Pop up my Cbox

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Astrofísica: As 3 perguntas mais frequentes






Esteja na sala de aula, em uma festa ou conversando com visitantes do planetário onde trabalha, Charles Liu sabe que cedo ou tarde alguém vai fazer uma dessas três questões.
“Eu nunca estive em um local público onde as pessoas soubessem o que eu faço e ninguém perguntasse algo do tipo”, comenta o cientista. Ele é professor de astrofísica e trabalha no planetário Hayden.
Ao longo dos anos, Liu desenvolveu algumas respostas muito sólidas, baseadas em evidências científicas e em sua opinião, para essas três questões. Aqui vão elas:




EXISTE UM DEUS?


“O que eu digo para as pessoas é que a ciência, em geral, e a astronomia, em particular, não ficam pensando se existe ou não um Deus. Na ciência, as conclusões são tiradas a partir de evidências e confirmações de previsões, e é isso que diferencia o conhecimento científico do não científico.
Recentemente, o Papa Bento disse algo do tipo: ‘A teoria do Big Bang é a prova de que Deus existe’. Na verdade não é. É só uma prova de algo aconteceu no começo do universo, quando não havia tempo ou espaço, e então começou o tempo e o espaço. Para muitas pessoas, as descobertas astronômicas confirmam o que elas já pensavam: que Deus está lá. E para muitos outros, as descobertas dos astrônomos confirmam o que eles já pensavam, que Deus é desnecessário – que Deus não existe.
Então o Big Bang não prova realmente que Deus ou deuses existem ou não, ou se um monstro voador de espaguete é real ou não; é simplesmente muito, muito legal.
“Uma última coisa sobre essa pergunta: as pessoas perguntam, ‘bem, o que você acha?’. E eu digo, ‘eu não sei’. Eu penso que o universo é lindo, complexo e fascinante. E eu não vi nenhuma evidência que mostre um ser divino onisciente no controle do universo. Mas não há nada que diga que isso não existe, também”, conta.






EXISTEM ALIENÍGENAS?


“Sim. O universo é tão vasto e as leis da natureza tão consistentes que as chances da vida se desenvolver em apenas um local é essencialmente zero. Se a vida apareceu em um lugar, tem que ter aparecido em outros”, diz.
Então, os extraterrestres existem? Sim. Mas eles pousaram na Terra? Não. Nenhuma das chamadas evidências extraterrestres aqui na Terra passou por um teste científico rigoroso.
Vamos, em algum dia, fazer contato com eles? Desde o advento do rádio, sinais são enviados da Terra e viajam cerca de 50 anos-luz, ou 430 trilhões de quilômetros. Mas só a nossa galáxia tem quase 900 trilhões de quilômetros. Então os sinais de rádio teriam que viajar muito mais para pegar pelo menos uma fração da Via Láctea. Então um civilização em algum lugar da nossa galáxia teria quase nenhuma chance de captá-lo, a não ser que estivesse muito perto.
E, ao mesmo tempo, com todos nossos esforços, quase não conseguiríamos detectar sinais de rádio de uma estrela próxima, muito menos uma distante. Então existem chances de conseguirmos fazer contato com vida extraterrestre? “Sempre é possível, mas as chances são muito, muito remotas”, explica.




O ACONTECERIA SE EU CAÍSSE EM UM BURACO NEGRO?


“Essa é uma pergunta dividida em duas. Aqui na Terra, nós temos as marés. Elas funcionam basicamente com a lua puxando mais um lado da Terra, e como resultado o globo se alonga levemente, dependendo da posição do satélite. Mas a Terra é robusta, então você não a vê se movendo muito, mas a água é líquida, fluindo para o lado alongado”, diz.
Agora, quando você chega perto de um buraco negro, essa interação é aumentada absurdamente. Se você fosse, por exemplo, pular de ponta no buraco, o topo da sua cabeça sentiria muito mais a força gravitacional, até que você parecesse pasta de dente saindo do tubo. Eventualmente você viraria um amontoado de partículas subatômicas que são sugadas para dentro do buraco negro.
O que pode ser ainda mais interessante de se pensar é o que acontece se você entra em um buraco negro e de algum modo consegue não ser estraçalhado. Acontece que, quanto maior o buraco, menos extrema sua superfície é. Se você tem um buraco negro, digamos, do tamanho da Terra, com certeza iria virar espaguete. Mas se ele for do tamanho do sistema solar, então as forças no “horizonte do evento” – isso é, o ponto sem retorno do buraco negro – não são assim tão fortes. Nesse caso, você até poderia manter a integridade.
Nessa situação, o que acontece quando você começa a experimentar os efeitos da curvatura do tempo e do espaço, prevista pela teoria geral da relatividade de Einstein? Primeiro de tudo, você se aproximaria da velocidade da luz, conforme entra no buraco negro. Então, quanto mais rápido você se movesse pelo espaço, mais devagar se moveria o tempo.
E ainda mais, conforme você cairia, coisas estariam caindo na sua frente experimentariam uma dilatação temporal ainda maior. Então se você olhasse para frente, veria cada objeto que caiu lá no passado. E se você olhasse para trás, conseguiria ver tudo que um dia vai cair atrás de você. O ponto é: você veria a história inteira daquele ponto do universo simultaneamente, do Big Bang até o futuro distante. Incrível, não?

