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sábado, 29 de março de 2014

Todas as Estrelas do Universo



Você já deve ter tido vontade de contar as estrelas. A olho nu somos capazes de ver cerca de seis mil estrelas no céu. Se usarmos um binóculo, mesmo pequeno, ou uma luneta como a inventada por Galileo, esse número é capaz de ultrapassar trinta mil. Através do telescópio principal do Observatório Astronômico Frei Rosário, da UFMG, somos capazes de observar mais de um milhão de estrelas. Quantas estrelas existem no universo? Essa pergunta tem sido formulada há séculos e tem sido objeto constante de estudo dos astrônomos. Para tentarmos respondê-la, temos que lançar mão de modelos teóricos do universo, uma vez que mesmo através dos mais possantes telescópios já fabricados, não conseguimos ver uma ínfima parte das estrelas que acreditamos existir.

Galáxias - Se olharmos para o céu, à noite, vemos as estrelas distribuídas aleatoriamente em nossa volta. Durante muito tempo a humanidade pensou que fosse assim por todo o universo. Hoje sabemos que as estrelas estão distribuídas em grupos imensos, aos quais denominamos galáxias. A distribuição das estrelas nas galáxias se dá de uma forma aparentemente aleatória, assim como a distribuição das galáxias no universo. 

Nós pertencemos a uma galáxia à qual denominamos Via Láctea, uma galáxia de tamanho médio comparada com outras que vemos em nossa volta. Devido às grandes distâncias envolvidas, até hoje só nos foi possível distinguir pouquíssimas estrelas em outras galáxias. Estimamos que existam entre 200 e 250 bilhões de estrelas na Via Láctea. Se soubermos, mesmo aproximadamente, o número de galáxias do universo, poderemos estimar assim o número de estrelas do universo. 

O telescópio hubble - Em dezembro de 1995, por 10 dias consecutivos, o telescópio espacial Hubble manteve-se observando uma pequena região do céu, próxima ao pólo norte celeste, na constelação Ursa Maior, onde até então não se via um único objeto. O resultado dessa imagem de longa exposição foi além do previsto. Foram fotografadas milhares de galáxias, nunca antes vistas, nos mais diversos estágios evolutivos, algumas delas a mais de 12 bilhões de anos-luz da Via Láctea.

(Lembre-se que quanto mais distante vemos um objeto, mais do passado é esse objeto.) Com base nessa imagem previu-se entre 2 e 3 milhões de galáxias por grau quadrado do céu, ou seja, entre 80 e 120 bilhões de galáxias possíveis de serem observadas pelo Hubble em todo o universo. O número real de galáxias existentes podendo ser bem maior (100 vezes mais?), uma vez que mesmo através de um telescópio possante como o Hubble não podemos ver um grande número delas, devido aos seus poucos brilhos, ao fato de serem apêndices de outras galáxias maiores, à absorção de suas luzes por nuvens intergalácticas, etc.



O sucesso dessa imagem dos 'confins do universo' foi tão grande que foi planejada uma seqüência. Para essa segunda imagem chegou-se à conclusão que deveria ser fotografada uma região aproximadamente diametralmente oposta à primeira (do outro lado do universo), ou seja, uma região do hemisfério sul celeste. Era também necessária uma região cuja visão não fosse obstruída pela Terra durante toda a órbita do Hubble. Para essa segunda observação também julgou-se conveniente que na região estudada houvesse um objeto brilhante distante (um quasar). O estudo da luz desse objeto daria informações importantes sobre nuvens intergalácticas invisíveis que se encontrassem ao longo da linha de visão. 

Em outubro de 1997 foi selecionada a região a ser observada, na constelação Tucana, próxima ao pólo sul celeste. Em outubro de 1998 o Hubble passou 10 dias observando a região escolhida. Uma primeira conclusão já era esperada: O universo parece ser semelhante em qualquer direção observada. Também aqui foram registradas milhares de galáxias nas mais variadas faixas de distância e nos mais variados estágios evolutivos. Essa segunda imagem dos 'confins do universo' foi feita tomando-se certos cuidados e usando-se certos equipamentos não usados em 1995.

As imagens tomadas na luz visível, por exemplo, foram combinadas a imagens tomadas no infravermelho. Uma conclusão a que se chegou: O número de galáxias do universo deve ser pelo menos o dobro daquele que se pensava até então! Quantas estrelas existem no universo? Vamos considerar que existam mais de 1 trilhão de galáxias no universo e que cada galáxia possua em média pelo menos 100 bilhões de estrelas. Chegamos assim ao fantástico número de 100 bilhões de trilhões de estrelas, ou mais, no Universo. Se formos contar essas estrelas, uma a uma, gastando um segundo na contagem de cada estrela, precisaríamos de mais de três mil trilhões de anos para completarmos essa contagem.

Alguns números para comparação

Estrelas na Via Láctea - 200 a 250 bilhões
Galáxias no Universo - 1.500 a 2.500 bilhões
Células no corpo humano - 50.000 bilhões
Estrelas no Universo - mais de 100 trilhões de bilhões

Uma galáxia impressionante e sua companheira numa área com o dobro do tamanho da Via Láctea




A espetacular imagem acima da grande galáxia espiral NGC 1232 é baseada em três exposições feitas nas luzes ultra-violeta, azul e vermelha, respectivamente. As cores das diferentes regiões que constituem uma galáxia são todas visíveis: as áreas centrais contendo estrelas mais velhas de coloração avermelhada, enquanto que os braços espirais são populados por jovens estrelas azuis e muitas regiões de formação de estrelas. Na imagem acima pode-se notar ainda uma galáxia companheira distorcida no lado esquerdo da galáxia principal, com uma forma que lembra a letra grega teta. A NGC 1232 está localizada 20˚ ao sul do equador celeste, na constelação de Eridanus, o Rio. A galáxia localiza-se a cerca de 100 milhões de anos-luz de distância da Terra, mas a excelente qualidade óptica do VLT e do FORS permite que os astrônomos possam ver detalhes incríveis desse par de galáxias. O campo mostrado acima tem aproximadamente 200.000 anos-luz de diâmetro, ou seja, cerca de o dobro do tamanho da Via Láctea.

Incrível imagem de superburaco negro que impediu a formação de trilhões de estrelas



Imagine um grupo de galáxias tão imenso, que sua massa se compare a um quadrilhão de vezes a massa do nosso sol — um grupo tão massivo que brilha intensamente na faixa do raio-X. Imagine que este grupo esteja dentro de uma nuvem de gás tão quente que emite luz na faixa do ultravioleta. E imagine uma imensa galáxia elíptica no centro do aglomerado, contendo um buraco negro tão imenso e tão poderoso que impede a formação de um trilhão de estrelas. Pare de imaginar. É esta imagem que você tem acima. Em púrpura, a enorme bolha de gás. As partes escuras são os buracos criados pelo buraco negro, com cerca de 100.000 anos-luz de diâmetro — o tamanho da nossa Via Láctea. Estes buracos emitem ondas de choque poderosas, que podem estar impedindo a formação de novas estrelas. O nome do grupo de galáxias na foto é RX J1532.9+3021 (mas pode chamar de RX J1532), e está a cerca de 3,9 bilhões de anos da Terra. A imagem é uma combinação de fotos do telescópio de raio-X Chandra, mostrando o gás quente em púrpura, e uma foto feita pelo Telescópio Espacial Hubble, mostrando as galáxias em amarelo. Agora, o mistério. O gás deveria esfriar com o tempo, e a região central, mais densa, deveria esfriar mais rapidamente e ser incorporada pela galáxia, formando novas estrelas, trilhões delas. Mas não é isto que está acontecendo. Mesmo em outros aglomerados de galáxias, como o aglomerado Fênix, a formação de novas estrelas é intensa. O que está parando RX J1532? Enormes disparos de rádio criaram buracos na nuvem de gás, empurrando-o para os lados. As ondas de choque causadas pela expansão das cavidades reverberam por toda a nuvem e impedem que a mesma esfrie, e forme novas estrelas. Com tanta coisa acontecendo, os astrônomos criaram uma hipótese para explicar tudo – o buraco negro não é apenas supermassivo, é ultramassivo, ou seja, tem uma massa superior a 10 bilhões de massas solares. Um buraco negro tão imenso é capaz de produzir jatos altamente energéticos usando bem pouca matéria. Outra hipótese é que o buraco negro nem é tão imenso assim – teria cerca de um bilhão de massas solares, mas estaria girando extremamente rápido. Mesmo assim, seria um buraco negro extremamente massivo. E os mistérios ainda não acabaram. Há um buraco na nuvem de gás que está desalinhado com os pólos do buraco negro. Por quê? Os astrônomos acham que a nuvem de gás pode ter um movimento próprio em torno do buraco negro, ou então o buraco negro a está “balançando” como um pião.

Vagalume galático



Essa charmosa e brilhante galáxia, conhecida como IRAS 23436+5257, foi registrada pelo Telescópio Espacial Hubble, das agências espaciais, NASA e ESA. Essa galáxia está localizada na constelação do céu do hemisfério norte da Cassiopéia, que foi denominada assim, em homenagem a uma arrogante, vaidosa e ainda assim bela rainha mítica. A estrutura contorcida, parecida com uma minhoca da galáxia, é o resultado muito provavelmente de uma colisão e da subsequente fusão de duas galáxias. Essas interações são muito comuns em todo o universo, e elas podem variar de interações menores envolvendo uma galáxia satélite sendo capturada por uma galáxia espiral, até colisões galáticas gigantescas. A fricção entre o gás e a poeira durante uma colisão podem ter efeitos gigantescos nas galáxias envolvidas, dando diferentes formas para as galáxias originais além de criar interessantes estruturas novas. Quando você olha com calma e tranquilidade para o céu noturno, nem sempre é fácil registrar o dinâmico e vibrante ambiente com galáxias inteiras em movimento, girando como brinquedos de crianças e colidindo e se cruzando no céu. Os movimentos, logicamente são extremamente lentos e ocorrem durante períodos de milhões ou até mesmo bilhões de anos. O resultado dessas colisões galáticas ajuda os cientistas a entenderem como esses movimentos ocorrem e o que pode estar guardado para a nossa própria galáxia que está em rota de colisão com a vizinha galática, a Messier 31. Uma versão dessa imagem entrou no Hubble’s Hidden Treasures, uma competição de processamento de imagens, pelo competidor Judy Schmidt. O Hidden Treasures foi uma iniciativa criada para convidar os entusiastas da astronomia para pesquisar no arquivo de imagens do Hubble por belos exemplos que nunca antes tinham sido vistos pelo público em geral.

