detectar eventos raros que potencialmente podem abrir novas áreas na astronomia.

Alô, alô, Kepler-186f! Terra na escuta!

Cientistas usam o Allen Telescope Array para procurar inteligência ET no planeta recém-descoberto!

Causou furor na semana passada o anúncio da descoberta do primeiro planeta do tamanho da Terra na zona habitável em torno de outra estrela — o mais próximo que chegamos até agora de encontrar uma segunda Terra no Universo. Mas, para os pesquisadores do Instituto SETI, na Califórnia, esse mundo já gera entusiasmo há cerca de um mês. Foi quando os cientistas iniciaram o esforço para tentar captar sinais de rádio enviados de lá por uma possível civilização extraterrestre. A escuta é feita com o Allen Telescope Array, conjunto de radiotelescópios instalados no norte da Califórnia com o objetivo explícito de buscar sinais de inteligência alienígena no cosmos. Desde 2012, os pesquisadores têm apontado o ATA para diversas estrelas que abrigam planetas descobertos com o satélite Kepler. Não poderia ser diferente com a mais recente descoberta.

“Por quase um mês, o ATA se concentrou no sistema Kepler-186, que tem um planeta do tamanho da Terra na zona habitável”, conta Elisa Quintana, pesquisadora do Centro Ames de Pesquisa da Nasa e do Instituto SETI. Ela foi a primeira autora do trabalho que reportou a descoberta, na revista “Science” da semana passada. “Até agora, todos os sinais que foram detectados podem ser atribuídos à tecnologia da Terra”, o que significa dizer que os cientistas infelizmente não encontraram nenhuma transmissão alienígena vindo de lá. “Até agora, nada, embora certamente continuaremos tentando”, diz Seth Shostak, astrofísico colega de Quintana na instituição de pesquisa privada dedicada à busca por ETs.

AGULHA NUM PALHEIRO

A ausência de sinais até agora de forma alguma implica que não tem ninguém por lá. Na verdade, ela é um ótimo lembrete do tamanho da dificuldade envolvida no contato com outras civilizações no cosmos. A estrela Kepler-186 e seus planetas estão a cerca de 490 anos-luz da Terra. Se levarmos em conta que a Via Láctea, nossa galáxia, tem diâmetro de 100 mil anos-luz, o planeta recém-descoberto, como diria Fernando Vannucci, “é logo ali”. Ainda assim, com o poder de detecção concentrado no ATA, para que ele captasse uma transmissão vinda de lá, seria preciso que os alienígenas estivessem usando um transmissor 10 a 20 vezes mais poderoso do que o melhor que temos aqui na Terra — a antena gigante do Observatório de Arecibo, em Porto Rico.

Em outras palavras, se houvesse uma civilização tecnológica em Kepler-186f, se eles tivessem uma antena de 300 metros de diâmetro (Arecibo tem 305), se eles soubessem que o Sol tem um planeta de porte similar ao deles na zona habitável e se decidissem usar essa antena para nos enviar um sinal, exatamente nas frequências em que estamos escutando, sabe o que nós ouviríamos? Nada. rigorosamente nada. Não é de surpreender, portanto, que, mesmo depois de mais de meio século de buscas, os pesquisadores envolvidos com a SETI (sigla inglesa para Busca por Inteligência Extraterrestre) não tenham encontrado ninguém até agora transmitindo de outras estrelas.

Isso não significa que estejamos sozinhos no cosmos. Sugere apenas que encontrar outras civilizações é extraordinariamente difícil. Depende de sorte, tecnologia e muita, muita, muita paciência. Ainda assim, não há dúvida de que informações obtidas pelos astrônomos caçadores de planetas ajudam a guiar e focar essa busca. No mínimo, elas produzem alvos preferenciais para a escuta — sistemas planetários como o Kepler-186, que possivelmente abrigam pelo menos alguma forma de vida. A busca continuará sendo algo como procurar uma agulha num palheiro. Mas pelo menos o tamanho do palheiro pode ser significativamente reduzido nos próximos anos.



O fluxo escuro é real?