Asteroide passa bem perto da Terra


De acordo com os cientistas da NASA, um asteroide do tamanho semelhante a um ônibus, passou perto do nossoplaneta na última sexta-feira. O asteroide, de 11 metros de largura, passou muito perto da Terra, a 59.044 quilômetros.
O astro, nomeado como 2012 BX34, já tinha sua passagem anunciada pela Agência Espacial Americana e passou pelo nosso planeta às 11h30 (horário de Brasília). Os cientistas logo alertaram que esse asteroide não apresentava riscos de colisão com nosso planeta, mesmo que sua rota se modificasse ele se desintegraria antes da queda no nosso planeta.
O que acabou chamando muito a atenção de todos os observadores foi a pouca distância que o corpo celeste passou de nosso planeta. Outro ponto que também se destacou foi que os cientistas só o detectaram no último momento, quando ele já estava perto da Terra, mas isso tem uma explicação, o seu tamanho, que é considerado muito pequeno.
Os cientistas defendem que para que algum corpo celeste consiga causar algum dano à Terra é necessário que ele tenha no mínimo 140 metros de largura. Para haver uma catástrofe no planeta o tamanho do asteroide deve ser de uma montanha.



Camada gelada de plasma detectada sobre a Terra


Já se suspeitava que partículas frias, carregadas eletricamente, existiam a dezenas de milhares de quilômetros da superfície terrestre. Agora, cientistas detectaram esses íons pela primeira vez. E eles são ainda mais abundantes do que se imaginava.
Frio, claro, é um termo relativo. Apesar desses íons de baixa energia serem 1.000 vezes mais gelados do que o plasma quente, essas partículas têm uma energia que corresponde a mais de 500 graus Celsius. Mas como a densidade delas no espaço é muito pequena, satélites e naves podem orbitam ao seu redor sem serem destruídos.
Os cientistas já haviam detectado os íons a cerca de 80 quilômetros da superfície, mas por décadas eles quiseram pesquisar em alturas maiores, entre 18 e 90 mil quilômetros. Saber quantos íons estão presentes pode ajudar a entender como nosso planeta interage com as tempestades de partículas carregadas do sol, que criam auroras, danificam satélites e sistemas elétricos.
Entretanto, detectar o plasma gelado a essas altitudes tem sido difícil. Espaçonaves que chegam lá acumulam carga elétrica, que repelem os íons gelados.
A solução para esse problema chegou com a espaçonave CLUSTER, da Agência Espacial Europeia. Ela é equipada com um detector formado por finos fios, que medem o campo elétrico entre eles. “É incrível que conseguimos descobrir os íons gelados com nosso equipamento”, afirma o pesquisador Mats André. “Ele não foi criado para isso. Era para observar campos elétricos”.
Campos elétricos “estranhos”
Dois padrões misteriosos apareceram quando os cientistas analisaram os dados dos detectores – campos elétricos muito fortes apareciam em regiões inesperadas do espaço, e conforme a nave rodava, os campos não se modificavam da maneira como os pesquisadores esperavam.
“Para um cientista, foi bem estranho”, afirma André. “Nós tentamos entender o que estava errado com o instrumento. Então nos demos conta de que não havia nada errado”.
Os achados sugerem que o plasma gelado estava influenciando os campos elétricos ao redor do satélite. Uma vez que isso foi compreendido, eles conseguirem medir quantos dos íons “escondidos” estavam lá.
“Quando mais você procura por íons de baixa energia, mais você acha”, afirma André. “Nós não sabíamos quanto havia lá. E é mais do que imaginávamos”.
Apesar de essa concentração variar, em cerca de 50 a 70% do tempo, os pesquisadores descobriram que eles formam a maior parte da massa nas zonas de grande altitude. Os íons chegam a estar até 85 mil quilômetros de altitude, cerca de um terço da distância até a lua. Encontrá-los nessas altitudes é surpreendente, porque os ventos solares são muito fortes nessa região.
Físicos espaciais têm debatido para determinar quantos íons energéticos estão deixando o planeta. As descobertas sugerem que cerca de um quilograma de plasma gelado escapa da atmosfera terrestre por segundo.
Entender esse procedimento ajuda os cientistas a explicar o que aconteceu com a atmosfera de Marte, que parece ter sido densa antigamente, e mais similar a da Terra. Os resultados também podem ajudar a explicar traços atmosféricos de outros planetas e luas, incluindo os exoplanetas.
“Se alguém está vivendo em um exoplaneta, provavelmente precisa de uma atmosfera que não esteja sendo levada embora”, afirma André.
Com o tempo, a partir do mapeamento do plasma gelado da Terra, os pesquisadores podem descobrir mais sobre as reações frente às tempestades solares e outros eventos. 