Descoberta 'triplica' número de exocometas conhecidos



A descoberta de um novo grupo de cometas que orbitam estrelas distantes, anunciada na reunião semestral da Sociedade Astronômica Americana, quase triplica o número desses corpos celestes conhecidos. O primeiro chamado "exocometa" foi descoberto em 1987, mas desde então apenas mais três haviam sido encontrados. Mas no encontro realizado nesta semana na Califórnia, o astrônomo americano Barry Welsh deu detalhes sobre mais sete desses cometas. A possibilidade de provar que os cometas são comuns no universo tem implicações sobre seu possível papel de levar água ou até mesmo partículas que podem gerar vida aos planetas. Corpos celestes como o Cometa Halley, que faz um caminho longo e elíptico, passando perto do Sol a cada 75 anos, são conhecidos pelas longas "caudas" de gás e detritos que aparecem quando eles se aproximam de suas estrelas hospedeiras. Foram essas caudas que Welsh e sua colaboradora Sharon Montgomery mediram, usando imagens do observatório McDonald, no Texas. As caudas dos exocometas absorvem uma pequena fração da luz de suas estrelas hospedeiras - e a absorção muda com o tempo, conforme os cometas aceleram ou desaceleram. Com uma observação paciente, a dupla verificou a existência de sete novos cometas de fora do Sistema Solar. No nosso Sistema Solar, muitos cometas vêm do cinturão de Kuiper, um disco de detritos localizado além da órbita de Netuno, e da nuvem de Oort, um disco de detritos ainda maior e mais distante. Welsh explicou que esses discos são "sobras" características da formação de planetas. "Imagine um 'canteiro de obras cósmico' onde a construção já terminou - os planetas", disse ele à BBC. "Estamos olhando o que sobrou - os tijolos, o concreto, os pregos - os discos de detritos têm cometas, planetesimais (pequenos corpos celestes gerados com a aglutinação de poeira cósmica) e asteróides", explica. Mas algo precisa perturbar a órbita dos cometas para colocá-los na direção de sua estrela hospedeira. Apesar de colisões entre cometas serem capazes disso, acredita-se que a gravidade dos planetas próximos fazem esse trabalho. De fato, em 1987, quando o primeiro exocometa foi observado em torno da estrela Beta Pictoris, surgiu a hipótese de que um planeta podia ser responsável por sua órbita, e em 2009 um planeta gigante foi encontrado por lá. Nos últimos anos tem havido um foco maior sobre os exoplanetas (planetas de fora do Sistema Solar), com o anúncio na segunda-feira de 461 novos candidatos a serem reconhecidos como planetas e a possibilidade da existência de bilhões desses planetas com tamanho semelhante à Terra. O novo estudo ajuda a esclarecer a relação entre esses planetas e os discos de detritos de seus locais de origem. Isso pode ajudar também a compreensão da formação do nosso próprio Sistema Solar. "Parece que o processo de construção de planetas é muito semelhante em muitos casos, e para provar isso você precisa olhar não somente o produto final, mas também as coisas das quais eles são feitos", observa Welsh. A descoberta de mais e mais cometas também aumenta a possibilidade de que cometas tenham um papel importante no transporte de materiais. "Há duas teorias: uma é de que os cometas antigos no nosso Sistema Solar levaram gelo aos planetas e que esse gelo derreteu e formou os oceanos", relata Welsh. "A outra, talvez um pouco mais rebuscada, é que as moléculas orgânicas nos cometas eram as sementes da vida nos planetas. E se os cometas são tão comuns em todos os sistemas planetários, então talvez a vida também seja", diz.

'Frutas' encontradas em Marte indicam existência de vida microbiana



A descoberta de agrupamentos de "frutas" em Marte foi noticiada há uma década e forneceu alguns dos primeiros indícios de que existiria água em estado líquido no Planeta Vermelho - pelo menos em algum momento de sua história. Agora, uma imagem feita por uma das sondas na Nasa, a agência espacial americana, evidencia, em close, que essas esferas ainda existem - e estão embutidas em rochas marcianas como mirtilo (blueberry) em um bolo. A imagem, divulgada neste início de 2014, faz parte das 50 melhores fotografias feitas pelos robôs Spirit e Opportunity reunidas em uma exposição no Museu do Ar e Espaço do Instituto Smithsoniano, nos Estados Unidos. A Opportunity encontrou esse conjunto de "mirtilo" na cratera Eagle, onde aterrissou em 24 de janeiro de 2004 e logo analisou a composição com seus espectrômetros. Teorias anteriores sugeriam que esses "frutos" foram criados por simples reações químicas, sem contribuição de qualquer forma de vida. No entanto, pesquisadores descobriram no ano passado que havia evidência da participação de vida microbiana na formação desses elementos. Essa descoberta levantou a possibilidade de que os blueberries marcianos podem não apenas revelar que havia água em Marte - mas também que um dia existiu vida microscópica.

Observatório Herschel encontra sinais do inicio do Universo



Usando um telescópio na Antártica e o observatório espacial Herschel da ESA, os astrônomos fizeram a primeira detecção de um toque sutil da radiação relíquia do Big Bang, pavimentando o caminho para revelar os primeiros momentos de existência do Universo. O sinal indescritível foi encontrado na maneira como a primeira luz no Universo foi desviada durante a sua viagem à Terra, intervindo aglomerados de galáxias e matéria escura, uma substância invisível que é detectada apenas indiretamente através de sua influência gravitacional. A descoberta aponta o caminho para a busca de evidências de ondas gravitacionais nascidas durante rápida fase de “inflação” do Universo, um resultado fundamental aguardado da missão Planck da ESA. A radiação relíquia do Big Bang – radiação cósmica de fundo, ou CMB – foi impressa no céu quando o Universo tinha apenas 3,8×105 anos de idade. Hoje, cerca de 13.800 milhões anos mais tarde, nós o vemos como um céu cheio de ondas de rádio à uma temperatura de apenas 2,7 graus acima do zero absoluto.

Pequenas variações neste temperatura – em torno de algumas dezenas de milionésimos de grau – revelam flutuações de densidade no início do Universo correspondente às sementes de galáxias e estrelas que vemos hoje. O mapa de todo o céu mais detalhado das variações de temperatura foi revelado pelo Planck, em março. Mas a CMB também contém uma riqueza de outras informações. Uma pequena fração da luz é polarizada, como a luz que podemos ver usando óculos polarizados. Esta luz polarizada tem dois padrões distintos : Modos E e Modos B.

Modos E foram encontrados pela primeira vez em 2002, com um telescópio terrestre . Já os Modos B, no entanto, são potencialmente muito mais emocionantes para os cosmólogos, embora muito mais difíceis de detectar. Eles podem surgir em duas formas. A primeira envolve a adição de um toque para que a luz que atravessa o universo seja desviada por galáxias e matéria escura – um fenômeno conhecido como lente gravitacional. A segunda tem suas raízes enterradas na mecânica de uma fase muito rápida de enorme expansão do Universo, que os cosmólogos acreditam que aconteceu em apenas uma minúscula fração de segundo após o Big Bang – “A inflação”.

O novo estudo combinou dados do telescópio Herschel no Pólo Sul e fez a primeira detecção de modo B na CMB devido ao efeito de lente gravitacional. “Essa medida foi possível graças a uma combinação inteligente e original de observações terrestres do telescópio no Pólo Sul – que mediu a luz do Big Bang – com observações baseadas no espaço do Herschel, que é sensível às galáxias que traçam a obscura origem da lente gravitacional” , diz Joaquin Vieira, do Instituto de Tecnologia da Califórnia e da Universidade de Illinois em Urbana- Champaign, que liderou a pesquisa do Herschel utilizada no estudo.

Estrela Betelgeuse pode colidir com gigantesca muralha cósmica



Parece que tudo pode acontecer com Betelgeuse, a enorme estrela vermelha localizada em um dos vértices da constelação de Órion. De acordo com novos estudos, a estrela poderá se chocar com uma enorme parede de fragmentos que nem os pesquisadores sabem ao certo de onde vem. Uma nova imagem do Observatório Espacial Herschel, da Agência Espacial Europeia, revelou que a velha estrela está localizada muito próxima de uma verdadeira barreira espacial, que segundo algumas teorias é o resultado do material ejetado durante a fase anterior da evolução da própria estrela. No entanto, as novas cenas registradas pelo telescópio Herschel revelam que a muralha pode ser um objeto independente ligado ao campo magnético da galáxia ou então ser a borda de uma nuvem interestelar que está sendo iluminada por Betelgeuse. Discussões teóricas à parte, os pesquisadores sustentam que se essa verdadeira muralha for de fato um objeto independente, estaria então em rota de colisão com as camadas externas já ejetadas pela estrela, contato que aconteceria em aproximadamente 5 mil anos. No entender dos cientistas, o choque direto entre a estrela e a massa de partículas acontecerá 12.500 anos mais tarde. Betelgeuse é uma estrela do tipo supergigante vermelha. Tem cerca de mil vezes o tamanho do nosso Sol e é 100 mil vezes mais brilhante. Para atingir esse estágio, a estrela já derramou no espaço grande parte do seu material, criando um enorme arco ao seu redor. É esse arco que deverá ser o primeiro a se chocar contra a muralha. Os astrônomos prevêem que Betelgeuse deverá passar por uma explosão do tipo supernova nos próximos 1.000 anos, quando deverá brilhar pelo menos 10 mil vezes mais, com magnitude equivalente ao da Lua crescente. Outros astrônomos dizem que isso não deverá acontecer tão cedo. Em ambos os casos, parece que a explosão cataclísmica de Betelgeuse acontecerá bem antes da colisão prevista.