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Se o universo não for homogéneo e isotrópico em larga escala, violará o Principio Cosmológico, como já se discutiu aqui, no contexto das abundâncias primordiais de lítio e na possibilidade de vivermos num “grande vazio local”. Procura afastar-se assim a necessidade da existência de energia escura: numa região do espaço-tempo com subdensidade de massa-energia em relação à vizinhança, tudo parecerá ter uma crescente aceleração para as regiões de maior curvatura do espaço-tempo. Há grandes vazios cósmicos, como o de Eridano, mas são compatíveis com as observações da radiação de micro-ondas de fundo cósmico (CMBR, na sigla inglesa). No nosso Grupo Local de galáxias, observamos também que a galáxia de Andrómeda irá colidir com a nossa no futuro distante. Esta velocidade ou movimento peculiar local não invalida, porém, que, em larga escala, o universo esteja em expansão nas regiões onde a gravidade não domina, como no Grupo Local.

Se o Universo se expandisse mais numa direção do que noutra, isso implicaria falta de homogeneidade cósmica, com vastas consequências para a energia escura. A ideia é similar à existência de uma corrente num rio: pode nadar-se mais depressa na direção da corrente do que contra ela. Se vivermos num eixo preferencial, então a energia escura será apenas uma ilusão devida a este fluxo “escuro”, como lhe chamou o astrónomo Alexander Kashlinsky. Desde 2008, a equipa de Kashlinsky publicou estudos da CMBR em amostras de mais de 700 enxames galácticos, identificados pela sua emissão de raios X.

O efeito de Sunyaev-Zel’dovich (SZ) baseia-se no espalhamento inverso de Compton, no qual a CMBR pode sofrer “azulamento” por interação com eletrões energéticos provenientes de gás intergaláctico quente. O efeito SZ térmico é mais fácil de observar do que o SZ cinemático, também conhecido como efeito de Ostriker-Vishniac (OV), pois este último resulta do deslocamento em larga escala dos eletrões numa direção preferida. Observando um grande número de enxames, procurou-se assim amplificar o efeito OV, que nunca tinha sido medido antes. Os resultados têm sido muito badalados, pois apontam para uma enorme aceleração preferencial dos enxames na direção de uma área de cerca de 20 graus entre as constelações do Centauro e da Vela.

As explicações mais dramáticas para o fluxo escuro apontam para estruturas existentes (ou efeitos de estruturas que terão existido) para além do nosso universo observável, que serão remanescentes de períodos anteriores à última superfície de espalhamento (quando o universo se tornou transparente à luz, cerca de 380 mil anos depois do Big Bang). Seja qual for a causa deste putativo fluxo escuro, a ser real, ele representará uma enorme falta de homogeneidade no universo primitivo, a explicar talvez pelas teorias inflacionárias.

Estas observações do efeito OV são anisotropias secundárias sobre as anisotropias principais da CMBR (estas devidas a flutua­ções de densidade de massa-energia “gravadas” no universo primitivo), que importa filtrar e tratar muito bem estatisticamente. Os críticos do fluxo escuro apontam para falhas no tratamento dos erros experimentais, dizendo que se está a dar demasiado peso aos erros dos detetores, ao mesmo tempo que se não contabilizam bem os erros das anisotropias principais da CMBR. Estas seriam a causa principal do aparente fluxo escuro: ao não serem corretamente levadas em conta nos dados, levariam a um efeito que parece estatisticamente importante, embora essa seja uma conclusão errada. A equipa de Kashlinsky alargou entretanto o seu estudo a amostras com ainda mais enxames, situados a maiores distâncias, afirmando estar a tratar bem os erros experimentais.

Espera-se que a grande qualidade dos dados sobre a CMBR fornecidos pela sonda Planck (da Agência Espacial Europeia) permita encerrar parte da polémica. Não é a primeira vez que se discute a existência (sempre refutada) de um eixo preferencial no universo, um “eixo do mal” (nome de um artigo sobre a CMBR publicado em 2005, com co-autoria de João Magueijo). Em 2011, uma equipa de astrónomos chineses, estudando a energia escura com base na luminosidade de 557 supernovas do tipo Ia, encontrou também um aumento mais elevado da aceleração do universo na direção da constelação de Vulpecula, por comparação com outros eixos.