Esqueça os aliens, é hora de conhecer os intraterrestres



Eles também são aliens, aparecendo em formas bizarras e intrigando os cientistas. Mas, ao invés de residirem no espaço, esses alienígenas habitam um reino subterrâneo escuro, circulando a energia do interior da Terra.
A maioria dos intraterrestres vive embaixo do fundo oceânico, em uma biosfera invisível que é um amontoado de estranhos organismos. Muitos fazem suas casas nas dezenas de metros de lama abaixo do assoalho dos oceanos; outros vão ainda mais para baixo, em rachaduras de rochas sólidas, centenas de metros mais a fundo.
Os cientistas estão apenas começando a investigar esse mundo subaquático. No meio do Pacífico Sul, especialistas descobriram como bactérias vivem em sedimentos pobres em nutrientes e sufocantes. Outros pesquisadores viram micróbios colonizarem um buraco a 280 metros do fundo oceânico. E perto da montanha submersa que marca o meio do oceânico Atlântico, cientistas encontraram organismos que não se parecem com nenhum residente marinho conhecido.
Esses acontecimentos estão ajudando os biólogos a criar uma imagem do ecossistema do mundo do “fundo”. Entender como isso surgiu pode levar a uma melhor compreensão da origem da vida na Terra. Um dia, os intraterrestres podem até ensinar mais sobre os extraterrestres, já que são exemplos de vida em locais extremos.
Deserto oceânico
Considerando que os oceanos cobrem a maior parte do planeta, é insano saber tudo o que vive na lama e nas rochas deles. “É com certeza o habitat com o maior potencial do planeta”, afirma o biólogo Beth Orcutt.
Alguns estimam que pelo menos um terço da biomassa do planeta está enterrada no chão oceânico. Muitas dessas bactérias e micróbios sobrevivem de comida que vem de cima, como as sobras de plâncton.
Esses micróbios conseguem existir onde não seria possível. No meio do Pacífico Sul, por exemplo, está um vórtice onde a água circula em um turbilhão gigante, do tamanho de duas Américas do Norte. Como esse fenômeno acontece muito longe de qualquer terra firme – onde existem nutrientes para que os plânctons cresçam – o local é um verdadeiro deserto oceânico.
Em alguns locais desse ponto, o assoalho oceânico cresce oito centímetros por milhão de anos. Isso significa que se você quiser plantar algo com uma raiz de 16 centímetros, estará cavando em uma lama com dois milhões de anos.
Essas zonas de baixa produtividade, nos centros dos oceanos, são muito mais comuns do que as ricas em nutrientes, nas costas, mas os cientistas não costumam visitá-las por que são de difícil acesso. Em 2010, D’Hondt liderou um grupo até o vórtice e coletou amostras do fundo. “Nós queríamos ver como era a vida sedimentar da parte mais morta do oceano”, afirma.
Entre outras coisas, os cientistas descobriram como os micróbios da lama “se viram”. Em outras áreas do oceano, onde mais nutrientes caem no assoalho, o oxigênio está presente até um ou dois centímetros para dentro da lama. Mas no vórtice, a equipe de D’Hondt percebeu que o oxigênio penetrava até 80 metros nos sedimentos. Para os cientistas, isso sugere que os micróbios respiram muito devagar, usando pouco oxigênio. “Isso quebra algumas expectativas padrões, mas até estarmos lá e perfurarmos, ninguém sabia”, disse.
Outra possibilidade é que os micróbios tenham outra fonte separada de energia: radioatividade natural. Alguns elementos, presentes na lama e em rochas, liberam radioatividade que quebra o H2O em hidrogênio e oxigênio. Os microrganismos podem então consumir esses elementos, um fonte quase inesgotável. “Essa é a interpretação mais exótica, que temos um ecossistema vivendo de radioatividade natural que quebra as moléculas de água”, comenta.
Acesso fácil
A milhares de quilômetros do vórtice, outros cientistas estão explorando um local muito diferente, na cordilheira de Juan de Fuca – uma montanha submersa que se encontra na convergência de muitas placas tectônicas. Juan de Fuca fica perto da costa do estado americano de Washington, recebendo muitos nutrientes e sendo de fácil acesso.
Como resultado, essa área é uma das mais analisadas. Uma rede de observatórios monitora quase todo o assoalho do oceano. “Nós podemos fazer experimentos ativos lá que não são possíveis em nenhum outro local”, afirma Andrew Fisher, que ajudou a montar grande parte dos instrumentos.
Muitas dessas estações são observatórios conhecidos como CORKs, que são essencialmente buracos bem fundos no chão oceânico fechados no topo. Os pesquisadores colocam instrumentos de observação dentro dessas crateras, e retornam alguns anos depois para retirá-los. Os dados coletados podem revelar organismos, modos de vida e mudanças populacionais.