Uma estrela pequena, um planeta pequeno... Pelo menos!



Um grupo de astrônomos do Reino Unido e do Chile relata a descoberta de oito novos planetas pequenos orbitando anãs vermelhas próximas, três das quais podem ser habitáveis. A partir deste resultado, os cientistas, liderados por Mikko Tuomi da Universidade de Hertfordshire, estimam que uma grande fração das anãs vermelhas, que constituem pelo menos três-quartos das estrelas no Universo, têm planetas de baixa massa. O novo trabalho foi publicado na revista Monthly Notices da Sociedade Astronômica Real. Os pesquisadores descobriram os planetas através da análise de dados de arquivo de dois estudos planetários de alta precisão feitos com o instrumento UVES (Ultraviolet and Visual Echelle Spectrograph) e com o HARPS (High Accuracy Radial velocity Planet Searcher), ambos operados pelo Observatório Europeu do Sul no Chile. Os dois instrumentos são usados para medir quanto uma estrela é afetada pela gravidade de um planeta em órbita. À medida que um planeta invisível orbita uma estrela distante, a atração gravitacional entre os dois faz com que a estrela tenha um movimento oscilatório no espaço. Esta oscilação periódica é detectada através do estudo da luz da estrela. Ao combinar dados do UVES e do HARPS, a equipe foi capaz de detectar sinais demasiado fracos para serem vistos nos dados de um só instrumento. Com esta técnica mais sensível, os astrônomos descobriram oito mundos, três dos quais encontram-se na chamada "zona habitável" das suas estrelas e são apenas um pouco mais maciços que a Terra. Os planetas nesta região, onde a temperatura é ideal para a existência de água líquida à sua superfície, são mais propensos a suportar vida. Todos os planetas recém-descobertos orbitam anãs vermelhas entre 15 e 80 anos-luz do Sol, tornando-os relativamente próximos do Sistema Solar. Os oito planetas demoram entre duas semanas e nove anos a completar cada órbita, colocando-os a uma distância das suas estrelas entre 6 e 600 milhões de quilômetros (equivalente a entre 0,04 e 4 vezes a distância da Terra ao Sol). "Nós estávamos apenas estudando os dados do UVES, e notamos uma variabilidade que não podia ser explicada por um ruído aleatório. Ao combinar essas observações com dados do HARPS, conseguimos detectar este tesouro espectacular de candidatos a planeta," disse Mikko Tuomi. "Estamos claramente estudando uma população altamente abundante de planetas de baixa massa, e podemos esperar encontrar muitos mais no futuro próximo - mesmo em redor de estrelas muito mais próximas do Sol." A equipe usou técnicas inovadoras de análise para espremer os sinais planetários nos dados. Em particular, aplicaram a regra de probabilidades condicionais de Bayes que permite responder à questão "Qual a probabilidade de uma determinada estrela ter planetas em órbita com base nos dados disponíveis?" Esta abordagem, em conjunto com uma técnica que permite aos pesquisadores filtrar ruído em excesso nas medições, tornou possível as detecções. Hugh Jones, também da Universidade de Hertfordshire, afirma: "este novo resultado é algo já esperado, no sentido de que estudos de anãs vermelhas distantes com a missão Kepler indicam uma população significativa de planetas com pequenos raios. Por isso, é agradável ser capaz de confirmar isso com uma amostra de estrelas que estão entre as mais brilhantes da sua classe." Estas descobertas acrescentam oito novos exoplanetas ao total anterior de 17 já conhecidos em torno de estrelas de baixa massa. A equipe também pretende acompanhar outros dez sinais mais fracos.

Intrépida estrela sobrevive à explosão de supernova

imagem composta em raios X e no óptico do DEM L241

Quando uma estrela maciça fica sem combustível, colapsa e explode como uma supernova. Embora estas explosões sejam extremamente poderosas, é possível que uma estrela companheira sobreviva à detonação. Uma equipa de astrónomos usando o Observatório de raios-X Chandra da NASA e outros telescópios encontrou evidências de uma destas sobreviventes. Esta estrela resistente encontra-se no campo de destroços de uma explosão estelar - também chamado remanescente de supernova - localizado numa região HII com o nome DEM L241. Uma região HII (pronuncia-se "H-dois") é criada quando a radiação de estrelas jovens e quentes retira os electrões dos átomos de hidrogénio neutro (HI) para formar nuvens de hidrogénio ionizado (HII). Esta região HII está localizada na Grande Nuvem de Magalhães, uma pequena galáxia companheira da Via Láctea. Uma nova composição de DEM L241 contém dados do Chandra (roxo) que esboça o remanescente de supernova. O remanescente permanece quente e, portanto, brilhante em raios-X durante milhares de anos após a explosão original.

Também incluídos na imagem estão dados ópticos do estudo MCELS (Magellanic Cloud Emission Line Survey) obtidos com telescópios terrestres no Chile (amarelo e ciano), que traçam a emissão HII produzida por DEM L241. Estão também incluídos dados ópticos adicionais do DSS (Digitized Sky Survey - em branco), que mostram as estrelas do campo. R. Davies, K. Elliott e J. Meaburn, cujas iniciais dos apelidos foram combinadas para dar ao objecto a primeira metade do seu nome, mapearam DEM L241 pela primeira vez em 1976. Os dados recentes do Chandra revelaram a presença de uma fonte de raios-X na mesma posição que uma jovem estrela massiva dentro do remanescente de supernova DEM L241.

Os astrónomos podem observar os detalhes nos dados do Chandra para recolher pistas importantes acerca da natureza das fontes de raios-X. Por exemplo, quão brilhantes, como mudam com o passar do tempo e como estão distribuídos ao longo da gama de energia que o Chandra estuda. Neste caso, os dados sugerem que a fonte pontual é componente de um sistema binário. Em tal par celeste, uma estrela de neutrões ou um buraco negro (formado quando a estrela entrou na fase de supernova) orbita uma estrela muito maior que o nosso Sol. À medida que se orbitam um ao outro, a densa estrela de neutrões ou buraco negro empurra material para longe da estrela companheira graças ao vento de partículas que flui para longe da sua superfície.

Caso este resultado seja confirmado, DEM L241 será apenas o terceiro binário entre uma estrela maciça e uma estrela de neutrões/buraco negro já encontrado no rescaldo de uma supernova. Os dados do Chandra em raios-X mostram também que o interior do remanescente de supernova é rico em oxigénio, néon e magnésio. Este enriquecimento e a presença de uma estrela gigantesca significa que o astro que explodiu tinha uma massa 25 vezes superior, talvez até 40 vezes superior, à do Sol. As observações ópticas com o telescópio de 1,9 metros do SAAO (South African Astronomical Observatory) mostram que a velocidade da estrela maciça está mudando e que orbita em torno da estrela de neutrões/buraco negro com um período de dezenas de dias.

 Uma medição mais detalhada da variação de velocidade da estrela companheira deverá fornecer uma prova definitiva da existência (ou não) de um buraco negro no binário. Já existem evidências indirectas de outros remanescentes de supernova formados pelo colapso de uma estrela num buraco negro. Caso a estrela colapsada em DEM L241 acabe por ser um buraco negro, será a evidência mais forte de tal evento catastrófico. O que é que o futuro reserva para este sistema? Se o parecer mais recente estiver correcto, esta enorme estrela sobrevivente será destruída numa explosão de supernova daqui a alguns milhões de anos. Quando isso acontecer, poderá formar um sistema binário entre duas estrelas de neutrões ou uma estrela de neutrões e um buraco negro, ou até mesmo um sistema com dois buracos negros.

Girassol espacial vai procurar exoplanetas habitáveis

Girassol espacial vai procurar exoplanetas habitáveis

 As pétalas do girassol ajudarão a estudar a atmosfera dos exoplanetas conforme eles saem do "eclipse" artificial gerado pela estrutura. [Imagem: NASA/JPL]

Sombreiro de estrelas

Uma nave espacial parecida com um girassol gigante poderá ser a próxima solução tecnológica para identificar planetas rochosos parecidos com a Terra em torno de estrelas próximas. O primeiro protótipo da estrutura, chamada Starshade (sombra das estrelas) começou a ser testado no Laboratório de Propulsão a Jato, da NASA. O telescópio espacial Kepler descobriu centenas de planetas que orbitam outras estrelas, alguns dos quais são um pouco maiores do que a Terra e se encontram na zona habitável, a região em torno da estrela onde a temperatura é adequada para a existência de água em estado líquido.

Mas para identificar planetas gêmeos da Terra de forma conclusiva, Jeremy Kasdin, da Universidade de Princeton, afirma que o próximo passo será fotografar e caracterizar os espectros desses planetas, ou seja, suas assinaturas químicas, que fornecem pistas claras sobre se esses mundos poderiam suportar a vida terrestre. Kasdin então propôs a criação do Starshade, que foi projetado para ajudar a tirar essas fotos de exoplanetas bloqueando a luz muito mais brilhante das suas estrelas.

Em termos simples, o girassol espacial fará para um telescópio o que sua mão faz para bloquear a luz do Sol para tirar uma fotografia de alguém contra a luz. A ideia é lançar o girassol e o telescópio no mesmo foguete. Uma vez no espaço, a estrutura se distancia do telescópio, desfralda suas pétalas e então se posiciona para bloquear a luz das estrelas e deixar o telescópio fazer seu trabalho. Embora o protótipo já esteja em testes no laboratório, ainda não há previsão de quando a estrutura será lançada ao espaço.