Uma nebulosa mutante

.Nebulosa de Gyulbudaghian

Por intermédio de observações astronômicas modernas foi possível ver os locais de nascimento de novas estrelas e planetas, buscar e estudar as mudanças sutis que propiciaram a descoberta do que está acontecendo no âmago  destes objetos. O ponto brilhante localizado na borda da estrutura em forma de leque azulado nesta imagem efetuada pelo telescópio espaial Hubble é uma estrela jovem chamada V* PV Cephei, ou PV Cep. Ela está localizada na constelação do norte de Cepheus, a uma distância de mais de 1.600 anos-luz da Terra.

É um alvo favorito para astrônomos amadores devido ao formato da nebulosidade, conhecida como GM 1-29 ou Nebulosa de Gyulbudaghian, que altera sua configuração ao longo de um prazo de meses. O brilho da estrela também tem variado ao longo do tempo. Imagens da estrela PV Cep obtida em 1952 mostrou a nebulosa com forma de faixa, semelhante a uma cauda de cometa. No entanto, desapareceu quando novas imagens da estrela foram reslizadas cerca de vinte e cinco anos depois. Em vez disso, surgiu uma nebulosa em forma de leque azul. Vinte e cinco anos é um período muito curto em escalas de tempo cósmicas, por isso, os astrônomos pensam que a misteriosa raia pode ter sido um fenômeno temporário, como os restos de um enorme clarão estelar, semelhante às erupções solares que estamos acostumados a ver no  Sistema Solar.


Ao mesmo tempo em que isso acontecia, a própria estrela foi brilhando. Isto forneceu a luz para iluminar a nebulosa em forma de leque recém-formada. Este brilho pode estar relacionado com o início da fase de queima de hidrogênio da estrela, o que significaria que ela estava atingindo a maturidade. A estrela PV Cep está cercada por um disco de gás e poeira, que bloqueia a luz de em todas as direções. A aparência na forma de leque é, portanto, provavelmente um resultado da luz das estrelas fugindo do disco de poeira e projetando sobre a nebulosa.

ARP 81: 100 milhões de anos depois

ARP 81

Do planeta Terra, nós observamos esse par de galáxias fortemente distorcido, catalogado como ARP 81, como eles eram a somente 100 milhões de anos depois da colisão entre as galáxias que o formam.  A destruição causada pela interação gravitacional mútua durante o encontro é detalhada nessa composição colorida que mostra os fluxos retorcidos de gás e poeira, um caos de formação de estrelas massivas, e uma cauda de maré que se estende por 200 mil anos-luz enquanto varre os detroços cósmicos. Também conhecidas como NGC 6622 (esquerda) e NGC 6621 (direita), as galáxias possuem aproximadamente o mesmo tamanho mas estão destinadas a se fundirem formando uma galáxia maior num futuro distante, participando de repetidas interações até finalmente se aglutinarem. Localizadas na constelação de Draco, as galáxias estão a 280 milhões de anos-luz de distância. Até mesmo as galáxias mais distantes de segundo plano podem ser observadas nessa imagem nítida que foi reprocessada a partir de dados do Hubble Legacy Archive.

Brasileiros caçam estrelas gêmeas do Sol por análise de cor




Técnica simples pode ajudar a encontrar objetos que contenham sistemas planetários similares aos nossos
Um quarteto de pesquisadores brasileiros desenvolveu um protocolo para a busca de estrelas gêmeas do Sol, iniciando a caça por uma propriedade simples: a cor. O trabalho, que pode ter implicações importantes para a compreensão de como se formam sistemas planetários semelhantes ao nosso, resultou na detecção de cinco prováveis gêmeas solares, além de outras cinco que poderiam se enquadrar na categoria.

Faz sentido separar estrelas pela cor. Embora sejam todas bolas de gás hidrogênio compactadas pela gravidade, seu tamanho e temperatura ditam características denunciadas pelas cores. Dentre aquelas que estão em fase de atividade normal (fundindo átomos de hidrogênio em seu núcleo), as menores e mais frias tendem ao vermelho; as maiores e mais quentes caem para o azul. O Sol, no meio do caminho, tem a familiar cor amarelada.  Então, há tempos se sabe que cor e luminosidade podem indicar similaridade entre estrelas. Mas quão úteis seriam esses parâmetros básicos para achar astros praticamente idênticos ao Sol? Essa foi uma das premissas que o trabalho de Gustavo Porto de Mello, da UFRJ, e colegas se propôs a verificar.