Os CORKs são tecnicamente complicados de serem instalados, mas as descobertas podem ser fantásticas. Em um local de Juan de Fuca, em 2004, os pesquisadores encontraram rochas com caules tortos que pareciam uma cobertura de ferrugem. Acontece que o CORK não havia sido fechado corretamente, e bactérias oxidantes entraram junto com a água.
Essas bactérias inicialmente colonizaram o buraco e fizeram seus caules, se alimentando das condições boas. Mas com o tempo, o buraco foi esquentando devido ao calor vulcânico do fundo. O fluxo de água foi revertido, jorrando para fora do buraco. A bactéria “do ferro” morreu, dando lugar a outros tipos de organismos: bactérias conhecidas como fermicutes, encontrando em ambientes similares, como o fundo do oceano Ártico.
As pesquisas em Juan de Fuca também ajudam a entender como a água flui no oceano, indicando os melhores lugares para encontrar micróbios. As pessoas costumam pensar que a água fica inerte no fundo do mar, mas na verdade ela se move entre as rochas subaquáticas – circulando o equivalente a todo o volume oceânico a cada 500 mil anos.
Em Juan de Fuca, Fisher e seus colegas encontraram dois vulcões subaquáticos, a uma distância de 50 quilômetros entre um e outro, o que ajuda a explicar como esse grande movimento acontece. “Esse é o primeiro lugar no assoalho oceânico onde os pesquisadores conseguiram apontar o dedo no mapa e dizer ‘a água entra aqui e sai aqui’”, comenta Fisher.
Os dois vulcões estão arranjados em uma linha norte-sul que tende a controlar a maior parte da atividade subaquática em Juan de Fuca. Grande parte das rachaduras na crosta também vai do norte para o sul, fazendo dessa a direção provável dos micróbios. Essas falhas servem como uma espécie de estrada para os microrganismos, carregados pela água. Cientistas que procuram por seres microscópicos no fundo do oceano devem focar essas áreas.
Nadando em lagos
Muito além de ser monolítico, o solo oceânico apresenta uma série de ambientes diferentes. Um ponto novo, muito diferente de Juan de Fuca ou o vórtice do Pacífico, fica no meio do Atlântico: o Lago Norte. Geólogos vêm estudando esse local desde os anos 70, mas agora os microbiólogos também estão lá.
O “lago” é uma pilha de lama subaquática, isolada no meio de altas montanhas. Ele fica a cerca de cinco quilômetros de onde a crosta oceânica está nascendo; toda essa atividade geológica violenta força a água por entre a lama e as rochas até o oceano superior. Comparada a de Juan de Fuca, a água no Lago Norte é muito mais fria – cerca de 10 graus Celsius, mas flui muito mais rápido. “A natureza encontra um equilíbrio entre temperatura e movimento”, comenta Fisher.
Ele e a equipe, liderados por Katrina Edwards, passaram 10 semanas no lago. Eles instalaram dois novos CORKs, até 330 metros no fundo, e conseguiram analisar possíveis micróbios. Eles também colocaram pedaços de rocha dento dos buracos para analisá-los alguns anos depois.
Por enquanto, o trabalho é dos microbiólogos de estudar o que já foi pego. Eles estão apenas começando as análises, mas já suspeitam de muitas surpresas.
No todo, estudos em diferentes locais revelam que os micróbios do fundo do oceano são muito mais diversos do que se pensava há uma década. Muito além de poucas espécies, os pesquisadores encontraram uma rica diversidade de bactérias, fungos, vírus e outros. “Ficamos chocados de serem tão complexos. Pensávamos que iam ter umas 15 espécies, mas há uma diversidade enorme”, afirma a microbióloga Jennifer Biddle.
Ao comparar os micróbios de diferentes locais suboceânicos, Biddle encontrou quantidades maiores de arqueas – organismos unicelulares com uma história evolutiva ainda mais antiga –, em alguns lugares, do que bactérias. Ela pensa que os arqueas prosperam melhor na matéria orgânica do solo oceânico.
Um novo projeto, chamado de Censo da Vida do Fundo, vai ajudar Biddle e outros cientistas a analisar e comparar os micróbios do oceano. O projeto pode levar até uma década; o objetivo é encontrar regras gerais – se é que elas existem – que expliquem onde e como os organismos se mantêm no fundo dos oceanos. “Por enquanto você consegue ter uma ideia ao olhar para os pontos energéticos presentes embaixo da superfície”, afirma o líder do projeto, Rick Colwell. “Mas será que as rachaduras nos mais diversos ambientes subaquáticos contêm certos tipos de microrganismos?”.
Muitos dados ainda vão chegar. “Nós não estamos sofrendo de falta do que fazer”, afirma Orcutt. Edwards e sua equipe planejam voltar ao Lago Norte em abril, para recuperar os instrumentos. Fisher vai para Juan de Fuca novamente no próximo verão, e já conhece outro ponto de estudo, na Costa Rica, onde a água flui milhares de vezes mais rápido do que em Juan de Fuca.
Um dia, as análises da biosfera do fundo talvez possam ajudar a NASA e outras agências espaciais em suas caças por vida no sistema solar, e então os intraterrestres vão ajudar os cientistas a encontrar os extraterrestres