A assinatura dos extraterrestres



Como detectar vida alienígena separada de nós por vários anos-luz de distância? Não é um problema trivial, mas um grupo de pesquisadores liderados pela biofísica Claudia Lage, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, está trabalhando nisso. O segredo é identificar como a presença de moléculas diretamente atreladas à vida pode ser revelada a partir da análise da luz vinda desses planetas distantes.  Peguemos um exemplo concreto: o planeta Kepler-62e, localizado a cerca de 1.200 anos-luz de nós na constelação de Lira. Ele tem um diâmetro 60% maior que o terrestre e orbita ao redor de uma estrela de tipo K, um pouco menor que o Sol, completando uma volta a cada 122 dias. Sua idade é mais ou menos a mesma que a da Terra, e sua composição possivelmente é similar. Como podemos saber se ele abriga uma biosfera?  O instigante planeta foi descoberto ao passar repetidas vezes à frente de sua estrela ao completar voltas e mais voltas em torno dela, produzindo uma ligeira redução de brilho do astro central a cada passagem. Essas variações foram detectadas pelo satélite Kepler, da Nasa, o que permitiu estimar seu tamanho e sua órbita, determinando que ele está na chamada zona habitável — região do sistema em que um planeta como o nosso abrigaria água em estado líquido.

A beleza do achado por este método é que agora os astrônomos podem tentar olhar para aquela direção no exato momento em que o Kepler-62e estiver à frente de sua estrela. A luz individual do planeta é muito diminuta para ser detectada diretamente com os instrumentos atuais, mas é possível ver uma certa quantidade de luz da estrela que atravessa a atmosfera do planeta pelas bordas e chega até nós. Ao analisá-la com um instrumento chamado espectrógrafo acoplado a um telescópio — separando a luz original em um arco-íris de frequências — é possível identificar a “assinatura” de diversos compostos presentes no ar daquele mundo. 

 É assim que se pretende identificar certos gases simples na atmosfera de planetas afastados. Se o Kepler-62e tiver oxigênio e ozônio, por exemplo, eles serão um indicativo de que algo pode estar vivo lá para produzir esses gases. Na Terra, o oxigênio da atmosfera vem da fotossíntese, produzida por plantas e bactérias. Mas quem vai dizer que o oxigênio alienígena é mesmo de origem biológica?  É aí que entra o esforço de Lage e seus colegas. Eles querem estabelecer assinaturas espectrais que estejam relacionadas diretamente com a vida. Ou seja, em vez de procurar oxigênio, que é um indicativo indireto de atividade biológica, o grupo quer observar coisas como clorofila — a molécula responsável pela fotossíntese nas plantas e que jamais foi vista em nada que não estivesse vivo.

 QUÍMICA ALIENÍGENA
Lage esteve apresentando uma versão preliminar de seu trabalho na conferência de astrobiologia promovida pelo Vaticano e pela Universidade do Arizona, na semana passada. Feito em parceria com um grupo da Universidade de Nice, na França, o esforço consiste em basicamente modelar como moléculas essenciais à vida terrestre apareceriam no espectro de luz de planetas distantes.  Uma coisa que pode ocorrer ao leitor é que a evolução da vida está cheia de fenômenos contingentes, aleatórios. Quem garante que clorofila vá aparecer na biologia de outros mundos como apareceu na nossa?  Aí reside uma das sofisticações do trabalho. Ele tenta identificar assinaturas ligadas a famílias inteiras de moléculas.

 Em vez de procurar um dos tipos de clorofila da vida terrestre, o grupo quer identificar a assinatura das porfirinas — compostos orgânicos em forma de anel que estão presentes em uma série muito variada de moléculas biológicas fundamentais. A clorofila é uma delas. Mas também há porfirina, por exemplo, na hemoglobina, proteína responsável pelo transporte de oxigênio em criaturas como nós.  O anel porfirínico é essencial para a vida”, disse Lage ao Mensageiro Sideral. “E temos razões para acreditar que ele será incorporado em todas as formas de vida, porque sua formação é fruto de uma reação termodinamicamente favorecida.” Trocando em miúdos, a pesquisadora quer dizer que a natureza adora fabricar porfirina.

OBSERVAÇÃO
Em paralelo ao desenvolvimento dos padrões espectrais teóricos, que precisam ser modelados levando em conta diferentes padrões de temperatura e pressão possivelmente encontrados em outros planetas, o que os pesquisadores querem mesmo é de fato encontrar esses padrões em mundos distantes. Detecção de verdade.  Por isso, Bruno Lopez, do Observatório da Costa Azul, na França, se empolgou ao conhecer o trabalho de Lage e buscou uma parceria. Ele é o pesquisador-chefe (“principal investigator”, no linguajar cientifiquês) de um novo instrumento sendo desenvolvido para o VLT, grande quarteto de telescópios do ESO (Observatório Europeu do Sul), instalado no Chile.

Chamado de MATISSE, esse aparato será capaz de obter espectros de alta resolução na frequência do infravermelho — a ideal para a busca de assinaturas de moléculas biológicas.  O instrumento deve ser instalado no ano que vem, e em 2016 já será possível iniciar a caça. Até lá, certamente os astrônomos já terão encontrado outros planetas nas zonas habitáveis de suas respectivas estrelas que sirvam como alvos em uma busca preliminar. O Kepler-62e provavelmente estará entre eles.  Nunca estivemos tão perto de confirmar a presença de vida fora da Terra. Só de pensar que pode acontecer ainda nesta década dá um nó na garganta. Quem viver, verá.

A poeira cósmica que envolve a Nebulosa de Órion

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O que existe ao redor de um berçário cósmico, onde estrelas estão se formando? No caso da Nebulosa de Orion, poeira. O campo inteiro de Orion, localizado a cerca de 1600 anos-luz de distância da Terra, está inundado com intrigantes e pitorescos filamentos de poeira. Opaca com relação a luz visível, a poeira é criada na atmosfera externa de estrelas massivas frias e expelida por fortes ventos de partículas. O Trapézio e outros aglomerados de formação de estrelas estão mergulhados na nebulosa. Os filamentos de poeira ao redor da M42 e da M43 aparecem em cinza na imagem acima, enquanto que o gás central brilhante é destacado em marrom e azul. Durante os próximos milhões de anos, boa parte da poeira de Orion irá vagarosamente ser destruída pelas muitas estrelas que estão agora em formação, ou dispersada na galáxia.

A busca por sementes de buracos negros supermassivos

Bulgeless Galaxy Hides Black Hole

A galáxia NGC 4395 é mostrado aqui em luz infravermelha, capturada pelo Telescópio Espacial Spitzer da NASA. Crédito da imagem: NASA / JPL-Caltech

Como cresce um buraco negro supermassivo que um milhão, ou até mesmo, um bilhão de vezes mais massivo que o Sol? Os astrônomos não sabem a resposta, mas um novo estudo usando dados do Wide-field Infrared Survey Explorer, ou WISE da NASA, tem apontado para o que pode ser a semente cósmica de um buraco negro que irá aflorar. Os resultados estão ajudando os cientistas a juntarem as peças da evolução de buracos negros supermassivos – poderosos objetos que dominam o coração de todas as galáxias. Fazer crescer um buraco negro não é algo fácil como uma planta, que tem sua semente plantada no solo, e regando ela germina. Os objetos massivos são densas coleções de matéria que são literalmente, buracos sem fundo, de onde nada consegue escapar.

Eles aparecem numa grande variedade de tamanhos. Os menores, são poucas vezes mais massivos que o Sol, e se formam a partir de estrelas que explodem. Os maiores, são bilhões de vezes mais massivos que o Sol, e crescem junto com as galáxias que os abrigam, com tempo, no fundo de seus interiores. Mas como esse processo funciona, é ainda um mistério. Pesquisadores usando o WISE endereçaram essa questão procurando por buracos negros em galáxias anãs, menores. Essas galáxias não passam por muita mudança, assim elas são mais clamas do que suas contrapartidas mais pesadas. De alguma maneira, elas lembram os tipos de galáxias que podem ter existido quando o universo era jovem, e assim elas oferecem uma pista sobre os berçários de buracos negros.

Nesse novo estudo, usando dados de todo o céu, obtidos pelo WISE na luz infravermelha, centenas de galáxias anãs foram descobertas onde os buracos negros enterrados podem estar escondidos. A luz infravermelha, o tipo de luz que o WISE coleta, pode atravessar a poeira, diferente da luz visível, assim ela é melhor para encontrar buracos negros escondidos e empoeirados. Os pesquisadores encontraram que os buracos negros das galáxias anãs, podem ser em torno de 1000 a 10000 vezes mais massivos que o nosso Sol – maior do que se esperava para essas galáxias pequenas.

“Nossas descobertas sugerem que as sementes originais dos buracos negros supermassivos já sejam muito massivas”, disse Shobita Satyapal, da George Mason University, em Fairfax, Va. Satyapal é o principal autor do artigo publicado na edição de Março de 2014 do Astrophysical Journal. Daniel Stern, um astrônomo especializado em buracos negros no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia, que não fez parte do estudo, disse que a pesquisa demonstra o poder de uma pesquisa de todo o céu como o WISE para encontrar os buracos negros mais raros. “Embora seja necessário mais pesquisa para confirmar se as galáxias anãs são de fato dominadas por buracos negros que se alimentam ativamente, isso é exatamente para o que o WISE foi desenhado: encontrar objetos interessantes que se destacam”.

As novas observações argumentam contra um popular teoria sobre o crescimento de buracos negros, que diz que os objetos ganham massa por meio das colisões de galáxias. Quando o nosso universo era jovem, era mais provável que as galáxias se chocassem e se fundissem. É então possível, nesse cenário, que os buracos negros dessas galáxias se fundissem também ganhando massa. Nesse cenário, os buracos negros supermassivos, crescem por meio de uma série de fusões galácticas.