Eles partiram do catálogo Hipparcos -elaborado pelo satélite europeu de mesmo nome-, que contém cerca de 2,5 milhões de estrelas num raio de cerca de 500 anos-luz (cada ano-luz tem cerca de 9,5 trilhões de km). A ideia era se concentrar em astros mais próximos, a até aproximadamente 160 anos-luz de distância. Para a primeira peneirada eles usaram basicamente a cor -e com isso chegaram a 133 candidatas parecidas com o Sol.

"O índice de similaridade de cor se mostrou muito bem-sucedido", afirma Mello.

Há muitos parâmetros diferentes que podem flutuar em estrelas. A quantidade de metais pesados, a idade, a temperatura e o nível de atividade são alguns deles. Para verificá-los, é preciso analisar seu espectro, ou seja, o padrão luminoso que se forma quando a luz é separada em suas cores.  A análise dos espectros das candidatas revelou dez estrelas que poderiam ser tidas como gêmeas do Sol. Quatro delas se destacaram: HD 98649, HD 118598, HD 150248 e HD 164595. "Essas quatro têm parâmetros evolutivos e atmosféricos indistinguíveis dos solares."

MIL E UMA UTILIDADES

 As gêmeas solares são importantes por uma razão prática. Como os telescópios em terra não podem ser apontados para o Sol, elas fornecem uma referência de calibragem importante para os instrumentos no céu noturno.  Contudo, o grupo da UFRJ e do Observatório Nacional sugere que buscas por planetas sejam conduzidas nesses astros, para entender se existe uma relação entre a arquitetura dos sistemas planetários e as características mais sutis de suas estrelas-mãe.  Outra aplicação seria ter objetos que merecessem observações focadas na procura por sinais artificiais de possíveis civilizações alienígenas. Os resultados do grupo foram publicados na revista "Astronomy&Astrophysics".

sábado, 19 de abril de 2014

A Galáxia Escondida IC 342



Similar em tamanho, e ao brilho das grandes galáxias espirais na nossa vizinhança cósmica, a IC 342 está localizada a apenas 10 milhões de anos-luz de distância da Terra, na constelação do céu do norte de Camelopardalis (a Girafa). Uma vasta ilha do universo, a IC 342 seria uma proeminente galáxia no céu noturno do planeta Terra, mas ela na verdade fica escondida da nossa visão clara, coberta por um véu de estrelas, gás e poeira ao longo do plano da nossa Via Láctea. Mesmo apesar da luz da IC 342 ser apagada pelas nuvens cósmicas, essa imagem telescópica profunda traça as linhas de poeira obscuras da galáxia, os aglomerados estelares azuis, e as brilhantes e rosadas regiões de formação de estrelas ao longo de seus braços espirais que se formam longe do centro da galáxia. A IC 342 pode estar passando por um recente processo de explosão de atividade de formação de estrelas e é próxima o suficiente para ter influenciado gravitacionalmente a evolução do grupo local de galáxias e da Via Láctea.

Órbitas dos asteróides potencialmente perigosos



Os asteroides são perigosos? Alguns são, mas a probabilidade de um asteroide perigoso atingir a Terra durante um ano é baixa. Pelo fato de alguns eventos do passado de extinção em massa estar ligados aos impactos de asteroides, contudo, a humanidade, tem dado prioridade para catalogar esses asteroides que podem um dia afetar a vida na Terra. A imagem acima mostra as órbitas de mais de 1000 dos conhecidos Potentially Hazardous Asteroids (PHAs). Esses pedaços de rocha e gelo documentados têm mais de 140 metros de diâmetro e passarão a uma distância dentro de um raio de 7.5 milhões de quilômetros da Terra, algo em torno de 20 vezes a distância entre a Terra e a Lua. Embora nenhum deles se chocará com a Terra, nos próximos 100 anos – nem todos os PHAs foram descobertos ainda – e nem se chocaram com a Terra nos últimos 100 anos, muitas órbitas são difíceis de serem previstas. Onde um asteroide desse tamanho se chocasse com a Terra, ele poderia gerar tsunamis perigosos, por exemplo. Claro que pedaços de rocha e gelo muito menores se chocam com a terra diariamente, normalmente não causam perigo algum, e algumas outras vezes até criam memoráveis bolas de fogo e quedas incríveis de meteoros que são registradas e fotografadas com orgulho pelos observadores. 