Vírus podem tornar-se facilmente mortais





Pesquisadores da Universidade Estadual de Michigan demonstraram como um novo vírus evolui, mostrando o quão fácil pode ser para doenças ganhar mutações perigosas.
Os cientistas mostraram pela primeira vez como o vírus “lambda” evoluiu, encontrando novas maneiras de atacar células do hospedeiro – uma inovação que levou o vírus a fazer quatro mutações. Esse vírus infecta bactérias, em particular a comum E. coli.
O vírus lambda não é perigoso para os seres humanos, mas a pesquisa demonstrou como os vírus evoluem, criando novas características complexas e potencialmente mortais.
Este estudo segue as recentes notícias de que cientistas nos Estados Unidos e na Holanda teriam produzido uma versão letal da gripe aviária. Mesmo que a gripe aviária tenha apenas cinco mutações e esteja longe de se tornar transmissível entre humanos, é altamente improvável que o vírus possa obter todas as mutações benéficas de uma vez. No entanto, ele pode evoluir sequencialmente, obtendo cada benefício isoladamente, se as condições forem favoráveis para isso.
Essa pesquisa também revelou que a adaptação na seleção natural tem um papel importante na evolução dos vírus.

Curiosidade : O que aconteceria se você comesse apenas um tipo de alimento a vida inteira?