A descoberta de buracos negros de galáxias anãs que são maiores do que o esperado, sugere que as fusões de galáxias não eram necessárias para criar grandes buracos negros. As galáxias anãs não têm um uma história de fusões galácticas, e mesmo assim seus buracos negros são relativamente grandes. Ao invés disso, os buracos negros supermassivos podem ter se formado bem no começo da história do universo. Ou, eles podem ter crescido de maneira harmoniosa com suas galáxias hospedeiras, alimentando-se do gás ao redor. Nós ainda não sabemos como os buracos negros monstruosos que residem no centro das galáxias se formaram”, disse Satyapal. “Mas encontrar grandes buracos negros em galáxias pequenas nos mostra que grandes buracos negros precisam de alguma foram terem sido criados, no início do universo, antes de galáxias colidirem com outras galáxias”.

Os outros autores do estudo, são: N.J Secrest, W. McAlpine, e J.L. Rosenberg da George Mason University, S. L. Ellison, da University of Victoria, no Candá e J. Fischer do Naval REsearch Laboratory em Washington. O WISE foi colocado em modo de hibernação depois de ter completado sua missão primária em 2011. Em Setembro de 2013 ele foi reacordado, e teve sua missão renomeada para NEOWISE, com o objetivo voltado para auxiliar a NASA nos esforços para identificar a população de objetos próximos da Terra, potencialmente perigosos. A missão NEOWISE também irá caracterizar asteroides conhecidos anteriormente e cometas para melhor entender seus tamanhos e suas composições.

O Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia, gerencia e opera a missão NEOWISE para o Science Mission Directorate da NASA. A missão WISE foi selecionada competitivamente sob o Explores Program da NASA gerenciado pelo Goddard Space Flight Center da agência, em Greenbelt, Md. Os instrumentos científicos foram construídos pela empresa Space Dynamics Laboratory, em Logan, Utah. A sonda foi construída peal Ball Aerospace & Technologies Corp. em Boulder, no Colorado. As operações científicas e o processamento de dados é realizado no Infrared Processinge and Analysis Center no Instituto de Tecnoloiga da Califórnia em Pasadena.

Eis a solução para o paradoxo do buraco negro de Hawking

Buraco-negro

No início deste ano, Stephen Hawking propôs uma reformulação radical na forma como definimos os buracos negros, mas essa explicação ainda deixou uma grande pergunta sem resposta de como os buracos negros funcionam. Agora, um físico diz ter resolvido esse problema. O problema gira em torno do que acontece à informação quando ela é encontrada por um buraco negro. Um buraco negro se mantém cercado por um brilho de radiação chamado radiação Hawking, que lentamente evapora o monstro cósmico, embora isso demande uma incrível quantidade de tempo. as, conforme a radiação evapora, as informações que contém nela, teoricamente, são destruídas, o que viola um dos princípios fundamentais da física, que diz que a informação nunca pode ser perdida. 

É aí que Chris Adami, da Universidade de Michigan, entra em cena com sua solução. A resposta para o que acontece com a informação, explicou ele em um comunicado, encontra-se no conceito de emissão estimulada – basicamente a informação é copiada, assim como uma Xerox: “A emissão estimulada é o processo físico por trás dos LASERS (amplificação de luz por emissão estimulada de radiação).

Basicamente, ela funciona como uma máquina de cópia: você joga algo na máquina, e duas coisas idênticas saem. Se você joga informações em um buraco negro, pouco antes dela ser engolida, o buraco negro primeiro faz uma cópia que é deixado do lado de fora. Este mecanismo de cópia foi previsto por Albert Einstein em 1917, mas nunca havia sido aplicado a um buraco negro.  Sem esse mecanismo, a física não poderia ser consistente”. É uma ideia interessante que poderia oferecer uma explicação potencialmente elegante para o paradoxo de como a informação é tratada por buracos negros. Além do mais, Adami diz que sua solução se encaixa com a teoria de Hawking, mostrando que a teoria de como um buraco negro evapora está correta.

Conheça o mais novo “Planeta X” do sistema solar

Meet our newest neighbour, VP113

Você está vendo aquele pontinho branco se movendo ali do lado direto da imagem acima? Esse é o mais novo “planeta mais distante” do nosso sistema solar. Orbitando entre 12 e 70 bilhões de quilômetros, o 2012 VP113 – nome provisório até que os cientistas tenham mais informações sobre ele – está junto com Sedna e outros planetas anões na Nuvem de Oort.
A descoberta foi feita por Scott Sheppard e Chadwick Trujillo, do Observatório Gemini. Além do 2012 VP113, o trabalho desses cientistas também indica a possível presença de um enorme planeta, talvez com 10 vezes o tamanho da Terra, que estaria influenciando a órbita do recém-descoberto planeta anão.


O nosso sistema solar é dividido em três partes: os planetas rochosos, como a Terra, que estão perto do sol; os planetas gigantes de gás, que estão mais longe do sol; e os objetos congelados do cinturão de Kuiper, que se encontram muito além da órbita de Netuno.
Ainda mais além desses objetos está Sedna – que, até então, era considerado “a borda” do sistema solar. O recém-descoberto 2012 VP113 “roubou” esse posto. Segundo as observações de Sheppard e Trujillo, a órbita desse planeta está ainda além, o que é uma descoberta extraordinária.
Para Linda Elkins-Tanton, diretora do Departamento de Magnetismo Terrestre da Instituição Carnegie para Ciência (EUA), essa observação “redefine a nossa compreensão do sistema solar”.

Este é um diagrama de órbita do sistema solar exterior. O sol e os planetas rochosos estão no centro. As órbitas dos quatro planetas gigantes (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) são mostradas pelos círculos roxos. O Cinturão de Kuiper, incluindo Plutão, é mostrado pelo pontilhado verde que fica em volta das órbitas dos planetas gigantes. A órbita de Sedna está representada em laranja e órbita do 2012 VP113 em vermelho
Este é um diagrama de órbita do sistema solar exterior. O sol e os planetas rochosos estão no centro. As órbitas dos quatro planetas gigantes (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) são mostradas pelos círculos roxos. O Cinturão de Kuiper, incluindo Plutão, é mostrado pelo pontilhado verde que fica em volta das órbitas dos planetas gigantes. A órbita de Sedna está representada em laranja e órbita do 2012 VP113 em vermelho
Equipamento

Os pesquisadores Sheppard e Trujillo usaram a nova câmera Dark Energy (DECAM) no telescópio de 4 metros NOAO, localizado no Chile, para ver o planeta.
DECAM tem campo de visão maior do que qualquer telescópio de 4 metros ou mais, dando-lhe uma capacidade incrível e única de vasculhar grandes áreas do céu a procura de objetos pequenos, como o 2012 VP113.
Para saber mais detalhes sobre a superfície e outras propriedades do planeta, a equipe utilizou o Magellan, telescópio de 6,5 metros do Observatório Las Campanas de Carnegie, em Washington (Estados Unidos).
Planeta anão Éris é quase um gêmeo de Plutão
No que essa descoberta implica

“Alguns desses objetos da Nuvem de Oort podem rivalizar com o tamanho de Marte ou mesmo da Terra. Isso ocorre porque muitos dos objetos na Nuvem de Oort estão tão distantes que mesmo os muito grandes seriam muito fracos para serem detectados com a tecnologia atual”, diz Sheppard. O que significa que não podemos ter uma noção exata de qual é o verdadeiro tamanho desses corpos.
A descoberta também pode render esclarecimentos sobre a Nuvem de Oort, pois existem três teorias concorrentes sobre como ela se formou. Então, à medida que mais objetos forem encontrados, será mais fácil de afinar as hipóteses e dizer qual provavelmente é a mais precisa

10 objetos espaciais que vão “fundir sua cuca”

O espaço é legal, mas muitas das coisas que estão lá são bastante esquisitas. Os planetas orbitam as estrelas, que morrem e então renascem, e as galáxias e tudo que elas contém orbitam buracos negros supermassivos, que são a destruição de tudo que entra neles.
É, de vez em quando, o espaço nos apresenta algo tão bizarro que ficamos com o cérebro meio torcido, tentando entender do que se trata.

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10. Nebulosa vermelha quadrada

Devido à força da gravidade, as coisas no espaço são geralmente redondas. Planetas, estrelas, galáxias e até mesmo a forma das órbitas são arredondadas ou elípticas.
Menos a Nebulosa Vermelha Quadrada, uma nuvem de gás que tem uma forma… quadrada. Uma forma tão bizarra que levou os astrônomos a olhar mais de uma vez para ela, para conferir se realmente ela era assim.
Se você olhar bem de perto a imagem, vai ver que a nebulosa não é realmente quadrada, que a forma em cruz é na verdade os lados de dois cones, com seus ápices tocando-se no centro, o que também não ajuda muito, já que não há muitos cones por aí, no espaço.
O brilho desta nebulosa é causado pela estrela em seu centro, onde os cones se tocam. É possível que esta estrela se exploda e transforme o quadrado em anéis.
Enquanto você pensa nesta bizarrice e no quanto ela deve ser rara, considere também que existe uma nebulosa retangular, não com uma, mas duas estrelas no seu centro.

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9. Os pilares da criação


Douglas Adams escreveu em seu “Guia do Mochileiro das Galáxias” que “O espaço é grande. Grande, mesmo. Não dá pra acreditar o quanto ele é desmesuradamente inconcebivelmente estonteantemente grande”. Comece considerando que as distâncias são medidas em anos-luz, mas antes, pense um pouco no que isto significa. Um ano-luz é uma distância tão grande que a luz — e nada no universo se move mais rápido que ela — leva um ano inteiro para atravessar.