IC 5067 na nebulosa do Pelicano



A cadeia proeminente de emissão mostrada nessa bela paisagem celeste é catalogada como IC 5067. Parte de uma nebulosa de emissão maior, com uma forma distinta, popularmente conhecida como A Nebulosa do Pelicano, a cadeia se espalha por aproximadamente 10 anos-luz seguindo a curva da cabeça e do pescoço do pelicano cósmico. Essa imagem falsamente colorida também traduz o brilho pervasivo das linhas de emissão estreitas dos átomos na nebulosa graças a uma paleta de cores popular nas imagens do Telescópio Espacial Hubble feita de regiões de formação de estrelas. Formas escuras fantásticas que habitam um campo vasto de ½ grau são nuvens de gás frio e poeira esculpidas pelos ventos e pela radiação das estrelas quentes e massivas. Imagens detalhadas de algumas das nuvens esculpidas mostram claramente sinais de estrelas recém-formadas. A Nebulosa do Pelicano, é catalogada como IC 5070, e está localizada a aproximadamente 2000 anos-luz de distância da Terra. Para encontra-la olhe para nordeste da brilhante estrela Deneb na constelação de Cygnus.

O espectro da nova Delphini



Quando uma nova estrela apareceu na constelação de Delphinus na última semana, os astrônomos descobriram seu espectro como uma verdadeira aparição da natureza. Agora conhecida como Nova Delphini, seu espectro na luz visível perto de seu brilho máximo está centrado nessa imagem que mostra o espectro do campo estelar próximo e que foi capturada com um prisma e um telescópio, na noite entre 16 e 17 de Agosto de 2013 em Sternwarte Bülach na Suíça. Fortes linhas de absorção causadas pelos átomos de hidrogênio são vistas como faixas mais escuras no espectro da nova, mas as linhas de absorção fortes são cercadas ao longo de suas bordas em direção ao vermelho por brilhantes faixas de emissão. Esse padrão é a assinatura espectral do material que explodiu de um sistema binário cataclísmico conhecido como uma nova clássica. Outras estrelas no campo são mais apagadas, identificadas pelos seus números no catálogo de Hipparcus, pelo seu brilho em magnitude e pelos seus tipos espectrais. Por coincidência, a linha de emissão fraca da nebulosa planetária NGC 6905 foi também incluída, indicada na parte inferior direita.

A brilhante nebulosa planetária NGC 7027



Descoberta pela primeira vez em 1878, a nebulosa NGC 7027 pode ser vista na direção da constelação do Cisne (Cygnus) com um telescópio padrão. Em parte pois ela aparece somente como um ponto indistinto, ela raramente é referida com um apelido. Quando foi imageada pela primeira vez com o telescópio espacial Hubble, contudo, grandes detalhes foram revelados. Estudando as imagens do Hubble da NGC 7027, os astrônomos puderam entender que ela é uma nebulosa planetária que começou a se expandir a aproximadamente 600 anos atrás, e que a nuvem de gás e poeira é incomumente massiva já que parece conter aproximadamente três vezes a massa do Sol. A foto acima, nas cores atribuídas, resolve algumas características, as camadas e as feições empoeiradas da NGC 7027 podendo lembrar os entusiastas do céu de algum ícone familiar que poderia ser usado para dar um nome informal para a nebulosa.