Uma jovem inglesa teve que ser encaminhada ao hospital, na semana passada, depois de ter comido nuggets de frango pelos últimos 15 anos. Stacey Irvine, de 17 anos, afirma ter mantido essa dieta, ocasionalmente acrescentada de um pacote de salgadinho ou uma torrada, desde que era criança. Os médicos pediram que ela mudasse seus hábitos, mas o caso de Irvine nos leva a perguntar: o que aconteceria se comêssemos apenas um tipo de alimento?
Depende do veneno que você escolher, mas com certeza seria um veneno. De acordo com a nutricionista da Universidade de Stanford, Jo Ann Hattner, mesmo que você escolha comer apenas um tipo de fruta, vegetal ou grão a vida inteira, isso levaria alguns órgãos a morte. Consumir apenas carne levaria seu corpo a “comer” seus músculos. E se você ficasse apenas com um tipo de alimento (exceto frutas), você desenvolveria um sério caso de escorbuto.
“Eu não recomendaria esse experimento”, afirma Hattner.
Nenhum vegetal ou legume tem todos os nove aminoácidos essenciais para que o ser humano consiga formar as proteínas necessárias. Por isso, a maioria das culturas humanas, sem saber química, desenvolveu uma alimentação centrada em vegetais complementares, que juntos formam os nove.
No começo, sem os aminoácidos adequados, seu cabelo começaria a clarear e as unhas ficariam moles. Muito pior, “sua massa corporal magra sofre. Isso não quer dizer apenas músculos, mas também o coração e os órgãos”. Eventualmente, seu coração encolheria tanto que você morreria; isso acontece em alguns casos extremos de anorexia.
Comer apenas um tipo de carboidrato – pão ou massa, por exemplo – também causa morte dos órgãos, por deficiência de aminoácidos. Além disso, você vai ter escorbuto, devido à falta de vitamina C. Graças a experimentos altamente antiéticos, realizados com prisioneiros ingleses e americanos na década de 40, sabemos que o escorbuto acontece após um a oito meses sem vitamina C (dependendo do estoque prévio da pessoa). No fim, estranhas manchas aparecem em seu corpo e se tornam feridas supurantes. Febre, perda dos dentes… e morte.
A vida como um carnívoro convicto também seria mortal.
Além de faltar vitamina C, a maior parte das carnes contém poucos carboidratos – os pacotes de energia para que você consiga fazer até a menor das tarefas. “Sem carboidratos, você vai começar a quebrar sua massa muscular para conseguir energia”, afirma Hattner. Novamente, “músculo” não se refere apenas ao seu bíceps. Você estará “comendo” seu coração também.
Entretanto, existe um alimento que tem tudo: o que mantém os bebês vivos. “O único alimento que oferece todos os nutrientes necessários aos humanos é o leite humano”, comenta Hattner. “O leite materno é um alimento completo. Nós podemos adicionar algumas comidas sólidas na alimentação de um bebê durante seu primeiro ano de vida, para complementar com mais ferro e outros nutrientes, mas lá você tem um pouco de tudo que precisamos”.
De acordo com ela, os adultos poderiam viver do leite humano, tecnicamente. O ponto é encontrar uma mulher que queira prover isso. Sem essa opção, a segunda seria o leite dos mamíferos, principalmente se for fermentado. “Iogurte, que é leite fermentado, tem muitas bactérias boas para o trato intestinal”, afirma Hattner.
Esses cenários hipotéticos não são apenas especulação. Em muitas partes do mundo, as pessoas não têm escolha a não ser comer um alimento: geralmente arroz. Cientistas estão desenvolvendo grãos geneticamente modificados que contêm mais vitaminas e nutrientes, principalmente vitamina A, para combater a má nutrição.
Entender como podemos colocar tudo o que precisamos em apenas um alimento também é útil para as viagens espaciais. “O ímpeto de muitas pesquisas nutricionais é como alimentar as pessoas no espaço. Os cientistas estão tentando aumentar a concentração nutricional da comida, para que astronautas não sofram . 

Como as grandes galáxias se formaram


Uma nova pesquisa sugere que as galáxias de maior massa no universo hoje podem ter surgido com a formação estelar frenética que aconteceu nos primórdios do universo.
Essa atividade frenética, período em que a galáxia atravessa um processo intenso e contínuo de formação estelar, aconteceu quando o universo tinha apenas alguns bilhões de anos e parece ter parado pelo crescimento dos buracos negros supermassivos.
Uma equipe internacional uniu informações da misteriosa matéria escura no início das galáxias para confirmar a ligação entre as grandes galáxias e a formação estelar do início do universo.
A capacidade de ver objetos a grandes distâncias no universo permite que os astrônomos olhem para o passado, a partir da luz de quando o universo era jovem. Usando o telescópio chileno Atacama Pathfinder Experiment, uma equipe liderada por Ryan Hickox, da Faculdade de Dartmouth, nos EUA, estudou a forma como as galáxias distantes do universo primordial se agruparam.
Galáxias são conhecidas como rodeadas por um misterioso material conhecido como matéria escura, que claramente exerce uma força, mas nunca foi detectada. Experimentos da equipe mediram os efeitos dessa força gravitacional sobre o aglomerado de galáxias.
Com estas medidas de matéria escura, e com a ajuda de um modelo de computador que descreve como as galáxias e essa matéria devem evoluir, a equipe mostrou que a frenética formação estelar nas galáxias desenvolveu as galáxias elípticas enormes que vemos atualmente.
“Esta é a primeira vez que fomos capazes de mostrar essa ligação clara entre as galáxias mais enérgicas de intensa formação estelar no início do universo e as galáxias mais massivas nos dias de hoje”, disse Hickox.
No entanto, estes episódios de formação de estrelas parecem durar apenas cerca de 100 milhões de anos, e parecem ter um fim abrupto. Os pesquisadores acreditam que as galáxias de formação de estrelas alimentavam os buracos negros supermassivos em seus centros. Estes, por sua vez, emitem poderosas explosões de energia, que consomem as estrelas, explodindo muitas nuvens de gás que podem ter se fundido com ainda mais estrelas.


