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sábado, 10 de dezembro de 2011

O surpreendente conteúdo dos mares e lagos de Titã




Os lagos de Titã possuem alguns componentes químicos surpreendentes, de acordo com os últimos dados enviados pela sonda robótica Cassini que estuda Saturno, suas luas e anéis.
Um dos exóticos atrativos de Titã, lua de Saturno, é a possibilidade de que esta lua gigante tenha oceanos e lagos com ondas, não muito diferentes dos da Terra. Desde a década de 90, os Astrônomos descartaram a possibilidade de existir um oceano global em Titã usando medições por radar tomadas a partir da Terra, porém a possibilidade haver de lagos por lá ainda permanecia. Com certeza, em 2005, a sonda robótica Cassini observou uma grande área similar a um lago conhecido como Ontario Lacus perto do pólo sul. A partir daí temos observado muitos outros lagos de menor tamanho.


Mas, de que são feitos estes lagos? A idéia comum é que os lagos titânicos devem ser uma mistura de etano, metano e nitrogênio, todos em estado líquido, devido as temperaturas baixíssimas em Titã (temperatura média = -179° Celsius). Entretanto, a quantidade de metano na atmosfera torna difícil detectá-lo sob a forma líquida ao nível do solo de Titã e só se tem observado diretamente o etano líquido no Ontario Lacus.


A única outra forma de deduzir a composição dos lagos é criar um modelo termodinâmico da atmosfera usando dados das sondas e dos laboratórios além dos cálculos teóricos. E, sem dúvida, os dados da sonda robótica Cassini estão revolucionando estes cálculos.


A composição dos lagos de Titã






Agora, Daniel Cordier et al., da Escola Nacional Superior de Química de Rennes na França, apresentaram a última aproximação destes dados. Seu refinamento dos cálculos revela que: “os constituintes principais dos lagos são etano (C2H6) com ~76 a 79%, propano (C3H8) com ~7 a 8%, metano (CH4) com ~5 a 10%, cianureto de hidrogênio (HCN) com ~2 a 3%, buteno (C4H8) com ~1%, butano (C4H10) ~1% e acetileno (C2H2) com ~1%”.


Esta é uma mistura mais rica e com uma composição inesperada pelos cientistas. Mas isto nos é útil pois permite a elaboração de cálculos mais detalhados sobre o papel das substâncias líquidas na superfície de Titã. “Nossos resultados proporcionam os dados químicos necessários para calcular a quantidade de deposição dos diferentes hidrocarbonetos e nitrilas em vales fluviais localizados nas latitudes médias de Titã”, disse o time de cientistas .


Assim, estas descobertas permitirão aos geólogos planetários construir e testar uma nova geração de modelos que demonstram como os rios e fluxos líquidos têm escavado a superfície de Titã. Os geólogos planetários esperam por isto ansiosamente.  Tanto as diferenças como as semelhanças com os processos que ocorrem aqui na Terra deverão constituir uma leitura fascinante.

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