Estrela cefeida variável próxima RS Pup



Essa é uma das estrelas mais importantes no céu. Isso ocorre parcialmente, pois, por coincidência, ela é circundada por uma nebulosa de reflexão. A pulsante RS Puppis, a estrela mais brilhante no centro da imagem, é cerca de dez vezes mais massiva que o nosso Sol e na média 15000 vezes mais luminosa. De fato, a RS Pup, é uma estrela variável do tipo Cefeidas, uma classe de estrelas cujo brilho é usado para estimar as distâncias de galáxias próximas como um dos primeiros passos para se estabelecer a escala da distância cósmica. Como a RS Pup pulsa num período de aproximadamente 40 dias, suas mudanças de brilho regulares são também vistas juntamente com um tempo de atraso causado pela nebulosa, efetivamente, um eco de luz. Usando as medidas do atraso de tempo e do tamanho angular da nebulosa, a conhecida velocidade da luz, permite que os astrônomos possam geometricamente determinar a distância até a RS Pup, que é de 6500 anos-luz, com um erro impressionantemente mínimo de mais ou menos 90 anos-luz. Considerada uma das realizações impressionantes da astronomia estelar, as medidas de distância do eco de luz também é considerada uma maneira mais precisa de se estabelecer o brilho verdadeiro da RS Pup, e por extensão de outras estrelas Cefeidas, melhorando assim o conhecimento das distâncias das galáxias além da Via Láctea (leia o artigo abaixo para maiores detalhes). A imagem acima foi feita pelo Telescópio Espacial Hubble e foi digitalmente processada por um voluntário.

Rastro de Lançamento da Sonda LADEE



Essa imagem acima com 35 segundos de exposição captura parte do momento inicial do lançamento do foguete e a ignição do segundo estágio, juntamente com uma brilhante reflexão do céu nas águas calmas abaixo. Essa bela imagem foi feita com a câmera apontada para o sul e oeste, desde um ponto de observação sobre a Baía Sinepuxent em Maryland a cerca de 20 milhas ao norte da base de onde o lançamento foi feito. Subindo para leste sobre o Oceano Atlântico, o foguete de múltiplos estágios, teve como principal função colocar a sonda LADEE, Lunar Atmosphere and Dust Environment Explorer, em uma órbita altamente elíptica ao redor da Terra, para que ela iniciasse sua jornada até a Lua.

M45: O Aglomerado estelar das Plêiades




Você já viu o aglomerado estelar das Plêiades? Mesmo que você já tenha visto, você provavelmente nunca viu tão empoeirado assim. Talvez o mais famoso aglomerado estelar do céu, as brilhantes estrelas do aglomerado das Plêiades podem ser vistas sem binóculos até mesmo de cidades com muita poluição luminosa. Com uma longa exposição de locais escuros, a nuvem de poeira ao redor das Plêiades se torna muito evidente. A imagem acima foi feita com uma exposição de 20 minutos e cobre uma área do céu algumas vezes maior do que o tamanho da Lua Cheia. Também conhecida como as Sete Irmãs e M45, as Plêiades localizam-se a aproximadamente 400 anos-luz de distância na direção da constelação de Touro (Taurus). Uma lenda comum com um toque moderno é que uma das estrelas das Plêiades se apagou desde que o aglomerado foi nomeado, deixando somente seis estrelas visíveis a olho nu. O número atual de estrelas visíveis nas Plêiades, contudo, pode ser mais ou menos que sete, dependendo da escuridão do céu ao redor e da claridade da linha de visão do observador.

A Nuvem Interestelar Local



As estrelas não estão sozinhas. No disco de nossa galáxia, a Via Láctea, cerca de 10 por cento da matéria visível está na forma de gases, chamados de meio interestelar (interstellar medium ou ISM, em inglês). O ISM não é uniforme, e apresenta remendos até mesmo perto do nosso Sol. Pode ser bastante difícil detectar o ISM local, porque ele bastante tênue e emite muito pouca luz. Entretanto, por ser composto basicamente de gás hidrogênio, ele absorve algumas cores bastante específicas que podem ser detectadas à luz das estrelas mais próximas. Um mapa de operação do ISM local, no espaço de 20 anos-luz, baseado em observações em curso e recentes detecções de partículas do Satélite Explorador da Fronteira Interestelar (IBEX, na sigla em inglês) em órbita é mostrado acima.

Estas observações mostram que o nosso Sol está se movendo através de uma Nuvem Interestelar Local à medida que esta nuvem desliza para fora da região formadora de estrelas, a Associação Escorpião-Centauro. Nosso Sol deve sair da Nuvem Local, também chamada de Penugem Local, durante os próximos 10.000 anos. Muito ainda permanece desconhecido a respeito do ISM local, incluindo detalhes de sua distribuição, sua origem, e como ele afeta o Sol e a Terra. Inesperadamente, medições recentes da sonda IBEX indicam que a direção de onde partículas interestelares neutras fluem pelo nosso Sistema Solar está mudando.