sábado, 28 de janeiro de 2012

Astrônomos amadores descobrem novo planeta




Dois astrônomos amadores britânicos, Chris Holmes e Lee Threapleton, avistaram um novo planeta durante um projeto para encontrar mundos fora do nosso sistema solar, divulgado pelo professor Brian Cox.
Se a autenticidade da descoberta for confirmada por outros cientistas, ele será nomeado “Threapleton Holmes B”.
O planeta é provavelmente gasoso e tem em torno do tamanho de Netuno. Os padrões que os cientistas amadores encontraram sugerem que o planeta parecia estar orbitando uma estrela (seu sol) chamada SPH10066540, que se situa entre 600 e 3.000 anos-luz de distância.
Chris Lintott, da Universidade de Oxford, disse que o planeta deve ser quente demais para sustentar a vida.
A dupla fez a descoberta após a identificação de mudanças nos padrões de luz da imagem do telescópio Kepler, da NASA.
A imagem havia sido postada online no endereço Planethunters.org, da Universidade de Oxford, que pede aos membros do público para olhar os dados da NASA na esperança de aumentar e/ou provocar tais descobertas.
“Eu nunca nem tive um telescópio. Tive um interesse passageiro por onde as coisas estão no céu, mas nunca tive qualquer conhecimento sobre isso. Ser uma das pessoas a achar alguma coisa é uma posição muito emocionante”, disse Holmes.
Essa é apenas a terceira vez que cientistas amadores britânicos descobrem um novo planeta. Holmes e Threapleton são seguidores dos passos do primeiro deles, William Herschel, que descobriu Urano em 1781.

Por que uma estrela com massa 50% maior que a do Sol não poderia abrigar vida inteligente?





A inteligência é o ápice da evolução biológica. Você precisa partir de seres elementares e evoluir para se chegar a uma espécie inteligente. São vários aspectos a serem analisados. A cadeia alimentar, a influência da gravidade na morfologia, o tempo disponível para a evolução biológica.
O hipotético planeta precisa receber uma quantidade ideal de energia e luminosidade de sua estrela central, para ser possível a existência de vegetais que seriam a base da cadeia alimentar. Se a gravidade for muito intensa, isso tornaria necessário que suas formas de vida fossem achatadas ou rastejantes. Enfim, sua duração de vida teria que ser compatível com o processo evolutivo de seu Sol. 



São tantos pormenores a serem analisados, que se chega à conclusão de que se a existência de vida já é difícil, a existência de vida inteligente é quase um milagre.....
Isso partindo da premissa que o planeta orbita a zona habitável, a existência de água em estado líquido, composição físico-química, etc...



É interessante um debate sobre o tema. Existe um "filhote" da Astronomia, chamado Exobiologia ou Astrobiologia, como queira. Todos podem pesquisar na rede sobre o tema. Existe um meteorito com uma protobactéria fossilizada, que tem sua origem creditada à Marte. Sua existência é um fato, sua origem eu não me arrisco a confirmar. E acredito ser a Astronomia, a mais completa das Ciências, porque requer conhecimentos de Matemática, Física, Química, Biologia, Geologia, Filosofia e até de Teologia. "Um cavalo que usa viseira, aprende apenas um caminho"



Quando digo que vida inteligente extra-terrestre é um milagre, não quero dizer que não exista. Apenas que é uma possibilidade muito menor do que imaginam a maioria das pessoas. Elas esquecem que um número muito grande, continua sendo um número finito. Não é porque existem bilhões de bilhões de galaxias, elas obrigatoriamente teriam que desenvolver vida INTELIGENTE. A vida apenas, já seria difícil...

Pobres Jupiteres Quentes ...