Isto significa que quando estamos olhando para objetos distantes no espaço, como os Pilares da Criação (uma formação na Nebulosa da Águia), estamos de fato olhando para o passado. Mas como isto é possível? Considerando que a luz leva 7.000 anos para chegar a Terra partindo da Nebulosa da Águia, e que nós vemos as coisas ao perceber a luz que é emitida por elas. A luz que nós percebemos hoje, vinda da Nebulosa da Águia, já tem 7.000 anos que partiu daquela nebulosa.

A nebulosa que se parece com uma cabeça humana
As implicações desta espiada no passado podem ser esquisitas. Por exemplo, os astrônomos acreditam que a formação dos pilares da criação já foi destruída por uma supernova, cerca de 6.000 anos atrás. Uma vez que a luz leva tanto tempo para chegar a nós, ainda podemos ver os pilares no céu noturno por um bom tempo, mesmo que eles não existam mais.

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8. Colisão de galáxias
Tudo no espaço está em movimento – orbitando, girando e se lançando violentamente no vazio. Por causa disso, e da enorme força gravitacional entre elas, as galáxias têm uma tendência de colidir umas com as outras com certa frequência. Mas isto não deve ser uma surpresa – uma espiada na lua e a gente percebe que as coisas no espaço têm uma tendência à colisão. E quando duas galáxias contendo bilhões de estrelas colidem, é uma baderna total, certo?
Só que, em colisões galácticas, a probabilidade de duas estrelas colidirem é praticamente zero. Mas como, você me pergunta? Além de ser realmente grande, outro aspecto importante do espaço é que ele é muito vazio.
As galáxias até podem ter aspecto sólido a certa distância, mas considere que você está em uma galáxia agora mesmo, e a estrela mais próxima, além do sol, está a 4,2 anos-luz de distância. É muito espaço.

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7. O problema do Horizonte
Para onde quer que você olhe, o espaço tem algum quebra-cabeças para você. Por exemplo, se olharmos a um ponto no leste do nosso céu e medirmos a radiação de fundo, e então fizermos a mesma coisa em um ponto do oeste, que está separado a uma distância de quase 28 bilhões de anos-luz do primeiro ponto, você vai ver que a radiação de fundo tem exatamente a mesma temperatura.
Isto parece impossível – nada pode viajar mais rápido que a luz, e mesmo a luz não teve tempo suficiente para viajar entre estes dois pontos. Então como é que a temperatura de fundo teve tempo para estabilizar-se a ponto de ser praticamente uniforme em quaisquer dois pontos?
A resposta está na teoria da inflação, que sugere que o universo se expandiu em distâncias enormes um instante após o Big Bang. De acordo com esta teoria, não houve criação de mais universo além das bordas, mas o próprio espaço-tempo foi esticado por uma distância de vários anos-luz. Esta expansão não contradiz a lei que afirma que nada pode viajar mais rápido que a velocidade da luz, por que na verdade nada viajou, foi o espaço que inflou.
Em termos mais simples, imagine que o universo é um pixel em um editor de imagens em seu computador. Agora imagine aumentar as dimensões da imagem em um fator de 10 bilhões. Como o pixel inicial ainda é feito da mesma substância, as suas propriedades, como a temperatura, são uniformes.

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6. Como um buraco negro te mataria
Os buracos negros são tão massivos que as coisas ficam realmente esquisitas nas vizinhanças de um. É fácil imaginar que ao ser engolido, você vai passar o resto da eternidade (ou do suprimento de ar) gritando em um tormento solitário enquanto cai em um túnel escuro.
Mas não precisa ter medo – a gravidade de um buraco negro vai resolver o problema para você. Ela vai ficando cada vez mais forte à medida que você se aproxima de sua fonte, e quando há uma força tão grande, ela pode mudar bastante de intensidade em uma distância curta, como a altura de um ser humano.
‘Espaguete galáctico’ é movido a campos magnéticos
Assumindo que você esteja caindo “de pé”, a força da gravidade nos pés, à medida que você se aproxima do buraco negro, será muito mais forte que a força na cabeça, a ponto de esticar o seu corpo em um espaguete de átomos antes de você ser esmagado no centro. Se um dia você achar que é uma boa ideia surfar perto de um buraco negro, pense no espaguete…




5. Neurônios e o universo
Não faz muito tempo os físicos criaram uma simulação da origem do universo, partindo do Big Bang e seguindo os eventos até chegar ao mundo do jeito que ele está hoje. Nesta simulação, o universo é um aglomerado amarelo de galáxias concentradas no centro e uma “teia” de galáxias menos densas, estrelas, matéria escura e todo o resto.
Ao mesmo tempo, os estudantes da Universidade Brandeis estavam pesquisando com os neurônios se conectam no cérebro, e para isto examinaram as fatias do cérebro de um rato em um microscópio. A imagem produzida consistia de um neurônio amarelo cercado de uma “teia” avermelhada de conexões. Parece familiar?
Mais burros que pensávamos: nova análise revela que não temos tantos neurônios assim
As duas imagens, apesar de tão diferentes em escala (nanômetros versus anos-luz), parecem muito uma com a outra. Será este apenas um caso de padrões recorrentes na natureza, ou o universo está brincando de “Homens de Preto” conosco, e não passa de uma célula nervosa dentro de outro universo enorme?

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4. Os bárions desaparecidos

Bárions são partículas subatômicas da família dos hádrons, compostas de três quarks, e junto com os prótons e nêutrons, respondem por 99% da massa de todos os átomos, ou seja, da matéria normal do universo. É um fato estabelecido na ciência que a razão de massa entre bárions e matéria escura é de 15 a 20%. Em aglomerados de galáxias, os bárions observados estão perto desta predição, mas se olharmos só para as galáxias, ficam faltando bárions.

Por exemplo, se fizermos um inventário dos bárions em torno da Via Láctea, encontraremos, na melhor das hipóteses, só um quarto dos bárions preditos. Mais ainda, a geração de novas estrelas na galáxia pede por um aumento na massa de 1 a 2 massas solares por ano, muito mais do que pode ser visto diretamente.
Todas estas observações juntas sugerem que a maior parte dos bárions dentro e em torno das galáxias ainda está para ser observada. A compreensão e quantificação dos bárions faltantes é essencial para compreender a formação e evolução das galáxias, mas onde estão eles?

Alguns estudos recentes apontam a detecção de enormes halos de gás superquentes em torno das galáxias. A Via Láctea, por exemplo, tem um halo que deve ter a mesma massa que a própria Via Láctea. Talvez os bárions faltantes estejam nestes halos, como sugerem os estudos, mas mesmo assim ainda ficam faltando alguns.

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3. Estrelas frias
As estrelas facilmente estariam em listas do tipo “top 10 das coisas mais quentes do universo”. Se alguém fosse visitar uma estrela, a probabilidade de ser torrado é bem maior do que a de congelar até a morte – pelo menos na maioria dos casos.
Mas as anãs marrons são um tipo de estrela bastante fria para os padrões estelares. E os astrônomos recentemente descobriram um outro tipo, chamado anões Y, que são o tipo mais frio de estrela na família de anãs marrons.

Você já ouviu falar em uma estrela anã marrom?

As anãs Y são mais frias que o corpo humano. Com somente 27°C, você poderia tocar uma sem medo de se queimar (exceto que a imensa gravidade iria esmagar você em uma pasta).
Estas estrelas são insanamente difíceis de detectar porque não emitem praticamente nenhuma radiação na faixa da luz visível, obrigando os astrônomos a procurá-las na faixa do infravermelho. Existe até mesmo uma hipótese de que as anãs marrons e anãs Y seriam a “matéria escura” que está faltando no universo.


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2. O problema da coroa solar
Normalmente, se esperaria que objetos mais distantes de fontes de calor seriam mais frios, e é por isto que é tão curioso que a superfície do sol tem temperatura de cerca de 2.760°C, e a sua coroa (um tipo de atmosfera solar) é 200 vezes mais quente que isto em alguns lugares.
Mesmo que existam alguns processos que acontecem na superfície das estrelas e que poderiam explicar uma diferença de temperatura, nenhum deles é capaz de explicar uma diferença tão grande. Mas mesmo não tendo certeza porque isto acontece, os cientistas acreditam que tem algo a ver com regiões com campo magnético que aparecem, desaparecem, e mudam de posição na superfície solar.
A mais espetacular explosão solar do ano joga partículas solares em nossa direção a 3,4 milhões de km/h
Como as linhas de campo magnético não podem se cruzar, estas regiões se rearranjam toda vez que se aproximam, um processo que aquece a coroa solar.
Parece uma explicação simples, mas nada é assim tão fácil. Mesmo que esta seja a resposta a uma das perguntas, ninguém sabe o que causa o aparecimento destas regiões magnéticas.


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1. O vazio em Eridanos
Todos devem lembrar do Hubble Deep Space Field, aquela imagem que foi obtida apontando o Hubble para uma região “vazia” do espaço, que acabou revelando milhares de galáxias distantes. Mas existe uma região na constelação de Eridanos que está realmente vazia de constelações.
A enorme região vazia se estende por cerca de um bilhão de anos-luz. Em qualquer outra região de espaço “vazio” em que olharmos, encontraremos galáxias com mais ou menos a mesma distribuição, mas o vazio de Eridanos é bizarro, porque nem mesmo matéria escura foi detectada ali.

10 tipos surpreendentes de estrela

Existem várias teorias controversas para explicar o vazio, a mais controversa é de que a região contenha um buraco negro supermassivo em torno do qual orbitam todos os aglomerados galácticos, e que estas órbitas em alta velocidade criariam uma “ilusão” de um universo em expansão. Uma contra-teoria sugere que toda matéria eventualmente se juntaria, formando aglomerados galácticos, e que este deslocamento acabaria formando vazios entre os aglomerados com o passar do tempo.
Mas estas teorias não explicam o segundo vazio encontrado no céu austral, desta vez com 3,5 bilhões de anos-luz de comprimento. Este é um vazio tão grande que é difícil explicá-lo com a teoria do Big Bang, já que o universo não seria antigo o suficiente para formar um vazio tão imenso a partir da deriva das galáxias. Talvez exista alguma coisa no meio deste vazio, afinal de contas.