Três Galáxias em Dragão



Esse intrigante trio de galáxias é algumas vezes chamado de Grupo Draco, e localiza-se na constelação do norte (que você já deve ter adivinhado), chamada Draco (o Dragão). Da esquerda para a direita estão a galáxia espiral NGC 5981, a galáxia elíptica NGC 5982, e a galáxia espiral que aparece de frente para nós, NGC 5985 – todas elas dentro do mesmo campo telescópico de visão que se espalha um pouco mais do que metade da largura da Lua cheia. Enquanto o grupo é de longe muito pequeno para ser um aglomerado de galáxias, e não tem sido catalogado como um grupo compacto, todas essas galáxias localizam-se aproximadamente a 100 milhões de anos-luz da Terra. Numa análise mais detalhada realizada como espectrógrafos, o núcleo brilhante da impressionante galáxia espiral que aparece de frente para nós, a NGC 5985, mostra uma proeminente emissão em um comprimento de onda de luz específico, levando os astrônomos a classificarem essa galáxia como sendo uma Seyfert, ou seja, um tipo de galáxia ativa. Não tão bem conhecido como outros grupos de galáxias, o contraste na aparência visual de seus membros, faz desse trio um alvo atrativo para os astrofotógrafos. Essa exposição impressionantemente profunda nos dá pistas, apagadas de conchas ao redor da NGC 5982, feições essas que são evidências de fusões galácticas do passado. Essa imagem também revela muitas outras galáxias bem mais distantes que esse trio.

Os Jatos da NGC 1097



A enigmática galáxia espiral NGC 1097 brilha nos céus do sul, a aproximadamente 45 milhões de anos-luz de distância da Terra na direção da constelação de Fornax. Seus braços espirais azuis estão repletos de regiões de formação de estrelas rosadas que aparecem em destaque nesse retrato colorido da galáxia, mostrado acima. Eles parecem terem sido envolvidos ao redor de uma galáxia companheira menor abaixo e a esquerda do centro, a cerca de 40000 anos-luz do núcleo luminoso da espiral. Apesar de tudo essa não é a única feição peculiar da NGC 1097. A exposição super profunda dá pista dos apagados e misteriosos jatos, visíveis com maior facilidade se estendendo além dos braços azulados em direção à parte inferior direita. De fato, quatro jatos são atualmente reconhecidos nas imagens ópticas da NGC 1097. Os jatos traçam um X, centrado no núcleo da galáxia, mas que provavelmente não se originou ali. Ao invés disso eles poderiam ser fluxos de estrelas fósseis, rastros deixados para trás da captura e destruição de uma galáxia muito menor no passado antigo da grande espiral. Considerada uma galáxia Seyfert, o núcleo da NGC 1097 também abriga um buraco negro supermassivo.

Pesados jatos do buraco negro no sistema estelar 4U1630-47



Do que são feitos os jatos dos buracos negros? Muitos buracos negros em sistemas estelares são certamente circundados por discos de gás e plasma puxados gravitacionalmente a partir de uma estrela binária companheira próxima. Parte desse material, depois de se aproximar do buraco negro, acaba sendo expelido do sistema estelar em poderosos jatos emanando dos polos de um buraco negro em rotação. Recentes evidências indicam que esses jatos são compostos não somente de elétrons e prótons, mas também de núcleos de elementos pesados como ferro e níquel.

A descoberta foi feita no sistema 4U1630-47 usando os rádio telescópios Compact Array do CSIRO no leste da Austrália e o satélite orbital da ESA XMM-Newton. O sistema estelar 4U1630-47 é mostrado acima por meio de uma ilustração com uma grande estrela azul à direita e jatos emanando do buraco negro no centro do disco de acreção à esquerda. Embora acredita-se que o sistema estelar 4U1630-47 contenha somente um pequeno buraco negro – com poucas vezes a massa do Sol – as implicações dos resultados podem ser muito maiores: buracos negros maiores podem também estar emitindo jatos de núcleos massivos no cosmos.