Estaria Frank Drake certo? Há quase meio século, o astrônomo americano postulava, baseado em probabilidade estatística pura, que a Via Láctea pode estar cheia de planetas semelhantes à Terra. Agora, novas observações da química de estrelas antigas ‘aposentadas’, objetos semelhantes ao que irá acontecer com o Sol no futuro, em 7 bilhões de anos, conhecidas como anãs brancas, sugerem que a esmagadora maioria delas tinha, quando estavam na seqüência principal, pelo menos, um mundo rochoso orbitando-a. Assim, porque as estrelas semelhantes ao Sol poderiam compor até a metade da população da Via Láctea de centenas de bilhões de estrelas, tal implica que pode haver centenas ou mesmo milhares de civilizações habitando nossa galáxia.


Eureka! Uma idéia genial...
Agora, na reunião da Royal Astronomical Society, em Glasgow, Reino Unido, uma equipe de pesquisadores apresentou uma nova e brilhante maneira de se estimar quantos planetas rochosos poderiam existir lá fora. O estudo concentrou-se na análise das anãs brancas. As anãs-brancas são resquícios de sóis moribundos que em uma época brilharam como o nosso Sol brilha agora, mas no final de seus 9 bilhões de anos de vida estufaram como gigantes vermelhas, estrelas mais frias e enormes com diâmetros de 200 a 250 vezes o do nosso Sol (se isso acontecer no nosso sistema solar, o Sol poderá se expandir para quase a órbita da Terra). Depois, gradualmente as estrelas infladas descem para metade de sua massa original, atenuando-se lentamente com o tempo e rodeadas por sua enorme atmosfera rarefeita.






Se a estrela engoliu um exoplaneta rochoso, seu espectro nos dirá


Considerando este cenário de canibalismo cósmico, os astrônomos especularam então que suas atmosferas podem fornecer uma assinatura da presença anterior de planetas rochosos, que as orbitavam antes das estrelas se expandirem e os engolirem. A equipe estudou os espectros, isto é, suas assinaturas químicas de radiação em uma amostra de 146 anãs brancas, localizadas a poucas centenas de anos-luz da Terra. Entre essas anãs brancas, 109 espectros indicavam a presença de elementos mais pesados, como o cálcio, presentes em suas atmosferas. Os planetas rochosos são depósitos consistentes dos elementos pesados, de modo que se os espectros estelares mostram tais elementos então a estrelas devem ter ingerido pelo menos um de seus exoplanetas, durante a sua fase de gigante vermelha em expansão.
Com base nestes dados, a equipe extrapolou que pelo menos 3,5% de todas as estrelas da Via Láctea hospeda exoplanetas rochosos. Se estendermos esta estimativa, isto significa que a galáxia tem bilhões de mundos rochosos em uma época ou em outra. Uma pequena fração deles, por sua vez, pode ter sido semelhante à da Terra, o que significa que estamos falando de uma abundância de mundos que se encaixam nos critérios de ter água e viver em distâncias habitáveis ao redor de seus sóis.
O estudo reforça a idéia de que a formação de planetas em torno de outras estrelas “é algo comum,” afirmou o cientista planetário Jonathan Fortney da Universidade da Califórnia, Santa Cruz, EUA. Tão comum, salientou, que o número de estrelas com planetas rochosos é “provavelmente muito maior” que o valor de apenas 3,5% estimado pela equipe. Pode até ser superior a 20%, tendo em vista que alguns sistemas planetários são integralmente destruídos e terminam não deixando traços de polução na anã branca com elementos mais pesados.


Busca por sinais de água…


Também interessante é o indício que algum deste material rochoso, poluidor de anãs brancas, continha água. As anãs brancas estudadas tinham atmosferas de hélio, mas mostraram também resquícios de hidrogênio, um dos dois elementos que formam a molécula da água. Se o hidrogênio e os metais forem oriundos de fontes diferentes, as estrelas que contêm ambos devem ser raras, explicou Farihi. Mas na realidade são bastante comuns, sugerindo que o hidrogênio e os metais têm a mesma fonte.
“As rochas que forneceram os metais provavelmente forneceram o hidrogênio,” disse Farihi. O hidrogênio sugere que os minerais que continham metais também continham água, um elemento essencial para a vida como a conhecemos. A descoberta de uma assinatura de oxigênio nas atmosferas destas anãs brancas poderá ajudar a melhorar esta interpretação, mas Farihi afirma que a equipe precisa do Hubble para descobrir as evidências da presença de oxigênio. Eles já pediram tempo de observação via Hubble e estão à espera da aprovação para prosseguirem nas pesquisas.