Estrelas revelam “bolas espaciais” de carbono

Artist's impression of the buckyballs being formed in planetary nebulae

Os cientistas detectaram as maiores moléculas já vistas no espaço, em uma nuvem de poeira cósmica em torno de uma estrela distante. As moléculas de carbono em forma de bola de futebol só foram descobertas na Terra 25 anos atrás, quando foram produzidas em um laboratório. E agora, verifica-se que as condições que foram deliberadamente criadas em laboratório podem ocorrer no espaço também: os cientistas apenas tiveram que procurar no lugar certo.

Estas moléculas são do “terceiro tipo de carbono”, sendo que os dois primeiros tipos são grafite e diamante. Elas são compostas por 60 átomos de carbono dispostos em uma esfera. Os átomos estão ligados entre si em padrões alternados de hexágonos e pentágonos que, na escala molecular, se parecem exatamente com uma bola de futebol.

A equipe de cientistas não estava procurando especificamente essas moléculas, mas acabaram localizando a sua inconfundível “assinatura infravermelho”. Segundo a equipe, elas vibram e oscilam de muitas maneiras diferentes, e ao fazer isso interagem com a luz infravermelha em comprimentos de onda muito específicos.
Quando o telescópio detectou as emissões nesses comprimentos de onda, os cientistas já sabiam que estavam olhando para o sinal das maiores moléculas já encontradas no espaço. O sinal veio de uma estrela na constelação do hemisfério sul de Ara, a 6.500 anos-luz de distância.

Essas moléculas são muito estáveis e duradouras. Portanto, uma vez que elas se formam no espaço, seria muito difícil destruí-las. Mas, segundo os cientistas, esta é uma evidência clara de uma classe inteiramente nova de molécula existente lá.
Os pesquisadores agora querem descobrir qual a fração de carbono do universo que estas esferas poderiam conter. Eles também querem usar as propriedades conhecidas da molécula para obter uma melhor compreensão dos processos físicos e químicos no espaço. A descoberta pode até mesmo lançar luz sobre outras assinaturas químicas inexplicáveis que já foram detectadas na poeira cósmica. 

Brasileiros descobrem inédito sistema de anéis em asteroide



Anéis não são tão incomuns no sistema solar, já que Júpiter, Saturno, Urano e Netuno contam com um sistema de anéis, o mais espetacular deles sendo o de Saturno. O que ninguém sonhava, no entanto, nem nos pesadelos mais loucos, era que um asteroide pudesse ter um.
Em uma observação que não durou mais que 20 segundos, usando pelo menos sete telescópios diferentes, os astrônomos descobriram um sistema de anéis orbitando o asteroide Cariclo, uma pedra com cerca de 250 km de diâmetro que orbita entre Saturno e Urano, bem próximo de Urano, e que faz parte de um grupo chamado Centauros. A descoberta foi anunciada em uma conferência no Brasil, nas dependências do Observatório Nacional.

Qual a diferença entre um asteroide, um cometa, um meteoro e um meteorito?
O próprio Cariclo é uma descoberta relativamente recente. Com um nome oriundo da mitologia grega (de uma uma ninfa filha de Apolo e esposa do centauro Quíron), Cariclo foi descoberto em 1997, e por enquanto é o maior Centauro já descoberto. Em 2001, um estudo fotométrico não conseguiu determinar se Cariclo tinha rotação, mas observações na faixa do infravermelho conseguiram dizer que ele tinha água congelada.


Assim, aproveitando uma ocultação prevista para o dia 3 de junho de 2013, em que Cariclo passaria em frente da estrela UCAC4 248-108672, visível somente no hemisfério sul, pelo menos sete telescópios foram apontados para ele para uma observação simultânea, esperando que a ocultação fornecesse alguma nova informação sobre o asteroide. O que ninguém esperava era que o brilho da estrela diminuísse um pouco antes e um pouco depois da passagem.

Asteroide gigante atingirá a Terra em 2036?

Combinando as observações, foi possível construir uma imagem detalhada do asteroide, bem como a forma, largura e orientação dos anéis. O sistema consiste de dois anéis densos, com raio orbital de 391 km e 405 km e largura de 7 e 3 km respectivamente, separados por um intervalo de 8 km. Os anéis provavelmente se formaram a partir dos restos de uma colisão anterior, e tem os nomes provisórios de Oiapoque e Chuí.
A descoberta do sistema de anéis também explica uma diminuição de Cariclo entre 1997 e 2008, já que neste período o anel estava “de borda” para nós. Neste período de diminuição, a assinatura de água no espectro luminoso havia desaparecido, o que indica que provavelmente esta é a composição dos anéis.

Vídeo: voo virtual sobre o asteroide Vesta

O Dr. Martin Dominik, da Universidade de St. Andrews, conta que, durante os 20 segundos do trânsito, câmeras supersensíveis de alta velocidade foram usadas para registrar 10 imagens por segundo em um dos telescópios do observatório da ESO de La Silla, no Chile. O autor do trabalho científico, o astrônomo brasileiro Felipe Braga-Ribas, do Observatório Nacional, acredita que, além dos anéis, deve haver mais uma pequena lua aguardando para ser descoberta em torno de Cariclo.

Os Centauros são asteroides com órbita bastante instável por causa da proximidade com os gigantes Saturno e Urano, originados provavelmente do Cinturão de Kuiper, mudando de órbita para o intervalo entre Saturno e Urano, até que algum dia acabam arremessados para fora do sistema solar, ou então em direção ao sistema solar interior, onde se tornam um cometa, colidem com o sol, ou com um dos planetas. 

Uma brilhante rotação do sol: vídeo


O sol, como todos os corpos do sistema solar, apresenta rotação. Mais que isso: o próprio sol sofre modificações enquanto gira, variações que vão do sutil ao dramático. O vídeo acima é uma sequência de imagens, um “time-lapse”, usando fotos do Solar Dynamics Observatory (SDO, “Observatório de Dinâmica Solar”, em tradução livre), da NASA, mostrando as mudanças que ocorreram no sol durante o mês de janeiro.
O vídeo foi feito por Kevin Gill, e ele tem outras animações no seu site,Apoapsys
A imagem maior, na esquerda, apresenta a cromosfera solar em luz ultravioleta, e a imagem menor, logo acima e à direita, mostra o sol em luz visível. As outras imagens apresentam as emissões de raio-X de átomos de ferro, um elemento relativamente raro, em diferentes alturas da corona, cada uma com um destaque em cores falsas para acentuar as diferenças.
Como funciona o ciclo solar?
O sol leva praticamente um mês para dar uma rotação completa, mas diferentes latitudes giram a diferentes velocidades — a rotação é mais rápida no equador.
Outra coisa que vemos logo no início do vídeo é uma região enorme e ativa de manchas solares. Entre as mudanças mais sutis, está uma na textura da superfície e na forma das regiões ativas. As mudanças mais dramáticas incluem numerosos flashes nas regiões ativas, e a dança das prominências solares visíveis na borda da estrela.
O campo magnético do sol está prestes a inverter
Este ano, o sol está próximo ao seu máximo de atividade do atual ciclo de 11 anos. Apesar das previsões apocalípticas, este Ciclo 24 está se revelando um ciclo fraco, talvez o mais fraco em 100 anos.

Descoberta astronômica feita por brasileiros é anunciada



Astrônomos brasileiros fizeram uma coletiva de imprensa em 26/03/2014, iniciando-se às 14h30, no Auditório do Grupo de Pesquisas em Astronomia (GPA) do Observatório Nacional (ON) no Rio de Janeiro, para anunciar uma descoberta que vai, segundo eles, despertar muitas perguntas e provocar muito debate entre astrônomos do mundo todo.
Os astrônomos fazem parte de uma equipe internacional de pesquisadores liderados por Felipe Braga-Ribas, do ON, que tem utilizado telescópios de pelo menos sete locais na América do Sul, inclusive o telescópio dinamarquês de 1,54 metros (especializado em observar disparos de raios gama, e acompanhar cometas) e o telescópio TRAPPIST (TRAnsiting Planets and PlanetesImals Small Telescope, ou “Telescópio Pequeno para Trânsitos de Planetas e Planetesimais”, usado para procurar exoplanetas, cometas e objetos transnetunianos), ambos no observatório La Silla, no Chile, para examinar corpos transnetunianos.

A observação é feita usando a técnica da ocultação – eles aguardam o momento em que uma estrela será ocultada por um asteroide para examinar com atenção o asteroide em questão. É uma técnica parecida com a usada para descobrir exoplanetas através da variação da luz da estrela com o trânsito do planeta. Através da ocultação, os astrônomos conseguem determinar tamanho, forma, rotação e outros dados dos asteroides.
A conferência será apresentada por Felipe Braga-Ribas, Bruno Sicardy, do Observatório de Paris, professor Roberto Martins, do Observatório Nacional, e o professor Júlio Camargo, também do Observatório Nacional. O artigo que anuncia a descoberta feita no sistema solar exterior será também publicado no site da revista Nature.
Fique de olho, assim que for feito o anúncio, publicaremos a notícia para todos os amantes da ciência!

Finalmente encontraram a “Terra 2″ ?



Esta descoberta ainda não foi oficialmente anunciada, mas boatos que correm pelo Twitter dão conta que o astrônomo Thomas Barclay, trabalhando no Ames Research Center da Nasa, na Califórnia (EUA), encontrou, usando dados do telescópio Kepler, uma verdadeira joia: um sistema com cinco planetas, dos quais o mais distante parece muito com a nossa Terra.
O tal planeta estaria quase no limite da zona habitável de sua estrela e teria um raio estimado de 1,1 vezes o raio da nossa Terra, ou seja, cerca de 7.000 km (a Terra tem raio médio de 6.371 km). Ainda não sabemos o nome da estrela, mas ela é uma anã vermelha da classe espectral M1, o que significa que é menor e menos brilhante que o sol.


9 incríveis exoplanetas descobertos pelo telescópio espacial Kepler

Os boatos vêm do Twitter do estudante de graduação de astronomia da Universidade do Arizona, e do cientista Jessie Christiansen, também do Ames Research Center, entre outros, todos presentes durante o anúncio preliminar feito por Thomas Barclay na conferência “Search for Life Beyond the Solar System” (de 16 a 21 de março), em Tucson, Arizona.
Este novo planetinha vem bater o recorde anterior de semelhança com a Terra, do Kepler-62f, que tem 1,4 vezes o tamanho do nosso planeta. De Kepler-62f já sabemos mais coisas, como o fato de que ele recebe de sua estrela metade da energia que a Terra recebe do sol, e seu ano dura 267 dias terrestres. Além disso, está a 1.200 anos-luz de distância, na constelação da Lira.

Primeiro planeta parecido com a Terra é encontrato: Kepler 22-b

Mais novidades sobre a nova “Terra-2″ devem ser anunciadas quando o artigo do astrônomo Thomas Barclay estiver próximo de ser publicado em um periódico. Até lá, teremos que nos contentar com as especulações. Por exemplo, um planeta pouco maior que a Terra, orbitando uma estrela vermelha, poderia ser… Krypton? 

10 coisas comuns que mudam completamente no espaço

Consideramos que muito do que vemos ao nosso redor são fatos imutáveis ​​da vida. Porém, fora da atmosfera terrestre, um lápis não vai cair no chão se você o soltar. Quando estendendo nosso alcance para o espaço, percebemos que algumas “verdades” não são tão universais como pensávamos.



10. Arroto
Em condições normais, a gravidade faz com que o líquido se acumule na parte inferior de seu estômago, enquanto os gases sobem ao topo dele. Como não há gravidade no espaço para que isso aconteça, os astronautas tendem a ter o que se chama de “arroto molhado”. Algo tão simples como um arroto facilmente expulsa de seu estômago todos os líquidos que a gravidade não consegue segurar.
Devido a isso, a Estação Espacial Internacional não estoca bebidas carbonatadas. Mesmo que estocassem, a gravidade não faria com que os gases subissem até o topo da bebida, como fazem na Terra, então o refrigerante não perderia o gás tão rápido e a cerveja não formaria um colarinho.

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9. Velocidade
No espaço, pedaços aleatório de detritos se movimentam a velocidades tão rápidas – em média, 35.500 km por hora – que nossos cérebros mal conseguem compreendê-las. Isso é tão alto que você nunca veria o objeto vindo, apenas os misteriosos buracos deixados pra trás em uma superfície próxima (isto é, se você tiver sorte o suficiente para que eles não apareçam em você).
No ano passado, um astronauta a bordo da Estação Espacial Internacional tirou uma fotografia de um buraco feito nos enormes painéis solares da estação. O buraco é quase certamente o resultado de um impacto com um desses pequenos pedaços de detritos, provavelmente medindo apenas um milímetro ou dois de diâmetro. Mas não se preocupe, a NASA prevê colisões como esta e a blindagem no exterior da estação é construída para suportar tais impactos.



8. Produção de álcool
No distante espaço, perto da constelação de Aquila, flutua uma gigantesca nuvem de gás com cerca de 190 trilhões de trilhões de litros de álcool. A existência da nuvem desafia muito do que pensávamos ser possível. O etanol é uma molécula relativamente complexa para se formar em quantidades tão grandes, e as temperaturas são tão baixas no espaço que as reações necessárias para a produção de álcool, teoricamente, não deviam ocorrer.
Cientistas recriaram as condições do espaço em um laboratório e combinaram dois produtos químicos orgânicos em -210° Celsius. Os produtos químicos definitivamente reagiram: cerca de 50 vezes mais rapidamente do que à temperatura ambiente, em vez de a uma taxa muito menor, como os cientistas esperavam.
O tunelamento quântico pode ser o responsável. Através deste fenômeno, as partículas assumem as propriedades das ondas e absorvem a energia de seus arredores, fazendo com que superem obstáculos que de outra forma as impediriam de reagir.
10 fatos incríveis sobre a vida no espaço



7. Eletricidade estática
A eletricidade estática pode fazer algumas coisas bem doidas. Por exemplo, este vídeo mostra gotas de água que orbitam uma agulha de tricô estaticamente carregada. Forças eletrostáticas trabalham à distância e esta força puxa os objetos em direção a ela tanto quanto a gravidade puxa os planetas, colocando as gotas em um estado contínuo de queda livre.
A eletricidade estática é muito mais poderosa do que alguns de nós, provavelmente, acreditam. Os cientistas estão trabalhando na criação de um raio de eletricidade estática, com o objetivo de limpar o lixo espacial. Isso mesmo, aquela força que te dá um choque quando você toca uma maçaneta de porta de carro no inverno poderia fornecer energia para limpar a nuvem cada vez maior de lixo espacial que orbita a Terra, arremessando-o pelo espaço.


6. Visão
20% dos astronautas que viveram na Estação Espacial Internacional relataram visão falha quando retornaram à Terra. E, até agora, nós realmente não sabemos por quê.
Acreditava-se que tal problema era causado pela baixa gravidade, que faz com que fluidos corporais flutuem para dentro do crânio e aumentem a pressão craniana. Entretanto, novas evidências sugerem que o fenômeno poderia estar relacionado com polimorfismos. Polimorfismos são enzimas que diferem um pouco do padrão e que poderiam afetar a forma como o corpo processa os nutrientes.
Encontrado colossal “rio” de hidrogênio correndo pelo espaço



5. Tensão superficial
Tendemos a não perceber a tensão superficial da Terra porque a gravidade geralmente a supera. No entanto, quando você remove a gravidade, a tensão superficial parece muito mais poderosa. Por exemplo, quando se espreme um pano no espaço, em vez de cair, a água adere ao pano, assumindo a forma de um tubo.
Os astronautas têm de ter cuidado ao manusear a água ou eles podem acabar com minúsculas gotas flutuando ao redor deles.



4. Exercício
Todos nós já ouvimos falar que os músculos dos astronautas atrofiam no espaço, e, para combater esses efeitos, eles precisam se exercitar muito mais do que você esperaria. O espaço certamente não é para os molengas – é preciso treinar como um fisiculturista para evitar ficar com a estrutura óssea de um homem de 80 anos de idade. Na verdade, a NASA foi tão longe a ponto de chamar o exercício de a “prioridade número um da saúde no espaço”. Esqueça proteger-se da radiação solar ou desviar de asteroides mortais, apenas o exercício físico de todos os dias.
Sem esse regime, os astronautas não apenas retornam à Terra um pouco mais fracos, como podem perder tanta massa óssea e muscular que não conseguem nem andar quando a gravidade é reintroduzida à equação. E, enquanto você pode construir músculo de volta sem muita dificuldade, a massa óssea é quase impossível de recuperar.



3. Germes

Imagine a surpresa dos cientistas ao enviar amostras de salmonela ao espaço e ver que elas voltaram sete vezes mais mortais do que quando deixaram a Terra. Isso parecia ser uma notícia de fato preocupante para a saúde dos astronautas, mas levou os cientistas a descobrir como combater a doença tanto no espaço como na Terra.
A salmonela pode medir o “cisalhamento de fluído” (a turbulência do fluído em torno dela), e usa essas informações para determinar a sua localização no corpo humano. Quando solta nos intestinos, ela detecta alto cisalhamento de fluído e tenta se mover em direção à parede intestinal. Quando ela atinge a parede, detecta baixo cisalhamento e acelera para penetrar na parede e entrar na corrente sanguínea. Em um ambiente sem gravidade, as bactérias constantemente experimentam baixo cisalhamento, por isso mudam permanentemente para um estado ativo, virulento.
Ao estudar os genes da salmonela que são ativados em baixa gravidade, os cientistas determinaram que altas concentrações de íons podem inibir as bactérias. Mais pesquisas podem levar a vacinas e tratamentos para a intoxicação por salmonela.



2. Radiação

O sol é uma explosão nuclear gigante, mas o campo magnético da Terra nos protege dos raios mais nocivos. As missões que atualmente vão para o espaço, incluindo visitas à Estação Espacial Internacional, ficam dentro do campo magnético da Terra, e os escudos que temos se provaram perfeitamente capazes de bloquear essas “chamas cósmicas”.
Contudo, além desta proteção, mais longe no espaço, os astronautas estão totalmente expostos. Se queremos ir a Marte algum dia, ou colocar uma estação espacial em órbita em torno da lua, vamos ter que lidar com partículas de alta energia que viajam de estrelas distantes à beira da morte e de supernovas. Quando essas partículas batem nos escudos atuais, criam uma espécie de estilhaço que é ainda mais perigoso do que a própria radiação. Assim, os cientistas estão trabalhando no desenvolvimento de proteção contra radiações de elementos mais leves, que evitará que essas partículas de estilhaços sejam produzidas com o impacto.



1. Cristalização

Cientistas japoneses têm monitorado como os cristais se formam em ambientes de microgravidade ao acertar cristais de hélio com ondas acústicas sob microgravidade simulada. Normalmente, levaria um bom tempo para os cristais de hélio se recomporem depois de quebrar, mas esses cristais foram suspensos em um superfluido, um líquido que flui sem qualquer atrito. Como resultado, o hélio rapidamente se uniu em uma formação anormalmente grande de 10 milímetros ao longo do cristal.
Parece, então, que o espaço nos oferece os meios para cultivar cristais maiores e de melhor qualidade. Nós usamos cristais de silício em quase todos os nossos produtos eletrônicos, de modo que este conhecimento pode levar a melhores dispositivos eletrônicos.